SERMÃO DA MONTANHA - A LUZ DO MUNDO
A Luz do Mundo
Mat. 5:14.
A. ilustração da natureza
1. "Vós sois a luz do mundo."
2. À medida que Jesus ensinava o povo, tornava interessantes Suas
lições e prendia a atenção dos ouvintes por meio de freqüentes ilustrações
tiradas das cenas da Natureza que os rodeava. O povo se reunira ainda pela
manhã.
B. o nascer do sol
1. O glorioso Sol, elevando-se mais e mais no firmamento azul, ia
dissipando as sombras ocultas nos vales e nas estreitas gargantas das
montanhas. A glória dos céus orientais ainda não se havia dissipado.
2. A luz solar inundava a Terra com seu esplendor; a plácida superfície
do lago refletia a áurea luz e espelhava as róseas nuvens matinais. Cada botão,
cada flor e folha cintilavam de gotas de orvalho.
3. A Natureza sorria à bênção de um novo dia, e os pássaros cantavam
docemente entre as árvores. O Salvador olhou ao grupo que tinha diante de Si, e
depois ao Sol nascente, e disse a Seus discípulos: "Vós sois a luz do
mundo." Mat. 5:14.
C. os raios de sol como exemplo
1. Como sai o Sol em sua missão de amor, desvanecendo as sombras da
noite e despertando o mundo para a vida, assim os seguidores de Cristo devem ir
em sua missão, difundindo a luz do Céu sobre os que se encontram nas trevas do
erro e do pecado.
2. Na luminosidade da manhã, destacavam-se nitidamente as cidades e
aldeias situadas nos montes ao redor, tornando-se num atrativo aspecto do
cenário. Apontando-as, disse Jesus: "Não se pode esconder uma cidade
edificada sobre um monte."
3. E acrescentou: "Nem se acende a candeia e se coloca debaixo do
alqueire, mas, no velador, e dá luz a todos que estão na casa." Mat. 5:14
e 15. A maioria dos que ouviam a Jesus, eram camponeses e pescadores, cujas
humildes habitações consistiam apenas em um aposento, no qual a única lâmpada,
em seu velador, iluminava a todos os que estavam na casa.
4. Assim, disse Jesus: "Resplandeça a vossa luz diante dos homens,
para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem o vosso Pai, que está nos
Céus." Mat. 5:16.
II. cristo, a luz do mundo
A. a única fonte de luz
1. Nenhuma outra luz brilhou nem brilhará jamais sobre os homens
caídos, a não ser aquela que dimana de Cristo. Jesus, o Salvador, é a única luz
que pode iluminar a escuridão de um mundo imerso no pecado.
2. A respeito de Cristo está escrito: "NEle, estava a vida e a
vida era a luz dos homens." João 1:4. Foi recebendo de Sua luz que os
discípulos se puderam tornar portadores de luz. A vida de Cristo na alma, Seu
amor revelado no caráter, torná-los-ia a luz do mundo.
3. De si mesma a humanidade não possui luz. Separados de Cristo, somos
semelhantes a uma vela não acesa, como a Lua quando tem a face voltada para o
lado contrário ao Sol; não temos um único raio luminoso a lançar sobre as
trevas do mundo.
4. Ao volver-nos, porém, para o Sol da Justiça, ao nos pormos em
contato com Cristo, a alma inteira é iluminada com o brilho da divina presença.
B. o cristão reflete a luz ao mundo
1. Os seguidores de Cristo devem ser mais que uma luz entre os homens.
Eles são a luz do mundo. Jesus diz a todos quantos proferem Seu nome: Vós vos
entregastes a Mim, e Eu vos entreguei ao mundo como Meus representantes. Como o
Pai O enviara ao mundo, assim, declara Ele, "também Eu os enviei ao
mundo". João 17:18.
2. Como Cristo é o instrumento para a revelação do Pai, assim devemos
nós ser o meio para a revelação de Cristo. Conquanto nosso Salvador seja a
grande fonte de iluminação, não esqueçais, ó cristãos, que Ele é revelado
mediante a humanidade.
3. As bênçãos de Deus são concedidas por meio de instrumentos humanos.
O próprio Cristo veio ao mundo como o Filho do homem. A humanidade, unida à
natureza divina, deve tocar a humanidade. A igreja de Cristo, cada discípulo do
Mestre, individualmente, é o veículo designado pelo Céu para a revelação de
Deus aos homens.
4. Anjos de glória esperam comunicar por vosso intermédio a luz e o
poder celestes a almas prestes a perecer. Deixarão os agentes humanos de
cumprir a tarefa que lhes é designada? Oh! então, é o mundo, na mesma
proporção, roubado da prometida influência do Espírito Santo.
5. Mas Jesus não pediu aos discípulos: Esforçai-vos por fazer resplandecer
a vossa luz; Ele disse: "Resplandeça." Mat. 5:16.
C. impossível reter os raios de luz
1. Se Cristo habita no coração, é impossível esconder a luz de Sua
presença. Se aqueles que professam ser seguidores de Cristo não são a luz do
mundo, é porque o poder vital os deixou; se não têm luz para comunicar, é
porque não têm ligação com a Fonte da luz.
2. Em todos os tempos, o "Espírito de Cristo, que estava
neles" (I Ped. 1:11) tem feito os verdadeiros filhos de Deus a luz do povo
de sua geração. José foi um portador de luz no Egito. Em sua pureza,
beneficência e amor filial, representou a Cristo em meio de uma nação idólatra.
3. Enquanto os israelitas iam a caminho do Egito para a Terra
Prometida, os sinceros entre eles foram uma luz para as nações circunvizinhas.
Por meio deles foi Deus revelado ao mundo. De Daniel e seus companheiros em
Babilônia, e de Mardoqueu na Pérsia, brilharam raios de luz por entre as trevas
das cortes reais.
4. Semelhantemente os discípulos de Cristo são colocados como
portadores de luz no caminho para o Céu; por meio deles se manifestam ao mundo
envolto na escuridão de um errôneo conceito de Deus, a misericórdia e a bondade
do Pai.
III. o pai é glorificado
A. na conversão dos incrédulos
1. Vendo suas boas obras, outros são levados a glorificar o Pai
celestial; pois se torna manifesto que há um Deus sobre o trono do Universo,
Deus cujo caráter é digno de louvor e imitação.
2. O divino amor brilhando no coração, a harmonia cristã manifestada na
vida, são quais vislumbres do Céu concedidos aos homens no mundo, a fim de que
lhes apreciem a excelência.
3. É assim que os homens são levados a crer no "amor que Deus nos
tem". I João 4:16. Desse modo são purificados e transformados corações
outrora pecaminosos e corrompidos, para serem apresentados
"irrepreensíveis, com alegria, perante a Sua glória". Jud. 24.
B. quando o muro de separação é removido
1. As palavras do Salvador: "Vós sois a luz do mundo" (Mat.
5:14), indicam haver Ele confiado a Seus seguidores uma missão mundial. Nos
dias de Cristo, o egoísmo, o orgulho e o preconceito haviam construído um alto
muro de separação entre os indicados guardiões dos sagrados oráculos e qualquer
outra nação do globo.
2. Mas o Salvador viera mudar tudo isto. As palavras que o povo Lhe
estava ouvindo dos lábios eram diversas de tudo quanto sempre tinham ouvido dos
sacerdotes e rabis.
3. Cristo afasta a parede de separação, o amor-próprio, o separatista
preconceito de nacionalidade, e ensina amor a toda a família humana. Ergue os
homens do estreito círculo que lhes prescreve o egoísmo; elimina todos os
limites territoriais e as convencionais distinções da sociedade. Não faz
diferença entre vizinhos e estrangeiros, amigos e inimigos. Ele nos ensina a
considerar a toda alma necessitada como nosso semelhante, e o mundo como o
nosso campo.
IV. refletir a luz é pregar o evangelho
A. a luz ao mundo todo
1. Como os raios do Sol penetram até aos mais afastados recantos do
globo, assim designa Deus que a luz do evangelho se estenda a toda alma sobre a
Terra. Se a igreja de Cristo estivesse cumprindo o desígnio de nosso Senhor, a
luz se espargiria sobre todos quantos estão assentados nas trevas e na região
da sombra da morte.
2. Em vez de se congregarem e se eximirem às responsabilidades e a
levar a cruz, os membros da igreja se espalhariam por todas as terras,
irradiando a luz de Cristo, trabalhando como Ele fez pela salvação de almas, e
este "evangelho do reino" seria velozmente levado a todo o mundo.
3. É assim que o propósito de Deus ao chamar, desde Abraão na
Mesopotâmia, até nós hoje em dia, tem de chegar a seu cumprimento. Ele diz:
"Abençoar-te-ei, ... e tu serás uma bênção." Gên. 12:2.
B. uma responsabilidade individual
1. As palavras de Cristo por intermédio do profeta evangélico, e de que
o Sermão do Monte não é senão um eco, dirigem-se a nós, nesta última geração.
"Levanta-te, resplandece, porque já vem a tua luz, e a glória do Senhor
vai nascendo sobre ti." Isa. 60:1.
2. Se a glória do Senhor nasceu sobre vosso espírito; se tendes
contemplado a beleza daquele que "traz a bandeira entre dez mil"
(Cant. 5:10), e que é "totalmente desejável" (Cant. 5:16), se vossa
alma se tornou radiante em presença de Sua glória, são-vos dirigidas estas
palavras do Mestre. Estivestes acaso com Cristo no monte da transfiguração? Há,
na planície, almas escravizadas a Satanás; elas esperam a palavra de fé e
oração que as vá libertar.
C. contemplar para falar
1. Não somente devemos contemplar a glória de Cristo, mas também falar
de Suas excelências. Isaías não só contemplou a glória de Cristo, mas também
falou dEle. Enquanto Davi meditava, ardia o fogo; então falou com sua língua.
2. Ao meditar no maravilhoso amor de Deus, não podia deixar de falar do
que via e sentia. Quem pode pela fé contemplar o maravilhoso plano da redenção,
a glória do unigênito Filho de Deus, e não falar disso? Quem pode contemplar o
insondável amor que na morte de Cristo foi manifesto na cruz do Calvário, a fim
de que não perecêssemos, mas tivéssemos a vida eterna - quem poderá contemplar
isso e não ter palavras com que exaltar a glória do Salvador?
3. "No Seu templo cada um diz: Glória!" Sal. 29:9. O suave
cantor de Israel louvou-O com a harpa, dizendo: "Falarei da magnificência
gloriosa de Tua majestade e das Tuas obras maravilhosas. E se falará da força
dos Teus feitos terríveis; e contarei a Tua grandeza." Sal. 145:5 e 6.
V. conclusão
1. A cruz do Calvário deve ser exaltada perante o povo, a fim de que
lhes absorva a mente e concentre os pensamentos. Então todas as faculdades
espirituais serão acompanhadas de um poder divino que procede diretamente de
Deus.
2. Haverá então concentração das energias em genuíno trabalho pelo
Mestre. Como agentes vivos para a iluminação da Terra os obreiros emitirão
raios de luz para o mundo.
3. Certamente Cristo aceita, de bom grado, todo agente humano que a Ele
se entrega. Ele une o humano ao divino, a fim de poder comunicar ao mundo os
mistérios do amor manifestado em carne. Acerca disto falemos, oremos e
cantemos; difundamos a mensagem de Sua glória e prossigamos avante em direção
às regiões de além.
4. As provações suportadas com paciência, as bênçãos recebidas com
gratidão, as tentações resistidas varonilmente, a mansidão, a bondade,
misericórdia e amor manifestados habitualmente, são luzes que resplandecem no
caráter, em contraste com as trevas do coração egoísta, em que nunca brilhou a
luz da vida.
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