Os jogos antigos
Os jogos Olímpicos
foram inaugurados em Olimpia em 776 AC. A partir daí, foram realizados com
regularidade, mesmo durante períodos de guerras.
O único evento nos
primeiros olímpicos foi a corrida. O rei foi orientado pelo oráculo, seu acessor
transcendental, a plantar uma oliveira de onde seriam colhidos os ramos para a
confecção das coroas olímpicas. Essas deveriam ser colocadas nas cabeças dos
vencedores das provas. Os ramos de oliveira faziam as vezes das atuais
medalhas.
Esses eram jogos
verdadeiramente amadores, embora os competidores se preparassem de maneira
bastante séria, por se tratar de uma grande honra ser um campeão olímpico. E no
final, é provavel que obtivessem também vantagens financeiras indiretas , a
exemplo dos atuais atletas profissionais.
No santuário
olímpico, durante o período dos jogos, eram realizadas reuniões políticas.
Neste aspecto, os jogos eram salutares para a unidade da Grécia. As reuniões
periódicas integravam as cidades-estado, ajudando a manter a unidade da Grécia,
ainda que relativa, por um período enorme de tempo.
Essa
característica unificadora dos jogos olímpicos pode ser observada também também
nos jogos da era moderna. Nesses 100 anos, os jogos trouxeram muitas lições no
campo político. Ajudaram a desmoralizar teorias de superioridade racial,
desnudaram a bestialidade do terrorismo e mostraram a futilidade da guerra
fria.
Os jogos foram
realizados a cada quatro anos de 776 AC a 393 DC, quando foram abolidos pelo
imperador cristão Teodosio I. Teodósio era um fanático e não gostava do aspécto
mitológico dos jogos. Mesmo assim, os jogos olímpicos antigos se realizaram por
1170 anos, enquanto que os da era moderna apenas começaram, tendo meros 100
anos.
Histórias interessantes dos jogos antigos
A história de Kallipateira
Nos olímpicos
antigos as mulheres eram proibidas de entrar no estádio para assistirem aos
jogos. Essa regra machista era aplicada mesmo às mães e às esposas dos
concorrentes, mas surpreendentemente não às meninas novas. Somente era permitido
às virgens assistirem aos jogos. A punição para toda a mulher que ousasse
quebrar esta regra era ser jogada dos penhascos de Typaion.
Somente uma
mulher, Kallipateira, quebrou essa regra e não foi punida. O pai de
Kallipateira, seus três irmãos, o primo e o filho eram todos vencedores
olímpicos. Quando seu marido morreu, Kallipateira treinou ela mesma o filho,
Peisirodos.
Quando o trouxe a
Olimpia competir, disfarçou-se de instrutor masculino e entrou no estádio com
ele. Quando seu filho vitorioso entrou na área reservada aos instrutores, seu
excitamento acabou revelando a todos que ela era uma mulher.
Mas decidiu-se que
ela não seria punida, pois seu pai, irmãos e filho eram todos vencedores
olímpicos. Ela foi poupada em reconhecimento às glórias da família.
Depois deste
incidente foi decidido que os instrutores deveriam participar despidos dos
jogos olímpicos, tornando o impossível às mulheres entrar disfarçadas.
Grandes
atletas das olímpiadas antigas
Milon de Kroton, o lutador
Milon ganhou sua
primeira vitória olimpica ainda menino. Depois veio a vencer mais cinco vezes.
Há muitas
histórias sobre seus atos da força grande, tais como carregar uma vaca em seus
ombros, ou suportar a coluna central de um salão que estava desmoronando para
que todos pudessem escapar. Era conhecido também pelas enormes quantidades de
comida e bebida que consumia.
Quando uma cidade
visinha declarou a guerra em Kroton, Milon foi na dianteira com um bastão,
seguido pelo povo de Kroton. Matou muitos oponentes e os outros fugiram
amedrontados, face ao enorme poder de Milon.
Milon viveu uma
vida gloriosa, mas sua morte era trágica. Um dia na floresta viu um tronco de
árvore com cunhas encravadas. Provavelmente uma tentativa infrutífera de um lenhador
de abrir a pesada tora. Decidiu então usar suas mãos poderosas para abrir o
tronco em dois, mas quando tentou as cunhas saíram do lugar e suas mãos ficaram
presas na fenda. Incapaz de se livrar do tronco quando a noite veio, foi morto
por animais selvagens.
Theagenes de Thasos
Theagenes era o
filho de um religioso do templo do deus Heracles, em Thasos. Alguns acreditaram
que ele era realmente o filho de um deus que se disfarçou e se encontrou com a
mãe de Theagenes.
Theagenes
tornou-se primeiramente famoso quando tinha nove anos. Nessa idade supostamente
arrancou uma estátua de bronze de um deus de sua base e carregou-a para casa!
As pessoas de Thasos ficaram furiosas com este ato e o quiseram puni-lo com a
morte, mas acabaram deixando barato quando ele carregou a estátua de volta ao
seu lugar. A história deste menino incomum espalhou-se por toda a Grécia.
Theagenes cresceu
até ser um vencedor olímpicos no box e no pankration. Foi também vitorioso em
muitas outras competições por toda a Grecia, ganhando fama para sí e sua
cidade, Thasos.
Após sua morte,
uma estátua foi erigida em Thasos em sua homenagem. Diz a lenda que um homem,
tendo competido com Theagenes durante toda a vida sem nunca conseguir vence-lo,
ia bater na estátua a cada noite. Numa dessas noites a estátua acabou se
desprendendo da base e caiu sobre o homem, matando-o. Pela lei Thasiana, o
assassinato era punido com exilio e a estátua foi julgada, condenada e jogada
ao mar.
Depois disso Thasos
foi atingido por uma severa seca, e o sofrimento foi grande. A conselho do
oráculo de Delphus, os Thasianos chamaram de volta todos os exilados, para
agradar o deus Demetrio. Mesmo assim a seca continuou, e os Thasianos
consultaram novamente o oráculo.
Desta feita foram
lembrados da estátua de Theagenes. O deus estava descontente com a injustiça a
que ela fora submetida, uma vez que a culpa do acidente foi da vítima e não da
estátua.
Ninguém sabia onde
a estátua tinha sido jogada ao mar, mas alguns pescadores a pescaram em suas
redes e trouxeram para o local onde o Thasianos ofereciam seus sacrifícios. A
seca então terminou e o povo de Thasos passou a cultuar Theagenes como o deus
da cura e da saúde.
Diagoras de Rhodes (boxeador)
Diagoras era
famoso para suas muitas vitórias como um boxeador. Mas mais do que isto, era
famoso pelo seu estilo de box. Diagoras nunca se desviava dos golpes e
respeitava as regras do esporte. Os espectadores o adoravam pela sua maneira
direta e corajosa de lutar. Era conhecido como homem de grande graça e
dignidade. Seus filhos e neto transformaram-se também vencedores olimpicos.
No 83a olimpiada,
Diagoras viu um filho vencer no box e outro na competição do pankration. Em
euforia, seus filhos colocaram suas coroas na cabeça de Diágoras e o carregaram
nos ombros, enquanto a multidão ia a loucura. Este era o momento o mais
glorioso de sua vida e, ao perceber isso, uma voz lhe sugeriu que ele poderia
morrer, que não haveria mais glória como essa e que ele deveria ascender ao
Olimpo para se transformar em um deus. Ouvindo isto, Diagoras, ainda carregado
por seus filhos, deixou cair a cabeça e morreu quietamente.
Hall da Fama Olímpico
Estes são os maiores atletas das olimpíadas
da era moderna.
Clique no nome do atleta (quando sublinhado) para mais detalhes.
Atleta
|
País
|
Modalidade
|
Jogos
|
|
|
|
Total
|
|
USA
|
Atletismo
|
1900-1908
|
10
|
0
|
0
|
10
|
|
SOV
|
Ginástica
|
1956-1964
|
9
|
5
|
4
|
18
|
|
FIN
|
Atletismo
|
1920-1928
|
9
|
3
|
0
|
12
|
|
USA
|
Natação
|
1968-1972
|
9
|
1
|
1
|
11
|
Sawao Kato
|
JAP
|
Ginástica
|
1968-1976
|
8
|
3
|
1
|
12
|
|
USA
|
Atletismo
|
1984-1996
|
8
|
1
|
0
|
9
|
Nikolay Andrianov
|
SOV
|
Ginástica
|
1972-1980
|
7
|
5
|
3
|
15
|
Boris Shakhlin
|
SOV
|
Ginástica
|
1956-1964
|
7
|
4
|
2
|
13
|
Vera Caslavska
|
CZE
|
Ginástica
|
1960-1968
|
7
|
4
|
0
|
11
|
Victor Chukarin
|
SOV
|
Ginástica
|
1952-1956
|
7
|
3
|
1
|
11
|
Matt Biondi
|
USA
|
Natação
|
1984-1992
|
7
|
2
|
1
|
10
|
Aladar Gerevich
|
HUN
|
Esgrima
|
1932-1960
|
7
|
1
|
2
|
10
|
- incluindo os jogos intercalados (Atenas-1906)
Raymond Ewry- Nascido em 1873 é o maior colecionador de medalhas
de ouro de toda a história dos jogos olímpicos. Embora desconhecido em nosso
tempo, pois sua especialidade eram os saltos parados (sem impulso), seus feitos
são absolutamente sem precedentes. Talvez nunca um outro atleta tenha tido
tamanho domínio sobre sua especialidade. Ewry ganhou as provas de distância,
altura e triplo em 1900 e 1904, e apenas não ganhou o triplo em 1906 e 1908 por
que a prova não foi disputada. Embora tenha sido um super atleta, teve sérios
problemas de poliomelite na infância, tendo ficado anos confinado a uma cadeira
de rodas. Ray Ewry tem ainda um outro recorde: ganhou em um único dia,
16/jul/1900, 3 ouros.
Paavo Nurmi - O maior herói do atletismo olímpico, era imbatível.
No tempo em que a Finlandia dominou o atletismo masculino, Nurmi deixou de participar
de várias provas por problemas políticos e, diz a lenda, em algumas deixou seus
compatriotas vencerem. Paavo Nurmi, antes do café da manhã, já tinha corrido
cerca de 5000m pelas montanhas finlandesas carregando uma mochila de pedras.
Mark Spitz - Após ter ganho 5 medalhas de ouro nos Jogos
Panamericanos de 1967, Mark Spitz anunciou que venceria 6 ouros no México-68.
Para delírio de seus desafetos (praticamente todos os demais atletas que o
conheciam), sua arrogância foi severamente punida; ganhou apenas 2 ouros e
mesmo assim, em provas de revezamento (4x100 livre e medley). Quando em
Munique-72, com a mesma arrogância, Spitz anunciou que ganharia todas as suas 7
provas e que preferia inscrever-se em 4 e ganhá-las todas a inscrever-se em 8 e
ganhar apenas 7, a antipatia por ele só fez crescer. Ao final dos jogos, Spitz
se transformaria no maior vencedor da história da natação, no maior vencedor em
uma única edição dos jogos, conquistando todas as sete provas que havia se
inscrito, tendo nas finais de cada uma delas estabelecido um novo recorde
mundial.
Larissa Latynina é a maior colecionadora de medalhas da história
olímpica, com 18 medalhas. Larissa foi bicampeã no geral em 1956 e 1960 e
tricampeã com a imbatível equipe soviética em 1956, 1960 e 1964.
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