Se o arrependimento é derivado de um ato
mau e Deus conhece o fim desde o princípio, como explicar o
fato de Deus haver Se arrependido? (Gn 6:6 e
7)
A mesma palavra “arrependimento” (derivada do latim repoenitere) é usada nas traduções da Bíblia para designar tanto comportamentos humanos como atitudes divinas que são distintos em natureza, e que foram expressos por palavras diferentes nas línguas originais das Escrituras. O genuíno arrependimento humano para a salvação é descrito pelos termos hebraico shubh e gregos metanoeo (verbo) e metanoia (substantivo), que denotam uma mudança de mente, envolvendo tristeza, completo abandono do pecado e um sincero retorno a Deus.
A mesma palavra “arrependimento” (derivada do latim repoenitere) é usada nas traduções da Bíblia para designar tanto comportamentos humanos como atitudes divinas que são distintos em natureza, e que foram expressos por palavras diferentes nas línguas originais das Escrituras. O genuíno arrependimento humano para a salvação é descrito pelos termos hebraico shubh e gregos metanoeo (verbo) e metanoia (substantivo), que denotam uma mudança de mente, envolvendo tristeza, completo abandono do pecado e um sincero retorno a Deus.
Já o arrependimento divino é expresso através das palavras
hebraica naham e grega metamelomai, que não sugerem qualquer mudança intrínseca na
mente de Deus, “em quem não pode existir variação ou sombra de mudança” (Tg 1:17), mas apenas uma alteração em Sua atitude para as
criaturas. Essa alteração é decorrente de uma mudança radical no comportamento
humano, que acaba impedindo o recebimento por parte dos seres humanos de uma
bênção divina que lhes fora prometida ou de um castigo divino que lhes deveria
sobrevir.
O próprio Deus advertiu o Seu povo da condicionalidade de
Suas bênçãos e de Seus castigos em Jeremias 18:7-10:
“No momento em que Eu falar acerca de uma nação ou de um
reino para o arrancar, derribar e destruir, se tal nação se converter da maldade
contra a qual Eu falei, também Eu me arrependerei do mal que pensava em
fazer-lhe. E, no momento em que um falar acerca de uma nação ou de um reino para
o edificar e plantar, se ele fizer o que é mal perante Mim e não der ouvidos à
Minha voz, então, Me arrependerei do bem que houvera dito lhe
faria.”
Esse princípio é claramente ilustrado na experiência dos
antediluvianos e dos ninivitas. Em Gênesis 6:6 e 7 é
dito que Deus “Se arrependeu” de ter criado a raça humana, não porque Ele
houvesse mudado, mas porque os antediluvianos se haviam degenerado a tal ponto
que a única solução para eles seria a sua destruição (ver Gn
6:5). Por semelhante modo, Jonas 3:10 diz que
“Deus Se arrependeu do mal que tinha dito” trazer aos ninivitas, não porque Ele
houvesse mudado, mas porque estes se converteram completamente de seus maus
caminhos (ver Jn 3:5-9).
Por outro lado, quando a Bíblia diz que Deus não é homem para
que Se arrependa (ver Nm 23:19; I Sm 15:29; Sl 110:4; Hb
6:17), ela está descartando a possibilidade de haver qualquer mudança
intrínseca na pessoa de Deus, que O levasse a ser injusto e desleal em Seu
relacionamento com os seres humanos (ver Dt 7:9 e
10). Em outras palavras, Deus é fiel e justo, e jamais deixará de
recompensar as boas ações e de punir os maus atos, bem como de reconhecer todas
as possíveis mudanças no comportamento humano.
FIM
SE
TIVER ALGUMA DÚVIDA SOBRE ESTE TEMA, BASTA DEIXAR UM COMENTÁRIO
Fonte: Sinais dos Tempos, abril de 1998, p. 29
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