Dr.
Samuel Ramos
Dr. Glen
Allen, Va 23060
Revelações de Daniel
10 e 11- O Retorno do
Poderio Papal
Já foi visto
nos capítulos anteriores que as profecias de Daniel possuem duas
características importantes: repetição e progressão.
- Daniel 2 nos conduz à divisão e queda do Império
Romano do Ocidente em 476 d.C.
- Daniel 7 se estende até o ano 1.798, o início do
tempo do fim
- Daniel 8 e 9 juntos desvendam o maior período
profético da Bíblia "2.300 anos" (457 a.C. - 1.844 d.C.),
indicando o período da primeira vinda do Messias, Seu batismo (27 d.C.), o
ano da Sua morte (31 d.C.), o início do tempo dos gentios (34 d.C.), e o
ano em que começaria o Juízo Celestial (1.844), a purificação do Santuário
Celestial.
- A pergunta feita em Daniel 8:13 é dupla, “até
quando o Santuário de Deus e o Seu exército, Sua igreja, seriam pisados,”
isto é, quando ocorreria a Restauração do Santuário e do Povo de
Deus? A resposta de Deus também é
dupla. Em Daniel 8:14 Deus responde
a primeira parte da pergunta, que diz respeito à Restauração do Santuário
em 1.844. A segunda parte da
pergunta diz respeito à Restauração do Povo de Deus, e é respondida na
visão de Daniel 10 a 12.
“Na Palavra de
Deus . . . afasta-se a cortina, e contemplamos ao fundo, em cima, e em toda a
marcha e contra-marcha dos interesses, poderio e paixões humanas, a força de um
Ser todo-misericordioso, a executar, silenciosamente, pacientemente, os
conselhos de Sua própria vontade.”[1]
Podemos entender aqui a verdadeira Filosofia da História. Embora existam muitas batalhas,
existe uma uma só guerra, a Grande Guerra entre as forças do bem e as forças do
mal.
Nessa visão
“Deus ergueu o véu da História e mostrou a Daniel algumas realidades do mundo
invisível – o conflito entre as forças do bem e as do mal,”[2] a luta pelo Domínio da Mente. Neste caso específico, a luta era pelo
domínio da Mente de Ciro (Dan. 10:12-14).
A mente do rei Ciro estava sendo perturbada e agitada por Satanás contra
a Restauração do Santuário de Deus em Jerusalém, e contra a Restauração do Povo
de Deus.
“Enquanto
Satanás estava procurando influenciar as mais altas autoridades no reino da
Medo-Pérsia para que não mostrassem favor ao povo de Deus, anjos trabalhavam no
interesse dos exilados. Era uma
controvérsia na qual todo o Céu estava interessado. Por
intermédio do profeta Daniel é-nos dado um lampejo desta poderosa luta entre as
forças do bem e as do mal. Durante três
semanas Gabriel se empenhou em luta com os poderes das trevas, procurando
conter as influências em operação na
Mente de Ciro; e antes que a contenda terminasse, o próprio Cristo veio
em auxílio de Gabriel. ‘O
príncipe do reino da Pérsia (Satanás) se pôs defronte de mim vinte e um dias,’
Gabriel declara; ‘e eis que Miguel[3],
um dos primeiros Príncipes, veio para ajudar-me, e eu fiquei ali com os reis da
Pérsia” (Dan. 10:13). Tudo que o Céu
podia fazer em favor do povo de Deus foi feito.
A vitória foi finalmente ganha; as forças do inimigo foram contidas
todos os dias de Ciro, e todos os dias de seu filho Cambises, que reinou cêrca
de sete e meio anos.”[4]
A aflição e os
jejuns de Daniel em função da Restauração do Santuário terrestre e do Povo de
Deus, nos seus dias, reflete a atitude e angústia do povo de Deus nos últimos
dias. Assim como Daniel orou e jejuou
pela Restauração do Santuário e do Povo de Deus no final dos setenta anos,
assim também os santos de Deus são chamados a ter mesma atitude no final dos
2300 anos.[5]
Assim como
Daniel procurou apressar a Restauração do Santuário através de jejuns e
aflições da alma, assim também o povo de Deus, nos últimos dias, procurará
acelerar o processo da Purificação do Santuário Celestial, mantendo uma atitude
de constante oração e vigilância. Não
oram por si mesmos, mas pela honra e glória de Jesus. O povo de Deus percebe que Jesus sentirá as
dores e agonias do pecado até que o Seu Santuário seja purificado.[6]
A Visão de Daniel 11
O capítulo 11
de Daniel cobre com detalhes o longo período da história Greco-Romana, mas este
não pode ser o tema de todo o capítulo.
Essa última visão tem mais a ver com o tempo do fim do que as
anteriores.
Respeitando a
ordem progressiva do livro de Daniel, o que Deus nos reserva nesta última
visão? Uma simples repetição da
história? Certamente que não. Daniel 11 revela
uma incontestável progressão no tempo, uma “prolongada
guerra” (Daniel 10:1); um tempo que ultrapassa o ano de 1.844, pois também
é uma profecia para o "tempo do fim":
"Agora
vim para fazer-te entender o que há de suceder ao teu povo nos últimos dias;
porque a visão se refere a dias ainda mui distantes" (Daniel 10:14).
Ellen G. White
e a Visão de Daniel 11
Em 1.904 Ellen G. White escreveu com relação ao capítulo 11 de Daniel:
"A profecia do capítulo onze de Daniel atingiu quase o seu
cumprimento final. Logo se cumprirão as
cenas de perturbação das quais falam as profecias."[7]
Esta
declaração fortalece a idéia de que o cumprimento final de Daniel 11 tem a ver
com o "tempo do fim", tempo posterior a 1.904. Aplica-se, com certeza, aos nossos dias,
quando será imposta a "abominação desoladora".
Qual é essa
"abominação desoladora?" Com
que intensidade atingirá os "santos de Deus"? Essas perguntas serão respondidas neste
capítulo.
1 - Os quatro
reis da Pérsia. Daniel 11:1-2
"Eu
pois, no primeiro ano de Dario, o medo, levantei-me para o animar e
fortalecer. Agora eu te declararei a
verdade: Eis que ainda três reis se levantarão na Pérsia, e o quarto será
acumulado de grandes riquezas…"
A visão foi dada no primeiro ano de Dario, o
medo, mas o rei dominante era Ciro, rei dos Medos e Persas. Quatro outros reis
surgiriam na Pérsia depois de Ciro, a saber:
1° - Cambises
- Filho de Ciro 530 – 522 a.C.
2° - Smerdis
- O impostor que governou por 7 meses, 522 a.C.
3° - Dario
- Chamado de "Dario o Grande" 522 – 486 a.C.
4° -
Xerxes - O Assuero do livro de Ester 486-465 a.C.
Xerxes, conhecido pelos Judeus como Assuero,
é o último rei Persa mencionado em Daniel 11.
Foi durante o seu reinado que saiu um decreto de morte contra todos os
Judeus. A rainha Ester era uma Judia, e
através dela Deus interveio e Seu povo foi poupado. O filho de Xerxes, Artaxerxes, foi quem
emitiu o terceiro e último decreto para “restaurar e reconstruir Jerusalém”
(Esdras 7; Dan. 9:25), no ano 457 a.C..
Enquanto o Império Medo-Persa cumpriu com os propósitos divinos com
relação ao Seu povo, os anjos de Deus estiveram lutando contra o príncipe da
Pérsia, Satanás (Dan. 10:13-14), mas quando o reino Persa começou a trabalhar
contra os planos divinos, e contra o povo de Deus, os governantes Persas
ficaram sob a influência de Satanás. O
anjo Gabriel disse a Daniel: “Sabes por que eu vim a ti? Eu tornarei a pelejar contra o príncipe dos
Persas; e, saindo eu, eis que virá o príncipe da Grécia” (Dan. 10: 20).
“O domínio Medo-Persa foi visitado pela ira
do Céu porque nele a lei de Deus tinha sido calcada a pés. O temor do Senhor não encontrou lugar no
coração da grande maioria do povo.
Prevaleciam a impiedade, a blasfêmia e a corrupção. O poder exercido por todos os governantes da
Terra é concedido pelo Céu; e seu sucesso depende do uso que fizerem dessa
concessão. . . reconhecer a operação
dêsses princípios na manifestação de Seu poder que remove reis, e estabelece os
reis, reconhecer isto é compreender a filosofia da História.”[8]
2 - A Grécia e Alexandre o Grande.
Daniel 11:3- 4
"Depois se levantará
um rei, poderoso, que reinará com grande domínio,…mas no auge, o seu reino será
quebrado, e repartido para os quatro ventos do céu…"
Alexandre o Grande é o poderoso rei que
derrotou a Medo-Pérsia (Granico 335 a.C.; Issus 333 a.C.; Arbela 331 a.C.), e
estabeleceu o Império da Grécia.
Alexandre pode ter sido um general capaz, mas na perspectiva bíblica,
ele foi favorecido pelo fato de que Deus estava contra a Pérsia.
“Indubitavelmente, a maneira como Alexandre
via a si mesmo crescia gradualmente a medida em que o seu poder crescia, até
que ele começou a considerar-se mais do que humano. . . . Alguns grandes personagens Gregos já tinham
sido reconhecidos como deus, e não existia na crença Grega uma significante
separação entre os deuses e os homens. . . o Oriente aceitaria a deificação de
Alexandre como era de se esperar, porque no Egito, este tinha sido o costume já
por séculos, considerar o rei como o filho do deus Sol. . . . Como um sinal que demonstrava vividamente o
seu caráter como deus, Alexandre adotou o costume Oriental de que, todos que se
aproximassem dele em ocasiões oficiais, deveriam se curvar e beijar seus pés. Ele também enviou uma formal notificação a
todas as cidades Gregas, de que a liga, à qual ele tinha estado liderando,
estava dissolvida, e que ele devia, de agora em diante, ser colocado entre os
deuses de cada cidade, e como tal ele devia receber as oferendas em cada
cidade.”[9]
A auto-deificação de Alexandre era um
prenúncio de que ele iria criar sérios conflitos com o povo de Deus, que dentro
do seu domínio iria se recusar a adorá-lo como deus. A providência divina rapidamente interveio. Alexandre, no auge da sua força, morreu,
exatamente quando estava em Babilônia (323 a.C.)[10]
sonhando em fazer dessa cidade, o centro do seu domínio universal. A Grécia foi dividida entre seus quatro
generais:
·
Lisímaco em 301 tomou o NORTE;
·
Ptolomeu tomou o SUL;
·
Seleuco ficou com LESTE;
·
Cassandro ficou com o OESTE.
Esses 4 foram
mais tarde reduzidos a 3, pois, Seleuco derrotou Lisímaco ampliando seu
domínio, tornando-se então o Rei do Norte, enquanto o Egito era o Rei do Sul.
3 - As lutas
entre o Rei do Norte e o Rei do Sul. Daniel 11:5-13
“E se fortalecerá o rei do sul, e um de
seus príncipes; e este se fortalecerá mais do que ele, e reinará, e domínio
grande será o seu domínio, Mas ao cabo de anos, eles se aliarão; e a filha do
rei do sul virá ao rei do norte para fazer um tratado; mas não conservará a
força do seu braço; nem ele persistirá, nem o seu braço, porque ela será
entregue, e os que a tiverem trazido, e seu pai, e o que a fortalecia naqueles
tempos. Mas do renovo das suas raízes um
se levantará em seu lugar, e virá com o exército, e entrará nas fortalezas do
rei do norte, e operará contra elas, e prevalecerá. E também os seus deuses com a multidão das
suas imagens, com os seus vasos preciosos de prata e ouro, levará cativos para
o Egito; e por alguns anos ele persistirá contra o rei do norte. E entrará no reino do rei do sul, e tornará
para a sua terra. Mas seus filhos
intervirão e reunirão grande número de exércitos; e um deles virá
apressadamente e inundará e passará; e, voltando, levará a guerra até à sua fortaleza. Então o rei do sul se exasperará, e sairá e
pelejará contra ele, contra o rei do norte; ele porá em campo grande multidão,
e a multidão será entregue na sua mão. E
aumentando a multidão, o seu coração se exaltará; mas, ainda que derribará muitos
milhares, não prevalecerá. Porque o rei
do norte tornará, e porá em campo uma multidão maior do que a primeira; e ao
cabo de tempos, isto é, de anos, virá à pressa com grande exército e com muita
fazenda.”
A Palestina tem sido um dos grandes focos da
história. Situada, como estava, nas rotas
que cruzavam o Oriente, as grandes lutas pela supremacia tem quase,
invariavelmente, envolvido a posse da Palestina. Quem dominasse aquela área estratégica,
estava em condição de dominar o Oriente e o mundo. Encontramos desta maneira, os seguintes poderes
entre aqueles que, num tempo ou noutro, estiveram de posse daquela área:
Assíria, Babilônia, Pérsia, Grécia, Egito, Roma, os Maometanos, as forças do
Papa, Grã-Bretanha, etc. Os ataques à
Palestina vieram ou do Norte ou do Sul, pois ao ocidente estava o
Mediterrâneio, e ao oriente o deserto Arábico.
Deus estabelecera o Seu povo neste local
estratégico. Israel deveria crescer até
tornar-se um grande estado mundial.
Jerusalém deveria ser a capital deste reino terrestre de Deus. Mas as forças do mal sempre estiveram
determinadas a impedir
o objetivo de Deus. Desta maneira a
Palestina e Jerusalém, através dos tempos, tem sido alvo especial dos poderes
que pretederam governar a Terra.
“O
povo de Israel deveria ocupar todo o território que Deus lhe designara. As nações que rejeitassem o culto ou o
serviço ao verdadeiro Deus deveriam ser desapossadas. . . . Quando o número de Israel aumentasse,
deveriam ampliar os limites até que seu reino abarcasse o mundo.”[11]
Logo
após a morte de Alexandre, dois grandes poderes entraram em cena, não somente
porque eles eram os mais fortes, mas porque o povo de Deus esteve envolvido com
esses dois poderes nos próximos 100 anos.
Os versos 5 a 13 relatam as lutas entre o Rei do Norte, representado
pela Síria, e o Rei do Sul, representado pelo Egito. A Síria era governada pelos Seleucidas e o Egito pelos Ptolomeus. A história deste período é em grande parte
uma luta pela posse da Palestina. Em
Daniel 11:5-13 os Ptolomeus possuiram a Palestina na primeira parte do período
(Dan. 11:5), contra os Seleucidas.
Por
que a Bíblia chama a Síria, isto é, os Seleucidas, de Rei do Norte? O fato é que a terminologia bíblica leva em
conta a posição geográfica da Síria em relação a cidade de Jerusalém. A terminologia Rei do Norte, e Rei do Sul é
usada em relação ao povo de Deus.
“Um dos seus príncipes se fortalecerá acima dele” (Dan.11:5)
Seleuco I, Nicator (302-280 a.C.) mais forte do Ptolomeu.
“Eles se aliarão” (Dan.11:6). Para
solidificar a paz entre os dois reinos, Antíoco II, Theos, (261-246, neto de
Seleuco I, casou-se como Berenice, filha do Rei do Sul, Ptolomeu II
Filadelfo.
“Mas não se conservará a força de seu braço; nem ele persistirá” (Dan.
11:6). Assim que Ptolomeu II morreu, a sua filha
Berenice foi repudiada por Antíoco II, o qual tomou novamente sua primeira
esposa Laodice, com os filhos. Laodice,
por causa do que acontecera envenenou a Antíoco II, e o trono passou para as
mãos do filho, Seleuco Callinico.
“Mas do renovo de suas raízes um se levantará em seu lugar” (Dan.11:7).
Os versos 7-9 relatam as vitórias do Rei do Sul contra o Rei do
Norte. Ptolomeu III, Energetes, o filho
mais velho de Filadelfo e irmão de Berenice, foi o sucessor no trono do
Egito.
“Virá com o exército e entrará nas fortalezas do rei do norte . . . e
prevalecerá” (Dan.11:7). Seleuco II, instigado por sua
mãe Laodice, mandou matar Berenice e seu filho, que conforme o tratado, deveria
ser o sucessor no trono da Síria. Diante
disso Ptolomeu III Energetes invadiu rapidamente a Síria num esforço de salvar
sua irmã. Ele chegou tarde demais para
salvar Berenice, mas avançou por toda a Síria e cruzou o Eufrates. Todo o território do seu rival (rei do norte)
estava em pouco tempo aos seus pés.
“E por alguns anos ele persistirá contra o rei do norte” (Dan. 11:8)
Conforme o verso 8, Ptolomeu III Energetes voltou ao Egito da sua bem
sucedida invasão da Síria, com grande pilhagem de todo tipo.
“E entrará (o rei do norte) no reino do rei do sul e tornará para a sua terra” (Dan.11:9).
Referência às tentativas frustradas de Seleuco Callínico para invadir o
Egito.
“Mas os seus filhos intervirão e reunirão grande número de exércitos”
(Dan.11:10). Os versos 10-13 falam das vitórias do rei do
norte contra o rei do sul. A referência
aqui é aos filhos de Seleuco Callínico, Seleuco III Ceraunos Soter que foi
morto após um curto reinado, e Antíoco III o Grande. Antíoco III o Grande envolveu-se numa luta
amarga contra Ptolomeu IV, Filopater, e efetuou também uma campanha arriscada
no oriente com o objetivo de restituir ao seu reino o antigo tamanho e
glória.
“Então o rei do sul se exasperará, e sairá, e pelejará contra ele,
contra o rei do norte; ele (o rei do norte) porá em campo grande multidão, e a multidão será entregue na sua mão (mão
do rei do sul)” (Dan.11:11). Antíoco III reuniu um grande exército para
atacar Ptolomeu, mas Ptolomeu preparando-se, reuniu ainda um exército mais
poderoso e derrotou Antíoco na Batalha de Rafia (217 a.C.).
“e não prevalecerá” (Dan.11:12). Após
derrotar Antíoco III, Ptolomeu IV entregou-se à licensiosidade e dissipação.
“Porque o rei do norte tornará e porá em campo uma multidão maior do que
a primeira; e ao cabo de tempos, isto é, de anos, virá à pressa, com grande
exército e com muita fazenda” (Dan.11:13).
O voluptuoso
Ptolomeu IV foi sucedido, após a sua morte, por seu jovem filho Ptolomeu V,
Epifanes. Antíoco III dirigiu-se então
contra a Palestina e conseguiu arrancá-la do domínio egípcio, em 198 a.C.
4
- Roma Pagã Imperial Entra em Cena. Daniel 11:14 - 20
“E naqueles tempos, muitos se levantarão contra o rei do sul; e os
filhos dos prevaricadores do teu povo se levantarão para confirmar a visão, mas
eles cairão. E o rei do norte virá, e
levantará baluartes, e tomará a cidade forte; e os braços do sul não poderão
subsistir, nem o seu povo escolhido, pois não haverá força que possa
subsistir. O que, pois, há de vir contra
ele fará segundo a sua vontade, e ninguém poderá permanecer diante dele; e
estará na terra gloriosa, e por sua mão se fará destruição. E porá o seu rosto para vir com a força de
todo o seu reino, e entrará em acordo com ele; e lhe dará uma jovem em
casamento, para destruir o seu reino; mas ela não subsistirá, nem será para
ele. Depois virará o seu rosto para as
ilhas, e tomará muitas; mas um príncipe fará cessar o seu opróbrio contra ele,
e ainda fará tornar sobre ele o seu opróbrio.
Virará então o seu rosto para as fortalezas da sua própria terra, mas
tropeçará, e cairá, e não será achado. E
em seu lugar se levantará quem fará passar um arrecadador pela glória real; mas
em poucos dias será quebrantado, e isto sem ira e sem batalha.”
“Os prevaricadores (Roma) do teu povo (povo de Deus)
se levantarão para confirmar (selar)
a visão” (Dan.11:14). O jovem rei do Egito Ptolomeu V,
Epifanes, estava neste tempo sob a tutela de Roma, e isto abriu uma
oportunidade para que a República nascente, Roma[12],
pudesse se intrometer nos negócios do oriente.
Depois disto, Roma propôs não mais se retirar até que todos lhe
estivessem sujeitos. A profecia das 70
semanas que já estudamos em Daniel 9:24, deveria “selar a visão e a
profecia.” Isto é confirmado em Daniel
11:14 quando Roma Imperial entra em cena para selar e confirmar a profecia das
70 semanas através da morte de Jesus, “na metade” da septuagésima semana. Roma devia assim cumprir a parte que lhe
cabia na fixação da visão, mas ela mesma devia cair.
Roma,
uma vez dentro do oriente, fez rápidos progressos através da Ásia Menor e da
Síria, até que o império dos Seleucidas desapareceu. Os exércitos romanos comandados por Cipião
infligiram a Antíoco III uma esmagadora derrota em Magnésia, na Ásia Menor, em
190 a.C.; em 168 a.C. Antíoco Epifanes invadiu o Egito, mas Roma lhe ordenou
que saísse, e ele não teve outro recurso senão obedecer. A Palestina caiu nas mãos romanas no ano 63
a.C., quando Pompeu capturou Jerusalém após o cêrco de três meses.
“E o rei do norte virá e levantará
baluartes e tomará a cidade forte e os braços do sul não poderão subsistir, nem
o seu povo escolhido . . . e estará na terra gloriosa, e por sua mão se fará
destruição” (Dan. 11:15 - 16).
Roma agora era o Rei do Norte. No verso 15 e 16 Roma se torna o Rei
do Norte após dominar os Seleucidas (Ásia Menor e Síria) e então penetra na
Palestina "a terra gloriosa" (verso 16); em 63 a.C. Roma tomou
Jerusalém e permaneceu na terra gloriosa, conservando-a toda na mão.
“E porá seu o seu rosto para vir com a força de todo os seu reino (contra a terra gloriosa, Palestina) e entrará em acordo com ele” (Dan. 11:17) Em 161 a.C. os Judeus fizeram um tratado de
amizade com os Romanos.[13]
“E (o rei do sul) lhe dará uma jovem
em casamento” (Dan.11:17) Os comentaristas geralmente tem aplicado esse verso a Cleópatra, filha
de Ptolomeu XI. Roma penetra no Egito
através de Júlio César, e Cleópatra foi colocada sob a proteção romana em 51
a.C., e tornou-se amante de Júlio César, mas a maior paixão na vida de Júlio
César era a conquista militar.
“Virará então o seu rosto para as fortalezas da sua própria terra” (Dan.
11:19) Ele
voltou sua atenção para as fortalezas da antiga República Romana na costa norte
da África e o Mediterrâneo. É relatado
que ele ganhou 500 batalhas durante esta campanha.
“Mas tropeçará e cairá e não será achado” (Dan. 11:19) A vida de Júlio César porém chegaria
logo ao fim ao voltar para Roma, como resultado de uma conspiração do general
Romano Brutus. Enquanto Júlio César
estava sentado no seu trono de ouro na manhã do dia 15 de Março do ano 44 a.C.,
ele foi assassinado; seu corpo foi apunhalado cerca de 23 vezes pelos seus
conspiradores.
“E em seu lugar (no lugar de Júlio César) se levantará quem fará passar um
arrecadador pela glória real (César Augusto); mas em poucos dias será quebrantado, e isto sem ira e sem batalha”
(Dan. 11:20).
Após
a morte de Júlio César foi formado um “triunvirato” entre Marco Antonio,
Otaviano e Lepidus. Porém, em pouco
tempo Lepidus foi deposto do governo, ficando somente Marco Antonio e Otaviano
para governar a República de Roma (Marco Antonio era casado com Otávia, a irmã
de Otaviano). Cleópatra, após a morte de
Júlio César, voltou suas afeições para Marco Antonio, o rival do herdeiro do
trono romano, Otaviano. Embora Marco
Antonio fosse, aparentemente, o herdeiro do trono romano, este lhe foi negado
por causa da sua paixão por Cleópatra.
Julio César havia deixado instruções de que Otaviano deveria ser o seu
sucessor. Cleópatra induziu Marco
Antonio a se revoltar contra Roma.
Otaviano (conhecido como Augusto) derrotou as forças combinadas de
Cleópatra e Marco Antonio no dia 02 de setembro do ano 31 a.C., na batalha de
Actium.
O Nascimento de Jesus
Sem
nenhuma outra ameaça contra sua liderança Otaviano assumiu a liderança do
Império Romano sob o título de César Augusto ( 31 a.C. a 14 d.C.) Portanto, o Império Romano de fato iniciou
com César Augusto no ano 31 a.C. A
Providência Divina guiou a história de tal forma que a Terra foi preparada para
receber, num tempo de paz, o maior de todos os presentes, o nascimento de
Jesus. “O Príncipe do Concerto”, Jesus,
nasceu nos dias de César Augusto. O
reinado de Augusto é conhecido como a “Era Dourada” do Império Romano. Ele era conhecido como o “arrecadador de
impostos”.
“E
aconteceu naqueles dias que saiu um decreto da parte de César Augusto, para que
todo o mundo se alistasse” (Lucas 2:1).
Foi
este censo que levou José e Maria à cidade de Belém onde Jesus nasceu. César Augusto teve um reinado próspero e
pacífico, e morreu em seu leito enfermo aos 76 anos, no dia 19 de agosto de 14
d.C., depois de ocupar o trono de Roma por 43 anos. O fato de um governante morrer pacificamente
no seu reino era algo tão incomum que foi especificamente mencionado na
profecia.
A Morte de Jesus
“Depois se levantará em seu lugar (no lugar de César
Augusto) um homem vil, ao qual não
tinham dado a dignidade real (Tibério 14 d.C. – 37 d.C., não era o herdeiro
natural do trono porque não era filho de Augusto, ele foi adotado); mas ele virá caladamente e tomará o reino
com engano. E com os braços de uma
inundação serão arrancados de diante dele, e serão quebrantados, como também o
Príncipe do Concerto (a morte de Jesus 31 d.C. selou o Concerto da Salvação)” (Dan.11:21-22).
Tibério
foi o terceiro César da profecia bíblica.
A tradição diz que quando César Augusto estava para nomear como seu
sucessor, Agripa, um homem altamente respeitado, Lívia, a esposa de César
Augusto protestou e pediu que ele nomeasse como seu sucessor o filho dela,
Tibério, ao que Augusto respondeu: “Seu filho é muito vil para vestir a púrpura
de Roma.” Porém, Agripa acabou morrendo
antes de César Augusto, então Lívia,
novamente, com bajulações e elogios conseguiu convencer seu esposo de nomear
como sucessor o seu filho Tibério. Uma
vez no poder Tibério encheu o império com um exército de informantes
pagos. Os líderes judeus conheciam a
força da ameaça que fizeram contra Pilatos, “Se soltas este Homem, não és amigo
de César”.
Bastaria
os sacerdotes insinuarem uma acusação contra Pilatos diante de Tibério, e ele
seria deposto. Tibério nunca conseguiu o
respeito dos cidadãos Romanos, nem mesmo depois de morto. O seu reinado foi marcado pela libertinagem e
crueldade. Declarou-se a seu respeito
que ele era “pessoa excêntrica, incompreendida e não amada.”[14] Tibério adoeceu, e quando parecia que se
recuperaria, de repente morreu sufocado pelas mãos de um dos seus atendentes no
ano 37 d.C., seis anos depois da morte de Jesus.
Jesus o “Príncipe do Concerto”
Milhares
foram mortos como vítimas das suspeitas e inveja desse imperador vil, inclusive
o “o Príncipe do Concerto”; foi durante o reinado de Tibério que Jesus foi
morto no ano 31 d.C., depois de um breve ministério de três anos e meio. Dan. 9:25-27 chama Jesus de “o Príncipe do
Concerto”. Jesus veio a esta Terra para
estabelecer o Concerto da Salvação. No
livro de Daniel quando o “concerto” é mencionado, ele está se referindo ao
concerto de Cristo para salvar a humanidade.
A morte de Jesus resultou da união do Seu povo com os Romanos. Os Judeus disseram “Disse-lhes Pilatos: Hei
de crucificar o vosso Rei? Responderam
os principais dos sacerdotes: Não temos rei, senão César” (João 19:15). O povo escolhido de Deus escolheu outro
“príncipe”, escolheram o príncipe de Roma.
Daniel
9:26 continua dizendo que o “povo do príncipe que virá destruirá a cidade e o
santuário, e o seu fim será como uma inundação.” O príncipe de Roma e seus exércitos
destruiram a cidade e o santuário (genral Tito em 70 d.C.). Os juízos que cairam sobre aqueles que
rejeitaram o Concerto de Deus e escolheram fazer um concerto com Roma, é um
exemplo do que vai acontecer uma vez mais quando o mundo todo adorar a besta, o
príncipe de Roma.
Constantino - Um Concerto de Engano
“E, depois do concerto com ele (depois do concerto da Igreja com com Roma), (Roma) usará de engano; e
(Roma) subirá e será fortalecido com
pouca gente” (Dan. 11:23)
Depois de
identificar os três primeiros Césares, Júlio, Augusto, e Tibério, e indicar o
tempo do nascimento e morte de Jesus, a narrativa profética segue o curso
natural da Era Cristã, dando destaque ao concerto de engano entre a Igreja
Cristã e o governo Romano, no tempo do Imperador Constantino.[15] O casamento da Igreja com o Estado, do
Cristianismo com o paganismo, esse foi o maior de todos os enganos já
registrados na história religiosa.
“(Roma)usará de
engano subirá e será fortalecido”
Constantino usou de engano e foi fortalecido. Foi o primeiro Imperador Romano a se declarar
cristão, mas não com o puro desejo de ser purificado dos seus pecados, e sim
como uma manobra política para fortalecer o seu reino. Quando Constantino assumiu o poder de Roma (311
d.C.), o Império Romano estava num estado avançado de desintegração. Bárbaros do norte estavam importunando e
enfraquecendo o Império. O exército
estava desorganizado. O estado econômico
era precário. Mas, pior do que tudo
isso, o povo estava desmoralizado e espiritualmente fracassado. Constantino procurou desesperadamente
encontrar uma panacéia para a sociedade que estava social, moral e
espiritualmente enfêrma. Ele percebeu
que o império precisava urgentemente de um fator unificador. Quando ele observou o cenário político, ele
percebeu que enquanto o paganismo estava morrendo, o Cristianismo estava
crescendo vigorosamente, ganhando terreno em todos os lugares. Ele ficou convencido de que o Cristianismo
era a onda do futuro. Depois de garantir
aos Cristãos total liberdade religiosa (313 d.C.), ele emitiu uma série de
decretos favorecendo o Cristianismo.
Finalmente o Império Romano como um todo tornou-se um suporte à Igreja
Cristã, e o Cristianismo tornou-se a religião oficial do Império Romano (337
d.C.).
Aquilo
que Satanás não conseguiu com a perseguição no período de Esmirna, ele
conseguiu, com muito sucesso, com a “exaltação” do Cristianismo, tirando-o das
catacumbas e elevando-o à posição de religião do Estado, a menina dos olhos do
Imperador Constantino, cuja suposta conversão foi, oficialmente anunciada em
323 d.C. Constantino sempre foi um fiel
devoto do deus Sol, Soli Invicto Comiti. A primeira Lei Dominical, exigindo a
observância do primeiro dia da semana, Sunday (venerabili die solis), foi instituída por Constantino no ano 321
d.C.
A
história mostra como os ídolos pagãos foram simplesmente transformados em
imagens de santos cristãos, e os feriados do paganismo foram introduzidos na
igreja como dias santos. Como exemplo
citamos a festa da Páscoa, e o Natal.[16]
Ídolos
representando vários deuses pagãos receberam nomes de mártires e santos e foram
colocados em lugares de destaque nas Catedrais e igrejas. As estátuas de Isis e Horus receberam o nome
de Maria e Jesus.[17] As estátuas dos deuses do Pantheon agora
estão no Museu do Vaticano, com excessão da grande estátua de Júpiter, que foi
modificada recebendo a cabeça e o nome de S. Pedro, e colocada na Basílica de
S. Pedro. Milhares de peregrinos diariamente
beijam os pés de Júpiter como se fossem os de Pedro.
Foi
o mais desastroso período na história do Cristianismo, quando a igreja perdeu a
sua pureza espiritual e doutrinária e se estabeleceu firmemente como igreja,
porém, não uma igreja pura fundamentada no Santo Concerto. A igreja se associou ao “trono de Satanás,”
tornando-se “habitação de Satanás.”
“Quase
imperceptivelmente os costumes do paganismo tiveram ingresso na Igreja
Cristã. O espírito de transigência e
conformidade fora restringido durante algum tempo pelas terríveis perseguições
que a Igreja suportou sob o paganismo.
Mas, em cessando a perseguição e entrando o Cristianismo nas cortes e
palácios dos reis, pôs ela de lado a humilde simplicidade de Cristo e Seus
apóstolos, em troca da pompa e orgulho dos sacerdotes e governadores pagãos; e
em lugar das ordenanças de Deus colocou teorias e tradições humanas. A conversão nominal de Constantino, na
primeira parte do século quarto, causou grande regozijo; e o mundo, sob o manto
de uma justiça aparente, introduziu-se na Igreja.”[18]
O abandono do
“concerto de Cristo” e o subsequente casamento com o paganismo influenciou de
tal forma o curso da história da igreja que o resultado pode ser visto na
descrição profética que Deus faz em Apocalipse 17, onde a “mulher” que uma vez
foi conhecida como a esposa de Cristo, agora é representada por uma
“prostituta” que se prostituiu com os reis da Terra.
Constantino - Pontífice Máximo e Anticristo
Esse
era um título que já existia no paganismo e apontava para o monarca como sendo
uma ponte entre o céu e a terra.
Constantino, como cabeça do sacerdócio pagão ele era o Pontífice Máximo,
e precisava do mesmo título como cabeça da igreja cristã.[19] Os cristãos honraram-no como “Bispo dos
Bispos”, enquanto Constantino chamava a si mesmo em latim “Vicarius
Christi”, o “Vigário de Cristo”; em grego o equivalente é
“Anticristo”. O termo em latim “Vicarius”
equivale ao termo grego “Anti” e tem dois significados: contra,
e no lugar de, ou substituto. No
grego, esse título latino “Vicarius Christi” significa literalmente
“Anticristo”.[20]
Constantino
já estava investido do poder e honras do paganismo e ao vir para o Cristianismo
ele não renunciou estas honras; trouxe-as para dentro da Igreja Cristã. Enquanto liderava a Igreja Cristã, era ao
mesmo tempo o chefe do sacerdócio pagão, oficiando celebrações pagãs, e
fundando templos pagãos, mesmo após ter começado a construir igrejas
cristãs.
Em
375, Graciano, um imperador cristão, recusou as vestimentas pagãs e o título
pagão de “Pontífice Máximo”, que significa: “O Maior Fabricante de Pontes”, ou
“Coletor de Pontes”, no sentido de cobrador de pedágio. Mas o bispo de Roma viu aí uma oportunidade
de exaltar sua dignidade, e assumiu o título e as vestimentas de Pontífice
Máximo. Este histórico título do sumo sacerdote do paganismo, foi perpetuado na
igreja juntamente com as vestes do sumo sacerdote pagão, porém, sempre sob o
disfarce do Cristianismo.[21]
O
papado, durante a Idade Média tomou para si os três títulos de Constantino:
Pontífice Máximo, Vigário de Cristo ( ou anticristo), e Bispo dos Bispos. Todos os reformadores, sem excessão,
falaram desta igreja apóstata como o anticristo.[22]
“(Roma)Virá
caladamente (pacificamente) aos
lugares mais férteis da província (para Constantino a Igreja Cristã era o
lugar mais fértil), e fará o que nunca
fizeram seus pais, nem os pais dos seus pais; repartirá entre eles a presa e os
despojos, e a riqueza, e formará os seus projetos contra as fortalezas, mas por
certo tempo” (Dan. 11:24).
Constantino
entrou pacificamente na igreja e fez o que nenhum outro imperador tinha feito
antes dele. No ano 325 d.C. ele convocou
o primeiro Concílio Ecumênico da igreja em Nicéia. Ele “repartiu entre eles a presa e a
riqueza”; magnificentes igrejas e Catedrais foram construídas e adornadas com
imagens e quadros emprestados dos templos pagãos.
Constantino
estabeleceu Constantinopla como a capital do seu reino (330 d.C.) e esta seria
uma fortaleza contra o Rei do Sul por um certo tempo. Esta era uma monumental cidade consagrada em
homenagem à deusa da Fortuna, e ali foi construída uma estátua de Apolo com os
emblemas da crucifixão nos raios do sol.
As moedas traziam de um lado o nome de Cristo, e do outro a figura do
deus Sol e a inscrição: Sol invictus
– Sol invencível.
Constantino
realmente fez o que nenhum “dos seus pais ou pais dos seus pais fizeram.” Ele deixou para seus herdeiros a nova capital
adornada com os despojos de outras cidades.
Ele fez um concerto com a igreja onde o imperador tinha considerável
autoridade mesmo em questões de doutrinas.
Ele preparou o caminho para o surgimento do papado.
Em 570 uma
nova face foi dada para o Rei do Sul.
Maomé, nasceu em 570, e ele cria ser o escolhido de Alá para reconciliar
o mundo com Alá. Por um certo tempo
Constantinopla foi uma fortaleza que impediu os avanços do novo Rei do Sul, o
Islamismo. O Islamismo é um Ateísmo
disfarçado.[23]
“E suscitará a
sua força (Império
Bizantino, Constantinopla) e o seu
coração contra o rei do sul (Muçulmanos) com um grande exército; e o rei do sul se envolverá na guerra com um
grande e mui poderoso exército, mas não subsistirá, porque formarão projetos
contra ele” (Dan. 11:25).
Aqui vemos o
Imperador Bizantino tentando impedir os avanços do Rei do Sul. Nos anos que se seguiram o Islamismo dominou
primeiro os enfraquecidos Persas, e então avançou em direção à Síria, tomando
Damasco em 635, e Jerusalém em 638, e então avançou para o território do Rei do
Sul, conquistando Alexandria no Egito em 642.
O Rei do Sul continuava sendo Egito, porém, agora sob o poder do
Islamismo. O Islamismo continuou
avançando pelo norte da África até 690, tomando inteiro controle do Reino do
Sul. Tendo conquistado o norte da África
o Islamismo marchou em direção a Europa, entrando nas regiões da Espanha. “Por um certo tempo” Constantinopla foi uma
“fortaleza” bloqueando os avanços do Islamismo sobre a Europa, mas não
subsistiu.
A Primeira Cruzada
“E os que
comerem os seus manjares (
as comunidades cristãs dominadas pelo Islamismo) o quebrantarão (sucesso papal sobre o Islamismo, somente na
primeira cruzada); e o exército dele (Islamismo) se derramará e cairão muitos traspassados”
(Dan. 11:26).
A profecia dá inicialmente indícios da vitória
do Ateísmo Islâmico sobre o Cristianismo mas por fim há uma reviravolta. Os muçulmanos que controlavam Jerusalém à
época da primeira cruzada eram capitaneados pelos califas do Egito. Assim a primeira cruzada foi um feroz ataque
contra o Rei do Sul. Realmente foi um
sucesso do ponto de vista militar, pois Jerusalém foi tomada no dia 15 de Julho
de 1099. “Em seu zelo religioso os
invasores cristãos passaram ao fio de suas espadas consagradas, todo muçulmano
e até mesmo todo judeu que encontraram no interior da cidade. ‘Os homens caminhavam com o sangue acima de
seus tornozelos.’”[24]
“O excitamento
das cruzadas (a 1ª cruzada 1096 – 1099) provocou uma resposta variada e
estupenda. . . . Aqui é que encontramos,
pela primeira vez, as massas da Europa com uma só idéia. . . Estamos tratando com algo novo que surgiu em
nosso mundo . . . Nunca dantes em toda a
história da terra houve tal espetáculo como o destas massas de povo
praticamente desgovernado, e movimentando-se por uma idéia bem rude.”[25]
O Fracasso das Cruzadas
“Também estes
dois reis (Rei do
Norte, o papado, e os demais reis envolvidos nas cruzadas) terão o coração atento para fazerem o mal, e a uma mesma mesa falarão
a mentira; ela, porém, não prosperará, porque o fim há de ser no tempo
determinado” (Dan. 11:27).
“Os ‘dois reis’
que ‘se empenham em fazer o mal e a uma só mesa falarão mentiras’ mas sem
prosperar, representam a perfídia e a hipocrisia que tão bem caracterizaram a
experiência das cruzadas. Os
historiadores chamam a atenção para a mútua desconfiança entre os alidados de
ambos os lados, especialmente do lado cristão.”[26]
Tragicamente o
papado (o Rei do Norte) carrega sobre si a responsabilidade primária pelas
cruzadas e suas inomináveis atrocidades.
O Papa Urbano II lançou a primeira campanha, e a ele se seguiram outros
papas envolvidos com as outras cruzadas: Papas Eugênio III, Gregório VIII,
Clemente III, Inocêncio III e Gregório IX.
As cruzadas constituem um dos mais interessantes e um dos mais trágicos
conflitos da história. Sob o pretexto de
uma guerra santa, alguns dos piores elementos da Europa cristã e do Próximo
Oriente maometano, lutavam pela posse da Terra Santa. Foi dado poder ao exército das piores paixões
do coração humano e o resultado não poderia ser outro senão desastre e
tragédia. Isto se tornou evidente
especialmente na segunda cruzada (1147 – 1149).[27]
A história
revela um notável cumprimento destas profecias.
“Um bom número dos cruzados eram pessoas verdadeiramente religiosas com
motivos sinceros; mas outros eram vagabundos que fugiam de dívidas ou de suas
famílias; outros ainda eram espíritos errantes à cata de aventura, ou vassalos
em fuga dos mestres feudais. Eles eram
bem desordeiros, roubavam e pilhavam ao longo do caminho . . .
“A segunda
cruzada foi pregada por S. Bernardo e foi conduzida pelo imperador da Alemanha
e o rei da França. Foi mais
desafortunada que a primeira. Um efetivo
de 200.000 homens foi desperdiçado neste empreendimento mal orientado e doentio.”[28]
“O imperador
oriental (Império Bizantino) esperava usar os seus aliados ocidentais para
reconquistar a Ásia Menor e fazer recuar os turcos. Os cavaleiros chefes, pelo contrário,
sonhavam em dividir a soberania entre eles mesmos . . . mais tarde encontramos
tanto gregos como cristãos ocidentais aliando-se vergonhosamente aos maometanos
uns contra os outros. . . É inteiramente desnecessário descrever as marchas e o
destino dos cruzados; suficiente é dizer que, de um ponto de vista militar, a
chamada Segunda Cruzada foi um fracasso miserável.”[29]
As Cruzadas de
um modo geral foram um fracasso. A
sétima cruzada, e última, foi um desastre, pois Luís IX foi feito prisioneiro
no Cairo, Egito. Dez anos mais tarde, o
sultão egípcio e seu genral, Baibans, expulsaram os cristãos da Palestina
difinitivamente até o ano 1917.
“Então tornará
para a sua terra com grande riqueza (o único benefício das cruzadas, se é que podemos chamar de benfício,
foi o aumento da riqueza Européia e de RomaPapal); e o seu coração será contra o Santo Concerto, (depois das
cruzadas contra os muçulmanos Roma Papal iniciou as cruzadas contra o Santo
Concerto, o povo de Deus) e fará o que
lhe aprouver, e tornará para a sua terra” (Dan. 11:28)
Um dos efeitos
principais das cruzadas geralmente citados pelos historiadores é a sua
influência no aumento da riqueza e do comércio na Europa. A maior parte das ordens e fileiras foram
mortas, mas os cavaleiros e nobres que voltaram com as suas comitivas chegaram
com sedas e veludos, tintas e armaduras metálicas e desejos e concepções de
luxúria. “Este novo comércio teve uma
influência muito importante em levar o ocidente a permanentes relações com o
oriente. Os produtos orientais da Índia
e outros lugares, eram trazidos pelos maometanos do leste para as cidades
comerciais da Palestina e da Síria; daí, através dos comerciantes italianos,
eles encontravam o seu destino na França e Alemanha, sugerindo idéias de
luxúria até então pouco sonhadas pelos francos ainda meio bárbaros. . . Durante os séculos XII e XIII cidades se
desenvolveram rapidamente na Europa.”[30] A igreja deste período foi uma organização
poderosa e rica.
A Inquisição Papal
“e o seu
coração (Roma Papal) será contra o Santo Concerto (perseguição
contra o povo de Deus), e fará o que lhe
aprouver”
É
significativo o fato de que o tempo em que as forças do papa chegavam a um
entendimento com os poderes maometanos do oriente, foi o mesmo tempo em que o
papado começou a voltar a sua maio ira contra o Santo Concerto, aqueles grupos
do Cristianismo que ainda não faziam parte do rebanho. Deste período lemos:
“Devemos considerar
agora a igreja medieval como uma instituição completa na altura do seu poder
nos séculos XII e XIII. Toda a Europa
ocidental formava uma só associação religiosa, contra a qual era crime
revoltar-se. Recusar lealdade à igreja,
ou questionar sua autoridade ou ensinos, era reputado como traição a Deus e
punível de morte.
“A extensão e
o caráter das heresias dos séculos XII e XIII e os esforços da igreja para
suprimí-las pela persuasão, pelo fogo e espada, e pela magna corte da
Inquisição, formam uma capítulo estranho e terrível da história medieval.”[31]
Cruzadas Contra os Valdenses (1208)
“Entre aqueles
que continuara a aceitar a fé cristã mas se recusavam a obedecer ao clero por
causa das suas pecaminosidades, a seita mais importante foi a dos Valdenses. .
. Eles convertiam muitos, e antes do fim
do século XII havia um enorme número deles espalhados pela Europa ocidental.
“O rei Aragão
decretou (1194) que todo aquele que escutasse a pregação dos Valdenses, ou lhes
desse comida sofreria as penalidades de traição e teria os seus bens
confiscados pelo estado. Estes são
indícios de uma série de cruéis decretos emitidos mesmo pelos mais elucidados
reis do décimo terceiro século, contra todos os que se julgava pertencerem aos
Albigenses ou Valdenses.
“No sul da
França, houve muitos adeptos tanto de Albigenses como de Valdenses . . . contra
o povo desta terra florescente, Inocêncio III pregou uma cruzada em 1208 . . .
e após uma das mais sangrentas e atrozes guerras relatadas, suprimiu a heresia
por matança total.
“A terceira e
mais permanente justificação contra a heresia foi o estabelecimento, sob a
chefiado papa, de um sistema de tribunais encarregados de desvendar casos
secretos de descrença e punir os transgressores. Estes tribunais de especialistas que
devotaram toda a atenção a descobertas e provas de culpabilidade das heresias,
formavam a Santa Inquisição, que tormou forma depois da cruzada contra os
Albigenses.”[32]
“O
arqui-enganador não havia terminado a sua obra.
Estava decidido a congregar o mundo cristão sob sua bandeira, e exercer
o poder por intermédio de seu vigário, o orgulhoso pontífice que pretendeia ser
o representante de Cristo. . .
“O príncipe
das trevas trabalhava com os dirigentes da hierarquia papal. Em seus concílios secretos, Satanás e seus
anjos dirigiam a mente dos homens maus, enquanto, invisível entre eles, estava
um anjo de Deus, fazendo o tremendo relatório de seus iníquios decretos e
escrevendo a história de ações por demais horrorosas para serem desvendadas ao
olhar humano.”[33]
“Até
que a ira (de Deus) se complete, e o que está determinado será feito (o que
está determinado é a destruição do papado)” (Daniel 11:36 u.p.).
Em Apoc. 17:16, 17 diz o que Deus determinou e que
será feito:
“E os dez
chifres que viste na besta são os que aborrecerão a prostituta, e a porào
desolada e nua, e comerão a sua carne, e a queimarão no fogo. Porque Deus tem posto em seus (os dez
chifres) que cumpram o seu intento, e tenham uma mesma idéia, e que deem à
besta o seu reino (a mesma idéia, o seu intento, refere-se ao propósito
universal, unânime de dar o poder ao Papa para reinar, através do decreto
dominical), até que se cumpram as palavras de Deus (até que se cumpra o que
está determinado).”
Na profecia
bíblica é revelado o período de Supremacia Papal dos últimos dias, período em
que se cumprirá a profecia: “e toda a terra se maravilhou após a besta”
(Apoc.13:3), e então passado esse período, virá a destruição do poder Papal,
como já aconteceu no passado (1798). A
história vai se repetir, por isso devemos estudar Daniel em conexão com o
Apocalipse.
“E não terá
respeito aos deuses de seus pais, (a antiga fé dos pais da igreja)
nem terá respeito ao amor das mulheres ( não respeitará, nem reconhecerá
nenhuma outra igreja), nem a qualquer deus (proclamar-se-á
deus sobre tudo e todos), porque sobre
tudo se engrandecerá” (Dan. 11:37).
O Papa João
Paulo II afirmou que a Igreja Católica é a única Igreja existente no mundo,
todas as demais são comunidades religiosas, não igrejas. Afirmou mais ainda, que a Igreja Católica é a
única que tem o poder salvífico, e que se existe salvação em alguma das
comunidades religiosas é porque receberam esse poder da Igreja Mãe. O Papa, desta forma, não respeita e não
reconhece nenhuma outra Igreja. João Paulo II somente ratificou o que já
tinha sido dito no Concílio de Trento.
No artigo 14 do Credo do Papa Pio IV, que é um resumo do Credo do
Concílio de Trento, declara que a “fé Católica é a única verdadeira, e fora
dela ninguém pode ser salvo.”[53]
"Mas ao
deus das fortalezas (o
deus do poder civil) honrará em seu
lugar; e a um deus a quem seus pais não conheceram honrará com ouro, e com
prata, e com pedras preciosas, e com coisas agradáveis" (Dan. 11:38).
A palavra
hebraica para “fortalezas” é mauzzim (a
forma plural de maoz). Nos versos 7, 10 e 19 maoz claramente significa a cidade capital ou a sede do
governo. Washington D.C. é a maoz dos Estados Unidos. O “deus das fortalezas” portanto significa “o
deus dos governos” ou “o deus dos poderes”.
O deus do
governo dos Estados Unidos não é o Deus da Bíblia. O deus que é mencionado no dolar: “Em Deus
Nós Confiramos” não é o Deus da Bíblia.
Os Estados Unidos da América do Norte desde o seu início teve um governo
cujo deus era o deus da Maçonaria. Ao
mesmo tempo em que o Papado se recusa a respeitar e reconhecer outras igrejas e
outros deuses, ele honra ao “deus do governo,” isto é, o Papado honra o “deus”
que lhe é conveniente, o “deus que lhe dará força e poder,” este é o deus do
poder civil. Em 533 e 538 o Papado recebeu através do
imperador sua força e autoridade, o deus do poder civil. A
Supremacia Papal da Idade Média começou em 538 quando os Ostrogodos abandonaram
o sítio de Roma, e o bispo de Roma, livre do controle Ariano, estava pronto
para exercer as prerrogativas do decreto de Justiniano feito no ano 533.
A história vai
se repetir, porque novamente os braços fortes do poder civil dos Estados Unidos serão o “deus das fortalezas” ao qual o Papado honrará com as suas
riquezas, com ouro, prata, e pedras preciosas.
É uma troca de favores. Honrará a
um deus que os seus antepassados não conheceram. “A igreja apelará para o braço forte do poder
civil, e nesta obra unir-se-ão romanistas e protestantes. . . . invocar-se-á a lei contra os observadores dos
mandamentos. Serão ameaçados com multas
e prisão.”[54]
“E haver-se-á
com os castelos fortes
(protestantismo) com o auxílio do deus
estranho (o deus do poder civil);
aos que o reconhecerem multiplicará a honra, e os fará reinar sobre muitos, e
repartirá a terra por preço” (Dan. 11:39).
Roma Papal,
buscará uma aproximação com o Protestantismo Apóstata, com a ajuda do “deus
estranho” do poder civil dos Estados Unidos da America do Norte. No século XVI a Reforma Protestante tinha o
hino “Castelo Forte” composto por Lutero como sua marcha de vitória, por isso
aqui na profecia o Protestantismo Apóstata está identificado como “castelos
fortes.”
A união de
Roma Papal com o governo Americano e com o Protestantismo será uma união regada
com honras, prêmios, e poder. O Papado “multiplicará a honra” daqueles que lhe
reconhecem o poder, e “os fará reinar sobre muitos e repartirá a terra por
preço”.
“E convém
lembrar, Roma jacta-se de que nunca muda.
Os princípios de Gregório VII e Inocêncio III ainda são os princípios da
Igreja Católica Romana. E tivesse ela
tão somente o poder, pô-los-ia em
prática com tanto vigor agora como nos séculos passados. Pouco sabem os protestantes do que estão
fazendo ao se proporem aceitar o auxílio de Roma na obra da exaltação do
domingo. Enquanto se aplicam à
realização de seu propósito, Roma está visando a restabelcer o seu poder, para
recuperar a supremacia perdida.
Estabeleça-se nos Estados Unidos o princípio de que a igreja possa
empregar ou dirigir o poder do Estado; de que as observâncias religiosas possam
ser impostas pelas leis seculares; em suma, que a autoridade da igreja e do
Estado devem dominar a consciência, e Roma terá assegurado o triunfo nesse país.”[55]
“E faz que a
todos, pequenos e grandes, ricos e pobres, livres e servos, lhes seja posto um
sinal na sua mão direita, ou nas suas testas; para que ninguém possa comprar ou
vender, senão aquele que tiver o sinal, ou o nome da besta, ou o número do seu
nome” (Apoc. 13:16, 17).
“E no fim do tempo o rei do sul ( o ateísmo)
lutará com ele (o rei do norte, o papado), e o rei do norte o acometerá ( o destruirá).” (Dan. 11:40).
O Rei do Sul
aqui é símbolo do Ateísmo, e o maior sistema ateu dos último dias é o Comunismo. A
profecia prevê a predominância da religião sobre o Ateísmo. No conflito final, quando o povo de Deus for
unido para enfrentar juntos os poderes das trevas, Satanás também unirá o mundo
inteiro, inclusive o Ateísmo, sob um só líder, o Papado. Todos os recursos do “Egito,” isto é, do
Ateísmo, serão colocados a disposição do “homem do pecado.” Apocalipse 18 é uma descrição de como as
riquezas deste mundo estarão sob o contrôle da grande Babilônia.
O presidente
Ronald Reagan encontrou-se com o Papa no dia 7 de Junho de 1982, para discutir
os detalhes da possível queda do Comunismo, posteriormente esse encontro foi
chamado de a “Santa Aliança.” Em 1984
João Paulo II seguiu a orientação dada a
ele em visão, em 1981, por Lúcia de Fátima, e pelas revelações feitas a ele em
1981 pela Virgem Maria, com relação a
consagrar a Rússia ao “Imaculado Coração.”
Portanto, não é inconsistente o fato de William Bennett, Secretário de
Educação na gestão de Reagan, ter creditado a queda do Comunismo a Ronald
Reagan, Busch, Thatcher e o Papa João Paulo II.
A queda do Comunismo num período de tempo tão curto seria algo
inacreditável, mas isso aconteceu.
A revista Time
de 24 de Fevereiro de 1992, publicou uma declaração de Reagan onde ele diz: “um
dos primeiros alvos como Presidente foi reconhecer o Vaticano como um Estado e
fazer dele um aliado.” Com a insistência
do Vaticano, após o colapso do Comunismo, a Rússia mudou sua constituição para
“fazer do Catolicismo a religião do Estado. . . . ‘Antes, o povo estava com medo do partido. Agora o povo está com medo da Igreja,’ disse
um crítico.”[56]
Mesmo os
países ateus e pagãos, cujas religiões não reconhecem o Deus de Abraão como o
Todo Poderoso Deus, (Confucionismo, Budismo, Hinduísmo, Xintoísmo etc.),
finalmente se prostrarão diante do Papado, “e entrará nas terras e as inundará”
(Dan.11:40 u.p.). “E adoraram-na todos os que habitam sobre a terra, esses
cujos nomes não estão incritos no Livro da Vida do Cordeiro" (Apoc.13:8).
A Sacudidura
“E entrará
também na terra gloriosa (a
terra gloriosa no tempo do fim se aplica ao remanecente de Deus, e aqui sugere
a invasão de Roma Papal na igreja), e
muitos países serão derrubados, mas escaparão da sua mão estes: Edom e Moabe, e
as primícias dos filhos de Amon” (Dan. 11:41).
No tempo do
fim a “terra gloriosa” não mais é uma referência à Palestina, mas sim à Igreja
Remanescente de Deus. O Dragão, Satanás
fará guerra aos “que guardam os mandamentos de Deus e tem o testemunho de
Jesus” (Apoc.12:17). Satanás tem tentado
se infiltrar no território da Igreja Remanescente de Deus, e por fim ele
conseguirá algum sucesso:
“Ao
aproximar-se a tempestade, uma classe numerosa que tem professado fé na mesagem
do terceiro anjo, mas nào tem sido santificada pela obediência à verdade,
abandona sua posição, passando para as fileiras do adversário. Unindo-se ao mundo e participando de seu
espírito, chegaram a ver as coisas quase sob a mesma luz; e, vindo a prova,
estão prontos a escolher o lado fácil, popular.
Homens de talento e maneiras agradáveis, que se haviam já regozijado
na verdade, empregam sua capacidade em enganar e transviar as almas. Tornam-se os piores inimigos de seus antigos
irmãos. Quando os observadores do sábado
forem levados perante os tribunais para responder por sua fé, estes apóstatas
serão os mais ativos agentes de Satanás para representá-los falsamente e os
acusar e, por meio de falsos boatos e insinuações, incitar os governantes
contra eles.”[57]
“Muitas das
estrelas que nós temos admirado pelo seu brilho, tornar-se-ão trevas.”[58]
“Mas escaparão
da sua mão (
das mãos do Papado) estes: Edom, e Moabe
e as primícias dos filhos de Amon” (Dan.11:41).
Edom é um
outro nome usado para Esaú; Moabe e Amon são filhos de Ló. Em Isaías 11:11-14 lemos que Deus “tornará a
estender a sua mão para adquirir outra vez os resíduos do Seu povo . . . e
levantará um pendão entre as nações e ajuntará os desterrados de Israel . . .
em Edom e Moabe porão as suas mãos e os filhos de Amon lhes obedecerão.”
Edom, Moabe e Amon, embora fossem parentes dos Israelitas, eram ao
mesmo tempo seus inimigos. Desde que
aqui na profecia Deus está falando que um grupo deles escapará das mãos do
Papado, isto significa que as primícias de dos filhos de Amon, Edom e Moabe
representam aqui, todos os filhos sinceros de Deus, presentes em todas as
denominações e igrejas, que constituem Babilônia, mas que escaparão do poder
Papal; responderão ao Alto Clamor e obedecerão a Deus.
Aqui temos uma referência à grande multidão que será convertida na hora
undécima. De acordo com a profecia de
Isaías 11:11-16 Edom, Moabe, e Amon tornar-se-ão obedientes a Deus nos últimos
dias. “Naquele dia tornarei a levantar a
tenda de Davi, que caiu, e taparei as suas aberturas, e tornarei a levantar as
suas ruínas, e a edificarei como nos dias da antiguidade. Para que possuam o restante de Edom e todas
as nações que são chamadas pelo meu nome” (Amós 9:11, 12).
O Papado,
apoiado pelo Protestantismo Apóstata, o poder civil, tentará subjugar e dominar
a “consciência,” e este é o território da Igreja de Deus, e a alguns
derrubarão, mas escaparão as primícias e a grande multidão, e receberão o sêlo
do Deus vivo.
“E ( o rei do norte, o papado) estenderá a sua mão às terras, e a terra do Egito (o ateísmo em
diferentes formas não escapará das mãos do papado) não escapará. E apoderar-se-á
dos tesouros de ouro e prata, e de todas as coisas desejáveis do Egito; e os
Líbios e os Etíopes o seguirão” (Dan. 11:42-43).
Antigamente os
Líbios e os Etíopes eram irmãos de sangue dos Egípcios. Os três países foram colonizados pelos
descendentes de Cão. Egito, Líbia e
Etiópia, geralmente, estavam unidos na batalha contra o Rei do Norte (Jer.
46:2,9). Como Babilônia venceu esses
três poderes, assim também a grande Babilônia, o Papado, vencerá as forças
confederadas do ateísmo. A profecia
prevê que o mundo todo estará coberto com um manto de religiosidade e se
submeterá ao poder de um líder religioso mundial, o Papado. Com o mundo todo sob o seu poder, parecerá
que o Papado estará pronto para mais um milênio de reinado, de soberania, assim
como foi na Idade Média.
"Mas (esse “mas” é a indicação de uma reviravolta) os rumores do oriente e do norte (algo
assustador se interpõe na marcha do papado) o espantarão (o papado treme nas bases); e (o papado) sairá com
grande furor, para destruir e extirpar a muitos" (Dan. 11:44).
Existe uma
unanimidade entre os Adventistas do Sétimo Dia de que o poder mencionado em
Daniel 11:40-45 aplica-se ao poder Papal.
Este também era o pensamento de Tiago White em 1847.[59]
A conjunção
“mas” é muito importante neste contexto.
Chama a atenção exatamente para o ponto em que a mudança ocorre na
história do povo de Deus. Não parece
estranho que o rei do norte trema com os “rumores do oriente e do norte? Ora, se ele fosse o verdadeiro rei do norte,
não deveria tremer diante dos rumores do norte. Norte frequentemente é
associado com um poder inimigo (Isa. 41:25; Jer. 4:6). Assim como o exército de Ciro veio do norte
contra Babilônia (Isa. 41:25), assim também Cristo, com o exército do Deus vivo
virá do norte no conflito final com o “homem do pecado”. Os “rumores do oriente e do norte” é uma
referência à proclamação do Alto Clamor e a proximidade da vinda majestosa
Daquele que é o verdadeiro Rei do Norte, Jesus.
Finalmente chegou a hora da
Restauração do Povo de Deus. A
Bíblia diz que Jesus virá do oriente e do norte. “Então me levou à porta, à porta que olha
para o caminho do oriente. E eis que a
glória do Deus de Israel vinha do caminho do oriente; e a sua voz era como a
voz de muitas águas, e a terra resplandeceu por causa da sua glória” (Ezeq.
43:1-2). Ellen G. White também fala de
Jesus vindo do norte.[60]
A mensagem de
Ezequiel 43:1-2 relaciona-se com Apocalipse 18:1-2 que é a pregação compacta
das três mensagens angélicas numa só:
“Depois destas
coisas vi descer do céu outro anjo que tinha grande poder, e a terra foi
iluminada com a sua glória. E clamou
fortemente com grande voz, dizendo: Caiu, caiu a grande Babilônia. . .”
Quando o sêlo
de Deus for colocado sobre os santos, a terra então será iluminada com a glória
de Deus. Esta é a obra final do
evangelho, chamada de o “Alto Clamor da mensagem do terceiro anjo.”
Unicamente a
proclamação compacta das três mensagens angélicas, feita pelos 144.000 no poder
do Espírito Santo, aterrorizará e fará tremer as bases do reino do
anticristo. A profecia estabelece aqui
uma cronologia dos eventos. Os rumores
do oriente e do norte (o Alto Clamor) não acontece antes da Sacudidura da
igreja mencionada em Daniel 11:41. Deus
espera pela hora mais escura, hora em que a Sua igreja será sacudida, e muitos
apostatarão, e outros serão purificados como o ouro, para então manifestar Seu
poder através dos Seus ecolhidos.
Primeiro, o Papado, o suposto rei do norte, faz o que lhe apraz, e
penetra até mesmo na “terra gloriosa,” isto é, até mesmo na Igreja
Remanescente, e parece triunfar na Igreja de Deus, no Movimento
Adventista. Egito, Líbia e Etiópia caem
diante de Babilônia, o Ateísmo é vencido e se submete ao Papado. Então toda a terra se maravilha após a Besta,
e todos a adorarão. Somente então, é que
vem a conjunção “mas” do verso 44. “Mas
os rumores do oriente e do norte o espantarão.”
O Alto Clamor
não acontece antes que o verdadeiro remanescente seja purificado pelo teste
mencionado em Apocalipse 13:14-17.
Daniel 11:44 obviamente segue o verso 41 na sequência dos eventos.
Comparando os
capítulos 2, 7, 8, e 11 podemos ver em cada um o momento da virada:
- Daniel 2 – quando
a pedra é lançada sem mãos. A
Restauração do Reino.
- Daniel 7 – quando
é anunciado o Julgamento do povo de Deus.
A Restauração do Rei.
- Daniel 8 – quando
é anunciada a Purificação do Santuário.
A Restauração do Santuário de Deus.
- Daniel 11 – quando
são ouvidos os rumores do oriente e do norte. A Restauração do Povo de Deus.
“E sairá com
grande furor para destruir e extirpar a muitos” (Dan. 11:44).
Ao longo da
história, Satanás tem usado muitas vezes os poderes da terra para perseguir o
povo de Deus, mas Daniel 11:44 descreve sua última e mais terrível investida
contra os santos. Como último esforço
agonizante, o Papado sairá com grande fúria para exterminar e destruir o máximo
que ele puder antes da chegada de Jesus.
“O mundo todo
há de ser excitado à inimizade contra os Adventistas do Sétimo Dia, porque eles
não rendem homenagem ao papado, honrando o domingo, instituição dêsse poder
anticristão. É desígnio de Satanás fazer
com que eles sejam exterminados da Terra, a fim de que não seja contestada sua
supremacia no mundo.”[61]
Assim como
Hitler, já próximo do fim da guerra, acelerou o processo de exterminação dos
judeus, o grande “Holocausto,” quando na realidade ele já sabia que o seu reino
estava sendo desmantelado, assim também o anticristo forçará os governos da
terra para conseguir o decreto de morte contra aqueles que guardam os
mandamentos de Deus. Se bem que antes do fechamento da porta da graça muitos
filhos de Deus morrerão como mártires, por ocasião do Decreto de Morte não
haverá mais morte para o povo de Deus.
Aleluia!
“As probantes
experiências que o povo de Deus enfrentara nos dias de Ester não foram
peculiares a esse tempo somente. O
Revelador, olhando para os séculos no fim do tempo, declarou: ‘O dragão irou-se
contra a mulher, e foi guerra ao resto da sua semente, os que guardam os
mandamentos de Deus, e têm o testemunho de Jesus Cristo’ Apoc.12:17. . . . O decreto que finalmente sairá contra o
remanescente povo de Deus será muito semelhante ao que Assuero promulgou contra
os judeus.”[62]
“E (o Papado) armará as tendas do
seu palácio entre o mar grande (a multidão que forma o exército de Satanás)
e o monte santo e glorioso (o
exército de Deus, o Seu povo); mas virá
ao seu fim (destruição do anticristo),
e não haverá quem o socorra” (Dan. 11:45).
Tiago White tinha
uma forte convicção quanto a ser Roma Papal o poder mencionado em Daniel 11:45,
e afirmou ser este “um dos marcos firmemente estabelecidos no movimento
Adventista.” Falando sobre o Armagedom
Tiago White diz: “A grande batalha não é nação contra nação; mas entre a terra
e o céu.”[63]
“E não haverá
que o socorra.” Essas palavras
expressam o fracasso do Papado na sua última investida contra o povo de
Deus. Na hora em que ele pensa que vai
mesmo destruir o povo de Deus, acontece o inesperado, falta-lhe o apoio dos
poderes da terra. Apocalipse 17:16
explica como os poderes que apoiaram inicialmente o Papado, retirarão esse
apoio.
“E os dez
chifres que viste na besta são os que aborrecerão a prostituta e a porão
desolada e nua, e comerão a sua carne, e a queimarão no fogo” (Apoc. 17:16).
A história vai
se repetir. O Papado será derrubado
pelos mesmos que o elegeram como líder mundial.
Assim como em 1798 o Papado caiu porque lhe faltou o apoio civil,
novamente ele vai cair quando os mesmos dez poderes (Apoc. 17:12-13) que o
sustentaram durante o seu último reinado (Apoc. 13:5), retirarem esse
apoio. As visões dadas a Daniel, a João
no Apocalipse, e a Ellen G. White, no livro O Grande Conflito, estão
falando dos mesmos assuntos, a Vitória Final de Jesus. Ora Vem Senhor Jesus! Aleluia!
[3] Miguel constitui especificamente uma referência a Jesus, o qual é o
centro das profecias de Daniel. “O nome
Miguel só é usado nos casos em que Cristo está em conflito direto com
Satanás. O nome em hebraico,
significando ‘quem é semelhante a Deus?’, constitui ao mesmo tempo uma pergunta
e um desafio. Em vista do fato de que a
rebelião de Satanás é essencialmente uma tentativa para instalar-se no trono de
Deus e ser ‘semelhante ao Altíssimo’ (Isa. 14:14), o nome Miguel é muito
apropriado para Aquele que Se incumbiu de vindicar o caráter de Deus e refutar
as alegações de Satanás.” SDABC, vol. 4, 860. Ele é a Pedra no capítulo 2, o Filho do Homem
no capítulo 7, o Príncipe do exército no capítulo 8, o Messias que é morto no
capítulo 9, Aquele que contende com Satanás no capítulo 10, e finalmente Ele é
Jesus que Se levanta pelo Seu povo no capítulo 12.
[10] Alexandre deixou um meio-irmão que sofria do cérebro e um filho que
nasceu depois da sua morte. Seus
generais, lutando entre si pelo governo, eliminaram o irmão e o filho de
Alexandre, e dividiram o império em quatro partes.
[12] Embora os comentaristas discordem sobre quando Roma aparece como
poder na profecia de Daniel capítulo 11, eles geralmente admitem que Daniel
11:5-14 se refere a conflitos entre os Ptolomeus no Sul e os Selêucidas no
Norte. Visto que Roma, nas visões
anteriores de Daniel, entra em cena depois da Grécia, esperamos que Roma seja
mencionada nesta profecia. Alguns
comentaristas adventistas vêem Roma aparecendo pela primeira vez no verso 16,
mas o SDABC, vol. 4, 869 parece favorecer o conceito de que Roma é mencionada a
partir do verso 14 como “os prevaricadores do teu povo”.
[15] Os imperadores mencionados na profecia estiveram, de alguma
forma,ligados a Jesus: Augusto (verso 20, o tempo do nascimento de Jesus),
Tibério (verso 21, a morte de Jesus) e Constantino (verso 23), o primeiro
imperador supostamente cristão que reivindicou os títulos de Vigário de Cristo,
Bispo dos bispos, e Pontífice Máximo, e decretou a primeira lei dominical
(07/03/321).
[16] Você pode imaginar como a Igreja Cristã começou a comemorar a
Páscoa como a ressurreição de Jesus e o Natal?
Nós sabemos que a data da Páscoa não pode ser o dia da ressurreição de
Jesus porque é comemorada sempre no primeiro Sunday (Domingo) depois da
primeira lua cheia, depois do equinócio.
Às vezes isso acontece em Março, Abril ou Maio. Esta é de fato a festa de Ishtar, a deusa da fertilidade. Ela era adorada em Babilônia na primavera
como a doadora de nova vida, e os ovos, como símbolo de fertilidade, também
eram adorados, bem como os coelhos, o animal de mais rápida reprodução. Constantino instroduziu na igreja a festa de Ishtar como sendo o dia da ressurreição
de Jesus. O mesmo ele fez com o Natal,
25 de Dezembro, que é uma festa pagã que comemora o dia do nascimento do deus
Sol; ele transformou essa festa no dia do nascimento de Jesus. Hoje a maioria dos cristãos comemora tanto
nos lares como nas igrejas essas festas pagãs.
[23] Contrário ao que a maioria pensa, o Alá do Islamismo não é
simplesmente um outro nome para o Deus verdadeiro. A história mostra que antes de Maomé elevar
Alá à sua posição atual, ele era essencialmente uma pequena rocha de um ídolo
de segundo nível no interior do santuário pagão, a Caaba. Ele era um numa multidão de cerca de 365
pequenas “rochas” lá, e era o deus tribal da tribo de Maomé, a Quraish. Mas hoje essa “rocha” é adorada por cerca de
um bilhão de mulçumanos. Como qualquer
outro ídolo, há um demônio por trás dela.
Os muçulmanos negam a divindade de Jesus, negam Sua morte, e Sua
ressurreição, e negam também o evangelho da graça. O Islamismo nega todos os fundamentos
cardeais da fé cristã. O Islamismo é um
ateísmo disfarçado.
[34] Daniel and Revelation, An Exhaustive Verse by
Verse Commentary on Daniel from Published and Unpublished Writings of Ellen G.
White, 361.
[36] Ellen G. White, O Grande Conflito, 269. Aqui o Egito é mencionado como símbolo do
Ateísmo Mundial, ela diz: “Isto é Ateísmo.”
[37] Da primeira vez Roma Papal fracassou tanto nas cruzadas contra o
ateísmo islâmico, como também quando foi derrotada pelo ateísmo manifestado na
Revolução Francesa, quando o Papa Pio VI foi preso em 1798.
[38] John L. Von Mosheim, Dictates of
Hildebrand, Institute
of Eclesiastic History ,
vol. 3, séc. XI, parte 2, capítulo 2, seção 9, nota 17.
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