Terra
encantada
O Reino de Deus será estabelecido em nosso próprio planeta
“A Bíblia pinta um quadro lindíssimo do
reino de Deus, para uma idéia de quão magnífica é a recompensa de Deus para
Seus filhos”.
José Carlos Ramos, D.Min., é professor de Daniel e Apocalipse no
Seminário Latino-Americano de Teologia, em Engenheiro Coelho, SP.
A vinda do
Reino de Deus foi prevista pelo profeta Daniel ao interpretar para Nucodonosor,
rei de Babilônia, um sonho que o monarca tivera e que o havia perturbado. A
narrativa e a interpretação do sonho aparecem no capitulo 2 do livro de Daniel.
Observa-se ali uma seqüência de dominadores da Terra até Jesus retornar e
estabelecer o Seu próprio domínio.
Santo Agostinho, no quinto século,
admitiu um significado figurativo desse reino (ver a edição passada). Para o
monge, a previsão de Daniel havia se cumprido no estabelecimento do papado,
principalmente a partir de 476 d.C., quando o Império Romano chegou ao fim. Ele
se equivocou por não fazer da Bíblia a sua própria intérprete, e por se deixar
influenciar pela tendência de compreender o significado da revelação divina à
luz de conceitos humanos. A interpretação profética de Agostinho reflete o
dualismo platônico, em voga em seus dias.
Toda vez que se alegoriza o que é
literal na Bíblia distorce-se o seu verdadeiro sentido. A escritora Ellen G.
White afirma em seu livro O Grande Conflito, cuja leitura recomendo: “As
verdades mais claramente reveladas na Escritura Sagrada têm sido envoltas em
duvida e trevas pelos homens doutos que, com pretensão de grande sabedoria,
ensinam que as Escrituras têm um sentido místico, secreto, espiritual, que não
transparece na linguagem empregada. Estes homens são falsos ensinadores” (pág.
598).
Sobre o Reino de Deus, que será o
lar paradisíaco dos salvos, ela afirma: “Um receio de fazer com que a herança
futura pareça demasiado material tem levado muitos a espiritualizar as mesmas
verdades que nos levam a considerá-la nosso lar. Cristo afirmou a Seus
discípulos haver ido preparar moradas para eles na casa de Seu Pai” (págs. 674
e 675). A casa do Pai é o reino, e o fato de Jesus ter ido preparar-nos moradas
ali garante que, no devido tempo, este reino estará entre nós. À luz de Daniel
2, não é tanto uma questão de subirmos para o Céu, mas de o Céu descer para
nos. É maravilhoso antever como nosso planeta um dia integrará “a casa do Pai”.
É necessário, então, observar como a
Bíblia descreve a implantação final do Reino de Deus
na Terra, e compreender como Daniel 2:44 será cumprido: ‘O Deus do
Céu suscitará um reino que não será jamais destruído; este reino não passará a
outro povo; esmiuçará e consumirá todos estes reinos, mas ele mesmo subsistirá
para sempre. Dois pontos principais se destacam nessa previsão: (1) a vinda do
Reino de Deus porá fim aos reinos da Terra, e (2) ele permanecera para sempre
no domínio do mundo. Ambos os pontos atendem ao propósito de Deus para com os
seres humanos.
Além da imaginação — O lar que Deus está
preparando para Seu povo transcende infinitamente
o que de melhor
e mais grandioso a imaginação humana pode sugerir. “Nem olhos viram” diz
a palavra
apostólica, “nem ouvidos ouviram, nem jamais penetrou em coração humano o que
Deus tem preparado para aqueles que o amam” (1a. Cor. 2:9). A Bíblia
pinta um quadro lindíssimo do Reino de Deus, não para mostrar em toda amplitude
o que ele será, mas para dar uma idéia de quão magnífica é a recompensa de Deus
para Seus filhos. Será um reino de incontáveis maravilhas.
Primeiramente deveríamos notar que
não há nenhum outro local além da Terra destinado para residência permanente do
ser humano. Deus não criou a Terra para que fosse “um caos, mas para ser
habitada” (lsa. 45:18). O ambiente do ser humano não é o Céu, mas este planeta.
“Os Céus são os Céus do Senhor, mas a Terra deu-a Ele aos filhos dos homens
(Salmo 115:16). Tampouco Deus fez o planeta para que fosse habitado por gente infeliz, cativa do Diabo e escrava do
pecado. A idéia de que vão para o Céu apenas almas ou espíritos desencarnados,
enquanto o mundo continua sendo indefinidamente habitado por pecadores de carne
e osso, não é bíblica, mas pagã. Deus tem um elevado propósito para nosso
planeta, e está conduzindo o Seu plano de redenção para o pleno e final
cumprimento.
Foi com tal propósito em vista que
Jesus assegurou aos mansos a posse da Terra (Mat. 5:5). A conquista deste mundo
não está reservada para os campeões da violência, nem para a nação mais
poderosa, que possua os mais sofisticados instrumentos de guerra ou reúna o
maior contingente de soldados; a promessa é para os humildes que seguem a
Jesus. E não é um mundo cheio de problemas que será a herança dos mansos, mas
uma “nova terra” onde habita a justiça (2a. Pedro 3:13). É
emocionante descobrir como Deus renovará nosso planeta e o fará ressurgir em
sua perfeição original.
Novo planeta — Deus criou a Terra perfeita e imaculada (Gên. 1:31), mas o ser
humano a degradou quando optou pelo pecado (Gên. 3:1-6; Rom. 5:12). As
conseqüências desse ato foram desastrosas. O planeta se tornou palco de
confusão, miséria, sofrimento e morte. E a tendência não é para melhor, em que
pese o empenho de pessoas honestas e idealistas que lutam pela paz. A profecia
prediz que, à medida que o mundo caminha para o último dia, “os homens
perversos e impostores irão de mal a pior, enganando e sendo enganados” (2a.
Tim. 3:13). As coisas horríveis que aconteceram nos Estados Unidos no fatídico
11 de setembro reafirmam que vivemos os momentos finais da História.
A volta de Jesus à Terra significará
vida eterna para uns e perdição para outros. O apóstolo Paulo diz que os maus
serão “banidos da face do Senhor”, quando Jesus Se manifestar “com os anjos do
Seu poder, em chama de fogo, tomando vingança contra os que não conhecem a Deus
e contra os que não obedecem ao evangelho” (2a. Tess. 1:7-9).
Os ímpios não suportarão a
manifestação gloriosa de Jesus, visível a todos (Apoc. 1:7). Nesse dia, a Terra
será abalada pelo mais terrível terremoto, tão violento que atingirá o mundo
inteiro; o que acontecerá é por demais impressivo para ser ignorado. O
Apocalipse descreve esse evento assim:
“Sobrevieram
relâmpagos, vozes e trovões, e ocorreu grande terremoto, como nunca houve igual
desde que há gente sobre a Terra. [...]
E a grande cidade se dividiu em três partes, e caíram as cidades das
nações. [...] Todas as ilhas fugiram, e os montes não foram achados; também
desabou do céu sobre os homens grande saraivada, com pedras que pesavam cerca
de um talento”, isto é, de 35 a 40 quilos (16:18-21). A Terra literalmente se
quebrará.
Em meio a uma indescritível confusão
e dominados por pânico e desespero totais, os descrentes clamarão às rochas que
os escondam da presença de Deus. “Os reis da Terra, os grandes, os comandantes,
os ricos, os poderosos e todo escravo e todo livre se esconderam nas cavernas e
nos penhascos dos montes e disseram aos montes e aos rochedos: “Caí sobre nós e
escondei-nos da face daquele que se assenta no trono e da ira do Cordeiro”’
(6:15 e 16). O título “Cordeiro” é uma referência a Jesus corno Salvador. Mas
poderiam se salvar aqueles que rejeitaram a salvação?
É assim que os poderes do mundo
chegarão ao um quando o Reino de Deus vier. Mas, e a Terra depois da volta de
Jesus? Será o Reino de Deus implantado em meio aos escombros deste velho mundo?
Caberá aos que sobreviverem àquele grande evento, isto é, os Seus fiéis
seguidores, a dura tarefa de “limpar” o planeta? E o que será de Satanás e seus
anjos maus?
A confiável Palavra dos profetas tem
resposta para essas e outras importantes indagações. Aguarde!
Sinais dos
Tempos Janeiro- Fevereiro/2002
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