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segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

MIRIÂ A IRMÂ DE MOISÉS




MIRIÃ, UMA LÍDER QUE EXAGEROU EM SEUS MÉRITOS

"Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração. Prova-me e conhece os meus pensamentos. E vê se há em mim algum caminho mau, e guia-me pelo caminho eterno''.
Salmo 139:23,24, A Bíblia Viva.

Êxodo 15:19.21
Números 12:1-15
Números 20:1

Miriã tinha sido uma criança inteligente. A mãe prontamente lhe tinha confiado uma responsabilidade de tal importância, que a vida do seu irmão mais novo dependia do seu sucesso. Ela completou a sua tarefa com coragem e tato, pondo a sua mãe, uma mulher hebréia, e uma princesa egípcia em contato mútuo. Assim, o irmão foi salvo, beneficiando tanto a sua família como o povo de Deus. Êx. 2:1-10. A criança era Moisés, mediador do velho concerto, o profeta que falou face a face com Deus.
Como adulta, Miriã foi uma mulher de valor. O seu caráter tinha sido formado no seio de uma família onde a fé era uma realidade diária. Os seus pais haviam tido a coragem, o amor e a habilidade para desafiarem as ordens dum rei tirano a fim de salvarem a vida do seu filho mais novo. A família de Anrão e Joquebede foi a única na existência de Israel, pois produziu três grandes líderes – Moisés, Arão e Miriã – que serviram todos a nação, ao mesmo tempo.
"Certamente te fiz subir da terra do Egito, e da casa da servidão te remi; e pus diante de ti a Moisés, a Arão e Miriã". Declarou Deus mais tarde, através do profeta Miquéias (6:4). Quando Moisés conduziu o seu povo impertinente do Egito para Canaã, foi auxiliado pelo seu irmão Arão, o sumo sacerdote, e pela sua irmã Miriã, a profetisa.
Ela não era uma simples acompanhante. Era sua colaboradora, com responsabilidades de liderança. Miriã, uma mulher solteira, foi chamada por Deus para uma tarefa excepcional.
Teve o privilégio de ser a primeira mulher profeta – porta-voz de Deus.
Em atos e palavras ela proclamou a grandeza de Deus. A sua vida estava toda concentrada em amar a Deus e ao Seu povo. Os seus dons e interesses eram demasiado grandes para serem usados exclusivamente no reduzido círculo familiar. Israel tinha muitas esposas e mães, mas uma só Miriã. Deus confiou-lhe uma posição elevada. Uma nação inteira estava dependente dela. Recebeu a suprema satisfação na vida, ao dedicar-se integralmente à sua tarefa.
Estava perto dos cem anos quando o milagre do Mar Vermelho  assombrou as multidões. A água que trouxe salvação ao povo de Deus confirmou a queda dos seus inimigos. "Cantarei ao Senhor, porque sumamente se exaltou'', clamou Moisés depois; " lançou no mar o cavalo e o seu cavaleiro" (Êx. 15:1). Depois de os homens terem começado o cântico festivo, as mulheres continuaram. Desse dia em diante, Israel iria continuar a cantar a respeito de vitórias excepcionais, por causa de Miriã. Ela foi a primeira – de espírito enérgico e jovem, apesar da sua idade. Com o tamboril na mão, continuou o cântico de Moisés. Encorajou as mulheres a dançarem em honra de Deus, enquanto exultavam de alegria, "... cantai ao Senhor, porque sumamente se exaltou".
Miriã nasceu líder. As mulheres seguiam-na prontamente. E embora não pudessem prever o futuro, o seu cântico tornou-se uma fonte inesgotável de apoio às mulheres durante a sua longa peregrinação pelo deserto. Anda-se melhor enquanto se canta, e a pessoa preocupa-se menos. Não havia meio de ela saber com que freqüência seria necessário encorajarem-se umas às outras com a fidelidade de Deus. A viagem foi longa por causa da desobediência do povo. Mas elas recobravam a coragem enquanto cantavam, "ele lançou no mar o cavalo e o seu cavaleiro''. Contudo, o amor próprio estava-se tornando fatal para Miriã.
Ela era uma mulher forte. A liderança vinha-lhe com facilidade. E, como muitas vezes acontece, esta mesma força tornou-se a sua fraqueza. Tem-se dito que as circunstâncias revelam o interior da pessoa. A circunstância que revelou o caráter de Miriã foi o segundo casamento de Moisés, desta vez com uma mulher etíope.
Compreende-se que Miriã achasse isto difícil. Era estranho que Moisés, um homem de Deus, casasse outra vez com uma mulher de outra nação. Ou estaria ela simplesmente a reagir contra a presença de outra mulher na vida de Moisés, especialmente por ela própria ser solteira? Estaria ela indignada porque ele se satisfazia com uma mulher estrangeira, enquanto inúmeras outras mulheres israelitas seriam mais adequadas? Estas perguntas não são respondidas nas Escrituras.
Moisés, o grande líder dos israelitas, era o irmão mais novo de Miriã, e ela estava preocupada a seu respeito. Estava interessada em saber em que medida os resultados deste casamento poderiam afetar o povo. O casamento teve lugar num período da história em que os parentes, geralmente, decidiam sobre os assuntos do casamento. Considerando a sua preocupação deste ponto de vista, pareceria ser uma reação espiritual correta da parte duma mulher amadurecida. Mas estava longe disso.
Miriã, que tinha ascendido ao posto mais elevado até então exercido por uma mulher, e foi nomeada por Deus na mesma ocasião, juntamente com os dois líderes masculinos, tinha simplesmente ultrapassado os limites. Ela exagerou os seus méritos. Considerou-se no mesmo nível de Moisés, e no seu orgulho subverteu a autoridade dele. "Era ele, de fato, o líder dos três?" perguntou ela. "Não eram ela e Arão seus iguais?"
Miriã não era motivada por um real interesse no bem-estar do povo, ou de Moisés, mas por ciúme. Arão, o mais brando dos três, não pôde resistir à sua dominadora irmã, e, por isso, acompanhou-a. Juntos, Miriã e Arão tentaram usurpar o lugar de Moisés. Agindo assim, puseram em perigo a unidade e o futuro de toda a nação. Além disso, tentaram impedir a revelação direta de Deus. Em lugar de pensarem no bem-estar de todos os interessados, pensaram só egoisticamente. Filipenses 2:14.
Deus criou o homem para se dar a si mesmo aos outros. Quando uma pessoa faz isso, experimenta a maior felicidade. Os seus horizontes são enriquecidos e alargados. Mas a sua vida toma-se pobre e limitada quando egoisticamente ele deseja simplesmente receber – quando ele próprio é o centro do seu pensamento.
Moisés permaneceu calmo. Não mostrou qualquer desejo de se defender. Houve, contudo, alguém que defendeu os interesses de Moisés, e esta tornou-se uma experiência pavorosa para Miriã e Arão. Pois Deus ouviu no céu, soube e viu o que estava acontecendo. Ele tomou imediatamente medidas para acabar com a rebelião contra a liderança de Moisés e castigar os culpados.
Quebrantados e de joelhos trementes, Arão e Miriã apareceram diante de Deus. Ouviram como Ele julgou a situação. Moisés, escutaram eles, não era apenas o líder indiscutível, fora também investido numa posição mais alta do que todos os profetas.
Era evidente que Deus tinha escolhido Moisés para ser o mediador entre Ele e o Seu povo. Ele respeitava de tal modo Moisés, que não falava com ele através de enigmas vagos e sonhos obscuros. Pelo contrário, falava-lhe como um homem fala com os seus amigos (Êx. 33:11), abertamente, naturalmente.
Miriã e Arão haviam atacado um homem altamente respeitado por Deus. Quando Ele na Sua divina justiça e autoridade os chamou a contas, eles não se puderam desculpar. No fim de contas, não tinham prejudicado Moisés, mas a si mesmos. Moisés, o mediador apontado por Deus, era um tipo do Salvador que havia de vir. Rejeitar Moisés era, de fato, rejeitar o Messias. Foi isto que tomou a situação tão séria. Quando Deus os deixou na Sua ira, Miriã estava leprosa. Essa era a mais temível das doenças, pois minava a força da pessoa que a tinha. Degradava-a com uma morte lenta. Deus tinha-a marcado com a maldição da lepra.
A mulher que, durante anos, tinha ido à frente da multidão, cantando; que tinha desafiado as outras mulheres a cantarem louvores a Deus, fora expulsa da posição de liderança. A sua voz, que antes tão harmoniosamente havia louvado a Deus, gritava agora um rouco "impura", "impura", quando alguém ficava ao seu alcance. Os membros do seu corpo tornar-se-iam gradualmente mais e mais repugnantes, até que finalmente cairiam. Ela atravessaria a vida aleijada e só, até à morte.
Miriã tinha de experimentar muito claramente quão grande fora o seu pecado aos olhos de Deus. A vergonha do seu ato podia comparar-se à atitude de um pai que cuspia na face do filho, publicamente. Portanto, ela tinha de sofrer o seu castigo também em público, de modo que toda a gente pudesse ver como Deus castigava as pessoas que tinha tão alto conceito de si próprias. Rom. 12:3. Miriã, a mulher valente e ativa, não encontrou palavras para responder à sua maldição.
Arão recuperou primeiro a sua compostura e mostrou que tinha aceito a correção. Ele disse a Moisés "Oh, meu Senhor'' – não lhe chamou "irmão", mas "senhor", reconhecendo assim a liderança de Moisés. "Não ponhas sobre nós este pecado que fizemos loucamente". Arão identificou-se completamente com o pecado de Miriã. Depois, não foi ele, o sumo sacerdote, mas Moisés que suplicou a Deus pela cura dela. Moisés não mostrou ter aprovado o julgamento de Deus nem repreendeu Miriã e Arão. Simplesmente orou a Deus e a sua oração reduziu a sentença de Miriã de uma longa vida de sofrimento a sete dias apenas.
A atitude de Miriã havia prejudicado não só a sua própria pessoa, mas também o seu povo. A sua viagem fora retardada por causa do seu pecado. A nação inteira foi impedida de avançar até que Miriã estivesse de novo com eles. Os sete dias que ela passou como um proscrito devem ter dado a Miriã muito assunto para meditação. Teria ela compreendido então que é o próprio Deus que elege os seus líderes? – que na Sua ordem divina Ele confia a liderança àqueles que são suficientemente humildes para desejarem servir? Luc. 22:24-27; 1 Ped. 5:5,6. Teria ela saído de lá uma melhor pessoa? Teria ela sido purificada?
A Bíblia não registra qualquer rebelião posterior. Teria a experiência destruído a força e a utilidade de Miriã? Teria ela perdido o seu dom da profecia? A Bíblia não o diz, mas afirma que ela morreu antes do povo ter entrado na terra prometida.
Miriã era uma mulher que desempenhava uma função principal na sociedade. Constituía uma posição excepcional a comissão que lhe havia sido dada por Deus. A história de Miriã ofereceu um maravilhoso desafio enquanto usou a sua posição para honrar a Deus. Uma pessoa que faz isto, dificilmente errará. Todavia, Miriã escapou-se gradualmente do controle de Deus na sua vida, para assumir -ela própria esse controlo. Isto aconteceu, sem dúvida, de modo tão sutil, que ela não reconheceu que a mudança se estava dando. Talvez se ela tivesse sondado o seu coração honestamente e a tempo, pudesse ter evitado o juízo de Deus. Provavelmente, não teria então ultrapassado os limites, exagerando o seu valor.

Miriã, uma líder que exagerou os seus méritos
(Êxodo 15:19-21; Números 12:1-15; 20:1)

Perguntas:
1.     O que é que descobriu com respeito à personalidade e caráter de Miriã?
2.     Que lugar excepcional tinha ela entre o seu povo? (Miq. 6:4).
3.     Como é que ela procedeu quando lhe foi dada autoridade, e como é que provou que tinha um alto conceito de si mesma?
4.     O que é que ensinam Filipenses 2:3,4 e Romanos 12:3 acerca da crítica e da vanglória?
5.     Quais foram os resultados do seu pecado, para com ela, e para os outros?
6.     Formule o que aprendeu do seu exemplo. Como é que isto pode influenciar favoravelmente a sua própria vida?


FONTE: LIVRO SEU NOME É MULHER

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