ÊXODO
Capítulos 1 - 6: descrição do fim da
permanência do povo de Deus no Egito. As coisas estavam piorando, o povo orava
por livramento, por isto Deus envia um libertador: Moisés.
Histórias de nascimento na Bíblia:
Estas histórias têm uma função especial, não é simplesmente o relato do
nascimento de um lindo bebê; as histórias são relacionadas com o nascimento de
um libertador. Temos a história do nascimento de Moisés, e ele livra o povo do
Egito. Em Juízes temos a história do nascimento de Sansão, e ele deveria ser o
libertador contra os filisteus, mas não cumpriu sua missão. Temos, portanto,
uma nova história de nascimento - Samuel - e ele deve cumprir aquilo que Sansão
não fez. Quando chegamos à história do nascimento de Jesus, a história mais
relatada na Bíblia, a maior de todas, ela indica que o maior de todos os
libertadores chegou. Não é Aquele que vai livrar do Egito, mas de um inimigo
maior. Este é o que nasceu para nos livrar do pecado. As histórias de
nascimento na Bíblia, portanto, têm uma função teológica - anunciam a vinda de
um libertador.
Capítulos 7 - 12: fala sobre o diálogo
com Faraó e as pragas.
Capítulos 12 - 15: como resultado da
última praga ocorre a libertação de Israel, o Êxodo. Moisés lidera agora o povo
para fora do Egito. Eles são libertados através do mar, dos egípcios, que se
afogam, e não mais se verá esses egípcios. Então continuam a viagem, a caminho
do Sinai.
Capítulos 16 - 19: a primeira coisa
acerca da experiência do povo no Sinai é que há uma aparência, ou semelhança,
geral entre o Sinai e o santuário. Consideremos alguns versos em Êxodo 19:
A sugestão é que um quadro aproximado do santuário está sendo descrito.
Vemos na planície o que poderíamos chamar de pátio; os sacerdotes vão até parte
do caminho, o que chamaríamos de lugar santo; mas a presença de Deus, que mais
tarde será chamada Shekinah (este termo não é bíblico, foi colocado
posteriormente ao tempo bíblico, é uma palavra hebraica, mas o hebraico falado
após o tempo bíblico. Na Bíblia o termo equivalente é KABOD, que significa a
glória, o resplendor que circunda a pessoa). Portanto, Moisés foi até o lugar
que chamaríamos de santíssimo, manifestado pela presença de Deus. E é nesta
ocasião que os Dez Mandamentos são dados, e é isto o que temos em Êxodo 20.
Capítulo 20: é importante o conteúdo
deste capítulo. Sabemos que parte contém os Dez Mandamentos (vv. 1-17). E o
povo novamente olha para o topo do monte, e a manifestação de Deus lá é
estarrecedora. O povo pede a Moisés que fale com Deus. Então, no verso 21,
temos a segunda instrução deste capítulo: Moisés se chega próximo a Deus e Ele
lhe dá novas instruções, desta vez sobre os altares. Duas instruções diferentes
são dadas sobre como construir o altar: (a) eles deveriam fazer o altar de
tijolos ou então de pedras - e vejam a conexão: Ele dá as leis e então o
tratamento quando a lei é quebrada (o que deveria ser feito no caso de ser
quebrado o mandamento). Temos aqui, portanto, um par muito importante, que em
teologia posterior poderíamos chamar do seguinte: com as leis Deus nos diz como
viver (sem dúvida vivemos estas leis pelo poder que Jesus Cristo, o Filho de
Deus, nos dá, e há um nome específico em teologia que chamamos de Santificação,
ou vida santificada. Mas o que acontece quando se cai deste estado de vida
santificada? Se se quebra estas leis? É necessário um sacrifício. No sistema
vétero-testamentário era necessário um sacrifício sobre o altar; no sistema no
neo-testamentário temos este sacrifício, o sacrifício de Cristo, de uma vez por
todas. O que é cumprido neste caso é aquilo que nos dá a Justificação. Em Êxodo
20, portanto, temos a justificação no altar e a santificação, que é viver as
leis. A razão para a indicação deste ponto é porque temos um bom número de
Adventistas que parece ter problemas no relacionamento entre a justificação e a
santificação. Alguns vão a extremos na justificação e outros na santificação.
Este é o primeiro exemplo que temos do
equilíbrio entre justificação e santificação, e o que é instruído aqui é
realizado no capítulo 24. Entre os capítulos 20 e 24, ou seja, 21 e 23, há uma
coleção de leis que tem alguns nomes e são chamados os códigos do concerto, ou
de pacto. E o que estas leis significam? É uma maior elaboração dos princípios
que encontramos nos Dez Mandamentos e há um relacionamento entre os Dez
Mandamentos e estes códigos do concerto. Aqui temos princípios elaborados e os
casos em que os princípios são aplicados. Portanto, se quisermos ver como os
Dez Mandamentos funcionam de fato, no antigo Israel, temos a elaboração dos
casos. Por exemplo, "não furtarás" - este é o princípio - e se um
homem roubasse um cordeiro em campo aberto deve pagar X moedas de prata.
Concerto do Sinai - há um acordo entre
Deus e Israel - Lev. 26:12: "Andarei entre vós e serei o vosso Deus e
sereis o Meu povo". Se quisermos saber qual o núcleo deste concerto
antigo, encontramos o seguinte: o acordo de Deus é "Eu serei o vosso
Deus" e Israel é parte deste acordo, "Vós sereis o Meu povo". Aí
é onde os dois se encontram, as duas partes do concerto. Num verso, numa
sentença, temos o centro, o coração do concerto.
Tem sido dito algumas vezes que este é
o concerto das obras, porque eles deviam guardar todas estas leis, mas deveria
ser visto que guardar estas leis é algo que nasce de um acordo, um concerto. O
guardar das leis é algo que nasce do relacionamento entre as duas partes.
Quando Deus diz: "vós sereis o Meu povo", Ele está dizendo
"sereis a Minha nação eleita, de todas as nações do mundo Eu escolhi a
vós" - isto é eleição, escolha, e é através da graça de Deus que Israel
foi escolhido. Portanto, este velho concerto está fundamentado na graça e
misericórdia de Deus. Agora, portanto, Deus escolhe e estabelece esta nação
como a Sua nação eleita, e então dá a esta nação todas estas leis. Ele dá leis
religiosas e políticas, que chamamos de leis civis. Como parte destas leis
religiosas estão as leis cerimoniais do santuário e agora, ao considerarmos
estas leis, veremos o sacrifício, a expiação. Não é possível dizer, portanto,
que este concerto é um concerto de obras, quando as próprias leis estão
providenciando agora o sacrifício para a expiação.
A questão é da relação das obras. O
povo que estava ao pé do Sinai guardou as leis porque as leis constituíam o
concerto feito com Deus, ou seria o contrário, eles entraram em um relacionamento
de concerto com este Deus e, como conseqüência deste concerto, eles guardaram
as leis? Realmente a segunda opção: o velho concerto, bem como o novo concerto,
ambos são concertos de graça. Ao compararmos os dois, o velho e o novo, em
ambos os casos, em primeiro lugar entram num relacionamento de concerto. Em
ambos os casos, como conseqüência, vão viver de um determinada maneira, as
obras como fruto, ou produto, deste relacionamento. O velho e o novo concertos
são estabelecidos na graça. Vemos esta graça mais claramente na cruz. Mas aqui
vemos a graça nos sistema de sacrifícios e vemos também na eleição de Israel,
portanto, ambos são baseados na graça.
Será que eles tiveram uma experiência
de justificação pelas obras neste concerto? Sim. Este foi um uso inadequado do
antigo concerto. Será que temos alguma experiência de justificação pelas obras
no novo concerto? Sim. Também é um uso inadequado deste concerto. Portanto, uma
tentativa de justificação pelas obras existe tanto no velho como no novo concerto.
É sobre isto que os profetas estão reclamando com o povo ao dizerem a palavra
do Senhor que não tolera mais os sacrifícios que o povo está oferecendo, porque
eles estão usando inadequadamente estes sacrifícios; eles estão oferecendo
sacrifícios sem pensar no que estão fazendo. Não é o sistema sacrifical o
problema, mas o uso inadequado do sistema.
A última metade do Livro de Êxodo fala
como o santuário deveria ser construído. E eles de fato construíram o santuário
desta forma. O código do concerto é finalizado no capítulo 23 e notem o que
Moisés faz no capítulo 24: ele recebe as leis de Deus, desce da montanha e,
quando desce (v. 4) ele se levanta bem cedo e erige um altar. A segunda parte
do capítulo 20 de Êxodo diz "constrói um altar" e agora, no capítulo
24, vemos a realidade, um altar que é construído por Moisés. Notem que este
altar não é o mesmo altar que será utilizado no santuário mais tarde.
Poderíamos chamar este de um altar "temporário", um altar que é usado
até que o santuário seja construído. A construção levou um ano e, durante este
ano em que a construção estava em andamento, este era o altar que era usado.
Deus não esperou um ano para que o sistema de sacrifícios se iniciasse. No
primeiro momento em que Moisés desce da montanha ele construiu o altar e
ofereceu sacrifícios sobre este altar. Notem o que ele fez com o sangue deste
sacrifício: parte do sangue é derramado ao pé do altar e o resto é espargido
sobre o povo; isto significa que este concerto está sendo ratificado, estabelecido.
No restante do Livro de Êxodo,
considerando os capítulos 25 a 30, há algumas instruções sobre como construir o
santuário. Há, então, um interlúdio, e o assunto é retomado nos capítulos 36 a
39. E o mesmo ciclo é retomado no capítulo 40. Esta é, portanto, a estrutura:
. instrução (caps. 25-30);
. construção (36-39);
. Deus diz como o santuário deve ser
construído (cap. 40) e ele é de
fato construído.
Basicamente há quatro episódios
falando desta construção do santuário. Todos os elementos do santuário, seja
qual for a brevidade deste relato, o princípio sobre o qual todas estas
instruções são estabelecidas, começa do Santíssimo e vai para fora. O princípio
é iniciar do lugar mais santo, indo para o menos santo. Portanto, quando Deus
dá a instrução, Ele diz como construir este mais santo, então o menos santo, o
pátio e, finalmente, tudo o que está ao redor. E quando eles fazem aquilo, eles
trabalham na mesma ordem: do mais santo em direção ao menos santo.
Quando Deus diz como montar, eles
também montam nesta mesma ordem (há uma exceção interessante: o altar de
incenso).
. 25:10 - instrução sobre a construção
da arca;
. v. 23 - instrução sobre a construção
da mesa dos pães da proposição;
. v. 31 - instrução sobre o
candelabro.
O que deveria seguir-se nesta ordem de dentro
para fora seria o altar de incenso, mas não é esta a ordem de instrução. É
falado sobre as cortinas, a tenda em geral, o pátio e no capítulo 30
encontramos a instrução sobre o altar de incenso: "porás o altar defronte
do véu... onde Me avistarei contigo" (v. 6). A instrução sobre a
construção do altar de incenso foi a última. Somente depois de serem dadas as
instruções de construção de todas as partes do santuário é que vem a instrução
de como construir o altar de incenso. Notem o propósito especial deste altar de
incenso: encontrar Deus neste lugar, diante da arca, diante do propiciatório. A
razão para esta alusão é porque devemos considerar o livro de Hebreus 9:1-4:
parece indicar que o altar pertence ao lugar santíssimo. Geograficamente o
altar se encontrava no lugar santo, mas em relação ao ministério ele pertencia,
segundo o livro de Hebreus, ao lugar santíssimo. Há comentaristas que dizem que
o autor do livro de Hebreus não conhecia a geografia do santuário, que os
detalhes não estavam claros, por isso ele colocou o altar no compartimento que
não era próprio. Em realidade, ele não usa a preposição "em", ele usa
um verbo que tem uma preposição. O que o autor está fazendo aqui é uma
consideração ao capítulo 30 de Êxodo, em que o propósito do altar de incenso é
de ministério no lugar santíssimo; o incenso que está sendo queimado sobre este
altar ultrapassa a cortina diante da presença de Deus cada dia, não somente uma
vez por ano. Esta era a função do altar de incenso. E a instrução dada a Moisés
no livro de Êxodo reconhece isto ao colocar neste local o altar e o autor de
Hebreus está mencionando este fato. Isto tem que ver com o princípio geral de
construção - do mais santo para o menos santo.
Consideremos novamente o livro de
Êxodo (25:8) - o propósito final, supremo, deste santuário, é que Deus pudesse
habitar no meio deles. O verso seguinte fala de como Moisés deveria construir
este santuário - segundo o modelo que lhe foi mostrado no monte. O vocábulo Hebraico
usado aqui é TABNIT e, quando o autor de Hebreus menciona este verso usa o
termo TUPÓS, que podemos reconhecer como a palavra "tipo". A pergunta
é a seguinte: O que Moisés viu? Há estudos bastante sobre este termo, mas
basicamente ele viu um tipo de modelo ou objeto. O que ele não viu, segundo o
uso que se faz deste termo, foi uma planificação arquitetônica; viu um modelo,
um objeto, mas não um detalhe de planos. Há três idéias sobre o que Moisés viu:
1. Santuário celestial;
2. Modelo do santuário celestial;
3. Modelo do santuário terrestre.
Primeiro Deus mostrou a Moisés, depois
deu-lhe uma ordem para construir.
v. 40 - os objetos dentro do santuário
também têm um modelo (arca, candelabro, mesa dos pães).
FORMA - encontrada no livro de Êxodo.
FUNÇÃO - encontrada no livro de
Levítico.
Êxodo 40 - a pergunta é: como eles
colocaram para funcionar este tabernáculo?
Os primeiros oito versos dizem
respeito à construção ou montagem do santuário. O verso 8 diz o que eles devem
fazer após esta montagem, como inaugurar o ministério do santuário.
Versos 9 e 10 - UNÇÃO de cada objeto
do santuário, depois a tenda também é ungida.
Verso 12 - as pessoas são ungidas
(Arão e seus filhos).
Esta unção é um sinal de que agora o
santuário entra em serviço. Ele é ungido, portanto, para um serviço específico.
Será
que as pessoas do VT, ao estarem diante do templo, compreendiam que este templo
ou santuário, tinha alguma relação com o templo celestial?
I Reis 8 - Esta passagem trata do
discurso de Salomão, quando o templo foi inaugurado, o início do ministério
deste templo de Salomão. O que Salomão diz neste discurso ajuda a compreender o
relacionamento entre este templo e o templo celestial.
Verso 27 - será que este templo é
suficiente para conter a presença divina? Não, ele sabe que Deus é muito maior
que aquele templo, mesmo o próprio céu não é suficiente para conter a presença
de Deus. Início de uma oração com uma série de pedidos: quando algumas coisas
negativas ou más acontecerem com o povo e eles orarem ao templo:
v. 30 ú.p. - "ouve a
súplica...quando orarem neste lugar, ouve do céu"
v. 34 - "ouve do céu e perdoa o
pecado de Teu povo"
vv. 35-36 - pedido do povo e a
resposta vem do céu.
v. 39 - novamente a resposta vem do
céu.
vv. 42-43 - o mesmo.
vv. 44-45 - o tema se repete.
O panorama é o seguinte: aqui está a
pessoa que vem orar para este templo e, quando a pessoa orar para este templo,
Deus, do céu, vai ouvir e responder à oração. Há uma conexão, portanto,
bastante íntima entre o santuário terrestre e o celestial. E isto foi
reconhecido claramente nos tempos do VT, e Salomão confirma isto nesta oração.
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