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quarta-feira, 14 de maio de 2014

OS PÉS DA ESTÁTUA E A UNIÃO EUROPEIA



A Bíblia descreve os poderes que tentariam dominar o nosso planeta

 

O profeta Daniel oferece, em apenas nove versos do capitulo 2 de seu li­vro, uma visão antecipada da His­tória desde o tempo de Nabucodo­nosor, imperador da Babilônia no 6o.século a.C., até a volta de Jesus (confira as duas últi­mas edições de Sinais). Esse rei recebeu tal re­velação através do sonho da estátua represen­tativa dos dominadores da Terra. Dois pontos da profecia merecem uma atenção adicional.
 
Poder fragmentado A profecia previu que de­pois de Roma não surgiria Outro poder políti­co que dominaria o mundo na forma de um império, tal como a Babilônia, a Medo-Pérsia, a Grécia e a própria Roma. O quarto poder, o império das pernas de ferro da estátua, seria sucedido por “um reino dividido” (Dan. 2:4 1), isto é, um poder fragmentado nos diferen­tes remos representados pelos pés de bar­ro e ferro, cada qual delimitado por suas fronteiras e convivendo com os demais num plano de soberania extensiva aos seus territórios apenas. Isso se cumpriu literalmente, embora não faltassem, no correr do tempo, tentativas de formação de um poder absoluto no Ocidente.
A História relata que, a partir do 4o.século da era cristã, os romanos se viram invadidos por tribos bárbaras provenientes do norte, as quais, finalmente, dissolveram o império. O último imperador, Rômulo Augústulo, ren­deu-se em 476 d.C. diante de Odoacro, rei dos hérulos. Esta é a data da queda de Roma e o início da Idade Média.
Essas tribos deram origem aos países da Eu­ropa Ocidental e, através desta, das Américas e Austrália. Entre as principais tribos, podemos mencionar: os alamanos, ancestrais dos povos germânicos; os francos, de quem os franceses procedem; os anglo-saxões e bretões, fundado­res do conglomerado que deu origem aos paí­ses britânicos; os visigodos e os suevos, que se estabeleceram respectivamente na Espanha e em Portugal; os burgundos, que expulsaram os helvéticos da região onde hoje é a Suiça; e os lombardos, que se situaram ao norte da Itália. Outras tribos fundaram reinos que tiveram duração curta: os hérulos, que haviam con­quistado a capital (Roma) em 476 e foram ani­quilados pelos ostrogodos em 493; estes, por sua vez, capitularam em 538 diante de Belisá­rio, sob ordens de Justiniano, imperador ro­mano oriental; e os vândalos, que se fixaram em Cartago, ao norte da África, e foram derrotados em 534 também por Belisário. A queda destes três reinos teve implicação político-reli­giosa, pois contribuiu para consolidar o domí­nio do bispo de Roma sobre a Igreja Cristã.
Quanto aos hunos, que desapareceram tão rá­pido quanto surgiram, nem mesmo chegaram a estabelecer um reino no antigo império.
As nações oriundas dessas tribos, diz a pro­fecia, seriam fortes como o ferro e fracas como o barro (Dan. 2:41 e 42). Isso também se cumpre com exatidão; as nações superdesen­volvidas se distinguem daquelas em desenvol­vimento, e compõem o chamado “primeiro mundo”. Umas se impõem como potências, enquanto outras lutam para sobreviver.
 
Império europeu? As tentativas de unificação da Europa num grande império não se limitariam apenas às conquistas da guerra. O casamento seria também emprega­do como estratégia política, mas igualmente sem resultados. “Mistu­rar-se-ão mediante casamento” afir­mou o profeta, “mas não se ligarão um ao outro” (Dan. 2:43).
Que os diferentes reinos da Europa tentaram uma coligação de forças através do casamento de conveniência é fácil de se constatar. A propósito, na época da Primeira Guerra Mundial, George H. Merritt afirmou: “A Europa em guerra pode ser quase comparada a uma briga em família. As casas reais, especialmente os países mais forte­mente relacionados à guerra, são pra­ticamente todos do mesmo tronco germânico, e quase do mesmo san­gue. Tem havido tantos Casamentos entre estas casas a ponto de dominar sangue germânico em cada trono eu­ropeu, com exceção dos dois peque­nos reinos da Sérvia e Montenegro.”
Merritt Continua sua descrição: “O imperador Guilherme da Alemanha, ao guerrear contra a Grã-Bretanha e a Rússia, está igualmente em guerra com seus primos. O rei George IV da Grã-Bretanha e o Czar Nicolau II da Rússia são primeiramente primos por suas mães que eram filhas do rei Cristiano IX da Dinamarca, [...]. Guilherme II da Alemanha é primo em primeiro grau de George V, e sua mãe Vitória era a irmã do pai de George, Eduardo VII da Grã-Bretanha. Além disso, Nicolau ca­sou-se com outra prima em primeiro grau tanto de George como de Gui­lherme; a mãe da czarina era outra irmã de Eduardo VII. Finalmente, George, Guilherme e Nicolau são, por seus pais, netos de Carlos, duque de Mecklenburg-Strelitz, que morreu em 1752, e Guilherme e Nicolau são des­cendentes do rei Frederico Guilherme III da Prússia. Outros primos do rei George e do czar Nicolau, também ne­tos de Cristiano IX da Dinamarca, são: Cristiano X da Dinamarca, Constanti­no I da Grécia, e Ernesto Augusto, du­que de Brunswick, que é também gen­ro do imperador Guilherme II.”
O casamento uniu pessoas e famí­lias, mas não reinos. A Europa perma­neceu dividida, e assim deve conti­nuar, até que um poder diferente con­clame e receba o apoio de cada nação no mundo. O Apocalipse identifica este poder final como “a besta que emergiu do mar” (Apoc. 13:1). Num artigo futuro, veremos quem é esse poder e como finalmente ele conse­guirá a adesão mundial. Quando isso acontecer, se cumprirá a profecia que diz: “Toda a terra se maravilhou se­guindo a besta. [...] Deu-se-lhe ainda autoridade sobre cada tribo, povo, lín­gua e nação” (Apoc. 13:3 e 7).
Até lá, a profecia de Daniel 2 pros­seguirá inviolada em seu cumprimen­to, em que pese o empenho de alguns em imaginar que a União Européia conspira contra a exatidão profética. Isso não é verdade. Muito ao contrá­rio, a profecia previu que tentativas de união ocorreriam na Europa, e é natural que fatores econômicos final­mente se envolvam no processo. O que se tornou comum foi o mercado, e não as forças políticas. O Continen­te ainda é uma colcha de retalhos, com nações fortes e fracas desempe­nhando o seu papel no cenário mun­dial, e se preparando para conferir seu apoio à “besta”, precisamente como previsto no Apocalipse.
Portanto, o tempo em que vivemos é importante. Estamos nos aproxi­mando do momento em que será cumprida a única parte de Daniel 2 que ainda não se cumpriu; a pedra que atinge os pés da estátua e a des­trói. Essa pedra foi interpretada pelo profeta como sendo a implantação do Reino de Deus na Terra, fato que acontecerá com a volta de Jesus.
Quando isso acontecer, os remos do mundo, fracos ou fortes, terão de passar. Já o Reino de Deus “não pas­sará a outro povo; esmiuçará e consu­mirá todos estes remos, mas ele mes­mo subsistirá para sempre” (Dan. 2:44). E com ele existirão para sem­pre os que hoje obedecem a Deus e se preparam para o encontro com Ele. “O mundo passa, bem como a sua concupiscência; aquele, porém, que faz a vontade de Deus, permanece eternamente (1 João 2:17). Vale a pena se preparar para ser um cidadão do Reino de Cristo.

 

Sinais dos Tempos - Setembro Outubro de 2001

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