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quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

JOQUEBEDE A MÃE DE MOISÉS




JOQUEBEDE, UMA MULHER QUE APRENDEU A VIVER COM A TRISTEZA

"Quando todo o tipo de provas e tentações desabarem sobre as vossas vidas, meus irmãos, não as recebais como intrusos, mas dai-lhes as boas-vindas como a amigos! Reconhecei que elas vêm testar a vossa fé." Tiago 1:2-3, Phillips

Êxodo 1:8-22
Êxodo 2:1-10

O grito de um bebê recém-nascido atravessou a casa.
A mãe Joquebede (Núm. 26:59) caiu sobre as almofadas, exausta. Ao mesmo tempo, inundou-a um sentimento de uma nova felicidade maternal. Mais uma vez havia dado à luz um filho. Seja louvado o nome de Jeová! Este era o momento que tinha esperado com tanta ansiedade, que tinha desejado e receado ao mesmo tempo. "É menino, ou menina?", perguntou ela com ansiedade.
Antes que lhe respondessem, Joquebede foi distraída por sons que vinham de fora. Um chicote zuniu no ar e cortou desapiedadamente as costas de um dos seus compatriotas. Ela ouviu o grito de um hebreu e a palavra de maldição de um egípcio furioso. Tais sons tinham-se tornado mais familiares, e a sua penetração nas casas da colônia hebraica resultava num clima de medo e tensão. A situação dos israelitas na província egípcia de Gósen há muito que não era agradável, e nos últimos tempos havia piorado ainda mais.
No princípio, os egípcios haviam favorecido os hebreus, devido principalmente à influência de José, filho de Jacó. Através da sua visão e sábia liderança, o Egito tinha agüentado uma imensa fome, e nessa época os egípcios tinham-se sentido muito gratos. O seu país tornou-se um porto de refúgio para todo o Próximo Oriente (Gên. 41:55-57). Alguns anos após a morte de José, ainda os egípcios apreciavam os israelitas.
Quatro séculos haviam passado desde então, e a situação tinha-se modificado gradualmente. Mas Deus continuara a abençoar o Seu povo nessa terra estranha.
Os números de Israel aumentavam e os seus bens tornavam-se cada vez maiores. Como resultado dessa bênção que repousava sobre Israel, o povo egípcio começou a sentir-se ameaçado. Apertaram mais o controlo sobre os hebreus e tentaram limitar o seu crescimento pela supressão e trabalhos forçados. Todavia, as suas tentativas falhavam constantemente. Os israelitas começaram a multiplicar-se ainda mais depressa que antes.
Finalmente, Faraó tentou abordar o problema pela raiz. Para o ajudarem, pediu a colaboração de duas parteiras hebréias que auxiliavam as mulheres israelitas nos seus partos. "Vede atentamente se o que nasce é menino ou menina", ordenou ele, percebendo-se a ira na voz. "Se for menino, deveis matá-lo, mas deixai viver as meninas" (Êx. 1:16).
Essa ordem cruel também não chegou a dar resultado, pois as parteiras revelaram temer mais a Deus do que ao rei. Puseram de parte a sua ordem, com uma desculpa. "As mulheres hebréias têm os bebês tão depressa, que nós nem chegamos a tempo", responderam elas. "Elas não são demoradas como as mulheres egípcias" (v. 19).
A situação ainda não se tinha alterado quando, três anos mais tarde, o primeiro filho de Anrão  e Joquebede nasceu. Uma vez que as parteiras se recusaram a cooperar, o rei dera agora uma nova ordem, desta vez à nação inteira: "De agora em diante", decretou ele, "lançai todos os rapazes hebreus recém-nascidos ao Nilo" (v. 22).
A ordem abalou os israelitas já tão oprimidos. Para as mulheres hebréias, isso transformou a alegria da maternidade numa tensão horrível. Dali em diante, os primeiros gritos de vida de um menino eram logo seguidos dos gritos da sua morte, quando os seus corpinhos quentes eram lançados às frias águas do Nilo. Horrorizados, os pais eram forçados a ver constantemente os seus filhinhos a serem comidos pelos crocodilos.
"Comida de crocodilo", estremeceu Joquebede. "É isso o que Faraó faz da nossa carne e sangue". Então, num sobressalto, ela voltou à realidade da sua própria situação. Embora tivessem passado apenas alguns segundos desde a sua pergunta, ela sentiu que a parteira hesitava em responder. Quando a mulher olhou para ela, Joquebede descobriu receio nos seus olhos. "É  um menino", disse ela por fim, com um suspiro repassado de compaixão.
"Dá-me o bebê", foi tudo o que Joquebede pôde dizer. Um instante depois, ela apertava o fofo e rosado corpinho de encontro ao coração. "Que lindo bebê que tu és!" – segredou ela. Depois, mirando o menino da cabeça aos pés, sentiu-se dominada por uma estranha percepção. Não se tratava simplesmente dum belo bebê; aquela criança perfeita estava ligada aos planos de Deus de um modo todo especial. Ele era belo para Deus (Atos 7:20).
Deus tinha planos para o seu filhinho. Joquebede não podia definir exatamente que planos seriam esses, mas tinha a certeza de que eles existiam. Desse momento em diante, decidiu lutar pela vida dele. O sentimento dominante no seu coração não seria tristeza. Ela confiaria em Deus.
Joquebede e o marido eram levitas e por isso pertenciam à tribo que mais tarde viria a ser designada para servir a Deus no templo. Embora ambos tivessem nascido escravos, mantinham a sua fé em Deus. Joquebede invocava-O constantemente pela fé. Por causa desta sua fidelidade, ela recebia as Suas mensagens e ganhava convicções íntimas a respeito de coisas que seriam reveladas mais tarde.
Deus estava prestes a fazer algo de grande pelo mundo, pelos hebreus oprimidos e por esta família provada. E como geralmente faz na história, Ele incluiu um ser humano no Seu plano, Joquebede. Muito dependeria da sua fé, na medida em que ela se conformasse com a Sua direção.

O que é fé? É a firme confiança de que algo que esperamos irá acontecer. É a certeza de que aquilo que esperamos nos aguarda realmente, mesmo quando as possibilidades parecem mínimas (Heb. 11:1). Todos os cristãos têm sido justificados pela fé por meio de Cristo (Gál. 2:16), mas a fim de receberem a resposta às suas orações, eles têm de orar com fé (Mat. 21:21). Se duvidarem e não orarem com fé, as suas orações não serão atendidas, porque tudo o que for feito sem fé é pecado (Rom. 14:23).

A Bíblia mostra que Deus honrou Joquebede e o seu marido. A fé dos dois deu-lhes coragem para menosprezarem a ordem do rei (Heb. 11:23). Obedeceram a uma liderança mais alta, a Deus. Contra a ordem expressa de Faraó, esconderam o filho, dia após dia. A sua motivação era a obediência a Deus bem como o amor pelo menino.
O que é que eles esperavam? Um milagre? Essa solução era sem dúvida uma possibilidade. Deus, que criou os homens e os animais bem como toda a criação, simplesmente do nada, tinha poder para fazer todas as coisas. O Seu poder não estava limitado. A Ele tudo era possível.
Pouco, Joquebede começou a entender que Deus ia operar um milagre através dela. Contudo, nessa altura a situação continuava na mesma. A atmosfera no país ainda era de opressão e de hostilidade contra os hebreus. O rei não se havia tornado indulgente. De dia para dia tornava-se mais difícil esconder o bebê do mundo exterior. A sua voz ia-se tornando mais forte e os seus períodos de choro aumentavam os motivos de preocupação.
Joquebede não poderia provavelmente imaginar quão maravilhosas eram as ordens de Deus para esta criança que Ele chamara de um modo singular. "Toda a criança vem ao mundo com 'ordens seladas'. Todo o ser humano tem um destino distinto a cumprir" (The Christian Family, de Larry Christensen, p. 64).
Que ela diariamente dava banho, vestia e alimentava uma criança que se tornaria um dos maiores líderes nacionais da história era ainda assunto selado. Deus havia escolhido o seu filho para fazer dele uma das personalidades mais importantes do Velho Testamento. Como homem, ele transmitiria as leis de Deus ao povo hebreu, leis essas que séculos mais tarde ainda seriam consideradas como o fundamento da sociedade. Ele prefigurou o Filho de Deus – o Messias que havia de vir – e a primeira fase da concretização destes fatos tinha sido colocada nas mãos de sua mãe. Embora os problemas do povo de Deus, nessa época da história, parecessem insuperáveis, estavam na realidade a chegar ao fim. Deus tinha planos, mas não problemas. Os Seus planos seriam anunciados através desta criança.
Enquanto o tempo passava, a insegurança e a fé lutavam por prioridade. Existia insegurança humana no que dizia respeito à criança, e havia a certeza da fé. Esse período de prova concorreu para o crescimento da fé de Joquebede e deu-lhe coragem.
Essa confiança crescente tornou-a imaginativa. Ela revelou-se engenhosa na maneira de esconder a criança e concebeu o plano de lhe poupar a vida. Aprendeu a educar o pequeno Arão, de modo a que ele não traísse o irmãozinho. Conseguiu entender-se bem com Miriã, a sua única filha, a despeito de tudo o que tinha de fazer para cuidar do bebê. Deus também tinha ordens seladas para os seus outros filhos, cujo futuro estaria intimamente ligado ao deste menino. Joquebede era responsável tanto pelo desenvolvimento deles, como pelo do novo filhinho. O plano que Joquebede arquitetou era simples e acessível. Baseado em fatos que ela tinha cuidadosamente examinado, esse plano era acima de tudo inspirado pela fé. O próprio Deus lhe tinha dado as idéias, o que tornou o plano verdadeiramente genial e até engraçado na sua execução.
Primeiro, ela transformou um simples cesto de junco – talvez o cesto das compras – num pequeno barco. O exterior de junco tinha de proteger o bebê contra os crocodilos que pareciam ter pouco interesse em comê-los. Depois cobriu cuidadosamente o interior do cesto com betume e pez. A água que ameaçava de morte o menino tinha de salvar a sua vida. Tinha de se tornar num aliado e amigo da criança.
Calma e pacientemente Joquebede lançou-se ao trabalho. Todas as possibilidades foram pesadas. Passo a passo, enquanto desenvolvia as suas próprias e boas soluções, ela ia-se integrando nos planos que Deus havia formado no céu para o Seu servo na terra. A parte dela nesse plano divino era vitalmente importante, mas só se podia movimentar nos sentidos que Deus lhe apontasse.
Por causa da fé de Joquebede, os problemas não chegaram a surgir. Não conseguiram paralisá-la ou isolá-la. Pelo contrário, as provas por que passou empedraram o caminho para maiores oportunidades. As suas dificuldades transformaram-se em amigos em vez de inimigos.
Joquebede fez da salvação do seu filho mais novo um assunto de família. Por meio desta sua atitude, os problemas e preocupações tornaram-se uma bênção para todos os familiares. O marido estava unido com ela na sua fé. Todavia, foi ela, a mãe, que pôs particularmente o seu selo sobre os outros membros da casa durante esse período difícil, e os uniu como instrumentos de Deus.
Joquebede teve a coragem de envolver a sua jovem filha nestes planos. Esse foi mais um passo de fé. Quando colocou o barquinho nas águas do rio Nilo, ela retirou as mãos do filho e deixou-o ao cuidado de Deus. O futuro do seu filhinho estava agora inteiramente nas mãos do Senhor e nas da pequena Miriã.
Miriã mantinha uma vigilância discreta sobre o berço flutuante, dando provas do cuidado com que havia sido preparada para esta tarefa. A calma e a confiança da mãe caracterizavam-na igualmente.
Quando a filha de Faraó reparou no cesto e o mandou tirar do Nilo, Miriã conduziu-se com excepcional maturidade. Logo que viu que o seu irmão estava salvo e com a princesa, avançou. Nenhuma palavra ou movimento deu a entender até que ponto ela se encontrava pessoalmente relacionada com a criança. Não se notou qualquer indício na sua voz. Nada na sua atitude despertou qualquer suspeita. "Irei eu a chamar uma ama das hebréias, que crie este menino para ti?" – perguntou ela (Êx. 2:7). "Sim", respondeu a princesa (v. 9), sem imaginar que com aquelas palavras ela restituía a criança à mãe.
Quando o menino cresceu e a princesa o adotou como seu próprio filho, deu-lhe o nome de Moisés. "Este será o seu nome", disse ela, "porque o tirei das águas" (v. 10). Assim, durante um tempo de terrível perseguição, Joquebede pôde cuidar abertamente do seu filho sem se sentir ameaçada. Estava mesmo a ser paga para cuidar dele pela filha do homem que tinha tentado matá-lo. Chamava-se a isso humor divino.
Moisés havia sido salvo; o seu futuro estava totalmente assegurado. Após os primeiros anos sob o cuidado da mãe, ele recebeu as melhores oportunidades na corte de Faraó, o que certamente qualquer jovem do seu tempo poderia desejar. Ele, o filho de uma família hebréia escrava, recebeu a educação de um príncipe. Todas as possibilidades dos poderosos e cultos egípcios estavam à sua disposição. E enquanto os bebês hebreus continuavam a ser vítimas de morte prematura, Moisés estava a ser preparado para a tarefa que Deus lhe tinha atribuído. A ordem selada para ele consistia em se tornar o redentor do seu povo.
Joquebede continuou a ter uma parte nessa preparação. Os poucos anos que Moisés tinha passado debaixo das suas asas ajudaram a determinar o seu futuro. A fé que ela tinha em Deus tornou-se familiar a Moisés. As tradições patriarcais do seu povo e a sua total dedicação a Deus deixaram uma impressão indelével na sua alma receptiva; as atrações do palácio pagão pouco significavam para ele.
Quando Moisés chegou à idade adulta, preferiu os sofrimentos do seu povo às riquezas do Egito. Tornou-se um homem de fé (Heb. 11:24-29) que andava diariamente com o Deus invisível como se O conseguisse ver. Converteu-se num "amigo de Deus" (Êx. 33:11). Este era, na verdade, o maior elogio que se poderia fazer a um ser humano.
Joquebede tinha recebido o significado do seu nome, "Jeová é a sua glória". Será que esse nome lhe fora dado por pais crentes na esperança de que ela viesse a trabalhar para a glória de Deus na sua vida? Será que ela própria o escolheu como um testemunho público dos seus pensamentos mais profundos, ou seria um nome honroso que Deus lhe concedera?
A Bíblia só menciona duas vezes o nome de Joquebede Êx. 6:20; Núm. 26:59), mas ele ficou para sempre gravado na história como sendo o nome de uma das mães mais importantes que até agora existiram. Provavelmente foi a única ocasião na história em que três filhos da mesma mãe, Joquebede, tiveram tanta influência ao mesmo tempo.
Os filhos desta mulher demonstraram ao mundo o lugar que Deus havia tido no coração da mãe. O maior alvo da sua vida foi honrá-lO. Eles mostraram esse mesmo princípio nas suas próprias vidas. Quando Moisés era o líder da nação israelita (Miq. 6:4; Sal. 103:23), Arão era o sumo-sacerdote, que simbolizava a santidade e a graça de Deus para com Seu povo (Êx. 28:1). Na qualidade de sumo-sacerdote, ele também representava Deus perante o povo e este perante Deus. Como intercessor da nação, prefigurou também Cristo (Heb. 2:17: 5:1-5).
Miriã desempenhou também uma parte na liderança do povo de Deus, o que, para uma mulher foi um exceção rara na história de Israel. Tornou-se a primeira profetisa da nação e usou os seus dons de música e canto para levar as mulheres hebréias a darem louvor a Deus (Êx. 15:20-21).
Assim, os três filhos do Joquebede usaram as suas vidas para o serviço de Deus. A mãe tinha as leis do Senhor no coração, muito antes de elas poderem ser lidas numa página impressa, e imprimiu-as também no coração dos filhos, como a Bíblia ordena (Dt. 6:6-7). Ela realizou as suas proezas e ministérios crendo nas promessas de Deus.
Joquebede viveu muito antes do aparecimento das palavras de Tiago: "Quando todos os tipos de provas e tentações desabarem sobre as vossas vidas, meus irmãos, não as recebais como intrusos, mas dai-lhes as boas vindas como a amigos! Reconhecei que elas vêm testar a vossa fé" (Tg. 1:2-3). Mas ela experimentou a verdade destas palavras exatamente como os outros homens e mulheres – heróis da fé – em cujas fileiras se encontra. Tratava-se de pessoas vulgares que se tornaram famosas por causa da sua fé. Conseguiram grandes e extraordinárias vitórias porque creram no Deus todo-poderoso (Heb. 11:1-40).
A despeito dos ambientes hostis que muitas vezes enfrentavam, eles pensavam verticalmente em vez de horizontalmente, e num sentido espiritual em lugar de obedecerem às suas próprias naturezas humanas. Convictos de que o seu Deus era superior às maiores dificuldades, enfrentaram corajosamente inúmeros problemas. Viram por experiência as surpresas que Deus lhes reservava, e como para Ele era tão simples transformar inimigos ameaçadores em amigos.

Joquebede, uma mulher que aprendeu a viver com a tristeza
(Êxodo 1:8-22; 2:1-10)

Perguntas:
1. Por que é que a mãe de Moisés aparece nas fileiras dos heróis da fé? (Hebreus 11:23).
2. De acordo com Hebreus 11:1, o que é a fé ? Em que sentidos é que vê esta fé concretizada na vida de Joquebede ?
3. Aprecie a vida de Joquebede à luz de Gênesis 50:20 e de Romanos 8:28. Explique como é que estes versículos se tornaram um fato na vida desta mulher.
4. Examine cuidadosamente a sua situação e faça uma lista de todos os "inimigos" que Joquebede enfrentou.
5. Indique por escrito quais destes "inimigos" se transformaram em "amigos" .
6. Terá você certas circunstâncias difíceis na sua vida, que o poder e a graça de Deus possam transformar em "amigos"? Se sim, quais são?



FONTE: LIVRO SEU NOME É MULHER 2

2 comentários:

  1. Moisés não foi o primeiro filho, eles já tinham Arão e Mirian. Muito bom o comentário.Deus abençoe!

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