A
profecia das 2.300 “tardes e manhãs” (Dan. 8:14) é explicada em Daniel 9:21-27,
e é, sem dúvida, a maior profecia de tempo da Bíblia. Haviam
passado cerca de 11 anos desde que Daniel tivera a visão. Fora-lhe declarado: “Tu, porém, cerra a
visão, porque só daqui a muitos dias se cumprirá” (Dan. 8:26). Mas Daniel ainda estava ansioso de
compreender o que significava aquele longo período de tempo. O cativeiro babilônico de 70 anos estava para
acabar e o profeta estava muito desejoso de saber como e quando o seu povo
seria liberto, e retornaria para Jerusalém.
Desde
que ele tivera sua última visão (Dan. 8:14), muitas modificações tinham
ocorrido. Babilônia não existia mais
como império mundial. A Medo-Pérsia
assumira a domínio do mundo, e Dario, o medo, reinava em Babilônia. O que viria em seguida? Que vai acontecer com o meu povo, com
Jerusalém e com o Templo?
1.
Daniel examinava as Escrituras (Daniel
9:1-2).
“No ano
primeiro de Dario (538
a.C.), filho de Assuero, da nação dos
medos, o qual foi constituído rei sobre o reino dos caldeus, no ano primeiro do
seu reinado, eu, Daniel, entendi pelos livros que o número de anos, de que
falou o Senhor ao profeta Jeremias, em que haviam de acabar as assolações de
Jerusalém, era de setenta anos.”
A vida de
Daniel era atarefada, contudo ele tomava tempo para orar e estudar as
Escrituras que estavam à sua disposição. Levando ainda o fardo pelo bem de Israel,
Daniel estudou de novo a profecia dos 70 anos de Jeremias (Jer. 25:11-12; 29:10). A
constante lembrança de que Jerusalém e o Templo estavam destruídos o
entristecia. Daniel sabia que o período
dos 70 anos de cativeiro estava chegando rapidamente ao fim, e ele estava muito
desejoso de saber como e quando o seu povo seria liberto.
Grande parte de Daniel 9 consiste da oração de Daniel
a Deus em favor de seu povo. Ele
suplicou que Deus os perdoasse, tivesse misericórdia deles e cumprisse Suas
promessas a esse povo.
2. Oração de
Confissão (Daniel 9:3-19)
Daniel assumiu
aqui o papel de um intercessor, identificando-se com o seu povo e
representado-o diante de Deus. “Temos
pecado e cometido iniquidade, procedemos perversamente, e fomos rebeldes” (Dan.
9:5). Daniel estava identificando-se com
a condição do povo de Deus como um todo.
Foi isso que Cristo fez também por nós.
Depois de
confessar suas próprias deficiências e os pecados de seu povo, Daniel passa a
suplicar que Deus tenha misericórdia de Jerusalém, a cidade onde está o
santuário, e do povo de Deus (Dan. 9:16-19).
3. Deus atende imediatamente as orações. Daniel 9:20-23
“Estando eu
ainda falando e orando, e confessando o meu pecado, e o pecado do meu povo
Israel, e lançando a minha súplica perante a face do Senhor, meu Deus, pelo
monte santo do meu Deus, estando eu, digo, ainda falando na oração, o varão
Gabriel, que eu tinha visto na minha visão ao princípio, veio voando
rapidamente, e tocou-me à hora do sacrifício da tarde. E me instruiu, e falou comigo, e disse:
Daniel, agora saí para fazer-te entender o sentido. No princípio das tuas súplicas, saiu a ordem,
e eu vim, para to declarar, porque és mui amado; toma, pois, bem sentido na
palavra, e entende a visão.”
Daniel ficou
tão impressionado com a rápida resposta de Deus que repetiu duas vezes:
“estando eu ainda falando na oração”.
Que privilégio teve Daniel de ser chamado de “mui amado” de Deus! Gabriel veio para explicar a visão que Daniel
não havia entendido: “E a visão da tarde e da manhã, que foi dita é verdadeira
. . . e espantei-me acerca acerca da visão, e não havia quem a entendesse”
(Dan. 8:26-27). “Quando Gabriel disse no
verso 23 “toma pois bem sentido na palavra e entende a visão”, ele não usou a
palavra geral chazon que se refere à
visão como um todo, com aparece em Daniel 8:1 e 13 e em Daniel 9:21. Ele usou o verbo mareh, que é usado especificamente para a visão das 2.300 tardes e
manhãs, a única parte do capítulo 8 que Daniel não havia entendido. No capítulo 8, Gabriel diz a Daniel
especificamente que a visão, a mareh,
dos 2.300 dias era “verdadeira” (Dan. 8:26), mas Daniel diz que não havia
entendido aquela mareh (Dan. 9:27),
isto é, a mareh sobre os 2.300 dias.”[1]
4. Que indicação foi dada sobre o fator do
Tempo? Daniel 9:24
"Setenta
semanas estão determinadas sobre o teu povo, e sobre a tua santa cidade, para
extinguir a transgressão, e dar fim ao pecado, e para expiar a iniquidade, e
trazer a justiça eterna, e selar a visão e a profecia, e para ungir o Santo dos
santos.”
“Esta é a
prova mais clara do princípio dia/ano. A
ordem para restaurar e reconstruir Jerusalém foi dada muitos séculos antes de
Cristo. Se forem tomadas como tempo
literal, 70 semanas representam um ano e alguns meses, dificilmente um tempo
suficiente para alcançar Jesus. No
entanto a aplicação do princípio dia/ano resolve o problema: cobre o período
desde a reconstrução da cidade até o primeiro advento de Jesus. Em resumo, Jesus prova a validade do
princípio dia/ano.”[2]
A palavra
hebraica traduzida por “determinadas” tem o sentido de “cortar” ou
“destacar”. Esta é sua única ocorrência
na Bíblia. O contexto denota que o
período das 70 semanas devia ser destacado de algum período de tempo mais
longo, obviamente os 2.300 anos de Daniel 8:14.
Sendo assim, as 70 semanas seriam a parte inicial dos 2.300 anos. Se sabemos quando começa um desses períodos,
sabemos quando começa o outro.
Quando a
profecia foi dada Jerusalém estava destruída, e o povo Judeu estava no
cativeiro. Deus separou para os judeus
70 semanas proféticas, isto é, 490 anos (70 x 7 = 490), e durante este tempo os
Judeus deveriam retornar para sua terra e reconstruir Jerusalém. "Setenta semanas estao determinadas
sobre o teu povo, e sobre a tua santa cidade" (Dan. 9:24).
O que deveria
ser realizado no período de 490 anos? O
verso 24 menciona seis propósitos. Eles
descrevem principalmente os resultados da vida e obra de Jesus aqui na Terra:
- Para fazer cessar a transgressão. A transgressão se refere ao rompimento da
relação entre Deus e a humanidade. Por
Seu sacrifício na cruz, Jesus reatou o relacionamento interrompido e nos
restaurou diante de Deus.
- Para dar fim aos pecados. Gabriel aqui anuncia que o Messias cuidaria
dos fracassos da humanidade. Ele tomaria
sobre Si mesmo os seus pecados e assim lhes daria um fim.
- Para expiar a iniquidade.
Iniquidade é pecado como perversão do que é certo. Pelo sacrifício expiatório na cruz, Jesus
cuidou do pecado em todas as suas formas.
- Para trazer a justiça eterna. Pela Queda, a humanidade se tornou
injusta. O Messias trará uma justiça de
Deus que será eterna para os que dela se apropriarem pela fé.
- Para selar a visão e a profecia. A idéia de selar aqui não tem o significado
de “encerrar”, mas de “confirmar” ou “ratificar”. O cumprimento das predições relacionadas com
a primeira vinda do Messias no momento especificado pela profecia nos dá a
garantia de que os outros aspectos da profecia, em especial os 2.300 anos,
serão cumpridos com a mesma precisão.
- Para ungir o Santo dos Santos. Os templos eram ungidos para inaugurar seus
serviços (veja Êxo. 40:9). A unção
predita neste verso aponta para a inauguração do ministério sacerdotal de Jesus
no Templo Celestial depois de Sua ascensão (Heb. 9:21).[3]
5. Quando
devia começar esse período de tempo? Daniel 9:25
“Sabe e
entende: Desde a saída da ordem para restaurar e para edificar Jerusalém até o
Messias, o Príncipe, sete semanas, e sessenta e duas semanas(seriam 69 semanas ou 483 anos); as ruas e as tranqueiras se reedificarão, mas em tempos angustiosos."
O ponto de
partida desta profecia é revelado na frase: “Desde a saída da ordem para
restaurar e para edificar Jerusalém . . .” (Dan. 9:25).
“Várias datas
foram dadas a este decreto: 538 a.C. (Ciro o Grande), 520 a.C. (Dario), e 457
a.C. (Artaxerxes I). Vamos examinar
brevemente estas três. Para começar,
suponha que alguém aceitasse a data de 538 a.C. como ponto de partida. Desde a ordem para restaurar e reconstruir
Jerusalém (538 a.C.) até o Messias, o Príncipe, Jesus, seriam 483 anos (estamos
usando o princípio dia/ano, porque o texto requer isso). A partir de 538 a.C., os 483 anos alcançam o
quê? 55 a.C. – uma data que de forma
alguma se ajusta ao tempo do ministério terrestre de Cristo.
“Tente 520
a.C. Se este for o ponto de partida do
decreto, e vamos 483 anos mais tarde, a que data chegaremos (37 a.C.), e por
que essa data também é impossível? (também não corresponde ao tempo do
ministério terrestre de Cristo).
“Mas se
usarmos a data de 457 a.C., os números nos trazem diretamente ao tempo de
Cristo (27 d.C.). Esse decreto foi dado
por Artaxerxes I, e fez provisões para a restauração da completa autoridade
civil, judicial e religiosa dos Judeus em sua pátria (veja Esdras 7:7-8 e
11-28).”[4] O único decreto que enviou os judeus de volta
para Jerusalém foi emitido no sétimo ano de Artaxerxes (Esdras 7:7-8).
Em Esdras 6:14
lemos que o Templo finalmente foi completado de acordo com o decreto de Ciro,
de Dario e de Artaxerxes. Sua referência
aos três documentos pela palavra “decreto” no singular indica a unidade dos
decretos. Também chama a atenção para o
terceiro, sem o qual os dois primeiros eram incompletos. Pois foi esse terceiro decreto que deu a
Jerusalém o seu renascimento legal.
6. A primeira vinda do Messias é predita. Daniel
9:25
"Sabe e entende:
Desde a saída da ordem para restaurar e para edificar Jerusalém (457 a.C.), até
ao Messias ( o Ungido), o Príncipe,
sete semanas, e sessenta e duas (seriam 69 semanas ou 483 anos até o
Messias); as ruas e as tranqueiras se
reedificarão, mas em tempos angustiosos."
Essa profecia
aponta para a primeira vinda do Messias e o ano da Sua Unção. Messias é uma palavra hebraica; em grego é
Cristo e em português, Ungido. Partindo
de 457 a.C. os 483 anos nos levam ao ano 27 d.C.;[5] neste ano o
Messias, o Cristo foi publicamente Ungido no Seu batismo ao descer sobre Ele o
Espírito Santo em forma de uma pomba (Mat. 3:13-17).
7. Em que ano
João Batista começou a batizar? São Lucas 3:1, 3, 21, 22
"No
décimo quinto ano do reinado de Tibério César, sendo Pôncio Pilatos governador
da Judéia, Herodes tetrarca da Galiléia, seu irmão Filipe tetrarca da região da
Ituréia e Traconites, e Lisânias tetrarca de Abilene. Sendo Sumo Sacerdotes
Anás e Caifás, veio a palavra de Deus a João…no deserto. Ele percorreu toda a
circunvizinhança do Jordão, pregando o batismo de arrependimento…E aconteceu
que, ao ser o povo batizado, também o foi Jesus…e o Espírito Santo desceu sobre
Ele…"
O evangelho de
Lucas diz que João Batista começou a batizar no 15º ano do reinado de Tibério
César, e de acordo com os registros históricos, o 15º ano do reinado de Tibério
César foi do outono do ano 27 d.C. ao outono de 28 d.C.;[6] neste ano Jesus
foi batizado.
Depois de ser
batizado Jesus disse: "O tempo está cumprido" (São Marcos 1:15) Paulo também disse: "Vindo a plenitude
dos tempos Deus enviou o Seu Filho" (Gálatas 4:4) De que tempo Jesus e Paulo estavam
falando? Certamente dos 483 anos (69
semanas proféticas) que se cumpriram com o batismo de Jesus, e da última das 70
semanas que completariam os 490 anos separados para os Judeus.
8.
A Morte do Messias é predita em Daniel
9:26, 27
"Depois das sessenta e duas semanas (isto é, depois das sessenta e nove semanas, 7+62) será tirado o Messias (a
profecia indica aqui a morte de Jesus), e não será mais; e o povo
do príncipe, que há de vir (o exército romano), destruirá a cidade e o santuário (destruição de Jerusalém e do
templo no ano 70 d.C.), e o seu fim será
com uma inundação; e até ao fim haverá guerra; estão determinadas assolações (as
guerras constantes naquela região durariam até o fim). E Ele (o Messias) firmará um concerto com muitos por uma
semana (a última das 70 semanas, 27 d.C. a 34 d.C.); e na metade da semana fará
cessar o sacrifício e a oferta de manjares (é anunciado aqui o ano da morte
de Jesus; na metade da última semana, ano 31 d.C.); e sobre a asa das abominações virá o assolador, e isso até a
consumação (guerras e assolações em Jerusalém, preditas até a consumação
dos séculos); e o que está determinado
será derramado sobre o assolador (o assolador foi, primeiro Roma Imperial,
e depois Roma Papal).”
A
profecia diz claramente que o Messias morreria, ou faria cessar o sacrifício,
na metade da última semana (27 d.C. a 34 d.C.).
A metade de uma semana de 7 anos são exatamente três anos e meio; esse
foi o período do ministério terrestre de Jesus que terminou com Sua morte no
ano 31 d.C.
A profecia
precisa ser confirmada pela História, e o registro histórico confirma que
Pilatos era de fato, no ano 31 d.C., o procurador romano na Judéia. Pilatos foi nomeado procurador romano da
Judéia por Tibério Cesar, e governou durante dez anos, de 26 d.C. a 36 d.C.[7]
Mesmo
que não existisse uma profecia indicando o ano da morte de Jesus, poderíamos
entender, unicamente pela informação histórica, mencionada em Lucas 3:1, que
Jesus morreu entre 26 e 36 d.C., porque foi durante a gestão de Pilatos (26 -
36 d.C.); Herodes (Antipas 4 a.C. – 39 d.C.); Filipe (4 a.C. – 33/34 d.C.); e o
sacerdócio de Anás (6 –14 d.C.) e Caifás (18 - 36 d.C.). Esta combinação de datas indica a veracidade
da profecia.
A
profecia, porém, existe e é bastante específica quando diz que Jesus faria
cessar o sacrifício na metade da última semana; isso ocorreu no ano 31 d.C.;
neste ano Jesus, o Verdadeiro Cordeiro de Deus, morreu na Cruz; o Véu do Templo
rasgou-se de cima em baixo (Mat.27:50-51); e cessaram os sacrifícios.
Restavam
ainda 3 anos e meio para se completarem os 490 anos separados para a nação
escolhida de Deus. Isto nos leva ao ano 34 d.C., o ano do apedrejamento de
Estevão e a conversão de Saulo (Atos 7). Após a morte, ressurreição e ascensão
de Jesus o evangelho continuou sendo pregado em Jerusalém e em toda a Judéia e
Samaria (Atos 1:8), até o ano de
34 d.C.; a partir desta data o evangelho passou a ser anunciado aos gentios;
Saulo o perseguidor, tornou-se Paulo, o Apóstolo dos Gentios.
Terminados
os 490 anos os Judeus deixaram de ser o Povo Escolhido de Deus. Individualmente, qualquer judeu, ou gentio,
pode se salvar: “para que todo aquele que Nele crê, não pereça, mas tenha a
vida eterna” (João 3:16); a propósito, Paulo fala de uma grande conversão que
haverás entre os judeus antes da volta de Jesus (Ler Rom. 11).
9. O ano 1.844 é uma data profética no
Calendário de Deus. Daniel 8:14
"Até duas mil e trezentas tardes e manhãs e o santuário será
purificado."
Dos
2.300 anos já estudamos 490, restam ainda 1810 (2.300 - 490 = 1810). Partindo do ano 34 d.C. os 1.810 anos
restantes se estendem até o ano 1.844 d.C. (34 + 1.810 = 1.844). (veja o
gráfico) Outra forma simples de fazer a
conta é subtraindo os 457 anos que transcorreram na era a.C. dos 2.300 anos, e o resultado
será 1.843 (2.300 – 457 = 1.843). Como
não existe o ano zero temos que acrescentar um ano aos anos de nossa era, e
assim chegamos a 1.844.
Por que esta profecia é tão importante? Porque ela predisse com séculos de
antecedência os principais acontecimentos do plano da salvação:
·
A primeira
Vinda do Messias
·
O ano do
Batismo de Jesus (27 d.C.)
·
O ano da Morte
de Jesus (31 d.C.)
·
O início do
Tempo dos Gentios, isto é, o ano em que o evangelho começaria a ser anunciado
aos gentios, (34 d.C.)
·
O ano em que
começaria o Juízo Celestial (Apoc. 14:6-7), a vindicação do Caráter de Deus, e a restauração da Verdade lançada por
terra (1.844 d.C.)
·
1.844 aponta
para a passagem de Jesus do Santo para o Santíssimo do Santuário Celestial, Sua
entronização como Juiz ao receber das mãos do Pai o Livro selado com Sete Selos
e iniciar o Juízo (Daniel 7:13, 9, 10; Apoc. 5:5-7)
Em Amós 3:7 lemos: “Certamente, o Senhor Deus não fará
coisa alguma, sem primeiro revelar o seu segredo aos seus servos, os
profetas.” O caráter de Deus é íntegro,
honesto e transparente. Ele não faria
nada em segredo, principalmente em se tratando do Juízo Investigativo que
envolve todos os seres humanos, desde Adão e Eva até os nossos dias.
Deus tomou providências para que em 1.844, no mesmo ano em que começaria o Juízo no Céu, essa mesma mensagem solene
de advertência fosse anunciada a todas as nações, tribos e línguas da terra. Em 1.844 Deus iniciou aqui na terra um Movimento Profético Mundial, cuja
missão é anunciar ao mundo as Três
Mensagens Angélicas de Apocalipse 14:6-12. Esse movimento recebeu o nome de Igreja
Adventista do Sétimo Dia. A mensagem do
primeiro anjo fala especificamente do início do Juízo Investigativo:
“Vi outro anjo voando pelo meio do céu, tendo um evangelho eterno (um evangelho
completo) para pregar aos que se assentam sobre a terra, e a cada nação, e
tribo, e língua, e povo, dizendo, em grande voz (um movimento cuja voz forte
seria ouvida em todo o mundo): Temei a
Deus e dai-Lhe glória, pois é chegada a Hora do Seu Juízo; e adorai Aquele que
fez o céu, e a terra, e o mar, e as fontes das águas” (Apoc.14:6-7).
A primeira mensagem angélica anuncia ao mundo um
Evangelho Eterno, um evangelho que mostra Jesus como “Cordeiro de Deus que tira
o pecado do mundo”, mas também como o supremo Juiz do Tribunal Celestial. Disse um dos anciãos para João:
“Não chores eis aqui o Leão da tribo de Judá, a raiz
de Davi, que venceu, para abrir o Livro e desatar os seus Sete Selos . . . E
veio e tomou o Livro da dextra do que estava assentado no trono” (Apoc. 5:5,
7). O Evangelho Eterno é o evangelho
completo porque revela Jesus como Salvador e Juiz, é uma combinação de misericórdia
e justiça. Paulo chama o Tribunal
Celestial de o Tribunal de Cristo:
“Porque todos devemos comparecer ante o Tribunal de
Cristo, para que cada um receba segundo o que tiver feito por meio do corpo, ou
bem, ou mal” (II Cor. 5:10).
João também fala que, o Pai embora esteja assentado no
trono, sendo portanto o Juiz do Universo, a ninguém julga porque Ele foi o
primeiro a ser acusado por Satanás nas cortes celestiais. Jesus veio ao mundo, morreu e ressuscitou
para ser ao mesmo tempo Salvador e Juiz.
“E também o Pai a ninguém julga, mas deu ao Filho todo
o Juízo . . . e deu-Lhe o poder de exercer o Juízo porque é o Filho do Homem”
(João 5:22, 27).
No Tribunal de Cristo a norma do julgamento é a Santa
Lei de Deus, os Dez Mandamentos (Êxo. 20:3-17). A primeira mensagem angélica também chama a
atenção do mundo todo para o fato de que Deus é o Criador dos Céus e da
Terra. A Igreja Adventista do Sétimo Dia
é o maior Movimento Criacionista do mundo.
“Adorai Aquele que fez o céu, e a terra, e o mar, e as fontes das águas”
(Apoc. 14:7). Esta é uma mensagem
criacionista que anuncia a veracidade do relato da Semana da Criação de Gênesis
1 e 2, e anuncia também o Sábado, o Sétimo Dia da semana, como sendo o Santo
Dia do Senhor o memorial da criação. Só
existe uma maneira de adorar a Deus como Criador dos Céus e da Terra, isto é, guardando o Santo Sábado.
O quarto mandamento da Lei de Deus diz:
“Lembra-te do dia de sábado, para o santificar. Seis dias trabalharás e farás toda a tua
obra. Mas o sétimo dia é o sábado do
Senhor, teu Deus; não farás nenhum trabalho, nem tu, nem o teu filho, nem a tua
filha, nem o teu servo, nem a tua serva, nem o teu animal, nem o forasteiro das
tuas portas para dentro; porque, em seus dias, fez o Senhor os céus e a terra, o
mar e tudo o que neles há e, ao sétimo dia, descansou; por isso o Senhor abençoou o dia de sábado e o santificou” (Êxo. 20:8-11).
A Revolução
Francesa, (1792 - 1804),
permanece, ainda, como um monumento aos horrores que o ateísmo produz em
oposição a Deus. “A disseminação mundial
dos mesmos ensinamentos que resultou na Revolução Fancesa, está tentando
envolver o mundo todo numa luta semelhante àquela que convulsionou a França.”[8] A Revolução Francesa fundamentou o caminho
para o desenvolvimento das filosofias satânicas do Evolucionismo,
Espiritualismo e Marxismo no século XIX, um esforço satânico no intuito de
tentar anular o poder das Três Mensagens Angélicas de Apoc. 14:6-12.
O Comunismo: nega a
existência de um Juízo Final, negando a existência de Deus. Karl Marx recebeu seu doutorado da
Universidade de Jena em 1.841. Em 1842
tornou-se um editor da Reinische Zeitung em Cologne, e em 1848 Karl Marx
escreveu o Communist Manifest. Em
1917 a Revolução Russa implantou o maior sistema ateu já conhecido na história
do mundo. A filosofia Comunista teve sua
origem nos escritos de Platão, A
República (300 a.C.).
O Evolucionismo: o
principal objetivo do Evolucionismo, é isentar o homem de sua responsabilidade
para com o Criador, e deste modo, o Juízo se torna irrelevante. De Dezembro de 1831 a Outubro de 1836
Charles Darwin viajou no H.M.S. Beagle como naturalista, estabelecendo assim o
fundamento para o seu tratado sobre a evolução, Origens das Espécies,
publicado em 1859.
O Espiritismo: afirma
que os seres humanos são semi-deuses; que “cada mente julgará a si mesma.”[9] A imortalidade da alma e a teoria das
reencarnações falam contra a relevância do Juízo. O Espiritismo moderno começou na casa das
irmãs Fox, Rochester, N.Y., em 1848.
Não foi mera
coincidência que o Espiritismo moderno, o Marxismo, e o Evolucionismo, vieram à
tona todos na mesma época! Por que razão
Satanás ergueria esses monumentos do ateísmo, exatamente neste tempo, se não
fosse para minar e bloquear a proclamação das Três Mensagens Angélicas?
A doutrina da
Criação torna relevante a doutrina do Juízo Investigativo, no sentido de que
temos um senso de nossa origem; somos seres responsáveis aos olhos do Criador,
e a Ele prestaremos contas.
10. O Juízo dos Vivos e o Selamento Apoc. 7:2-3; 13:16-17
“E vi outro anjo subir da banda do sol
nascente, e que tinha o Selo do Deus Vivo; e clamou com grande voz aos quatro
anjos, a quem fora dado o poder de danificar a terra e o mar, dizendo: Não
danifiqueis a terra, nem o mar, nem as árvores, até que hajamos assinalado nas
suas testas os servos do nosso Deus.”
“E faz que a todos, pequenos e grandes,
ricos e pobres, livres e servos, lhes seja posto um sinal na sua mão direita,
ou nas suas testas; para que ninguém possa comprar ou vender, senão aquele que
tiver o sinal, ou o nome da besta, ou o número do seu nome.”
“No tempo
indicado para o Juízo – o final dos 2.300 dias, em 1.844 – iniciou-se a obra de
investigação e apagamento dos pecados.
Todos os que já professaram o nome de Cristo serão submetidos àquele
perscrutador escrutínio . . . O Juízo
ora se realiza no Santuário Celestial.
Há muitos anos esta obra está em andamento. Breve, ninguém sabe quão breve, passará ela
aos casos dos vivos.”[10]
O Juízo
Investigativo começou com os mortos em 1.844, e breve passará para os casos dos
vivos. Quando será o Julgamento dos
Vivos? É bastante coerente e bíblico
entendermos que o período do Selamento dos vivos mencionado em Apoc. 7:2-3 e
Apoc. 13:16-7, seja também o tempo do Juízo dos vivos. Selamento e Julgamento são uma só coisa;
ambos definem o destino eterno de cada um.
Apocalipse
fala claramente de dois selos: o Selo do Deus Vivo (Apoc. 7:2-3), e o Selo da
Besta (Apoc.13:16-18). Os que forem
selados pelo Selo do Deus Vivo não mais se perderão, estarão selados para a
vida eterna, e os que forem selados pelo selo da besta estarão perdidos. Os salvos refletem o santo caráter de Jesus e
nos perdidos revela-se o caráter ímpio de Satanás.
A profecia de
Apocalipse 7:2-3 aponta para o Selamento do povo de Deus. Quem são eles?
·
Aqueles
que Santificam o Sábado
“Quem quer
que obedeça ao quarto mandamento, verificará que está traçada uma linha
divisória entre ele e o mundo. O sábado
é uma prova, não uma exigência humana, mas a prova de Deus. É aquilo que distinguirá os que servem a Deus
dos que O não servem; e em torno deste ponto sobrevirá o derradeiro e grande
conflito da luta entre a verdade e o erro.”[11]
“O sinal, ou
Selo de Deus é revelado na observância do Sábado do Sétimo Dia – o memorial
divino da criação. . . (Exo.
31:12-13) O sábado é aí apresentado como
um sinal entre Deus e Seu povo. A marca
da besta é o oposto disso – a observância do primeiro dia da semana. Essa marca distingue dos que reconhecem a
supremacia da autoridade papal, os que aceitam a autoridade de Deus.”[12]
·
Aqueles
que Desenvolveram o Santo Caráter de Jesus
“Os que
vencem o mundo, a carne e o diabo, serão os agraciados que receberão o Selo do
Deus Vivo. Aqueles cujas mãos não são
limpas, cujo coração não é puro, não terá o Selo do Deus Vivo. Os que planejam pecado e o praticam, serão
omitidos. . . O homem é pesado na
balança e achado em falta quando está vivendo na prática de qualquer pecado conhecido.”[13]
“O Selo de
Deus será colocado somente na testa daqueles que suspiram e clamam por causa
das abominações cometidas na Terra. . .
A classe que não se entristece por seu próprio declínio espiritual, nem
chora sobre os pecados dos outros, será deixada sem o Selo de Deus.”[14]
“Nenhum de
nós jamais receberá o Selo de Deus, enquanto o caráter tiver uma nódoa ou
mácula sequer. . . O Selo de Deus jamais
será colocado à testa de um homem ou mulher impuros. Jamais será colocado à testa de um homem ou mulher
cobiçosos ou amantes do mundo. Jamais
será colocado à testa de homens ou mulheres de língua falsa ou coração
enganoso. Todos os que recebem o selo
devem ser imaculados diante de Deus – candidatos para o Céu.”[15]
“Que estais
fazendo, irmãos, na grande obra de preparação?
Os que se estão unindo com o mundo, estão-se amoldando ao modelo
mundano, e preparando-se para o sinal da besta.
Os que desconfiam do eu, que se humilham diante de Deus, e purificam a
alma pela obediência à verdade, estão recebendo o molde divino, e preparando-se
para receber na fronte o Selo de Deus.
Quando sair o decreto, e o selo for aplicado, seu caráter permanecerá
puro e sem mácula para toda a eternidade.”[16]
11. Termina o
Juízo Investigativo – Fechamento da Porta da Graça Apoc. 8:1-5
“E, havendo aberto o sétimo selo, fez-se
silêncio no céu quasi por meia hora . . .
E veio outro anjo (isto é, não um dos sete anjos que tinha
as sete trombetas, este é o Anjo do Concerto, o próprio Jesus)[17], e pos-se junto ao altar (altar de incenso do
Santuário Celestial), tendo um incensário de ouro
(o incensário de ouro ficava no santíssimo entre os querubins); e foi-Lhe dado muito incenso, para o por com as orações de todos os
santos sobre o altar de ouro, que está diante do trono (momentos
finais de intercessão). E o fumo do incenso subiu com as orações dos
santos desde a mão do Anjo até diante de Deus.
E o Anjo (Jesus) tomou o
incensário, e o encheu do fogo do altar, e o lançou sobre a terra
(fim da intercessão); e houve depois vozes, e
trovões, e relâmpagos e terremotos (Satanás tem completo
domínio sobre os que não se arrependeram).”
Joseph J.
Battistone, autor da Lição da Escola Sabatina do segundo trimestre de
1989 declara: “Quando Ele atirar o Seu incensário à Terra, cessará o ministério
intercessor de Cristo. Terminará o tempo
da graça, e haverá trovões, vozes, relâmpagos e um grande terremoto.”[18]
À
Ellen G. White foram reveladas as cenas de tensão no Céu justo antes do
fechamento da porta da graça. São cenas
de um Céu que está tenso e emudecido, porque a areia do tempo está se escoando
rapidamente através da ampulheta da graça.
O Sétimo Selo revela exatamente esses últimos minutos de graça que
precedem o fechamento da porta da graça; as cenas finais do ministério de Jesus
no Santuário Celestial.
“Servos
de Deus, dotados de poder do alto, com rosto iluminado e resplandecendo com
santa consagração, saíram para proclamar a mensagem provinda do Céu. Almas que estavam espalhadas por todas as
corporações religiosas responderam à chamada, e os que preciosos eram
retiraram-se apressadamente das igrejas condenadas . . . Foi-me indicado o
tempo em que a mensagem do terceiro anjo estava a finalizar-se. O poder de Deus havia repousado sobre Seu
povo; tinham cumprido a sua obra, e estavam preparados para a hora de prova que
diante deles estava. Tinham recebido a Chuva
Serôdia, ou o refrigério pela presença do Senhor, e se reanimara o vívido
testemunho. A última grande advertência
tinha soado por toda parte e havia instigado e enraivecido os habitantes da
terra que não quiseram receber a mensagem.
“Vi
anjos indo aceleradamente de um lado para o outro no Céu. Um anjo com um tinteiro de escrivão ao lado
voltou da Terra, e referiu a Jesus que sua obra estava feita, e os santos
estavam numerados e selados. Então vi
Jesus, que havia estado a ministrar diante da Arca, a qual contém os Dez
Mandamentos, lançar o incensário.
Levantou as mãos e com grande voz disse: ‘Está Feito.’ E toda a hoste angélica tirou suas coroas
quando Jesus fez a solene declaração: ‘Continue o injusto fazendo injustiça,
continue o imundo ainda sendo imundo; o justo continue na prática da justiça, e
o santo continue a santificar-se’ (Apoc.
22:11). Cada
caso fora decidido para vida ou para morte.
Enquanto Jesus estivera ministrando no Santuário, o Juízo estivera em
andamento pelos justos mortos, e a seguir pelos justos vivos.
“Retirando-Se
Jesus do lugar Santíssimo, ouvi o tilintar das campainhas sobre as Suas vestes;
e, ao sair Ele, uma nuvem de trevas cobriu os habitantes da Terra. Não
havia então mediador entre o homem culpado e Deus . . . “Enquanto
Jesus permancera entre Deus e o homem culposo, achava-se o povo sob repressão;
quando porém, Ele saiu de entre o homem e o Pai, essa restrição foi removida, e
Satanás teve completo domínio sobre os que afinal se não arrependeram. . .
“Naquele
tempo terrível, depois de finalizada a mediação de Jesus, os santos estavam
a viver à vista de um Deus santo, sem intercessor. Cada
caso estava decidido, cada jóia contada.
Jesus demorou um momento no compartimento exterior do Santuário
Celestial, e os pecados que tinham sido confessados enquanto Ele esteve no
lugar Santíssimo, foram colocados sobre Satanás, o originador do pecado . .
. Vi então Jesus depor Suas vestes
sacerdotais e envergar Seus mais régios trajes.”[19] Jesus Se
prepara para voltar! Aleluia!
[4] Gerhard Pfandl, Lição da Escola Sabatina, 4º trimestre,
2004, 131.
O primeiro decreto foi emitido em 538
ou 537 a.C. por Ciro o Grande. Esse
decreto permitia o restabelecimento dos exilados Judeus e lhes dava o direito
de construir o Templo de Jerusalém.
Cerca de 50.000 exilados voltaram dentro de um ano após a emissão o
decreto. Eles enfrentaram a oposição dos
vizinhos e a construção do Templo foi adiada (ver Esdras 1:2-4).
O Segundo decreto foi emitido pouco
depois entre 520 ou 519 a.C., durante o reinado de Dario I. Ele não tomou nenhuma providência para a
restauração do Estado como unidade completa.
O terceiro decreto foi emitido por
Artaxerxes I, em 458/457 a.C. Este
decreto foi superior aos dois primeiro pois providenciou a restauração completa
da autoridade civil, judicial e religiosa (Esdras 7:11-28).
[5] Ao fazer esse cálculo, 483 – 457 = 26 é bom lembrar que na passagem
da era a.C. para d.C. pulamos do ano 01 antes Cristo para o ano 01 depois de
Cristo, porque não existe o ano 0 (zero).
Por isso temos que acrescentar um ano aos anos da nossa era, ficando,
portanto, o batismo de Jesus no ano 27 d.C.; e a última das setenta semanas
seria então do ano 27 d.C. a 34 d.C.
[17] Jesus é o Anjo do
Concerto que está diante do Pai como nosso Intercessor:
“O patriarca discerniu então o caráter de seu
antagonista. Soube que estivera em
conflito com um Mensageiro Celestial, e por isto foi que seu esforço quase
sobre-humano não ganhara a vitória. Era
Cristo, o ‘Anjo do Concerto’ que Se havia revelado a Jacó.” Ellen G. White, Patriarcas
e Profetas, 197.
“Entre os querubins havia um incensário de ouro; e, subindo
a Jesus as orações dos santos, oferecidas pela fé, e apresentando-as Ele ao Seu
Pai, uma nuvem de fragrância subia do incenso, assemelhando-se a fumo das mais
lindas cores.” Ellen G. White, Primeiros Escritos, 252.
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