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segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

A RAINHA ESTER




ESTER, UMA RAINHA QUE ARRISCOU A VIDA PELO SEU POVO

"Em 1959 o Xá da Pérsia, Mohammed Riza Pahlavi, casou com Farah Diba, uma estudante moderna de 21 anos. Em 1967 coroou-a imperatriz para expressar, de "modo invulgar'', a sua gratidão pela parte que ela tivera no avanço social e econômico do país, durante esse período de oito anos. A dedicação duma jovem mulher prova, mais uma vez, ser de grande influência na Pérsia''. A Autora

Ester 4:1,5-16
Ester 7:1-6
Ester 8:15-17

A história da rainha Ester é notável. Tem a atmosfera lendária das 1001 noites à mistura com o cheiro penetrante das câmaras de gás de Hitler. E embora o nome de Deus não apareça uma só vez no livro de Ester, a Sua presença é evidente em cada página.
Ester apareceu na cena, depois de outra mulher, a rainha Vasti, ter desaparecido do cenário real. Ester era a esposa de Assuero, o imensamente rico rei da Pérsia, que reinava sobre 127 províncias da Índia à Etiópia em 475 A. C.. O seu palácio real de inverno era em Susã, cerca de 320 quilômetros a leste da Babilônia. Possuía pavimentos e pilares de mármore donde pendiam cortinas brancas, verdes e azuis, que eram presas com cordões de linho fino.
A família real e os seus hóspedes reclinavam-se em canapés de ouro e prata. Durante as festas bebiam por vasos de ouro, dos quais não havia dois iguais.
Ester, uma bela jovem com uma disposição a condizer, tinha conquistado os corações da casa real. Não era persa, mas uma órfã judia que havia sido criada pelo seu primo Mardoqueu, um exilado de Jerusalém. Ele cuidou dela como se fosse seu pai, e ela obedecia-lhe como filha, mesmo já sendo rainha.
Mardoqueu, que servia a corte real, era odiado pelo chanceler do rei, Hamã, um amalequita. Hamã era brilhante, ambicioso e rude. Não poupava ninguém. Contudo, o rei resPe'tava-° muito e ordenou a todos os servos da corte real que se inclinassem diante dele. Mardoqueu foi a única pessoa que recusou fazer isso. Porque era judeu, ele só se poderia curvar diante de Deus. Hamã estava tão enraivecido com esta recusa, que decidiu matar Mardoqueu e todos os outros judeus no grande império persa.
Concebeu um plano tão sutil e seguro, que nenhum judeu conseguiria escapar. Todos seriam apanhados na rede que ele estava a lançar. A aniquilação total dos judeus – o povo de Deus – foi anunciada. A assinatura do rei tornava possível a Hamã varrê-los do globo para sempre. Os correios reais serviram-se dos animais mais rápidos e correram por todos os cantos do império imenso a anunciar a iminente calamidade. Os judeus ficaram abalados e aterrorizados.
Ester estava casada há cinco anos. A pedido de Mardoqueu, ela tinha permanecido silenciosa quanto à sua origem judaica, mas ele conservava-a diariamente informada a respeito da situação. Com o horrível extermínio dos judeus à vista, Mardoqueu achou que a única solução era a intervenção de Ester.
"Vai ter com o rei teu marido e pede-lhe a sua ajuda para salvar o teu povo", ordenou ele a Ester. O teu povo! Isso significava que ela tinha de revelar a sua origem judaica. Como é que iria reagir o rei? Acharia ele que havia sido enganado? Odiaria a raça dela como Hamã e tantos outros odiavam?
Existia outro obstáculo. Ninguém estava autorizado a apresentar-se diante do rei sem ser chamado, nem mesmo a rainha. Fazer isso significaria arriscar a sua vida. Ela não tinha qualquer garantia de que ele ainda a amasse como antes. Talvez outra mulher tivesse tomado o seu lugar.
Ela disse a Mardoqueu que não era chamada ao rei durante trinta dias. Ele persistiu, dizendo que ninguém mais poderia intervir. "Não imagines que escaparás à morte. Não interessa que sejas rainha. Todos os judeus morrerão, jovens e velhos. Nenhuma mulher ou criança será poupada'', disse ele. "Porque se de todo te calares agora, de outra parte se levantará para os judeus socorro e livramento, mas tu e a casa de teu pai perecereis; e quem sabe se para tal conjuntura como esta é que foste elevada a rainha?"
"De outra parte..." Mardoqueu estava a pensar em Deus. Ele não iria permitir este repugnante assassínio da nação judaica. Através dos tempos Ele havia prometido que o Messias viria deste povo. Hamã não poderia evitá-lo. Nem Satanás. Embora a necessidade de livramento fosse imediata, a confiança de Mardoqueu em Deus era sólida.
A ofensiva de Deus estava pronta. Ele não a executou através duma intervenção sobrenatural. Nenhum milagre da natureza, nenhum anjo, salvaria o Seu povo. Em lugar disso, seria uma fraca mulher. O futuro do povo de Deus raras vezes havia estado suspenso por um fio tão fino. Iria este plano ser bem sucedido? Iria a rainha cooperar com o plano de Deus ou não?
"Deus procura um instrumento, Ester, um ser humano. Você está pronta a dar a sua vida? Ele colocou você numa posição estratégica muito antes, porque sabia da catástrofe que se aproximava. A solução de Deus és você". Ester não recebeu a mensagem de Deus por meio das palavras autoritárias de um profeta estabelecido, que dissesse: "Assim diz o Senhor". Não recebeu qualquer visão celestial. Foi orientada pelas palavras de um parente. A direção de Deus não podia ter sido menos propícia. Todavia, ela aceitou as palavras de Mardoqueu como palavras de Deus.
A jovem Ester, que sempre havia revelado uns modos afáveis, provara agora que era feita da fibra dos heróis. Esta situação de crise revelou o poder da sua vida – Deus. Estava pronta a submeter a sua vida aos Seus planos. Desejava fazer a vontade de Deus. "Vai, ajunta todos os judeus que se acharem em Susã", disse ela, "e jejuai comigo e com as minhas moças durante três dias e três noites''.
Ela estava agora a identificar-se publicamente com o seu povo. O seu apelo ao jejum era uma chamada à oração. Reconheceu que não tinha qualquer poder, que não poderia oferecer qualquer ajuda. O auxílio só podia vir do Senhor, o Deus de Israel. Portanto, planejou assaltar o Seu trono celestial com oração durante três dias e três noites. Ester estava profundamente consciente de que precisava da orientação de Deus. Queria estar segura de que a missão de que a haviam incumbido era indicada por Ele. Sabia que Deus Se revelava na resposta à oração e precisava de sabedoria e coragem para agir de modo adequado. A quem é que pediria conselho senão Àquele que era a Fonte de toda a sabedoria e que a distribuía em resposta à oração?
"E assim irei ter com o rei, ainda que não é segundo a lei; e, perecendo, pereço". Ela havia queimado as pontes que ficavam na retaguarda. Esta jovem mulher estava pronta a arriscar a sua posição, a vida e futuro pelo seu povo.
Depois dos dias de oração, Ester enfeitou-se meticulosamente e foi ao rei, que, aparentemente, estava ocupado com os assuntos do reino. Quando ele a viu, o seu coração foi tocado. Estendeu o seu cetro de ouro para ela, como prova de que a sua vida estava salva. E perguntou: "Qual é o teu pedido, rainha Ester? E te será dado''.
A primeira parte da sua oração fora respondida. A sua vida fora poupada. E Deus havia deixado entreaberta a porta da salvação para o Seu povo. Ela não tinha orado em vão por sabedoria, apesar de tudo. Sentiu que esta não era a ocasião nem o lugar próprio para o seu pedido urgente. O seu discernimento quanto a esta situação revela que era uma mulher sábia, com perfeito domínio das suas emoções, e uma pessoa que não precisava fazer decisões apressadas. Era também uma mulher que reconhecia muito naturalmente que o caminho para o coração do homem passa muitas vezes pelo estômago. Convidou o rei para uma refeição, juntamente com Hamã.
Durante a refeição, o rei perguntou-lhe outra vez: "Qual é a tua petição? E te será dada''. Ester avançava cuidadosamente, passo a passo, dependendo de Deus. Bem no seu coração, sentia que ainda precisava ganhar tempo. Não tinha chegado ainda o tempo de Deus. "Voltem juntos amanhã'', pediu ela. E isso provou que era Deus quem estava a orientá-la.
Nessa noite, o rei não conseguiu dormir. Um cortesão leu-lhe de um livro de crônicas do seu povo. Fatos importantes que haviam permanecido na sombra vieram à luz. Eles encaixavam-se no conjunto do plano de Deus. Algum tempo antes, Mardoqueu havia revelado uma conspiração contra o rei e, desse modo, salvara a vida do rei. Mas Mardoqueu nunca tinha sido recompensado. Esta negligência tinha de ser corrigida. Hamã, o homem que tinha levantado uma forca de 27 metros de altura, perto da sua casa com a intenção de enforcar Mardoqueu, foi incumbido de lhe dar a recompensa.
No dia seguinte, durante a refeição, Ester revelou o seu pedido. De modo comovente, suplicou ao rei pela vida do seu povo. E pela sua própria vida: "Se ainda por servos e por servas nos vendessem, calar-me-ia", disse ela.
Não eram simplesmente as vidas dos judeus que pendiam na balança, estava também em jogo o bem-estar do rei. Uma conseqüência muito pior do que perder os seus servos e muito pior do que a reação em cadeia de ódio contra ele, iria verificar-se – ele estaria a agir contra Deus. Deus tinha chamado a este povo a menina dos Seus olhos (Dt. 32:10), e os protegeria e conservaria. Ninguém poderia atingir esta raça sem se arriscar à Sua ira (Zac. 2:8,9). Nem mesmo um rei. Portanto, ela queria protegê-lo. O seu discernimento e maneira de abordar o assunto mereceu o respeito do rei. Conseguiu convencê-lo. "Quem é esse? e onde está esse, cujo coração o instigou a fazer assim?", foi a resposta estupefata do rei.
O dedo de Ester apontou para Hamã, um dos seus hóspedes, e o súdito mais importante: "Foi esse homem ímpio aí – Hamã", respondeu ela.
Então tudo se tornou claro. A forca que havia sido levantada perto da casa de Hamã esperava pela execução de Mardoqueu, mas o rei mudou esse plano. "Enforcai Hamã" na forca que fora levantada para Mardoqueu", ordenou o rei. E assim se fez.
A esposa de Hamã e os seus sensatos amigos tinham tido razão. Haviam-lhe dito: "Se este Mardoqueu é um judeu, não prevalecerás contra ele. Pelo contrário, irás certamente cair perante ele''. Teria sido prudente se Hamã aprendesse com a história dos seus ancestrais, os amalequitas. Deus fora contra eles, por eles serem contra o Seu povo (Êx. 17:8-16; Dt. 25:17-19). Hamã descobriu que o ódio é uma emoção muito perigosa, que geralmente se vira contra a pessoa que o abriga.
Ester havia salvo não só a sua vida, mas também as vidas da sua raça inteira. O Novo Testamento diz que os cristãos brilharão como luzes neste mundo, como estrelas cintilantes na noite (Filip. 2:15). Ester foi uma estrela assim, que é precisamente o significado do seu nome "estrela".
As palavras do seu marido para a extinção dos judeus eram tão poderosas que não podiam ser simplesmente retiradas. Era necessária uma ordem oposta. "Escreve o que te parecer bem a respeito dos judeus", disse-lhe o rei. "Eu assinarei e selá-lo-ei com o meu anel''.
A heroína que havia salvo os judeus, arriscando a sua própria vida, recebeu o privilégio de lhes dar tão maravilhosas notícias! Em vez de ser uma mulher atrás dos bastidores, havia-se tornado uma pessoa de importância. As suas palavras pesariam muito dali em diante.
A boa nova chegou antes da data do assassínio em massa. Deus tratou disso. O dia que Hamã tinha marcado no calendário para ser um dia de tristeza, tornou-se num dia de alegria. Muitos não-judeus tornaram-se judeus, porque estavam tão profundamente impressionados com o que tinha acontecido. Queriam estar do lado do Senhor.
O dia de alegria tornou-se um dia de comemoração. A festa do Purim foi instituída. Nesta festa, ainda hoje os judeus em todo o mundo lembram o que a rainha Ester fez por eles. Todos os anos, quando o Purim é celebrado, os judeus lêem o Livro de Ester. Ela é grandemente honrada. O Talmude parece mesmo preferir este livro aos Salmos e aos Profetas.
Trinta anos mais tarde, Neemias reedificaria os muros de Jerusalém. Sem a rainha Ester, isso teria sido impossível. É difícil imaginar o curso da história sem ela. Humanamente falando, se não tivesse existido Ester não haveria nação judaica. E sem a nação, não teria havido o Messias. E sem o Messias, o mundo estaria perdido.
Ester preparou o caminho, desconhecido para ela, para a vinda de Cristo. Através dela, Deus mostrou também que a Sua direção está ao dispor dos Seus seguidores para fazerem decisões. Estas decisões devem ser baseadas na Palavra de Deus (Jo. 14:21), testadas pela oração (Tg. 1:5) e pelo conselho dos outros (Prov. 15:22), dependendo duma certeza íntima (1 Jo 3:21) e de portas abertas por Deus (Apoc. 3:7,8).

Ester, uma rainha que arriscou a vida pelo seu povo
(Ester 4:1 ,5-16; 7:1-6; 8:15-17)

Perguntas:
1.   O que é que mais o impressionou a respeito do caráter e da atitude de Ester perante a vida?
2.   Repita nas suas próprias palavras o conteúdo de Ester 4:14.
3.   Considere o seu apelo ao jejum à luz de Esdras 8:23 e Daniel 9:3. Que é que pode aprender com isso?
4.   Qual é a prova de que Ester arriscou expressamente a vida pelo seu povo?
5.   Descreva o que aconteceu ao povo como resultado da sua intervenção.
6.   Estude a dedicação de Ester à luz de Ezequiel 22:30. Quais são as suas conclusões?
7.   O que é que esta história lhe ensinou acerca da direção de Deus?

FONTE: LIVRO SEU NOME É MULHER

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