HEBREUS
Introdução:
Hebreus é uma carta incomum no NT. A
natureza da carta é pastoral (posição do Prof. Shea), de um pastor interessado
nos membros de sua igreja envolvidos em algum tipo de problema. Os membros são
judeus-cristãos que correm o risco de voltar ao judaísmo. Sem dúvida é uma
carta própria para este grupo: um grupo desanimado que se pergunta se ainda
vale a pena seguir a Jesus Cristo, ou se não seria preferível voltar à fé de
seus pais.
O livro tem cinco seções e o ensino é
dado paralelamente a uma exortação.
ESBOÇO:
I. Exposição - cap. 1 - CRISTO SUPERIOR AOS
ANJOS.
Exortação - cap. 2a - não negligencieis a
fé.
II. Exposição - cap. 2b-3a - CRISTO SUPERIOR A
MOISÉS, particularmente em relação à
revelação. A revelação dada a Moisés (Pentateuco)
foi a maior que os judeus receberam, mas
Jesus era ainda maior.
Exortação - 3b-4 - Verbos específicos -
avisos severos:
. não
desobedeçam
. não
se rebelem
. não
endureçam o coração
. não
abandonem a fé
III.
Exposição - cap. 5a - CRISTO, SUPERIOR SACERDÓCIO (é apenas uma
introdução ao assunto).
Exortação - cap. 5b-6 - não sejam de
ouvidos duros, não abandonem, continuem a dar frutos.
Aqui é introduzido um novo elemento: CRISTO.
Se você O abandonar, vai crucificá-LO novamente,
lançará desprezo sobre Ele.
IV. Exposição - Cap. 7-10a - é uma longa
seção; envolve uma série de elementos relacionados com o tabernáculo
e o santuário:
a. Cristo é MELHOR
SACERDOTE;
b. Cristo
providenciou um MELHOR SACRIFÍCIO (sangue). Sangue é usado 21 vezes em
Hebreus e 15 apenas nesta seção.
c. Cristo serve em
um MELHOR SANTUÁRIO;
D. Cristo
administra um MELHOR CONCERTO.
Exortação - Cap. 10b - breve e geral como
a primeira.
V. Exposição - Cap. 11-12:4 - é o grande
capítulo da fé; é uma exposição doutrinária do tipo de fé
que devemos ter. As pessoas mencionadas no capítulo
11 são também mencionadas nos outros capítulos do livro,
onde eram inferiores ao serem comparadas a Cristo. Há um sentido de resposta
aos problemas da
primeira parte do livro. No capítulo
11 os homens são colocados como exemplos
humanos para nós.
Exortação final - Cap. 12:5-13 - na
terceira seção Cristo é o elemento novo introduzido; nesta
seção o Espírito Santo é introduzido. Temos
também exortações gerais.
Há uma progressão no livro: aviso
geral -----> exortação sobre Cristo -----> exortação sobre o Espírito
Santo. A exposição doutrinária torna-se cada vez maior através do livro e a
exortação também, e de forma mais séria e firme.
O TEMA que permeia o livro é
"MELHOR" - tudo o que Jesus provê para os Seus seguidores é melhor:
CRISTO - MELHOR do que os ANJOS.
CRISTO - MELHOR DO QUE MOISÉS.
CRISTO - MELHOR REVELAÇÃO DE DEUS.
CRISTO - MELHOR SACERDOTE.
CRISTO - serve em um MELHOR SANTUÁRIO.
CRISTO - oferece um MELHOR SACRIFÍCIO.
CRISTO - provê um MELHOR SANGUE.
No final do livro aparece a MELHOR
CIDADE, o MELHOR PAÍS, onde os santos da fé estarão.
O autor diz aos cristãos hebreus que,
se voltarem para o judaísmo, não encontrarão lá nada melhor do que possuem
atualmente, pelo contrário, será inferior, pois o que ele recebe de Cristo é melhor.
DATA DE AUTORIA - Na quarta seção, que
templo ou santuário o autor usa como ilustração? O TABERNÁCULO DO DESERTO. Em
nenhuma vez se menciona o templo de Jerusalém. Portanto, isto pode indicar que
o livro tenha sido escrito antes da destruição do templo no ano 70 AD. Há duas
possibilidades:
a. escrito antes da destruição em 70
AD;
b. escrito depois da destruição.
Se tivesse sido depois, provavelmente
o autor da carta usaria a destruição como ilustração. Contudo, não é dito uma
palavra acerca do templo ou sobre a cidade de Jerusalém.
Ainda há serviços sendo realizados no
templo, por isto os membros da igreja estão em perigo de voltar para o
judaísmo. Quando entra na discussão do templo, volta ao santuário do deserto -
uma ilustração antiga para falar de algo que acontecia no presente.
Quando menciona Sião não se refere à
cidade de Jerusalém terrestre, mas à Sião celestial, espiritual.
Não menciona Jerusalém porque o templo
ainda está lá e em atividade, e não quer chamar a atenção para ele, por isto
busca outra ilustração.
Capítulos 7 a 10
Aqui está o coração do livro. Centro
da argumentação do autor. Parte central de sua doutrina. Tem que ver com o
santuário, com o sacrifício, com o sacerdote, etc. Apresenta o sacerdócio
superior de Jesus. O Seu sacrifício feito uma vez por todas comparado com os sacrifícios
repetitivos e imperfeitos do VT. Fala de um NOVO CONCERTO, onde as falhas do
Velho podem ser restauradas, trazendo assim completa salvação.
Quando se olha para o santuário nesta
seção de Hebreus, há dois elementos:
1. o véu do santuário; e
2. lugares do santuário: santo ou
santíssimo.
O Véu do Santuário
Esta questão foi levantada na IASD por
Ballenger (1903-1905). A partir da expressão encontrada em Hebreus
6:19-20 - "a qual temos como âncora da alma, segura e firme, e que penetra
ATÉ O INTERIOR DO VÉU; aonde Jesus... entrou por nós, feito sumo-sacerdote para
sempre, segundo a ordem de Melquisedeque." Ballenger inferiu que, por
ocasião da ascensão, Cristo iniciou Seu ministério "dentro do véu",
isto é, no lugar santíssimo do santuário celestial.
O argumento de Ballenger é baseado no
véu que há entre o santo e o santíssimo. Diz que a Septuaginta, em sua versão
do VT, usa a mesma palavra encontrada em Hebreus 6:19 - KATAPETASMA.
Duas perguntas:
1. A palavra katapetasma é
usada para o véu do santuário? SIM!
2. É usada somente para o véu do
santíssimo? NÃO!
Ballenger não analisou esta questão
com o cuidado que ela requeria. No santuário do deserto havia três véus:
a. o véu do pátio;
b. o véu para se entrar no lugar
santo; e
c. o véu entre o santo e o santíssimo.
Quando a Septuaginta fala do véu do
pátio (o primeiro), das seis referências, em cinco usa a palavra katapetasma.
O véu da entrada (que é o segundo) é
mencionado onze vezes; em sete vezes é chamado de katapetasma e nas
outras quatro de kaluma.
O véu do santíssimo (o terceiro)
aparece vinte e quatro vezes como katapetasma e uma vez como kaluma.
A palavra dominante para todos os véus
é katapetasma e kaluma é usada numa menor escala.
Este é o argumento do VT contra a tese
de Ballenger.
Ballenger deveria ter olhado para
Hebreus. No capítulo 9, verso 3, há uma seção que descreve o santuário do VT.
Descreve o santo e os equipamentos que nele estão; também o santíssimo e seus
equipamentos. Aqui o santo é chamado de primeira tenda e o santíssimo de
segunda tenda.
Percebamos claramente as palavras
usadas no verso 3 - "mas depois do segundo véu estava a tenda (ou
tabernáculo) que se chama o santo dos santos." O local se chama
"santo dos santos". Onde se localiza? Após o segundo véu. Portanto,
se este é o segundo véu, logicamente deve haver o primeiro. No livro de Hebreus
a linguagem usada é segundo katapetasma, portanto deve haver o primeiro
katapetasma que é, sem dúvida, o véu de entrada no santo.
Este é o segundo argumento contra
Ballenger.
Lugares do Santuário
O argumento de Desmond Ford
concentra-se em Hebreus 9:8-9:
1. Ele diz que os locais no santuário
de Hebreus, o do céu e o da terra, são basicamente os seguintes:
a. a concentração no terrestre é no santo e a concentração no
santuário celestial é no santíssimo. Há,
portanto, uma divisão: o terrestre, um símbolo para
o VT; o celeste, um símbolo para o NT. O problema
é que o terrestre precisa permanecer para que
possa completar o celestial.
b. A interpretação geral entre os eruditos ASD é que, quando
se fala do terrestre, aparece a palavra "santo";
quando fala do celeste, também usa a palavra "santo".
Portanto, não há contraste entre em relação a
locais. Hebreus fala do terrestre e seu ministério e do celeste e seu ministério; o celeste é superior e o terrestre é inferior.
c. Há dois santuários divididos em dois compartimentos; o
terrestre representa o celeste. Tem duas divisões. O livro de Hebreus enfatiza os dois compartimentos tanto no terrestre como no
celeste.
PONTO DE VISTA DE UMA PEQUENA MINORIA:
Hebreus 9:8 - a palavra aqui é TÓN
HAGIÓN, que é traduzida de diferentes maneiras:
a. santuário
b. santo
c. santíssimo.
FORD interpreta como SANTÍSSIMO.
Enquanto o primeiro tabernáculo ainda tem o seu lugar. Para alguns eruditos o
primeiro tabernáculo (primeira tenda) se refere ao completo santuário do VT.
Primeiro no que diz respeito a "tipo".
Ford diz que é primeiro em termos de
"lugar", isto é, lugar santo; o santo do terrestre que, finalmente,
perde o lugar em direção a Deus, sendo substituído pelo santíssimo do
celestial.
v. 9 - "é uma PARÁBOLA...".
Pergunta: qual a natureza da parábola?
Para Ford o ministério do santo é uma
parábola para o VT e o santíssimo uma parábola a era do NT no céu.
A palavra relevante aqui é HÁGIOS, que
aparece nove vezes nestes três capítulos. Mas esta palavra pode ser usada de
diferentes maneiras: santuário, santo ou santíssimo. Daí a dificuldade de
entendê-la, mas muito importante fazê-lo.
ESQUEMA DA SEÇÃO
(observar o QUIASMO)
E TERRESTRE CELESTIAL E'
9:1-10 9:11-14
1º tabern. - HÁGIA (Santo) TA HÁGIA "DIÁ"
2º tabern. - HÁGIA HÁGION Tabernáculo (Santo)
(Santíssimo) 1. Maior
2. Perfeito
3.
Sem mãos
D CONCERTO CONCERTO D'
8:6-13 9:15-22
C SANT. CELESTIAL SANT. TERRESTRE C'
8:1-5 9:23-28
TÓN HÁGION = SS Contraste c/ o celeste
SKENE = Tabern. = S TA HÁGIA = SS
1. Verdadeiro HÁGIA
= S
2. Sem mãos 1. Verdadeiro
3. Cópia 2.
Sem mãos
4. Tipo 3.
Cópia
4.
ANTÍTIPO
B SACERDÓCIO SACRIFÍCIO B'
Cap. 7 10:1-18
A VÉU VÉU A'
6:19-20 10:19-20
Cap. 6:19-20 - Cristo, nossa esperança, está no céu, atravessa o
véu.
10:19-20 - também usa "véu"
- podemos entrar no santíssimo, pelo sangue de Jesus, pelo caminho que Ele nos inaugurou,
através do véu.
O próximo ponto é o sacerdócio. O
capítulo 7 é o capítulo do sacerdócio. Faz-se uma comparação do sacerdócio de
Cristo com o levítico. O de Cristo é chamado de sacerdócio de Melquisedeque, e
é superior, pois dura para sempre; os sacerdotes levitas morriam.
Cap. 10 - fala de sacrifícios. Os
sacrifícios do VT não servem realmente para aquilo que deviam servir; eram
temporários. Não purificavam nem aperfeiçoavam as pessoas. Mas o sacrifício de
Cristo foi feito uma vez por todas; é capaz de limpar e extirpar o pecado.
Cap. 8:1-5 - o santuário
particularmente descrito aqui é o santuário celestial - modelo do terrestre.
v. 2 - expressão
"tabernáculo" e "santuário" - muitos acham que se refere a
uma coisa só. A posição de W. Shea é que o autor de Hebreus fala de dois
compartimentos: o santo e o santíssimo:
a. verdadeiro tabernáculo;
b. não feito por mãos humanas;
c. cópia.
Não são equivalentes, são partes
diferentes.
v. 2 - "como ministro do
santuário e do verdadeiro tabernáculo..."
Em grego, a palavra
"ministro" é colocada entre "santuário" e "verdadeiro
tabernáculo". Portanto, se são compartimentos diferentes, por que usa esta
linguagem?
Lev. 16:16,20 - expiação dos pecados e
impurezas no dia da expiação. A expiação começa pelo lugar santo (QODESH), pela
"tenda" e pelo "altar".
QODESH é a palavra usada para o
santíssimo;
TENDA é a palavra usada para o santo;
ALTAR é a palavra usada para o pátio.
Portanto, em Levítico 16 aparece
QODESH 7 vezes para o santíssimo, e quando deseja falar do SANTO usa a palavra
"tenda" e para o PÁTIO usa a palavra "altar". Esta é a
linguagem em Levítico.
Parece, portanto, que em Hebreus 8:2,
o autor usa a mesma linguagem. O modelo é Levítico 16.
POR QUE USA ESTA LINGUAGEM? Porque o centro
do livro de Levítico é o capítulo 16, que trata da expiação. Portanto, toma a
linguagem do dia mais importante do ano.
Logo, em Hebreus 8:2, HÁGION e o
"tabernáculo" (SKENE) não são a mesma coisa; referem-se a dois
lugares no ministério do céu. HÁGION é o santíssimo e SKENE, o santo.
9:23-28 - Nesta seção fala do
santuário celestial em contraste com o terrestre.
vv. 23-24 - "Cristo não entrou em
santuário feito por mãos, figura do verdadeiro, porém no mesmo céu
(HÁGIA)..." Este lugar é definido pela mesma palavra usada em 9:1-2 -
HÁGIA (sem artigo definido e se referia ao lugar santo do santuário celestial).
Portanto, faz uma comparação, onde contrasta o santo terrestre com o santo
celestial.
v. 24 - a palavra para FIGURA é
"antítipo", enquanto que em 8:5 é "tipo". Há então um
paralelismo: TIPO refere-se ao TERRESTRE e ANTÍTIPO refere-se ao CELESTE.
Assim, temos a relação entre os dois santos.
9:25 - "... como o sumo-sacerdote
cada ano entra no santo dos santos..." Que tipo de serviço está falando no
qual deveria entrar uma vez por ano? NO DIA DA EXPIAÇÃO. Fala de uma nova parte
do santuário, descrita por uma palavra diferente: TA HÁGIA (com artigo).
Há um contraste entre os versos 24 e
25. No verso 24 usa HÁGIA (sem artigo) para santuário (santo); no verso 25 usa
a palavra TA HÁGIA (com artigo) para santíssimo.
No capítulo 8 há o mesmo contraste. No
verso 2 usa TÓN HAGIÓN para santíssimo e SKENE (tabernáculo) para santo, onde
há quatro modificadores e todos se aplicam ao tabernáculo (SKENE):
a. verdadeiro
b. sem mãos
c. cópia
d. tipo.
Voltando a 9:24, HÁGIA (sem artigo)
refere-se ao santo, também com os mesmo quatro modificadores:
a. verdadeiro
b. sem mãos
c. cópia
d. ANTÍTIPO (note a diferença).
Próxima seção: 8:6-13 9:15-22
O assunto aqui é o concerto. O
concerto do passado (8:6-13) era o velho concerto que falhou e foi substituído
por um melhor (9:15-22), onde Cristo é o Mediador de um novo concerto.
É simples, direto, e ambas as seções
dizem a mesma coisa.
Última seção
9:1-10 9:11-14
Santuário terrestre Santuário celestial
Analisemos a linguagem usada pelo
autor:
9:1-5 - há um primeiro tabernáculo,
chamado HÁGIA (sem artigo) - SANTO. E há um segundo tabernáculo, chamado HÁGIA
HÁGION - SANTÍSSIMO. Temos, então, o santo e o santíssimo. E aparece o que há
em cada compartimento (tabernáculo):
Primeiro tabernáculo (compartimento):
a. candelabro
b. mesa e os pães da proposição.
Segundo tabernáculo (compartimento):
a. incensário
b. arca (com tudo o que nela havia -
vv. 4-5).
Refere-se, portanto, ao santuário
terrestre.
9:11-14 - novamente aparece a
linguagem do tabernáculo. Cristo entra "através" (preposição grega
DIÁ) do tabernáculo, indo do santo para o santíssimo.
Alguns crêem que o
"tabernáculo" do verso 11 se refira ao tabernáculo terrestre,
entretanto não pode ser o terrestre, porque aparecem os modificadores (MAIOR,
MAIS PERFEITO, NÃO FEITO POR MÃOS).
E no verso 12 o SANTO LUGAR é descrito
como TA HÁGIA, portanto, santíssimo. Note que TA HÁGIA não tem modificadores,
pois se refere ao santíssimo. Aqui se percebe claramente o movimento de Jesus
indo do santo para o santíssimo. Entretanto, podemos notar um movimento inverso
em Hebreus 8:1-5, onde Cristo aparece sentado à direita do trono de Deus, de
onde sai para iniciar Seu ministério no santo - portanto, um movimento do
santíssimo para o santo.
SUMÁRIO
Existem, portanto, quatro seções sobre
o santuário em Hebreus:
Primeira seção: 8:1-5 - dois termos
técnicos:
a. Tabernáculo (para santo)
b. Santuário (para o santíssimo).
Segunda seção: 9:1-10 - aparecem o
primeiro e o segundo tabernáculo:
a. HÁGIA (para o santo)
b. HÁGIA HÁGION (para o santíssimo)
Terceira seção: 9:11-14 - aparecem
dois termos:
a. Tabernáculo (refere-se ao santo)
b. TA HÁGIA (o santo = santíssimo)
Quarta seção: 9:23-28 - aparece a
palavra HÁGIA:
a. HÁGIA (sem artigo) - santo
b. TA HÁGIA (com artigo) - o santo =
santíssimo.
9:8-9 - estes versos falam do
santuário terrestre e suas funções.
v. 8 - sumariza o que esta lição
ensina - "querendo com isto dar a entender o Espírito Santo que ainda o
caminho do Santo Lugar não se manifestou , enquanto o PRIMEIRO TABERNÁCULO
continua erguido."
A palavra usada para "tabernáculo"
é SKENE, entretanto, aqui aparece PROTO SKENE (primeiro tabernáculo).
O verso diz que enquanto o primeiro
tabernáculo (PROTO SKENE) ainda tem sua função, o caminho está aberto para o
santo no céu.
Pergunta: É o primeiro em termos de
tempo ou de localidade?
Resposta: Em termos de tempo.
9:1 - usa a mesma palavra para
primeiro concerto e santuário terrestre.
9:2 - diz que o tabernáculo está
aberto por causa do sacrifício de Jesus. Entretanto, enquanto o primeiro
tabernáculo tinha uma função especial em relação a Deus, este caminho ainda não
estava aberto.
9:9 - QUAL É A PARÁBOLA?
Se estivesse relacionada com as
funções dos dois santuários, a palavra usada seria TUPOS, porém, a palavra
empregada é PARABOLÉ, que significa "ensino", com uma lição central,
cujos detalhes não são relevantes. O importante na parábola é sua lição
central.
A parábola usada em Hebreus tem que
ver com a data e o contexto em que o livro foi escrito. Nunca usa o templo de
Jerusalém em sua comparação, apesar de este templo ainda estar lá. Este era o
templo para o qual os judeus cristãos estavam correndo o risco de retornar.
Então o escritor usa o santuário que deixara de ser usado há mil anos como uma
parábola para o templo ainda em uso. Sua argumentação é: o templo de Jerusalém
não tem importância perante Deus; não voltem às práticas antigas do judaísmo;
elas não têm valor perante Deus; um novo caminho está aberto perante nós.
HÁ TRÊS MINISTÉRIOS NO SANTUÁRIO
CELESTE:
│ │ │
──┼── │ │
1º
│ │ 2º DIÁRIO
│ 3º JULGAMENTO ANUAL
───────┴──────────┴────────────────┴─────────────────────────────
Antes
de iniciar Intercessão 1844
o
"diário" -
apresentação
do
Seu
sacrifício
LOCALIZAÇÃO OU COMPARTIMENTOS DO
SANTUÁRIO:
Quando comparamos o ministério de
Cristo em Hebreus com o de Levítico, vemos Jesus como Sumo-sacerdote. Quando
Jesus entra no lugar santo, inicia a segunda fase de Seu ministério (após a
ascensão). A partir de 1844, quando entra no lugar santíssimo, dá início à
terceira fase de Seu ministério.
O PRIMEIRO MINISTÉRIO foi apresentar o
sacrifício a Seu Pai. Ellen White descreve a ascensão de Jesus na linguagem do
Salmo 24. Não recebe honra dos anjos e dos mundos não caídos que ali estão para
recebê-LO, enquanto não apresenta Seu sangue ao Pai. O sacrifício foi
suficiente, a raça humana foi redimida. O concerto eterno foi selado. Esta é a
primeira fase do ministério de Cristo.
A EXPIAÇÃO
EM HEBREUS
Há várias passagens, em termos de
santuário terrestre, em Hebreus. Qual a função delas?
FORD aceita a idéia de que, por
ocasião da ascensão, Jesus iniciou o ministério equivalente ao dia da expiação
do antigo Israel.
MAS, É ESTE O USO EM HEBREUS? NÃO! A maneira como se usa a expiação em
Hebreus é a seguinte:
a. Existe um sistema sacrifical usado
no VT, mas todos os sacrifícios juntos não podem se igualar ao
sacrifício de Cristo.
b. O dia da expiação era o principal
dia do sistema de sacrifícios. Era o melhor que podia
oferecer; mas não era suficiente.
c. A relação com o dia da expiação não
tem que ver com TIPO e ANTÍTIPO, mas SUPERIOR e INFERIOR.
Portanto, não se pode, no livro de Hebreus, usar TIPO e
ANTÍTIPO.
Sem comentários:
Enviar um comentário