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quinta-feira, 14 de novembro de 2013

ESTUDO SOBRE O SANTUÁRIO 2ª SESSÃO - PERÍODO PATRIARCAL





Período Patriarcal

          Pode-se dizer que, no período dos patriarcas, não havia nenhum templo. Sem dúvida não havia templo, mas haviam altares e sacrifícios, e os altares e sacrifícios são uma prefiguração deste santuário.

          Conforme sabemos, o plano da salvação não foi elaborado após a queda; Deus tinha o Seu plano já pronto. Ellen White diz em Patriarcas e Profetas que Adão e Eva ofereceram sacrifícios no portão do jardim do Éden - na Bíblia isto não é especificamente mencionado. Deus deu a nossos primeiros pais vestes feitas de pele de cordeiro, mas não foi um sacrifício oferecido por eles. O primeiro sacrifício especificamente mencionado encontra-se em Gênesis 4, na história de Caim e Abel. Ambos trouxeram sacrifícios, cada um trouxe parte daquilo que produziram, seus produtos, mas Deus só aceitou o sacrifício de Abel, rejeitando o de Caim. É interessante ver como o sacrifício de Abel é descrito em Gênesis 4:4 - nesta referência sobre o sacrifício de Abel é dito que ele trouxe a gordura do sacrifício. Como oferecer a gordura do sacrifício? Se oferecemos isto, é importante que se mate o animal; portanto, é a primeira menção do sacrifício de um animal na Bíblia. Não é mencionado aqui especificamente que ele tenha oferecido este animal sobre UM ALTAR, mas temos aqui o primeiro caso de um ser humano oferecendo sacrifício.

          O ALTAR é mencionado em outro texto próximo - Gên. 8:20 - onde diz que Noé "levantou um altar". Aqui temos uma referência específica a um altar e a primeira referência bíblica sobre um altar onde um sacrifício é oferecido. Assim, Abel é o primeiro a oferecer um sacrifício e, na história de Noé, o primeiro altar de sacrifício é mencionado e as ofertas queimadas são expostas por Noé. É dito o que ele fez com esses sacrifícios e também é dito como ele selecionou os animais. A história real sobre o uso desses altares é aumentada ao se explicar a história de Abraão, o qual foi chamado pela fé, para vir para a terra de Canaã. O primeiro lugar onde ele pára ao vir para Canaã é a cidade de Siquém. Gênesis 12:6 diz que ele chega a Siquém e, no verso seguinte, é dito sobre o altar que Abraão edificou. Não é dito que ele tenha oferecido um sacrifício sobre este altar, mas a implicação lógica é que ele ofereceu. Observemos o contexto: a primeira parte deste verso fala sobre o concerto que Deus estabeleceu com Abraão e a segunda parte da edificação do altar por Abraão. A construção, portanto, deste altar, é colocada no contexto do concerto. Como sabemos, o concerto é ratificado com sacrifício.  Portanto, o símbolo neste verso é o seguinte: Abraão ratifica o concerto feito com Deus com sacrifício, mas, indubitavelmente ele continua a usar este altar para o culto. E é isto o que encontramos no altar seguinte, como relatado no  verso 8 - Abraão vai para um local mais distante (Betel) onde constrói um outro altar ao Senhor e, neste altar, é dito que ele invocou o nome do Senhor, uma afirmação que significa mais especificamente uma oração. Uma outra função, portanto, do altar patriarcal, é o oferecimento de orações, mas novamente diríamos que isto inclui o sacrifício de animais. Temos implicitamente o sacrifício de animais nos dois casos, mas no primeiro caso vemos o altar no contexto do concerto e, no segundo, falando de oração e culto.

          No capítulo 13, verso 4, Abraão já havia estado no Egito e volta agora para Canaã. Ele vem ao mesmo local de Betel, onde estivera antes, onde reconstrói - ou constrói outro - o altar. Novamente o invocar o nome do Senhor é oração, mas oração num contexto de culto. Seu destino final em Canaã era mais para o sul, em Hebrom. Assim, em 13:18 fala de sua chegada a Hebrom e do que ele fez ali - levantou um altar ao Senhor. É claro qual era o costume de Abraão nestas referências: onde quer que ele fosse, ou parasse, ele construía um altar e sobre este altar ele invocava o nome do Senhor, que significa oração, e estes altares tinham como propósito sacrifício.

          Quando chegamos ao capítulo 15 voltamos a ver especificamente o sacrifício de animais, mas não em relação a um altar. Novamente temos o sacrifício mencionado que ratifica ou reafirma um concerto. É a história de Abraão, que toma vários animais, imola-os e reparte-os ao meio e os coloca sobre o chão. Ele espera e ora a Deus. A aprovação divina é demonstrada quando Deus passa como se fosse fogo entre esses sacrifícios. E isto demonstra duas coisas:
          1. Deus aceitou o sacrifício de Abraão; e
          2. o relacionamento do concerto é reafirmado também.
Temos neste caso um sacrifício de animais sem uma referência específica a um altar, pois parece que ele está oferecendo estes sacrifícios sobre o chão.

          Mas o caso mais importante na vida de Abraão sobre a oferenda de um sacrifício aparece próximo ao fim de sua vida, quando finalmente ele tem o seu filho da promessa (que era tudo o que tinha) e Deus lhe pede para sacrificar este filho. A história encontra-se em Gênesis 22. No verso 9 temos a referência a um altar, conforme os outros casos de sua vida. Ele constrói um altar (e Isaque sabe muito bem o propósito dos altares construídos por seu pai: para sacrifícios) e aqui então vem o assunto principal: onde está o sacrifício? Isaque então se dá conta de ele próprio será o sacrifício. Ellen White descreve a cena dizendo que Isaque, sendo jovem, poderia facilmente suplantar a seu pai e escapar, mas não o faz; ele tem a mesma fé que seu pai, crê que seu pai de fato falou com Deus e então, voluntariamente, oferece-se para o sacrifício, aceita partilhar a mesma fé de seu pai.

          Sabemos que Deus estava fazendo com Abraão o teste supremo - e ele é aprovado. Ele tinha tanta fé que creu numa coisa que era tão difícil crer. Deus respondeu a esta fé providenciando um substituto para o sacrifício. Novamente Ellen White descreve que os anjos do céu,ao contemplarem a cena, tiveram uma nova compreensão do plano da salvação, da relação entre o Pai e o Filho, de como o Filho viria a esta Terra e, de modo voluntário, ofereceria a Sua vida. Temos aqui, portanto, um tipo do oferecimento do Filho numa data posterior.

          Para nosso propósito presente tenhamos em mente o uso do altar: o cordeiro que era providenciado deveria ser sacrificado sobre o altar - este é o local onde o sacrifício é feito, conforme todas as passagens do tempo patriarcal. Neste tempo, portanto, o altar é o local onde a salvação é operada, mediante os sacrifícios oferecidos sobre ele.

          A prática de construir altares continua na vida e experiência de Jacó. Quando volta para Siquém, onde seu pai primeiramente tinha vindo, constrói um altar e lhe dá um nome, que pode ser traduzido El "o Deus de Israel". Este altar, portanto, é dedicado a um Deus pessoal. Lembremos que, nesse tempo, não havia uma nação de Israel; Israel é o nome pessoal de Jacó. (Cf. Gên. 33:18-20).

          A última referência que encontramos está em Gênesis 35:7, quando Jacó volta a Betel. Foi nesse lugar, onde, anteriormente, ele tivera uma revelação de Deus. Ali ele constrói um altar e, novamente, lhe dá um nome. O nome do altar deriva do local onde foi construído, e pode ser traduzido como "Casa de Deus". Em adição, portanto, no tempo de Jacó temos algo a mais em relação aos altares e este algo mais é o costume de se dar nome aos altares.







                                                 SUMÁRIO
                                                       
                             Por que os patriarcas usavam o altar?

          1. Sacrifícios - e pode implicitamente indicar que é por            causa do pecado.
          2. Concerto - em algumas ocasiões o sacrifício oferecido              sobre o altar podia ratificar o concerto. É dito que o             nome do Senhor era invocado.
          3. Oração.
          4. Adoração.
          5. Memorial (no caso de Jacó).
          6. Gratidão (no caso de Noé).

          Tudo isto aponta para o sistema do santuário. Podemos dizer que era o sistema do santuário em embrião.

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