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quinta-feira, 14 de novembro de 2013

ESTUDO SOBRE O SANTUÁRIO 6ª SESSÃO - ZACARIAS



ZACARIAS

          História do Livro

          586 AC - destruição do templo por Nabucodonozor, o qual ficou em ruínas durante todo o exílio babilônico. Daniel 9 - oração pelo templo - período persa. 538 AC: decreto de Ciro - os judeus podem retornar e reconstruir o templo - devolve os utensílios (cf. Esdras 1). Os judeus voltam e constroem o altar. No ano seguinte voltam para prosseguir, lançam os fundamentos, mas são interrompidos pelos samaritanos. Assim, de 536 AC a 520 AC, a área do templo permanece abandonada, não há qualquer trabalho em andamento. Novo rei entronizado na Pérsia - Dario (522 AC). Os judeus vêem neste novo rei uma oportunidade para retomar o trabalho do templo, e é isto o que eles fazem (ver Esdras 5 e 6 - considerar especialmente 4:24). Portanto, por 15 anos, nada acontece, o povo negligenciou o projeto de reconstrução.

          Agora DEUS quer animar o povo a retomar o projeto, utilizando para isto os PROFETAS:

          AGEU E ZACARIAS (Esdras 5:1) - profetizariam ao povo em nome do SENHOR. Como resultado, o templo é finalizado no 6º ano de Dario (516 AC), ou seja, em apenas 4 anos terminaram o trabalho.

          Veremos a seguir a mensagem de ZACARIAS, proferida em 520 AC, que motivou o povo para a reconstrução. DEUS deu a ZACARIAS uma série de 8 visões, como clips, breves, registradas nos capítulos 1 a 6; e cada uma destas visões trata da reconstrução do templo.

          Veremos cada uma das visões, organizadas em forma de QUIASMO (derivada da forma da letra Grega X), que se apresenta em forma de paralelismo invertido. Esta é a maneira normal dos hebreus escreverem, pensamentos paralelos, muito encontrado no livro dos Salmos. Neste tipo de poesia, faz-se uma declaração e uma outra declaração é feita, sendo que esta segunda é muito semelhantes à primeira, com pequenas diferenças.

          Esta forma de quiasmo forma o que se chama PALÍNDROME, como em 1991, que ao ser lido ao reverso, apresenta a mesma forma.

          POR QUE DEUS USOU ESTA FORMA PARA FALAR AO POVO? 3 razões:  
          1. Era muito conhecida naquele tempo, como demonstrado pela        literatura bíblica e extra-bíblica (egípcios e                                babilônios também conheciam);
          2. facilita a memorização;
          3. coloca ênfase no clímax da história.

             Exemplo: dilúvio - há este tipo de relacionamento:
             a. animais que entram e animais que saem da arca;
             b. águas que sobrem e depois descem.

          O que está no centro da história?

          Gên. 8:1 - a arca assentada sobre o monte - a declaração chave é: "DEUS lembrou-Se de Noé." Este é o clímax da história.

          Assim também encontramos em Zacarias; as profecias centrais são as mais importantes.



1ª Visão - 1:7-11
v. 8 - é visto um homem montado num cavalo vermelho, parado entre as murteiras; atrás há outros 3 cavalos.
v. 9 - o que são os cavalos?
v. 10 - são os enviados a percorrer a terra, esquadrinhar, como uma patrulha.
Jó 1:7 - Satanás diz que veio de "percorrer" a terra.
v. 11 - relatório dos cavaleiros: a terra está TRANQÜILA. Este é o ponto da mensagem. Há um modelo para este esquadrinhar: o CORREIO PERSA. Estes foram os primeiros a terem um correio rápido - havia postos de correio na rota, com cavalos descansados - a cada 30 km se trocava de cavalos - assim a correspondência do rei podia seguir rapidamente. Este é o modelo: o correio traz as novas: a terra está em paz, tranqüila.

Duas coisas:
1. Para os judeus o ponto mais importante é que, havendo paz, é tempo de reconstruir o templo, o que não é possível em tempo de guerra. Agora há paz - pode reconstruir - este é o ponto central da 1ª visão.
2. Por que estes mensageiros traziam estas novas?
Deve ser o 2º ano de Dario.
8º Visão - 6:1-8
vv. 1-3 - novamente cavalos, mas cores diferentes. Diferença maior: cavalos puxando carros, mencionados várias vezes.
v. 4 - o que é isto?
v. 5 - vão em direção aos quatro ventos - saem de Jerusalém:

          N


O
      . Jerusalém

                      L
                (Babilônia/
                 Pérsia


S
(Egito)

Os cavalos seguem nestas direções por causa da geografia do Oriente Médio. O caminho para o Leste seguia primeiro para o Norte, por causa do deserto.
Os carros são um tipo de tanque de guerra, usados por Dario, para promover a paz no primeiro ano de reinado. Portanto, os cavalos puxam carros para a guerra.
v. 7 - percorriam a terra (cf. 1:10)
v. 8 - dirigiram-se para o

Mas o que aconteceu no 1º ano? Uma guerra. Dario não era filho de Cambises, o rei precedente, que morreu sem deixar herdeiro. Dario era general do exército e proclamou-se rei; muitas partes do império persa não o aceitaram - assim muitas batalhas ocorreram no 1º ano para apaziguar estas rebeliões. 
Ilustração destas batalhas: gargantas na montanha - Dario gravou a história em 3 línguas - há desenhos de Dario subjugando os inimigos - sete batalhas maiores ocorreram no 1º ano e Dario venceu todas.

Segundo ano de Dario - o império está sob controle, não há guerra, há paz, o que permite aos judeus reiniciar a construção.

MURTEIRAS: 2 interpretações:
a. descrição geral - pode estar em qualquer lugar;

b. descreve um local específico, i.é, JERUSALÉM.
No tempo de Ezequias escavaram um túnel na rocha, mas antes havia um aqueduto que contornava a colina, levando água até o jardim do rei, para irrigar árvores que ali eram cultivadas.

Portanto, pelo contexto da visão, pode-se crer que as murteiras estavam em Jerusalém, onde o templo deveria ser reconstruído e foi para onde os cavaleiros levaram as novas de que a terra estava em PAZ.

Norte. Por quê? Porque ali estava o problema, onde a guerra acontecia e a paz era mais necessária.

Vemos assim as diferenças e semelhanças entre a primeira e oitava visões:

. os cavalos servem de modo diferente;
. na primeira visão os cavalos voltam para dizer que a paz está estabelecida;
. na oitava visão os cavalos saem para estabelecer a paz;
. na primeira visão - vale profundo;
. oitava visão - cavalos saem de entre dois montes.

Cronologicamente, os acontecimentos da oitava visão ocorrem antes do que é descrito na primeira.

2ª Visão - 1:18-21

v. 18 - visão de 4 chifres
v. 19a - que é isto?
v. 19 b - são os poderes que quebraram Judá, Israel e Jerusalém (paralelo com Daniel 7:8: chifres como reino/poder) Não há necessidade de identificar 4 reinos específicos; considerados em conjunto, significam Babilônia.
v. 20 - visão dos 4 ferreiros.
v. 21 - os ferreiros iriam quebrar os 4 chifres, ou o poder, que causou a dispersão do povo de Deus, o que permitiria a volta do povo.

EXPLICAÇÃO POLÍTICA PARA O EXÍLIO: os judeus foram dispersados por estes poderes terrenos, mas agora a situação se inverte e o povo pode voltar e reconstruir o templo.

7ª Visão - 5:5-11

vv. 5-6 - a mulher e o efa (cestos) - medida para grãos. O ponto mais importante é que o efa é usado como um meio de transporte para a mulher.
v. 8 - título da mulher: IMPIEDADE.
A "mulher" pode representar o povo de Deus (Ap. 12 - mulher que foge para o deserto. VT - Jerusalém chamada "filha de Sião" - descrita como mulher).
Esta é uma mulher representando o povo de Deus, mas este tem cometido impiedade e por isto é levado para cativeiro.

EXPLICAÇÃO RELIGIOSA PARA O EXÍLIO: impiedade do povo. Mas o povo foi levado em cativeiro pelos poderes políticos da época. Portanto, as duas visões estão relacionadas. Por causa da impiedade do povo, os poderes políticos têm permissão para levar o povo em cativeiro.

Cronologicamente, a sétima visão ocorre antes da segunda.


3ª Visão - 2:1-5

v. 1 - um homem (possivelmente um anjo) com um cordel de medir.
v. 2 - para onde vai? Medir Jerusalém.
vv. 3-4 - o anjo diz para correr atrás do homem e dizer-lhe que não precisa medir Jerusalém. Por quê? Porque ela será tão grande, tão abençoada por Deus, que não haverá maneira de medir estas bênçãos. Teria tanta gente vivendo em paz e prosperidade que não seria possível medir e nem mesmo teria muros.

Ilha de Creta - civilização Minóica (Minoana) - grandes cidades com grandes muros - época de Moisés - cidades/estado - só controlavam seu próprio território..

Ruínas da capital romana em Creta: grande cidade, sem muros - natureza do império romano: controlava o mundo.

Jerusalém não teria muros. COMO PROTEGER A CIDADE?

v. 5 - duas coisas:
a. o próprio DEUS lhe seria um MURO DE FOGO AO REDOR;
b. colocaria no MEIO da cidade a Sua GLÓRIA (KABOD) - a glória está no SHEKINAH.

Dois tipos de fogo provenientes de Deus: a glória (SHEKINAH) no centro e muro de fogo ao redor. É a cidade das bênçãos ilimitadas, incomensuráveis,...

BÊNÇÃO SEM MEDIDA



6ª Visão - 5:1-4

v. 1 - rolo desenrolado: vê-se a escrita e seu tamanho.

v. 2 - 20 côvados de comprimento e 10 de largura: medida do lugar santo no tabernáculo do deserto.

v. 3 - escrita uma MALDIÇÃO no rolo sobre quem furtar e jurar falsamente (oitavo e nono mandamentos).

No tabernáculo havia um rolo de maldições, colocado num saco ao lado da arca, que poderia ser o livro de Deuteronômio ou todo o Pentateuco. Em Deuteronômio 26 a 33 temos as bênçãos e maldições em relação àqueles que guardam ou quebram o concerto.

Portanto, Zacarias diz que o concerto ainda está em vigor e que é obrigação do povo guardar os mandamentos. Se eles guardarem serão abençoados, se quebrarem serão amaldiçoados.

A maldição é medida pela medida do rolo.


A MALDIÇÃO MEDIDA


4ª Visão - 3:1-10

v. 1 - Sumo-sacerdote Josué
      
Dois seres: Satanás e o SENHOR. Etimologicamente, a função de Satanás é acusar, i.é, achar alguma coisa errada em alguém.

v. 2 - o SENHOR está ao lado de Josué e toma sua defesa; reprova a Satanás: "Não é este um tição tirado do fogo?" - "Este é Meu filho e Eu o aceito."

FOGO - representa o exílio do qual Josué foi trazido, portanto é um dos que retornaram.

v. 3 - Aparência de Josué: trajado de vestes sujas: significa sua própria injustiça.

v. 4 - "tirar as vestes sujas", i.é, tirar as iniqüidades, portanto, JUSTIFICAÇÃO PELA FÉ.

Há uma aplicação local: Satanás diz a DEUS que Josué não pode ser aceito como sumo-sacerdote, servir no templo, pois está sujo e não tem condições para tal.

PERGUNTA: As acusações de Satanás eram corretas?

SIM, porque Josué era culpado, mas não de uma forma geral, como todos os seres humanos; ele era o sumo-sacerdote - e o que ele tinha feito? NADA! Por 15 anos o templo estivera em ruínas e ele nada fez. Que tipo de sumo-sacerdote é este?
Portanto, as acusações de Satanás eram corretas. Este
5ª Visão - 4:1-14

Zorobabel - governador

v. 2 - o que vês?

DUAS OLIVEIRAS - um cano que se dirige para um vaso, que tem 7 lâmpadas e 7 lábios.

O QUE ISTO REPRESENTA?

ÓLEO = ESPÍRITO SANTO

Portanto, o óleo escorre das oliveiras até o vaso, que supre as lâmpadas.

RELAÇÃO COM O SANTUÁRIO: CANDELABRO. Portanto, há uma representação simbólica, mediante o qual a luz vem ao mundo.

v. 6 - MENSAGEM CENTRAL:

O óleo que traz a luz ao santuário e também ao mundo, é o Espírito Santo, que também dará a Zorobabel a força para construir o templo.

A mensagem central a Zorobabel é que ele foi capacitado pelo Espírito Santo a reconstruir o templo.

v. 9 - "as mãos de Zorobabel lançaram os fundamentos, elas mesmas a acabarão..."

QUANDO ZOROBABEL LANÇOU OS FUNDAMENTOS?
Esdras 3 - isto ocorreu 17 anos antes, portanto ele tem um problema semelhante a Josué: lançou os fundamentos, mas não pôde concluir, e esta falha só pode ser suprida pelo Espírito Santo, que o capacitará a reconstruir.


sumo-sacerdote parece ser sem qualquer valor e não pode se apresentar diante de Deus para oficiar.

Deus reconhece este fato, mas em Sua graça e misericórdia, diz que o aceita, vai capacitá-lo e usá-lo no serviço do templo.

Deus agiu em favor de Josué:
vv. 4-5 - tirou vestes sujas e turbantes sujos e colocou um turbante limpo e trajes próprios (sacerdotais) para a função. Esta é uma descrição dos trajes da justiça de Cristo. Deus coloca estes trajes sobre Josué, que agora está capacitado a desempenhar suas funções sumo-sacerdotais - isto é representado na visão pelo novo traje e novo turbante.

Depois desta substituição de trajes, o que vais fazer? Esta é a segunda metade da profecia e tem relação com o santuário.

v. 7 - Deus fala a Josué que se for obediente aos Seus preceitos, terá direito a algumas coisas:

a. "julgarás a Minha casa"
b. "guardarás os Meus átrios"
c. "livre acesso entre estes"
   Quem são "estes"? Os anjos. Os mesmos que lhe deram novas vestes. E onde estão os anjos? Na presença de Deus, no SANTÍSSIMO.

Quando isto é cumprido?
v. 8 - profecia messiânica - Josué tem alguns companheiros (não anjos) - sinal favorável. O Messias recebe um título específico: RENOVO (usado

v. 10 - quando os fundamentos foram lançados houve duas reações entre o povo:

a. alegria (Esdras 3:11)
b. choro (Esdras 3:12 - os que viram o primeiro templo) - Zacarias 4:10 descreve este grupo.

Portanto, a mensagem é que os que desprezam os começos humildes também se alegrarão, quando virem o prumo nas mãos de Zorobabel (PRUMO - instrumento usado para verificar o nível vertical).

Quando Zorobabel estivesse no alto no templo, para medir as paredes já construídas, toda a obra terminada, as pessoas se alegrariam.

v. 7 - Há montanhas que são obstáculos para Zorobabel cumprir sua missão, mas o Espírito Santo lhe dará o poder. Mas este verso afirma que Zorobabel colocará a PEDRA DE REMATE e, quando isto ocorrer, as pessoas aclamarão: GRAÇA E GRAÇA, ou... QUÃO LINDA (Graça e beleza são representadas pela mesma palavra original).

RELAÇÃO ENTRE AS DUAS VISÕES:

. A quinta visão ocorre primeiro, porque Zorobabel tem que construir o templo;

. Quando o templo tiver sido reconstruído, então Josué poderá ministrar.

Há uma progressão:

Na sexta visão (rolo) - medida do LUGAR SANTO do tabernáculo.

também em Jeremias e Isaías).
Neste ponto da profecia está-se falando do templo; por que esta referência ao Messias aqui?

          SUGESTÃO:

No santuário, no Santíssimo, dentro da arca, estava a VARA DE ARÃO. Portanto, quando Josué, ao realizar seu trabalho como sumo-sacerdote, ao penetrar no Santíssimo, veria esta profecia sobre o Renovo.

          CONEXÃO TEMÁTICA:

No antigo templo havia uma vara. No novo templo também há uma vara (Renovo), só que maior e melhor: a Vara Messiânica. Assim, a vara de Arão se torna um tipo do Messias que virá.

v. 9 - PEDRA - com sete faces (olhos) - inscrição em cada face.

No Santíssimo também tinha uma pedra: os Dez Mandamentos.

O novo templo também teria uma nova pedra, mas perfeita.

Portanto, a lei de Deus é representada aqui de forma simbólica.Assim, quando Josué tiver acesso ao Santíssimo, irá ministrar diante dos anjos, da vara e da pedra gravada.

Portanto, o trabalho específico que ele vai realizar quando tiver direito de acesso, é o ministério do dia da expiação, e toda esta preparação em termos de novas vestes e novo turbante,
Quinta visão: CANDELABRO (utensílio do lugar santo).

Quarta Visão: ANJOS, VARA, PEDRA - referência ao Santíssimo.

Terceira visão: GLÓRIA DO SENHOR - muro de fogo, Shekinah.

No centro climático destas visões encontramos dois homens, com dois tipos de trabalho: Zorobabel deveria construir o templo pelo poder do Espírito Santo (o que podemos chamar SANTIFICAÇÃO)

Josué deveria oficiar neste templo com novas vestes (o que podemos chamar JUSTIFICAÇÃO).



prepara-o para realizar este trabalho. E quando realizar este ministério, beneficiará a toda a nação, trazendo uma bênção para todos, a qual é descrita no verso seguinte:

v. 10 - "Naquele dia cada um         de vós convidará o seu próximo para debaixo da vide e para debaixo da figueira."

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