SERMÃO DO MONTE - AMAR OS INIMIGOS
Amar os inimigos
I.
introdução
1.
"Amai a vossos
inimigos." Mat. 5:44.
2.
A lição do Salvador:
"Não resistais ao mal" (Mat. 5:39), era dura de ouvir para os
vingativos judeus, e eles murmuraram contra ela entre si. Jesus fez então uma
declaração ainda mais forte:
3.
"Ouvistes que foi
dito: Amarás o teu próximo e aborrecerás o teu inimigo. Eu, porém, vos digo:
Amai a vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei bem aos que vos
odeiam e orai pelos que vos maltratam e vos perseguem, para que sejais filhos
do Pai que está nos Céus." Mat. 5:43-45.
4.
Tal era o espírito da lei
que os rabis tão mal haviam interpretado como um frio e rígido código de
cobranças.
5.
Consideravam-se melhores
que os outros homens, e como com direito ao especial favor de Deus em virtude
de seu nascimento israelita; mas Jesus indicou o espírito de amor perdoador
como aquele que evidenciaria serem atuados por motivos mais elevados do que os
mesmos publicanos e pecadores a quem eles desprezavam.
6.
Ele encaminhou Seus
ouvintes ao Governador do Universo, sob a nova designação: Pai Nosso. Queria
que compreendessem quão ternamente o coração de Deus por eles anelava. Ensinou
que Deus cuida de toda alma perdida; que "como um pai se compadece de seus
filhos, assim o Senhor Se compadece daqueles que O temem". Sal. 103:13.
7.
Tal concepção de Deus não
foi jamais dada ao mundo por qualquer religião senão a da Bíblia. O paganismo
ensina os homens a olharem para o Ser Supremo como objeto de temor em vez de
amor - uma divindade maligna a ser apaziguada por sacrifícios, e não um Pai
derramando sobre Seus filhos o dom do Seu amor.
8.
Mesmo o povo de Israel se
tornara tão cego ao precioso ensino dos profetas acerca de Deus, que esta
revelação de Seu paternal amor era coisa original, uma nova dádiva ao mundo.
9.
Os judeus afirmavam que
Deus amava aqueles que O serviam - segundo seu ponto de vista, aqueles que
cumpriam as exigências dos rabinos - e que todo o resto do mundo jazia sob o
Seu desagrado e maldição. Não assim, disse Jesus; o mundo inteiro, os maus e os
bons, acham-se sob o sol do Seu amor. Esta verdade devíeis ter aprendido da
própria Natureza; pois Deus "faz que o Seu Sol se levante sobre maus e
bons e a chuva desça sobre justos e injustos". Mat. 5:45.
10.Não é
em virtude de um poder inerente que a Terra produz ano após ano sua abundância,
e continua em seu giro ao redor do Sol.
11.A mão
de Deus guia os planetas, e os conserva em posição em sua bem ordenada marcha
através dos céus. É por meio de Seu poder que verão e inverno, sementeira e
sega, dia e noite se seguem em sucessão regular. É por meio de Sua palavra que
a vegetação floresce, aparecem as folhas, desabotoam as flores. Todas as boas
coisas que possuímos, todo raio de Sol e toda chuva, todo bocado de pão, todo
momento de vida, é um dom de amor.
12.Enquanto
éramos ainda destituídos de amor e do que nos fizesse amáveis no caráter,
"odiosos, odiando-nos uns aos outros" (Tito 3:3), nosso Pai celestial
teve misericórdia de nós. "Quando apareceu a benignidade e caridade de
Deus, nosso Salvador, para com os homens, não pelas obras de justiça que
houvéssemos feito, mas, segundo a Sua misericórdia, nos salvou." Tito 3:4
e 5.
13.Uma vez
recebido o Seu amor, torna-nos, semelhantemente, bondosos e ternos, não somente
para os que nos agradam, mas para com os mais faltosos e errantes pecadores.
14.Os
filhos de Deus são os que partilham de Sua natureza. Não é a posição terrena,
nem o nascimento, nem a nacionalidade, nem os privilégios religiosos, o que
prova ser membro da família de Deus; é o amor, um amor que envolve toda a
humanidade.
15.Mesmo
os pecadores cujo coração não se ache inteiramente cerrado ao Espírito de Deus,
corresponderão à bondade; conquanto devolvam ódio por ódio, darão também amor
por amor. É, porém, unicamente o Espírito de Deus que dá amor em troca de ódio.
Ser bondoso para o ingrato e o mau, fazer o bem sem esperar retribuição, é a
insígnia da realeza celeste, o sinal certo pelo qual os filhos do Altíssimo
revelam sua elevada condição.
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