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terça-feira, 13 de maio de 2014

CRIACIONISMO E DARWINISMO




Prof. Orlando Ritter

 

Idéias evolucionistas sugerindo um mundo de mudanças graduais, para melhor, em longo processo de desenvolvimento. estiveram em gestação milenar desde os primórdios da historia.

 

Sem dúvida a primeira insinuação nesse teor ocorreu ainda no Jardim do Éden, quando o enganador, disse aos primeiros pais: certamente não morrereis, mas serei como Deus (Evoluireis...) conhecendo o bem e o mal (a síntese do bem com o mal conduziria a estágios mais elevados...).

 

Contudo as idéias evolucionistas, só se impuseram ao pensamento humano durante o século XIX com o surgimento do evolucionismo darwinista. cujas linhas básicas apareceram no livro Ori­gin of Species, publicado cm 1859 por Charles Darwin, a quem coube prover condições para a síntese das idéias evolucionistas que então pairavam no pensamento humano.

 

Observando latos biológicos num contexto de mudanças. interpretando-os e extrapolando-os em termos de desenvolvimento gradual, Darwin contribuiu para que fosse estabelecido o princípio do evolucionismo darwinista nos seguintes termos:

 

As Espécies existentes surgiram de outras mais simples, mediante gradual acumulação de pequeninas variações (mutações gênicas, no caso do neo-Darwinismo, uma síntese do evolucionismo com o mendelismo, selecionadas naturalmente ( seleção natural) de modo a torna-las mais aptas para a sobrevivência (predominância do mais apto), graças às mudanças ( mutações) nelas ocorridas.

 

Graças à influência do arguto advogado Thomaz Huxley, cognominado o “cão de guarda do evolucionismo, do filósofo Herbert Spencer, que deu à evolução um vôo filosófico mediante sua penetração em todos os domínios do pensamento humano e graças a outros batalhadores. alguns até pouco escrupulosos como Ernest Haeckel,  o evolucionismo provocou tremendo impacto no pensamento humano, a ponto do século XIX ter sido chamado por alguns de ‘‘o Século de Darwin”.

 

Em 1936, Julian Huxley no seu discurso como presidente da Associação Britânica para o Avanço da Ciência afirmava ser evolução o mais importante de todos os  problemas da Ciência, envolvendo todos campos do conhecimento... Nos quais sobressairia a Biologia, promovendo a unificação de toda a ciência sob a égide da evolução.

 

Tão grande foi impacto do Darwinismo sobre o pensamento humano que em 1959, quando na Universidade de Chicago se comemorava o Centenário do Darwinismo, era idéia corrente que nenhuma pessoa esclarecida deixaria de aceitar o evolucionismo como fato e o evolucionismo darwinismo a como modo de origem das espécies.

 

Insinuava-se inclusive que tudo é produto da evolução, inclusive a  idéia de Deus. Por sua vez o  criacionismo parecia morto e sepultado.

 

Segundo o filósofo Etiene Gilson na sua obra “D’Aristoteles a Darwin et Retour”( Edição Vrin, 1971), o evolucionismo darwinista foi tornado aparentemente indestrutível mediante uma síntese filosófico-científica na qual a generalidade da premissa filosófica, o evolucionismo, repousasobre a restrita demonstrabilidade do fato científico a variação sob a égide da seleção natural.

 

É fácil concluir que o principal autor desta síntese foi o arguto Thomaz Huxley que uniu o evolucionismo filosófico de Hebert Spencer (o filósofo da Evolução) com o Darwinismo (variações limitadas nos organismos, selecionadas e tornadas aptas pela seleção natural).

 

Foi uma tremenda síntese, mas sem deixar de ser um “mito” filosófico-científico posteriormente impingido aos intelectuais como parte de sua formação chegando a ser uma autêntica religião das universidades e de certas culturas.

 

Ressurgimento do Criacionismo

 

Graças aos esforços de notáveis precursores, como George Mc Ready Price e outros, o criacionismo começou a ressurgir na América do Norte e Europa, tornando-se hoje num sistema de pensamento digno de atenção nos meios cultos e contribuindo inclusive para que a comemoração) do centenário da morte de Darwin, em 1982, não fosse tão eufórica como foi em 1959 a comemoração do centenário do) livro) “A Origem das Espécies”.

 

Enquanto em 1933 o Manifesto Humanista I, dentre outras cousas, afirmava que o universo é auto-existente, que o homem é parte da natureza da qual emergiu e que mesmo a religião do homem é produto da evolução, o Manifesto Humanista II em 1973, em face do criacionismo ressurgente, reafirmava que a evolução é um princípio da ciência e que a fé em Deus é uma fé não submetida a provas e fora de moda.

 

Posteriormente o conhecido Isaac Asimov se deu ao trabalho de publicar no New York Times, um artigo anticriacionista no qual compara o criacionismo a um sonho mau, a um pesadelo, opondo-se inclusive ao ensino do criacionismo nas escolas ao lado do ensino do evolucioinismo.

 

Parece que o criacionismo ressurgente começava a perturbar o sossego evolucionista através da obra incansável dos assim chamados “criacionistas científicos americanos”.

 

No manifesto publicado em 1977 pela Associação Humanista Americana. 163 pesquisadores, na maioria biólogos, afirmaram que o evolucionismo é um princípio da ciência (pode ser um princípio, mas é discutível se é científico).

 

Para Teilhard de Chardin, evolução seria um postulado geral. diante do qual deveriam curvar-se todas as teorias, hipóteses e sistemas se é que pretendem ser lógicos e verdadeiros.

 

Theodosius Dobzhansky num panegírico a Chardin, dizia ser a evolução a luz que ilumina todos os fatos, a trajetória que todas as linhas de pensamento devem seguir.

 

Já Francisco Ayala, discípulo de Dobzhansky, afirmava que em Biologia nada tem sentido a não ser à luz da evolução. Por sua vez o biólogo LH Mathews na introdução ao livro Origem das Espécies edição de 1971, afirmava ser a teoria da evolução uma fé satisfatória na qual podemos basear nossa interpretação da natureza. Por outro lado, Leon Harris (Perspectives in Biology and Medicine, Winter. 1975 pp. 179 - 184) sugere atribuir ao Darwinismo natureza axiomática e para axiomas não se demanda provas.

 

 

Menos lisonjeira mas também interessante é a opinião de Paul Erhlich da Stanford University (Na­ture vol 214 p. 352) dizendo) ser o evolucionismo um dogma impingido aos intelectuais como parte do seu treino, dogma este sustentado por experimentos levados a efeito em sistemas muito simplificados, cuja validade foi extrapolada muito além dos seus limites da verificação (variabilidade das espécies verificada em limites restritos).

 

Finalmente Loren Eisely na sua obra “The Immense Journey”  (New York: Raudom House. 1957. p. 199) referindo-se aos esforços feitos para sustentar o evolucionismo nos domínios da ciência diz: a ciência foi deixada na embaraçosa posição de postular teorias sobre origens que não podem ser demonstradas.

 

Depois de haver censurado o teólogo por sua dependência do mito e do milagre, a ciência se encontra na mesma inviável posição de criar uma mitologia para ela mesma, isto é, afirmar que aquilo que após longos anos não pode ser considerado como ocorrendo hoje, na verdade ocorreu no remoto passado.

Em suma, a evolução parece ser tudo e parece pretender explicar tudo. Isso é sintomático porque ao pretender explicar tudo, anula seu potencial para a falsificabilidade que é a principal característica de princípios e teorias científicas.

 

De fato, se evolução é um fato, por que ter que qualifica-la tanto e com tantas expressões ?  Se a  evolução é de fato um fato tão geral,  porque parece ser tão difícil explicar o mecanismo do seu funcionamento ?

 

Alguns Fatos a Considerar:

Sobrevivência do Mais Apto.

 

Seria de fato a sobrevivência do mais apto um fato?

 

Sem considerar a redundância implícita na expressão na verdade o organismo que sobrevive é o mais apto e o mais apto é o que deve sobreviver passemos a raciocinar na seguinte linha de pensamento: se a seleção natural se limitasse a preservar os organismos melhor adaptados às suas condições ambientais paulatinamente,  com o correr do tempo no mesmo lugar e ao mesmo tempo, graças à seleção natural, estariam dotados do mesmo patrimônio genético, possuindo as mesmas necessidades alimentares ambientais e outras, que deveriam ser satisfeitas ao mesmo tempo e da mesma maneira.

 

Como resultado estabelecer-se-ia uma concorrência acirrada e intolerável num habitat restrito (território onde o indivíduo ou organismo tornou-se o mais apto) a qual acabaria, isto sim, eliminando o grupo justamente por ser altamente monomorfo graças à seleção natural.

Pesquisas feitas (Ayala, Kimura. etc.) evidenciaram  que em condições adversas organismos com patrimônio  genético  monomorfo (altamente selecionados) duramente sobreviviam enquanto prosperavam organismos com patrimônio genético polimorfo ou seja não selecionados.

 

O geneticista Kimura conclui que nos organismos vivos, genes que passaram por muitas mutações (alta seleção depende de muitas mutações ) só controlam funções secundárias (são um tanto “inertes”) ao passo que genes que comandam funções importantes como por exemplo a fotossíntese, levada a cabo pela clorofila, apresentam mínimas mutações desde “tempos imemoriais” (parece obvio que muitas mutações causais acabem degradando ou tornando inertes e não aprimorem sistemas genéticos ou outros quaisquer!)

Parece cada vez mais claro, mesmo à evolucionistas, que a predominância do mais apto parece não estar em muita concordância com as leis da natureza (não é difícil verificar que seres pouco aptos como os gambás, koalas e outros sobrevivem e seres que pareciam mais aptos como os dinossauros se extinguiram)

 

Também parece cada vez mais claro que o acúmulo gradual e casual de mutações, mesmo nos domínios da seleção natural. não pode explicar a origem de formas de vida cada vez mais complexas.

 

Mesmo entre evolucionistas parece haver desarmonia sobre o que realmente pode fazer a seleção natural, além de promover a variabilidade dentro de formas básicas de vida.

 

Desvendando as Profecias  nº 1 – wwwprofecias.com.br

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