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terça-feira, 9 de abril de 2013

INTRODUÇÃO ÀS CARTAS DE PAULO 5ª PARTE


5ª PARTE
CONTEXTO GEOGRÁFICO

Sem dúvida que o aspecto geográfico teve muita importância para a proclamação do evangelho, sobretudo com as vias romanas a terem um papel fundamental nos meios de comunicação, podemos comparar mesmo aos meios de comunicação que temos hoje em dia, (Internet, televisão, telefone etc). Sem dúvida proporcionam a que o mundo pareça mais pequeno e mais perto.
Para começar é importante referir que os homens viam a vida de forma diferente daquela que vemos hoje, hoje somos controlados pelo tempo, temos tudo cronometrado, é a hora de levantar o horário do transporte público, o tempo de trabalho, etc. Pelo contrário no primeiro século, as coisas eram bem diferentes, as pessoas não tinham a noção do tempo exacto, fixavam as horas, e as distancias, por aproximação. 
Uma viagem ficava a distância de um dia, ou três dias. As pessoas não se aventuravam muito para além do seu território, não só por ser perigoso, mas sobretudo porque não havia GPS, ou seja, as ruas que tinham nome eram somente as auto-estradas da altura, ou então as ruas podiam ser conhecidas como a rua dos padeiros, ou tendeiros, etc. de outra forma era difícil encontrar o destino pretendido. A medida mais comum era a jornada de um dia, vemos isso bem presente em Lc 2:44, quando os pais de Jesus deram conta que ele não se encontrava com eles já tinham andado um dia. Sem duvida que as viagens eram muito importantes para a economia de um país, ou de um império
As razões pelas quais as pessoas empreendiam viagens não são muito diferentes daquelas que também hoje motivam as pessoas a deslocarem-se, razões económicas, razões cultuais, razões desportivas e sociais, e mesmo turísticas, eram também motivo para se deslocarem de um lado para outro.
As viagens quer por terra, quer por mar ofereciam diversos desafios, entre os quais vários perigos. Era uma pequena minoria que viajava, precisamente por ser perigosos viajar. Não é por acaso que Jesus conta a história do bom Samaritano, A distância de Jerusalém a Jericó era de cerca de 28 Km, era a continuação de uma estrada com o nome de Estrada do Leste: Era uma excelente via de comunicação entre Jerusa­lém e Betânia. Os judeus que moravam na Galiléia e iam adorar no Templo tinham que percorrê-la. Por essa estra­da, passaram provavelmente, Saulo e seus companheiros quando se dirigiram a Damasco para perseguir os cristãos.
O Apostolo Paulo mostra também um pouco das dificuldades pelas quais ele passou quando percorria as cidades e os países proclamando a mensagem de Jesus.
Em viagens muitas vezes, em perigos de rios, em perigos de salteadores, em perigos dos da minha nação, em perigos dos gentios, em perigos na cidade, em perigos no deserto, em perigos no mar, em perigos entre os falsos irmãos;
 27 Em trabalhos e fadiga, em vigílias muitas vezes, em fome e sede, em jejum muitas vezes, em frio e nudez.2 Coríntios 11:26-27

Embora os perigos, os Romanos construíram estradas pavimentadas as quais permitiram que as pessoas as percorressem mais rápido, e com mais segurança, pois continham também em certos troços da soldados romanos. Hoje em dia podemos ver e caminhar ainda por estradas da época do império romano, e até bem pouco tempo atrás sec. XVIII eram percorridas da mesma forma e com o mesmo tempo de quando foram construídas.
Existiam algumas estradas importantes, que serviam de rotas comerciais e de comunicação, que passavam pela palestina. Já falámos da estrado do Leste que ligava Jerusalém a Betânia, depois temos a Via Maris que Ligava Damasco a Tolemaida. Atravessava todo o ter­ritório Israelita, passando por Cafarnaum e Genezaré. Al­guns trechos dessa estrada eram pavimentados e, por isso, os romanos cobravam pedágio para a sua manutenção e segurança.
Estrada da costa Também conhecida como Caminho dos Filisteus. li­gava o Egito à Terra Santa. Tinha mais de 120 quilômetros de extensão. Por essa estrada, passaram diversos exércitos conquistadores. Jesus, e mais tarde Paulo, também a per­correram
Estrada do Centro, Ligava Jerusalém ao Sul do país. Na realidade, trata­va-se de duas estradas que ao chegar a Hebrom, bifurcavam-se, uma descia em direção a Gaza e, a outra, a Berserba.
Era sem dúvida importante haver lugares para que depois de um dia de viagem se pudesse descansar, por isso era comum haver hospedagens ao longo das estradas para poder prestar esse serviço aos viajantes, normalmente cada viajante andava cerca de 30 Km por dia. Haviam vários tipos de hospedarias, as que eram grandes tinham mais condições, além da comida e dormida ofereciam estábulos para os animais, e mecânicos para concertar os carros. É bem provável que os pais de Jesus tenham conseguido aquela estrebaria de uma boa hospedaria. Normalmente as grandes ofereciam quartos individuais, embora fossem difíceis de os conseguir, havia para alguns raros romanos, passes que os possibilitava de poder pernoitar num quarto mesmo quando não havia lugares. Relativamente, às outras hospedarias, eram muitas vezes um lugar só com um telhado, onde dormiam dezenas de pessoas no mesmo espaço, sem condições e sujeitas aos roubos de assaltantes.
Os Romanos não se aventuravam muito pelo mar, e foram obrigados a faze-lo quando o seu império se estendeu de tal maneira que o tempo de uma viajem terrestre levava muito tempo. Eles tinham medo, e bastava algum dos passageiros ter um mau presságio que não seguiriam viagem. No livro de Actos diz-nos que o Centurião não quis ouvir aquilo que o apostolo Paulo tinha predito.
Dizendo-lhes: Senhores, vejo que a navegação há de ser incómoda, e com muito dano, não só para o navio e carga, mas também para as nossas vidas.
 11 Mas o centurião cria mais no piloto e no mestre, do que no que dizia Paulo.Actos 27:10-11

Os passageiros não tinham muitas comodidades, (Excepto o capitão) ficavam todos no convés do barco, muitas vezes fustigados pelo sol do dia e frio da noite, (embora não gostassem de navegar de noite). Tinham de trazer e confeccionar a sua própria comida, normalmente os ricos traziam criados para lhes confeccionarem as refeições.
Normalmente e por causa do medo, os Capitães dos barcos não navegavam durante o Inverno, de Outubro a Maio paravam com receio de perder o barco e por sua vez ter prejuízos que o levariam à falência. Isto aconteceu com o capitão do barco que levava Paulo, este quis fazer uma última viagem para um porto mais seguro e ali invernar. Actos 27:12
É importante relembrar que o desenvolvimento de vias de comunicação como aquelas que o império romano desenvolveu, permitiu também que a mensagem cristã pudesse chegar o mais longe possível a outras partes do mundo antigo. Sem essas vias de comunicação possivelmente o apostola Paulo não teria realizado tanto trabalho pela igreja que se estava a desenvolver.
FIM

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