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quarta-feira, 14 de maio de 2014

PROFECIA DE DANIEL 12:11-12 OS 1290 E 1335 ANOS



Como entender os 1.290 e 1.335
dias de Daniel 12:11 e 12?
 

 
 A natureza e o cumprimento dos “1.290 dias” e “1.335 dias” de Daniel 12:11 e 12 só poderão ser devidamente compreendidos se considera­dos dentro da estrutura de paralelismo profético do livro de Daniel. William H. Shea esclarece que no livro de Daniel cada período profético (1.260, 1.290, 1.335 e 2.300 dias) aparece como um apên­dice calibrador ao corpo básico da respectiva profecia que lhe corresponde. Por exemplo, a visão do capítulo 7 é descrita nos versos 1-14, mas o tempo a ela relacionado só aparece no verso 25. No capí­tulo 8, o corpo da visão é relatado nos versos 1-12, mas o tempo só ocorre no verso 14. De modo semelhante, os tempos proféticos relacionados com a visão do capítulo 11 só são mencionados no capí­tulo 12. (W. H. Shea, Daniel 7-12: Prophecies of the End Time, págs. 217 e 218.)
Esse paralelismo comprova que os 1.290 e 1.335 dias, de Daniel 12:11 e 12, compartilham da mesma natureza profético-apocalíptica que os “tempo, tempos e metade de um tempo”, de Daniel 7:25, e as 2.300 tardes e manhãs, de Daniel 8:14. Assim, se aplicamos o princípio dia-ano aos períodos proféti­cos de Daniel 7 e 8, também devemos aplicá-lo aos períodos de Daniel 12; pois todos esses períodos es­tão interligados entre si, de alguma forma, e a descri­ção de cada visão indica apenas um único cumpri­mento para o período profético que lhe corresponde.
Básico para a compreensão desses períodos é também a identificação dos eventos e dos poderes a eles relacionados. A alusão em Daniel 12:11 ao “sacrifício diário” e à “abominação desoladora” conecta os 1.290 e 1.335 dias não apenas com o conteúdo da visão de Daniel 11 (ver Dan. 11:31) mas também com as 2.300 tardes e manhãs de Daniel 8:14 (ver Dan. 8:13; 9:27). O mesmo poder apóstata que haveria de estabelecer a “abominação desoladora” em lugar do “sacrifício diário” é descrito em Daniel 7 e 8 como o “chifre pequeno”, e em Daniel 11 co­mo o “rei do Norte”.
A expressão “sacrifício diário” é a tradução do termo hebraico tamíd, que significa “diário” ou “contínuo”, ao qual foi acrescida a palavra “sacrifício”, que não se encontra no texto original de Da­niel 8:13 e 12:11. Esse termo (tamid) é usado nas Escrituras em relação não apenas com o sacríficio diário do santuário terrestre (ver Êxodo 29:3 8 e 42) mas também com vários outros aspectos da ministração contínua daquele santuário (ver Exodo 25:30; 27:20; 28:29 e 38; 30:8; 1 Crôn. 16:6). No li­vro de Daniel o termo se refere, obviamente, ao contínuo ministério sacerdotal de Cristo no san­tuário/templo celestial (ver Dan. 8:9-14). Já a “abominação desoladora” subentende o amplo sis­tema de contrafação a esse ministério, construído sobre as teorias antibíblicas da imortalidade natu­ral da alma, da mediação dos santos, do confessio­nário, do sacrifício da missa etc.
Foi com base nesses princípios que Guilherme Miller chegou à conclusão de que tanto os 1.290 anos como os 1.335 anos iniciaram em 508, quando Clóvis obteve a vitória sobre os visigodos arianos, passo esse decisivo na união dos poderes político e eclesiástico para a punição dos “hereges” pelo catolicismo medieval. Os 1.290 anos eram vistos como ha­vendo se cumprido em 1798, com o aprisionamento do Papa Pio VI pelos exércitos franceses. Já os 1.335 anos eram considerados como se estendendo por mais 45 anos, até o término dos 2.300 anos de Da­niel 8:14, em 1843/1844. Essa interpretação foi mantida pelos primeiros adventistas observadores do sábado, transformando-se na posição histórica da Igreja Adventista do Sétimo Dia até hoje.
Rompendo com essa interpretação, alguns indi­víduos têm proposto, em anos mais recentes, uma “nova luz” sobre um suposto cumprimento futuro dos 1.290 e 1.335 dias, como meros dias literais. Por mais interessante que possa parecer, essa nova interpretação (1) rompe completamente com o pa­ralelismo profético do livro de Daniel; (2) busca endosso em uma leitura parcial e tendenciosa do Espírito de Profecia; (3) é inconsistente em sua aplicação do princípio dia-ano de interpretação profética; (4) promove a interpretação profética fu­turista da contra-reforma católica; e (5) menospre­za as advertências do Espírito de Profecia sobre marcações de quaisquer novas datas.
Sem dúvida, esse suposto cumprimento futuro dos 1.290 e 1.335 dias é totalmente irreconciliável com as declarações de Ellen White de que “o tem­po não tem sido um teste desde 1844, e nunca mais o será” (Primeiros Escritos, pág. 75), e que nunca mais haverá para o povo de Deus uma mensagem baseada em tempo.” Mensagens Esco­lhidas, vol. 1, pág. 188. O
 
 
O Dr. Alberto R. Timm do Centro de Pesquisas Ellen G.White (Brasil) é quem responde. Escreva para Perguntas e Respostas - Caixa Postal 2600; CEP 70270-970, Brasília, DF ou revistadoanciao@das.org.br. A proposta deste espaço é esclarecer duvidas sobre assuntos ligados às doutrinas da igreja. Dentro do possível a resposta será publicada nesta seção.
 
FONTE: Revista do Ãncião, janeiro-março 2004                                                                                                                        
 

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