Decreto
Preciso de algo que comprove que o decreto
para a restauração e reconstrução
de Jerusalém foi promulgado no ano 457 a.c., no reinado de Artaxerxes
longímano, conforme Esdras 6:14 e 7:1. E. A. F.
Com
relação ao ano 457 a.c., damos a seguinte explicação: 1. Os três decretos que tratam da repatriação dos
judeus
são
registrados no livro de Esdras: o primeiro. no primeiro ano de Ciro, cerca de
537 a.c. (Esd. 1:1-4); o segundo, no reinado de Dario I, logo depois de 520
a.c. (Esd. 6: 1-12); o terceiro, no sétimo ano de Artaxerxes, em 458/457 a.c.
(Esd. 7:1-26).
2. Os decretos de Ciro e de Dario não fizeram qualquer provisão
real para a restauração do Estado civil como unidade completa. O decreto do
sétimo ano de Artaxerxes foi o primeiro a dar plena autonomia ao Estado judeu,
sujeita à supervisão do Império Persa.
3. Um tablete cuneiforme de Ur dos Caldeus menciona uma data no
ano da morte de Xerxes, o que se harmoniza com um dos papiros descobertos em
Elefantina, no Egito. Isso coloca a ascensão de Artaxerxes ao poder em
dezembro de 465 a.c. Esse ano é citado na nota de rodapé da Bíblia de Jerusalém
(da Igreja Católica) sobre Esdras 4:7, como o início do reinado de Artaxerxes L
4. Assim, de acordo com a contagem dos judeus, o "início
do reinado': ou "ano de ascensão" desse rei, ocorreria de dezembro de
465 ao seguinte ano judaico, no outono de 464 a.c. Uma vez que seu
"primeiro ano" (seu primeiro ano do calendário completo) seria a
partir do outono de 464 até o outono de 463 a. c., o sétimo se estenderia do
outono de 458 ao outono de 457 a.c.
5. As especificações do decreto não foram levadas a cabo até
que Esdras retomasse de Babilônia, o que ocorreu no fim do verão de 458 a.c. ou
início do outono de
457 a.c.
6. O ano 457 a.c., o sétimo de Artaxerxes, é uma das datas mais
bem estabelecidas na História antiga. Consta dos comentários de margem do
capítulo 7 de Esdras na maioria das Bíblias Oxford, sendo essa data apontada
para o referido evento pela cronologia de Ussher.
7. No Hemisfério Norte, onde ficavam Judá e Babilônia, as estações
do ano são diferentes no calendário. O outono de lá coincide com a nossa
primavera, e o verão de lá corresponde ao nosso inverno, e vice-versa.
8. Antes do advento do Império Romano, nenhum povo antigo iniciava o ano em 1 Q de
janeiro, como fazemos hoje. Nos tempos de Daniel, o reino de Judá iniciava o
ano civil no outono, mais ou menos na época em que as chuvas temporãs começavam
a cobrir de verde o solo amarelado pela seca do verão. Quando comparados com os
anos da atualidade, ou seja, anos relacionados com janeiro-janeiro, os anos da
Antigüidade começavam em um ano e terminavam em outro. É por essa razão que
eles são freqüentemente identificados por dois números, separados por barra. Por exemplo: 458/457; 605/604,
etc.
9. Quando um rei morria, o "primeiro ano" de seu sucessor
não era contado a partir do dia imediatamente seguinte ao da morte do rei anterior,
e sim, a partir do dia seguinte do Ano Novo (no outono). O período decorrido
nesse intervalo era conhecido corno "início do reinado~ ou "ano da
ascensão~ e não recebia numeração na seqüência cronológica do reinado.
10. O ano dos
babilônios começava na primavera e terminava na primavera. diferente do ano
judaico: outono-outono.
- Paulo Roberto Pinheiro, editor da Revista
do Ancião.
Referências:
I. Comenrdrio B,bUcoAdvenrí,ro (espanhol),
voI. 4, pág. 853.
2. C. Mervyn
MaxwelI, Uma NowJ Ero Segundo o, ProfeckJs de
Doniel, pág~ 48 e 49. 3. A Bíblio de Jerusoltm.
4. Henry
Feyerabend. Daniel Verso por Verso, pág. 161.
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