A resposta para o “elo perdido"
jamais será encontrada, nem na genética nem na paleontologia nem na
antropologia
Defensor da causa criacionista, o Dr. Ruy Vieira está sempre pronto para desmascarar as teorias evolucionistas, tão propaladas pela mídia em nossos dias. Por isso, aceitou o desafio de falar sobre alguns conceitos do biólogo inglês Richard Dawkins, a quem a revista Veja, recentemente, chamou de "devoto de Darwin':
E não lhe falta autoridade. Engenheiro mecânico e eletricista, formado pela Escola PolitécnIca da USP, o Dr. Vieira desenvolveu profícua carreira docente no Instituto Tecnológico de Aeronáutica e na Escola de Engenharia de São Carlos, SP, onde fundou o internacionalmente reconhecido Centro de Recursos Hídricos e Ecologia Aplicada, tendo sido orientador de numerosos mestrados e doutorados na área da Mecânica dos Fluidos e suas aplicações. É autor do Atlas de Mecânica dos Fluidos, premiado como melhor livro didático do ano de 1971 pela Câmara Brasileira do Livro. Foi Presidente da Associação Brasileira de Ensino de Engenharia, Conselheiro do Conselho Federal de Educação e do Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia, Diretor Científico da FAPESP e representante do MEC na Agência Espacial Brasileira. Desenvolveu suas atividades profissionais em projetos de interesse do Metrô de São Paulo (ventilação dos túneis e estações) e da Companhia Metropolitana de Águas de São Paulo (adução no túnel do Sistema Cantareira e dissipação de energia na estação de tratamento do Guaraú).
Membro da Igreja Central de Brasília e fundador da Sociedade Criacionista Brasileira, o Dr. Ruy Vieira concedeu a seguinte entrevista a Rubens Lessa:
Richard Dawkins,
conhecido como um dos maiores defensores da teoria da evolução, disse à revista
Veja, na edição de 12
de junho, que ''postular a existência de um Deus que criou a vida é
o tipo de idéia que só complica as coisas': Será que complica?
Dr. Ruy Vieira: A afirmação de Dawkins merece algumas
considerações específicas preliminares. Postulados constituem fundamentos que
se aceitam como pressupostos para, a partir deles, desenvolver um raciocínio
lógico que levará a conclusões que evidentemente se limitarão ao âmbito da
estrutura conceitual dentro da qual eles foram formulados. É o que aconteceu,
por exemplo, no caso da formulação dos postulados da Geometria Euclidiana, nos
tempos áureos da Grécia antiga. Ninguém questiona a validade de todo o
arcabouço lógico desenvolvido a partir dos postulados de Euclides, mas,
modernamente, outras Geometrias "Não Euclidianas" foram também
desenvolvidas a partir de diferentes postulados, e têm sua validade no âmbito de seus diferentes pressupostos.
Assim, a afirmação de Dawkins referente à postulação da existência de um Deus Criador deve ser considerada par~lelamente à possibilidade lógica de se elaborar toda uma estrutura para o que poderíamos denominar de Biologia "Não Evolucionista", baseada em pressupostos distintos daqueles da Biologia Evolucionista aceita por ele. Dentre essas possíveis Biologias "Não Evolucionistas" desponta, evidentemente, a Biologia Criacionista, modernamente apresentada, di"ulgada e defendida racional e logicamente por numerosos destacados cientistas de renome, como Michael Denton, Michael Behe, Reinhard Junker, Siegfried Scherer e Joachim ScheYen com os quais Dawkins se recusa sequer a discutir o âmbito da validade de seus pressupostos) .
Os postulados que constituem os fundamentos aceitos como pressupostos para o desenvolvimento dessa Biologia Criacionista, longe de complicar,
efetivamente simplificam “as coisas", a partir de
uma estrutura conceitual em que o Universo é considerado algo criado com propósito e
desígnio. A complicação"das coisas" reside fundamentalmente
nos pressupostos evolucionistas de um universo surgido por acaso, e paradoxalmente
evoluindo em um sentido pré-determinado, do simples para o complexo! Torna-se evidente que a afirmação
de Dawkins subliminarmente
decorre do fato de que as teses criacionistas complicam tão somente “as coisas”
defendidas pelos evolucionistas.
RA: Dawkins não
gosta de debater com criacionistas,
alegando que estes não merecem estar “no mesmo palanque ocupado por um
cientista de verdade”.
Há, no entanto, muitos cientistas de verdade entre os
criacionistas, não é?
Dr. Ruy Vieira: Dawkins
foge do debate por motivos
estratégicos óbvios: tanto denegrir liminarmente os oponentes, como impedir
que as incoerências e inconsistências do evolucionismo sejam
expostas publicamente em uma discussão de nível científico, e não sómente em
nível jornalístico, como feito unilateralmente na sua entrevista em questão.
Como justificar a recusa dele em debater em alto nível as teses do
"design" inteligente e da complexidade irredutível, com Denton e
Behe?!
A propósito, ainda, o que seria um "cientista de verdade" na concepção de Dawkins? Qual é a "verdade" científica encontrada nas teses evolucionistas? O termo "verdade" traz inevitavelmente à tona concepções religiosas, e nesse sentido podemos destacar que são incontáveis os "cientistas da verdade': não só os que no passado lançaram os fundamentos do método científico e da verdadeira ciência moderna, como também os que até hoje se dedicam com afinco à obtenção do conhecimento utilizando o próprio método científico. Aliás, a insuficiência epistêmica do evolucionismo resulta fundamentalmente da impossibilidade da demonstração experimental de suas teses, hipóteses, postulados e formulações teóricas, o que seria exigido pelo método científico para a sua validação.
RA: O senhor
concorda
com a afirmação de que a sobrevivência da religião é posta em xeque quando se
permitem "debates racionais e pensamento inteligente"?
Dr. Ruy Vieira: Ao falarem da sobrevivência da religião nesses termos, certamente
os evolucionistas estão projetando
sua preocupação, dentro do contexto
da tese darwinista da "sobrevivência do mais forte': e sugerindo que a
religião não é nem racional nem inteligente. Entretanto, a verdadeira religião
é fundamentada em um culto racional (Rom. 12:1) que reconhece a inteligência
dAquele que estabeleceu os próprios céus (Prov. 3:19), motivo pelo qual
"debates racionais" (dos quais Dawkins declaradamente se esquiva) e
"pensamento inteligente" (incluído na tese do design inteligente, também rechaçada por Dawkins), se levados a efeito,
apenas confirmarão a verdadeira razão pela qual Dawkins se exime de se expor em
debates com os criacionistas - a certeza de que
seus argumentos não
resistirão.
RA: Sydney Brenner, geneticista sulafricano,
acha que um dia se poderá, a partir do genoma do homem e do chimpanzé, fazer
uma retrospectiva até nossos antepassados. A média entre os dois genomas,
segundo essa hipótese, revelaria o elo perdido. Mera ilusão científica?
Dr. Ruy Vieira: Embora eu não seja geneticista, creio que a resposta para a questão desse "elo perdido" não será encontrada nunca, nem na genética nem na paleontologia nem na antropologia, pela simples razão de não existirem elos de espécie nenhuma, nem "elos achados" nem "elos perdidos': De fato, o grande desafio da teoria da evolução das espécies está situado exatamente na ausência total de elos entre elas no registro fóssil, o que impossibilita a concepção de uma "árvore genealógica" das espécies com base em fatos. Mais uma vez se caracteriza, assim, a total pertinência do relato bíblico da reprodução dos seres vivos "de conformidade com a sua espécie"!
Dr. Ruy Vieira: Embora eu não seja geneticista, creio que a resposta para a questão desse "elo perdido" não será encontrada nunca, nem na genética nem na paleontologia nem na antropologia, pela simples razão de não existirem elos de espécie nenhuma, nem "elos achados" nem "elos perdidos': De fato, o grande desafio da teoria da evolução das espécies está situado exatamente na ausência total de elos entre elas no registro fóssil, o que impossibilita a concepção de uma "árvore genealógica" das espécies com base em fatos. Mais uma vez se caracteriza, assim, a total pertinência do relato bíblico da reprodução dos seres vivos "de conformidade com a sua espécie"!
Evidentemente, deve ser ressaltado o problema semântico do que vem a ser na linguagem bíblica uma "espécie". A comparação da taxonomia biológica atual (iniciada por Lineu háquase três séculos) com a taxonomia bíblica indica que, no relato bíblico, "espécie" pode ter a conotação de gênero ou até família na taxonomia atual. Daí os criacionistas aceitarem a microevolução dentro das "espécies bíblicas': e rejeitarem, por absoluta falta de provas, a macroevolução no nível de categorias superiores a famílias (assim consideradas na taxonomia atual).
A partir dos estudos modernos sobre o genoma do ser humano e dos chimpanzés, complementado:!, com técnicas a serem desenvolvidas para possibilitar operações experimentais em laboratório que pudesse levar a uma manipulação genética, talvez até se possa produzir um ser intermediário entre homem e chimpanzé. Mas deveremos atentar para o fato de que tal resultado jamais estaria comprovando a existência de ancestrais comuns a seres humanos e símios.
RA: A biologia
atual não considera o homem "o pináculo da evolução': Como o criacionismo
refuta esse conceito?
Dr. Ruy Vieira: O criacionismo refuta a tese da biologia atual, de não
considerar o homem o "pináculo da evolução" (sugerindo que o ser
humano poderá ainda evoluir transformandose em uma espécie superior), meramente
porque o criacionismo não tem como aceitar a tese geral da evolução das
espécies. Por essa razão, na realidade, o criacionismo considera o ser humano "a coroa. da criação", criado para honra
e glória de seu Criador.
RA: O biólogo
inglês diz que a ciência pode satisfazer a demanda por reverência e espanto
diante da vida e do Universo, mas confessa que não pode satisfazer a demanda
por conforto diante da morte. Qual é a vantagem do criacionista?
Dr. Ruy Vieira: Creio que, ao responder a esta pergunta, devemos cuidar para que o
termo "vantagem" não assuma conotação evolucionista, pois ele tem
sido usado insistentemente no contexto da explicação teórica da evolução pela
seleção natural: os seres vivos ter-se-iam modificado no decorrer do tempo, e
modificações vantajosas teriam permanecido (de tal modo que o acúmulo de tais
modificações teria levado à caracterização de uma nova espécie, no decorrer do
tempo).
A vantagem do criacionista, a meu ver, é
poder interpretar o mundo ao seu redor de maneira consistente com a existência
de planejamento, desígnio
e propósito, sem os quais não seria possível sequer estudar de maneira
verdadeiramente científica os fenômenos observados na natureza. A própria
ciência e o método científico não teriam como existir se o mundo ao nosso redor
fosse caótico, sem relação de causa e efeito, sem leis atuando constantemente
e de igual maneira.
Em resumo, somente o criacionista, olhando
para o passado e para o futuro com base na revelação dada na Bíblia, encontra
respostas satisfatórias para as perguntas "de onde viemos" e "para onde vamos".
Revista Advenlista, julho 2005
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