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terça-feira, 16 de abril de 2013

A IMPORTÂNCIA DAS CORES DIVINAS



A Importância das Cores Divinas

A referência à mulher, na palavra de Deus é, muitas vezes, simbólica. Vejamos dois exemplos no livro do Apocalipse: o primeiro, é o de uma mulher pura a ser perseguida por um dragão – Apoc. 12.1-6; o segundo, é uma mulher prostituta que, ao contrário da anterior, é descrita como estando unida a um dragão - Apoc. 17.1-6. E o que significa a palavra mulher quando é empregue simbolicamente? A própria palavra de Deus nos dá a resposta: uma Igreja – cf. Jer. 6.2; II Cor. 11.2; Ef. 5.23,25. Assim, uma mulher pura representa a Igreja verdadeira – a de Deus; uma mulher impura, prostituta, representa, claro está, o seu contrário. Os textos do Apocalipse mostram-nos duas Igrejas que representam dois sistemas religiosos diferentes – um falso e outro verdadeiro. Vejamos, em particular - Apocalipse 17.1-6. Este mostra-nos algo que, talvez, não nos tenhamos apercebido até aqui; não só é interessante como também muito importante para uma cabal compreensão do quanto Deus nos quer revelar na Sua palavra profética.

1.        A Mulher Prostituta
E a mulher estava vestida de púrpura e de escarlata, e adornada com ouro e pedras preciosas; e tinha na sua mão um cálice de ouro cheio das abominações e da imundícia da sua prostituição” – v. 4. Aqui, como podemos ver, encontramos alguns aspectos interessantes inerentes a esta mulher/Igreja, não só a alusão às cores das suas vestes: - púrpura (vermelho escuro), escarlata1 (vermelho vivo). Ela aparece adornada com: - ouro (amarelo), pedras preciosas e pérolas. Esta mulher/Igreja está vestida com vestes de duas cores – púrpura, escarlata. O que poderão significar estas cores? Que relação têm com as de Deus? As que esta mulher/Igreja apresenta significam alguma coisa ou postura? Será por esta razão que o profeta a apresenta como – uma Igreja apóstata – visto que, ao se apresentar desta maneira, está a tentar imitar a Igreja verdadeira, o verdadeiro povo de Deus, assim como a santidade do Santuário antigo de Israel? Assim sendo, o que é que a palavra de Deus nos tem a dizer acerca destas cores em relação: 1- ao Santuário/Tabernáculo de Israel; 2- ao Sumo-sacerdote. Vejamos caso a caso:
2.         O Santuário/Tabernáculo de Israel
Deus tinha ordenado ao Seu povo que, nesta Terra, Lhe erigissem um tabernáculo/santuário, uma cópia do verdadeiro que está do céu, tal como a maqueta que lhes foi mostrado sob visão, no monte – Êx. 25.8, 9,40; Heb. 8.2,5. Este estava dividido em três partes – Pátio, Lugar Santo e Lugar Santíssimo – cf. Ex. 27.9; Heb. 9.2,3. Cada uma destas partes destinadas a diferentes ofícios, comportava diferente mobiliário que, uns, de ouro maciço, outros, forrados com este metal precioso – cf. Ex. 25.3,10,13,17, etc. O seu exterior como se fosse uma parede a toda à volta, era revestido de linho (cor branca), desde um lado da porta de entrada até ao outro lado da mesma porta. Esta porta tinha, por sua vez, três cortinas de cores diferentes: “(...) azul, púrpura, carmesim (…)” – Êx. 26.36; 27.16; 38.18. Este linho (o branco) a que o texto faz referência, encontrava-se em cada lado da porta de entrada, portanto, onde terminava o revestimento exterior do Santuário. A adicionar a estas cores, ainda havia a do ouro (amarelo), no seu interior, por todo o lado - Ex. 25.11,12,13,17,18, 25,31, etc .
3.        Sumo-sacerdote
Esta era a pessoa que oficiava no Santuário. No exercício da sua sagrada função, ao longo de todo o ano, à excepção de um dia sua indumentária sacerdotal era como nos dá a conhecer as Sagradas Escrituras: - “Também farás o manto do efode todo de azul. (…). E nas suas bordas farás romãs de azul e de púrpura e de carmesim (…)” – Êx. 28.31,33. Aqui, de novo, encontramos as mesmas três cores.
Mas, unicamente no exercício das suas funções, realizadas uma vez no ano, na celebração da cerimónia conhecida por - Dia das Expiações – (Ex. 30.10; Lev. 16.34; Heb. 9.7) – as suas vestes, contrariamente do que acontecia até aqui, as vestes sacerdotais eram totalmente de – linho – isto é, de uma só cor – branco – Lev. 16.4,32. Fazia parte da sua indumentária alguns apêndices de ouro – nas bordas do seu manto – campaínha de ouro – Ex. 28.34. Igualmente, tinha sobre si, uma lâmina de ouro puro, presa na sua mitra com a inscrição: “Santidade ao Senhor” – Ex. 28.36.
 4.        Síntese
Como pudemos ver, temos alguns elementos para fazermos algumas comparações em relação às cores que nos foram mostradas. Façamos um quadro comparativo para que vejamos melhor as cores vistas até aqui de cada elemento:

Cores divinas

Púrpura

Escarlata/Carmesim

  Azul

 Ouro

Linho

Santuário

        x

               x

     x

     x

    x

Sumo-sacerdote

        x

               x

     x

     x

    x

Mulher/Igreja (Apoc. 17)

        x

               x

     -

     x

    -
Como podemos observar, a mulher/Igreja tem todas as cores, à excepção do azul! Qual a razão para tal ausência? Por lapso? Vejamos:
5.        Lei de Deus
Antes da outorga da lei - Deus ordena que subam ao monte Sinai: Moisés, Arão, Nadabe, Abiú e setenta dos anciãos de Israel. O texto que nos mostra tal situação revela-nos o seguinte: - “E viram o Deus de Israel e debaixo de seus pés havia como uma obra de pedra de safira, e como o parecer do céu na sua claridade” – Êx. 24.1,10. Convem acrescentar que a cor da safira é azul.
No Antigo Testamento encontramos duas visões do trono de Deus, dadas ao profeta Ezequiel. Na primeira é dito: - “E por cima do firmamento, que estava por cima das suas cabeças, havia uma semelhança de trono, como de uma safira (…)” – Ezeq. 1.26. Na segunda, é dado a conhecer: - “Depois olhei, e eis que no firmamento que estava por cima da cabeça dos querubins, apareceu sobre eles como uma pedra de safira, como o aspecto da semelhança de um trono” – Ezeq. 10.1. 3.
Nestes textos, em contextos diferentes, encontramos a mesma referência à pedra de safira, ou seja, à cor do material que constitui o trono de Deus – o azul. Poderemos perguntar qual a relação que esta cor terá com tudo o que vimos até aqui, de uma forma particular, com a própria Lei de Deus? A nosso ver, esta relação tão estreita entre a Lei de Deus/Trono de Deus/Safira, está bem patente no texto que, a seguir, passamos a transcreve: - “Fala aos filhos de Israel e diz-lhes que nas bordas dos seus vestidos façam franjas pelas suas gerações; e nas franjas das bordas porão um cordão azul. E nas franjas vos estará, para que o vejais e vos lembreis de todos os mandamentos do Senhor, e os façais; e não seguireis após o vosso coração, nem após os vossos olhos, após os quais andais adulterando. Para que vos lembreis de todos os meus mandamentos, e os façais e santos sejais a vosso Deus” – Números 15.38-40.
Conclusão
O Santuário e o Sumo-Sacerdote, ambos comportam três cores capitais (azul, púrpura, carmesim/escarlate). A mulher/Igreja, como vimos, tem, unicamente, vestes com duas cores (púrpura, carmesim/escarlate). Podemos concluir, à luz dos elementos analisados, que: 1- É perfeitamente visível a conexão entre a cor azul do trono de Deus e as tábuas da lei de Deus – os 10 Mandamentos; 2- A Lei de Deus, na sua forma inicial, foi gravada pelo “dedo de Deus” em duas tábuas de pedra – Êxodo. 31.182 ; estas que Moisés partiu, quando desceu do monte, após as ter recebido directamente de Deus (cf. Ex. 32.19; 34.1) não eram duas simples tábuas de pedra nuas e cruas, esculpidas e retiradas do monte Sinai, mas sim, pensamos nós, da matéria do próprio trono de Deus - “pedra de safira” - cor azul – Êx. 24.10; 3- Esta mulher/Igreja mencionada no Apoc. 17 tem quase tudo para ser perfeita e pura. Só lhe faltam, como podemos constatar no quadro acima, duas vertentes: a primeira, o símbolo da sua perfeição, a cor – azul – a lei de Deus – os 10 mandamentos; a segunda, o símbolo da sua pureza, a cor – branca – o linho; por esta razão é que ela é considerada impura, prostituta!
Por esta ordem de razões – ausência da lei de Deus – 10 mandamentos – e ausência de pureza – é que esta mulher/Igreja é catalogada de - mãe (Apoc.17.5). Se tem este estatuto é porque deu à luz filhas iguais a si mesma - Igrejas protestantes -, igualmente prostitutas, visto que, não só ensinam falsas doutrinas, como também, a exemplo da mãe, proclamam que a Lei de Deus foi mudada ou, simplesmente, abolida na cruz do Calvário – os 10 mandamentos.
Uma última nota. Como vimos, a porta do Santuário tinha três cortinas de cores diferentes – azul, púrpura e carmesim. Qual a razão para tal? A razão era simplesmente pedagógica. O penitente, quando a ela se dirigia para entrar, no seu interior, confessava os seus pecados sobre a cabeça do animal por ele trazido, devendo matá-lo de seguida – Lev. 1.1-5. Ora o que é que ele via à entrada? Ele via a cor azul, isto é, a cor que representava a Lei de Deus -10 mandamentos -  por ele transgredida. Ela via também as cores das restantes cortinas que simbolizavam o seu pecado - púrpura e carmesim (cf. Isaías 1.18). Depois de ter sacrificado aquele animal em seu lugar, quando se dirigisse para a porta por onde tinha entrado, agora liberto do seu pecado, a única cor que via, bem na sua frente, era unicamente a do linho – a que revestia o interior do Santuário –  a cor branca – que representava a justiça de Cristo que agora o cobria. Agora, ele saia justificado, limpo, mas o Santuário, ao contrário ficava sujo até à festa anual do – dia das Expiações – onde, finalmente, este era limpo de todos os pecados ali acumulados ao longo do ano – Lev. 16.
                                           FIM


FONTE - PR. ILÍDIO CARVALHO IN "NEWSLETTER DO ANCIÃO" 13 ABRIL 2013

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