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sexta-feira, 3 de junho de 2016

OS SADUCEUS



SADUCEUS 
A elite do templo

Os saduceus faziam parte da classe dominante que decidiu matar Jesus

“Os Saduceus eram  os homens de confiança na manutenção da ordem e dos interesses romanos na Judéia; em troca, o poderio romano mantinha seu status social, econômico, político e religioso”

Reinaldo W. De Seiqueira, Ph.D., em Antigo Testamento pela Andrews University (E.U.A)e professor de Línguas e Exegese Bíblicas e de AT no Seminário Latino –Americano de Teologia em Engenheiro Coelho, SP.

Ao lermos o Novo Testamento, so­mos confrontados com diferentes grupos políticos e religiosos da so­ciedade judaica daqueles tempos. Entre estes grupos, encontramos os “sadu­ceus”. Conhece-los e saber no que acredita­vam é importante para a compreensão da his­tória do Novo Testamento.
Algumas informações básicas são encontra­das no próprio Novo Testamento: (1) o Siné­drio, a suprema corte político-religiosa de 71 membros que dirigia a nação judaica, na época, era composto em boa parte pelos saduceus (o outro grupo majoritário do Sinédrio era o dos fariseus); (2) os saduceus estavam diretamente ligados ao templo de Jerusalém; (3) a mais des­tacada característica dos saduceus era a des­crença na ressurreição dos mortos e na existên­cia dos anjos e Outros seres espirituais (Atos 23:8); (4) os Evangelhos e o livro de Atos nos apresentam os saduceus como os mais acérri­mos inimigos de Jesus e dos Seus discípulos.
O  último ponto é interessante. Nenhuma re­ferência “positiva” é encontrada em relação aos saduceus. Antes, sob a liderança do sumo sa­cerdote e de seus associados, os vemos em con­flito com Jesus e Seus discípulos, e na lideran­ça dos planos e das ações para tirar-Lhe a vida. Já em relação aos fariseus encontramos referên­cias a alguns simpatizantcs dos cristãos e de sua mensagem (como Gamaliel), e a fariseus que aceitaram o evangelho e se tornaram mem­bros da comunidade cristã primitiva (como
Nicodemos, Paulo e outros).
A origem do nome “saduceu” é muito discutida entre os especia­listas, sem se chegar a um consenso. A idéia mais aceita, no entanto, é que se­ria urna referência direta ao sacerdote Sadoque, que mi­nistrava nos dias do rei Davi (2o. Sarn. 8:17) e cuja linhagem assumiu o sumo sacerdócio des­de o tempo de Salomão.
As poucas informações históricas que ternos dos sa­ducetms indicam que a maio­ria deles pertencia à alta classe da aristocracia judaica. Estavam ligados ao sumo sacerdote e à sua família, por víncu­los matrimoniais ou por associação religiosa e política. Eles formavam a maioria dos mem­bros do Sinédrio, sendo o sumo sacerdote o presidente. Estavam na direção do templo de Jerusalém e também ocupavam os altos cargos políticos na época.
A posição e os interesses políticos dos sadu­ceus esclarecem várias de suas atitudes e situa­ções peculiares descritas no Novo Testamento. Pode-se compreender, por exemplo, a razão das referências a Anãs e Caifás como sendo ambos sumo sacerdotes (Luc. 3:2) algo impossível pela lei bíblica e judaica. O sumo sacerdócio era um posto vitalício. Só após a morte do titular poderia o novo sumo sacerdote assumir. Na época, o posto do sumo sacerdócio era direta­mente controlado pelos romanos, que depu­nham e instituíam a quem quisessem e quando quisessem. Flávio Josefo, o antigo historiador judeu, enumerou 28 sumo sacerdotes para o pe­nodo de 100 anos desde o reinado de Herodes até a destruição de Jerusalém no ano 70 d.C.
Os saduceus eram geralmente os homens de confiança na manutenção da ordem e dos interesses romanos na Judéia. Em troca, o po­derio romano mantinha seu status social, eco­nômico, político e religioso. Assim, eles esta­vam entre os primeiros e mais tenazes comba­tentes de qualquer ameaça, real ou insinuada, à soberania romana na região. E sob esta luz que João apresenta os planos do Sinédrio de eliminar Jesus. “Se O deixarmos as­sim”, disseram, “todos crerão nEle; depois virão os romanos e to­marão não só o nosso lugar, mas a própria nação” (João 11:48). No julgamento de Jesus, foram os principais promotores e se apressa­ram a entregá-Lo a Pilatos.

     Com a destruição de Je­rusalém e do templo pelos ro­manos, no ano 70 dc., e a subseqüente dispersão dos judeus que viviam na Ju­déia, o partido dos sadu­ceus acabou.

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