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sexta-feira, 3 de junho de 2016

OS FILISTEUS



Os filisteus
Potência militar rival de Israel na antiguidade foi varrida da História em cumprimento ao oráculo divino

“A história bíblica nos fala que a vitória de Israel sobre os poderosos filisteus veio pelo poder de Deus”

Reinaldo W. Siqueira, Ph.D., em Antigo Testamento pela Andrews University (EUA), é professor de Línguas e Exegese Bíblicas e de Teologia do AT no Seminário Latino-Americano de Teologia em Engenheiro Coelho, SP.

Um dos povos do Antigo Oriente Médio mais citados na Bíblia são os filisteus. Referências a eles apare­cem desde os dias de Abrãao e Isa­que até o tempo do exílio babilônico, totali­zando assim um período de cerca de 1.500 anos de contato e convivência com o povo de Deus. Mas quem eram os filisteus? Quais eram suas origens?  Eles ainda existem ou desapareceram do cenário da história?
O texto bíblico traça a origem dos filisteus a um dos povos originários do Egito, os “cas­luim”, que eram descendentes de Mizraim, fi­lho de Cão, um dos três filhos de Noé. Apa­rentemente, uma parte dos filisteus teria se es­tabelecido na região de Canaã desde os dias dos patriarcas, enquanto a maioria deles teria saído da região do Egito e então migrado para a região da ilha de Creta.
O grupo de filisteus que aparece em Gênesis, nos dias de Abraão e Isaque, é apresentado no texto bíblico como relativamente pequeno, ha­bitando uma pequena região localizada ao sudoeste de Canaã, dominada pela cidade de Ge­rar (próximo à cidade de Gaza). Esses fílisteus tinham pouco poderio militar. Um quadro dife­rente, no entanto, e apresentado dos filisteus do período de juizes (começando com Sangar) e dos primeiros reis de Israel (Saul e Davi), ou seja, por volta do ano de 1300 a 1000 a.C. Os fi­listeus desse tempo formavam uma poderosa liga militar envolvendo cinco cidades (Asdode, Gaza, Ascalorn, Gate e Ecrom) que dominavam toda a região sudoeste de Canaã, fazendo fron­teira com o Egito. Eles se tornaram um poderio respeitado na região e oprimiam severamente a Israel. Uma idéia da força militar dos filisteus desse tempo aparece em 1a. Samuel 13:5, onde se descreve o exército filisteu corno tendo “trinta mil carros, e seis mil cavaleiros e povo em multidão como a areia do mar”. Flecheiros faziam parte também desse exército.
Detalhes da armadura e dos equipamentos de guerra de um solda­do filisteu aparecem na descrição do aparato militar de Golias: capacete de bronze, couraça de escamas, caneleiras de bronze, dardo de bronze, lança com uma haste, escudo e espa­da ( 1o.   Sam. 17:5-7, 50 e 51). Esse aparato mi­litar corresponde detalhadamente ao aparato típico dos guerreiros da região do mar Egeu.
Devido à proximidade das ilhas do Mar Egeu e da própria Grécia, os filisteus teriam se associa­do aos povos dessa região, assumindo muito de seus costumes e se integrado então ao grupo cha­mado de “os Povos do Mar”. No final do 2o. mi­lênio a.C.. esses povos varreram a região do An­tigo Oriente Médio com grande poder. Docu­mentos da época (principalmente do Egito) e re­centes escavações arqueológicas evidenciam suas poderosas conquistas. Muitas cidades foram en­tão totalmente destruídas para serem logo reconstruídas por um povo de nova cultura. Os israelitas, que recentemente haviam invadido e do­minado parte da região de Canaã, tiveram de se defrontar com um extraordinário poder que ha­via abalado as nações mais poderosas da época.
A história bíblica nos fala que a vitória de Israel sobre os poderosos Filisteus veio, no en­tanto, não por sua capacidade militar, mas sim pelo poder de Deus. Yahweh Se manifestava para ajudar e livrar o Seu povo, quando este O buscava sinceramente. Finalmente, Davi não só venceu o grande campeão filisteu, o gigante Golias, mas pôs um fim sobre a supremacia filistéia sobre Israel.
Referências aos filisteus aparecem nova mente nos tempos dos reis Josafá, Jeorão, Uzias, Acaz e Ezequias, ou seja, de cerca de 900 a 700 a.C. As últimas referências aos filis­teus na Bíblia aparecem no tempo do exílio ba­bilônico e do rei Nahucodonosor, por volta de 600-570 a.C. O mesmo ocorre nos documen­tos históricos do Antigo Oriente Médio.

A partir do Império Medo-Persa (539 a.C.), os filisteus tinham de­saparecido do cenário da Histó­ria de uma vez por todas, cum­prindo-se assim as palavras da profecia: “Porque Gaza será desamparada, e Asquelom ficará deserta; Asdode, ao meio-dia, será expulsa, e Ecrom, desarraigada. Ai dos que habitam no litoral, do povo dos quereítas [povo de Creta]! A palavra do Senhor será contra vós outros, o Canaã, terra dos filisteus, e Eu vos farei des­truir, até que não haja um morador sequer (Sofonias 2:4 e 5).

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