Reino
indescritível
O programa divino prevê que a Terra passe por um
período de caos e então volte a ser um paraíso
“Num ambiente de felicidade total, a vida humana
avançará pelos séculos intermináveis de eternidade”
José Carlos Ramos, D. Min., é professor de Daniel e
Apocalipse no Seminário Adventista Latino-Americano de Teologia, em Engenheiro
Coelho, SP.
A implantação
do Reino de Deus na Terra fará, com que os remos deste mundo passem e que Jesus
Cristo assuma o controle total do planeta (ver a edição de janeiro/fevereiro).
Quais as implicações disso?
Jesus voltará em glória e majestade, e àqueles
que rejeitaram Sua graça não suportarão a Sua presença. Eles serão destruidos e seus corpos “se
estenderão de uma a outra extremidade da Terra”, não sendo “pranteados, nem
recolhidos, nem sepultados” (ler. 25:33). Os ímpios serão “castigados depois de
muitos dias” (Isa. 24:22).
Não serão pranteados, nem sepultados, porque
nenhum ser humano continuará vivo aqui após a volta de Jesus. Os justos, os
únicos que sobreviverão à vinda de Jesus, serão levados para o Céu, conforme
a promessa de João 14:1-3. Mas não ficarão lá para sempre, pois, como frisei em
um artigo anterior, a Terra é o habitat natural do ser humano. Eles
retornarão, segundo o Apocalipse, depois de mil anos, exatamente os “muitos
dias” no fim dos quais, como diz Isaias, os impios serão castigados.
Assim, todos os remidos
estarão com Jesus no Céu durante esses mil anos; ali reinarão com Ele, e
participarão do julgamento dos anjos e seres humanos perdidos (Apoc. 20: 4 e
6; 1a Cor. 6:2 e 3). A idéia de que o reino milenar de Jesus será
aqui na Terra não tem apoio bíblico. Paulo diz que, quando Ele voltar, todos
os salvos, os que não morrerem e os que ressuscitarem, “serão arrebatados, entre
nuvens, para o encontro do Senhor nos ares” (2o.Tess. 4:17). Só
então ocorrerá o arrebatamento da Igreja. Esse evento será visível e público,
e não secreto, como muitos imaginam.
As palavras de Paulo não
teriam sentido se Jesus regressasse para ficar aqui. E como se cumpriria a
previsão de que os ímpios mortos não serão sepultados? Além disso, outra profecia
descreve o estado do planeta após a volta de Jesus. “Olheí para a Terra,” diz
o profeta, “e ei-la sem forma e vazia; para os céus, e não tinham luz... Olhei,
e eis que não havia homem nenhum, e todas as aves dos céus haviam fugido.
Olhei ainda, e eis que... todas as suas cidades estavam derribadas diante do
Senhor” (Jer. 4:23). Essa descrição indica as conseqüências de algo inédito,
fora do comum, a ocorrer no planeta. Este “algo” não pode ser outra coisa senão
o retorno de Jesus.
O quadro da Terra em trevas,
“sem forma e vazia”, aparece também em Gênesis 1:2 na descrição do estado dela
antes da semana da criação. Ali a Terra é chamada de “abismo”, o mesmo termo usado
no Apocalipse para
identificar o lugar onde Satanás
estará preso durante os mil anos (20:2 e 3). Em outras palavras, nosso planeta,
após a volta de Jesus, estará reduzido a uma forma caótica paralela à sua
condição primitiva, e será a prisão do grande enganador. Isaias 24:22 fala de
um cárcere onde estarão retidas as hostes celestes, isto é, os anjos que no
princípio se rebelaram contra Deus e se transformaram em demônios (incluindo,
é claro, o maior deles, Satanás), para serem “castigados depois de muitos
dias”. Tudo se harmoniza com o que o Apocalipse diz.
Na edição de
novembro-dezembro de 2000, vimos que é a volta de Jesus que dará Inicio
aos mil anos, resultando em cinco eventos sucessivos: (1) os
justos mortos ressuscitarão imortais, (2) os justos
vivos serão transformados “num abrir e fechar de
olhos” (1o. Cor. 15:52), (3) os ímpios serão mortos, (4) os salvos
iniciarão sua viagem para o Céu, e (5) Satanás e seus demônios serão
“aprisionados”, isto é, retidos em meio aos escombros deste velho mundo, sem
terem ninguém a quem tentar e iludir.
No fim dos mil anos,
Jesus e os salvos retornarão com a Nova Jerusa1em, a capital do Reino, e se
estabelecerão no local onde hoje está o Monte das Oliveiras, em Israel (Zac.
14:4). Nesse ínterim, os ímpios de todas as épocas e lugares ressuscitarão
(Apoc. 20:5). Satanás e seus anjos serão soltos de sua prisão (verso ~ já que
agora têm com quem trabalhar, e induzirão esses ímpios, incontáveis “como a
areia do mar (verso 8), a atacar a Nova Jerusalém. Descerá, então, fogo do céu
sobre todos eles, fazendo-os sofrer tanto quanto merecem, segundo a infalível
justiça divina Satanás, obviamente, é quem mais será castigado.
Finalmente, desaparecerão para sempre, e com eles, a maldade do mundo.
Deus, então, recriará o
planeta, tornando-o uma Nova Terra, bela, imaculada, própria para morada dos
salvos. E, o mais importante, Deus morará aqui também (Apoc. 21:1-3).
O pecado e suas conseqüências serão coisas de um
passado que jamais retornará. Num ambiente de felicidade total, a vida humana
avançará pelos séculos intermináveis da eternidade.
Maravilhas — A
descrição que a Bíblia faz da Nova Terra e de sua capital, a Nova Jerusalém, é
simplesmente maravilhosa.
Os habitantes da Nova
Terra desfrutarão uma vida plenamente feliz. Nada de “sofrimento, pranto, dor,
morte”, porque tudo isso desapareceu como fogo pós-milenar (Apoc. 21:4).
Ninguém ficará doente (Isa. 33:24), e a tristeza e o gemido inexistirão (Isa.
35:10). Ninguém será deficiente físico, porque todos terão um corpo igual ao
de Jesus (Fil. 3:20 e 21).
Um perfeito equilíbrio
ecológico garantirá a harmonia entre todos os elementos da natureza. Não haverá
efeito estufa, camada de ozônio ameaçada, secas, enchentes, furacões,
terremotos, maremotos e coisas desse tipo; nem variações bruscas da
temperatura, pois o clima será sempre ameno e agradável. Sem áreas desertas, o
solo de todo o planeta será fértil para o cultivo de toda boa planta (Isa.
35:6 e 7). Os remidos o cultivarão para recreação e prazer. “Edificarão casas
e nelas habitarão” (lsa. 65:21-23). Os animais serão mansos, dóceis. Nenhum
será carnívoro: “o lobo habitará com o cordeiro, e o leopardo se deitará junto
ao cabrito; o bezerro, o leão novo e o animal cevado andarão juntos, e um
pequenino os guiará. A vaca e a ursa pastarao juntas, e as suas crias juntas se
deitarão; o leão comerá palha como o boi” (Lsa. 11:6 e 7).
Os remidos adorarão a
Deus e aJesus face a face (Apoc. 22:3 e 4), e “verão o Rei em Sua formosura”
(lsa. 33:17). O culto será celebrado na Nova Jerusalém aos sábados (lsa. 66:22
e 23), não no domingo ou em outro dia da semana. Além desse encontro semanal,
eles irão mensalmente à Santa cidade, sempre às luas novas, para comer da
árvore da vida (Apoc. 22:2), cujo fruto, negado ao ser humano no principio face
à entrada do pecado (Gên. 3:22-24), proporcionará longevidade plena.
Também chamada Jerusalém
celestial (Heb. 12:22), a cidade santa tem a Deus como arquiteto (Heb. 11:10).
De ouro puro e adornada com toda a espécie de pedra preciosa, é guarnecida com
12 portais, de fato 12 pérolas (Apoc. 21:18-21); e não precisa da luz solar ou
lunar, porque Deus e Jesus a iluminarão (verso 23). É quadrangular, com um
perímetro de “12 mil estádios” (verso 16). Cada lado equivalendo a cerca de 550
quilômetros, a Nova Jerusalém ocupará uma área maior que a do Estado de São
Paulo. Fantástico!
Tudo isso e infinitamente mais é o Reino de Deus. Isso é o que Daniel 2:44 e 45 anuncia
como o propósito divino para este planeta. Se o leitor ficou empolgado com a
descrição acima, imagine o que será ver, sentir e desfrutar toda essa
maravilha. Seremos moradores desse reino encantado se formos fiéis seguidores
de Jesus.
Sinais dos Tempos Março-Abril/2002
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