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sexta-feira, 10 de junho de 2016

O SÁBADO NA BÍBLIA - TESES CAPCIOSAS SOBRE O SÁBADO



TESES CAPCIOSAS SOBRE O   SÁBADO

Arnaldo B. Christianini – Subtilezas do Erro – Capitulo 21 – 3a. Edição 1881 – CASA
Neste capitulo e nos seguintes vamos analisar quatro teses geralmente formuladas contra o dia divino de guarda.
Ei-las:
1. Ensinamos não se salvar quem não guarda o sábado, e que todos os observadores do domingo têm o sinal da besta:
2. O sábado é um mandamento de dupla natureza: uma cerimonial, que é a fixação de um dia certo de repouso: outra moral, que é a guarda de um dia em sete:
3. A santificação do sábado é idêntica á santificação das festas judaicas capituladas em Lev. 23:
4. Não podemos provar que o sábado não se tenha perdido antes do dilúvio, no Egito. no período anárquico dos juízes, no cativeiro babilônico ou em algum outro tempo.
Vamos reduzir a pó estas objeções.

Primeira Tese

A Bíblia não diz —   nem nós dizemos —   que somos salvos pela guarda do sábado, como também pela obediência ao pai ou mãe, ou abstendo-nos de matar, roubar, adulterar, men­tir, enfim, pela observância de qualquer dos mandamentos de Deus. Nenhum cristão, por mais inculto que seja, jamais admitiria um absurdo deste. Salvação é em Cristo, e somente em Cristo. Por Ele somos salvos, porém eis a questão: so­mos salvos para pecar e transgredir. ou somos salvos para a justiça? Sem dúvida, somos salvos para que a justiça de Deus se cumpra em nós’, somos salvos para a obediência, para uma vida correta, santificada. Somos salvos para fazer a vontade de Deus, somos salvos para as obras, que Deus preparou para que andássemos nelas. Somos salvos para confirmar nossa “eleição e vocação”. Por isso, a evidência da salvação é a guarda de todos os mandamentos. Sem omissão de um sequer. (5. Tia. 2:10.) Prova que o caráter do sal­vo coincidiu com o seu nome no livro da vida.
Jamais ensinamos que somente nós nos salvamos ou que pessoas sinceras que jamais tiveram conhecimento do sábado venham a perecer. Perlustrem a nossa literatura, e certifiquem-se se este é o nosso ensino ou a nossa crença. A Escritura diz que Deus não leva em conta os tempos da ig­norância de Sua doutrina verdadeira. Atos 17:30.
Proclama-se alto e bom som, que a Sra. White é a papisa dos adventistas do sétimo dia  —    a sua mais alta expressão doutrinária. Então é preciso admitir também que o que ela realmente disse representa a nossa verdadeira crença. Pois bem, assim se expressa ela em relação aos que não tiveram conhecimento da lei divina:
“Entre os pagãos encontram-se pessoas que adoram a Deus na ignorância. às quais nunca foi levada a luz por meio de instrumentos humanos, e que não obstante não perecerão. Apesar de ignorantes quanto ã lei escrita de Deus, eles ouviram Sua voz a falar-lhes por meio da Natureza, e fizeram aquilo que a lei requer. Suas obras são a evidência de que o Espírito Santo tocou seu coração, e são reconhecidos como filhos de Deus.”’
Agora, o outro aspecto da tese: a marca da apostasia. O sinal da besta — em torno do qual tanto alarde fazem os nossos oponentes — é um evento profético que se dará no futuro. segundo se depreende dos ensinos da Palavra de Deus. Citemos ainda as palavras da Sra. White, que os oposi­tores proclamam ser a nossa insuperável profetísa:
“Os cristãos das gerações passadas observaram o domingo, supondo que em assim fazendo estavam a guardar o sábado bíblico: e hoje existem verdadeiros cristãos em todas as igrejas, não excetuando a comunhão católica romana, que crêem sinceramente ser o domingo o dia de repouso divinamente instituído. Deus aceita a sinceridade de propósitos de tais pessoas e sua integridade. Quando, porém. a observância do domingo for imposta por lei, e o mundo for esclarecido relativamente á obrigação do verdadeiro sábado. quem. então transgredir o mandamento de Deus para obe­decer a um preceito que não tem maior autoridade que a de Roma, honrará desta maneira ao papado mais do que a Deus. Prestará homenagem a Roma. e ao poder que impede a instituição que Roma ordenou. Adorará a besta e a sua imagem. Ao rejeitarem os homens a instituição que Deus declarou ser o sinal de Sua autoridade, e honrarem em seu lugar a que Roma escolheu como sinal de sua supremacia, aceitarão, de fato, o sinal de fidelidade para com Roma — ‘o sinal da besta’. E somente depois que esta situação esteja assim plenamente exposta perante o povo, e este seja levado a optar entre os mandamentos de Deus e os dos homens, é que. então, aqueles que continuam a transgredir hão de receber o ‘sinal da besta’.” 2 (Grifos nossos).
Se isto não bastar, citemos outro trecho da mesma escritora:
“Ninguém recebeu ainda o sinal da besta, pois o tempo de provação ainda não chegou. Há verdadeiros cristãos em todas as igrejas, sem excetuar mesmo a católica romana. Ninguém é condenado enquanto não tiver a luz e veja a exi­gência do quarto mandamento. Porém, quando sair o decreto, tornando obrigatória a guarda do dia espúrio de repouso. e o alto clamor do terceiro anjo advertir os homens contra o culto da besta e de sua imagem. será claramente demarca­da a linha entre o falso e o verdadeiro. Então aqueles que continuarem em transgressão receberão o sinal da besta. “~
Dizem que os adventistas do sétimo dia têm um outro escritor muito acatado. cujas obras estão sendo traduzidas para o português, o Sr. lJriah Smith. Pois bem. São da lavra desse “escritor muito acatado” as seguintes palavras:
“Dir-se-á ainda: Então todos os observadores do domin­go têm o sinal da besta? Então todos os justos do passado. que guardaram esse dia, têm o sinal da besta? Então Lute­ro, Whitefield, os Wesleys e todos os que fizeram uma notá­vel obra de reforma, tinham o sinal da besta? Então todas as bênçãos que foram derramadas sobre as igrejas reforma­das, o foram sobre pessoas que tinham o sinal da besta? E todos os cristãos que hoje guardam o domingo como sendo o sábado, têm o sinal da besta? Respondemos: Não. E lamentamos dizer que pretensos ensinadores religiosos, posto que muitas vezes corrigidos, persistem em nos representar mal neste ponto. Nunca defendemos isso nunca o ensi­namos, Nossas premissas não levam a tais conclusões. Prestai atenção: o sinal e adoração da besta são impostos pela besta de duas pontas. A recepção do sinal da besta é um ato especifico que a besta de duas pontas há de levar a fazer. A terceira mensagem de Apoc. 14 é uma advertência miseri­cordiosamente enviada com antecedência a fim de preparar o povo para o perigo vindouro, Não pode, portanto, haver adoração da besta, nem recepção do seu sinal —  tal como a profecia indica —  até que seja imposta pela besta de duas pontas. Vimos que a intenção era essencial na mudança que o papado fez na lei de Deus, para constituí-la o sinal daquele poder. Assim a intenção é necessária na adoção daquela mu­dança, da parte de cada individuo, para a recepção daquele sinal. Noutras palavras, uma pessoa tem de adotar a mu­dança, sabendo que ela é uma obra da besta, recebendo-a sob a autoridade daquele poder, em oposição à ordem de Deus.
Que sucede com os homens citados, que guardaram o domingo no passado e a maioria dos que o guardam hoje? Guardam-no como uma instituição do papado? —    Não. Chegou o tempo de decidirem entre o sábado do Senhor e o outro? — Não. Por que motivo o guardaram e o guardam ainda? Supõem que estão a guardar um mandamento de Deus! Seu procedimento é atribuível a um erro inconscientemente recebido da igreja de Roma, e não a um ato de adoração prestada a ela.” 4
Aí estão as nossas mais legítimas expressões doutrinárias, respondendo às infundadas acusações. Pessoas que têm peso de autoridade em nossas doutrinas.
O que nos condena não é o que praticamos na ignorância, mas o que persistimos em fazer depois que tivemos o
conhecimento da lei de Deus. Diz a Bíblia: “Aquele, pois, que sabe fazer o bem e não o faz, comete pecado.” S. Tia. 4:17 e qualquer que violar um destes mais pequenos manda­mentos e assim ensinar aos homens, será chamado o menor no reino dos Céus...” S. Mat. 5:19. Deus enviou o movimento adventista ao mundo, não para condenar os homens, mas para pregar a verdade. O juízo a Deus pertence. Ele saberá os que terão o sinal da besta.
À vista de tudo o que expusemos, não é correta a afirmação de que sustentamos ferrenhamente que uma pessoa não se salva se não guardar o sábado, dele não tendo conhecimento. Ensinamos que quem é salvo, prova-o pela obe­diência aos mandamentos de Deus. Aquele que é redimido pela graça de Cristo. anda em obediência a toda a luz que Deus projetou em seu caminho. Não inventa subterfúgios para contornar a guarda dos mandamentos. Diz a Escritura que o caminho dos justos “é como a luz da aurora que vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito”. Prov. 4:18. Pedro intima os cristãos: “acrescentai à vossa fé” uma longa lista de virtudes cristãs. II S. Ped. 1:5-7. Quando obedece­mos, crescemos na graça: quando deliberadamente recusa­mos prosseguir na senda da lei divina porque defrontamos algum preceito difícil de ser obedecido ou algo que exija re­núncia. estamos na verdade rejeitando a luz do Céu, e a nos­sa situação é perigosa. Heb. 10:26 e 27. Com relação aos judeus que rejeitaram o seu ensino, declarou Jesus: “Se Eu não viera, nem lhes houvera falado, não teriam pecado. mas agora não têm desculpa do seu pecado.” S. João 15:22.
A muitos sinceros cristãos nunca foi revelado u pecado de violar o quarto mandamento da lei moral, que diz “o sétimo dia é o sábado do Senhor teu Deus” e são, portanto, tidos por justificados aos olhos de Deus e perfeitamente dig­nos de um lugar no Céu. Aqueles. porém. que tiveram tal conhecimento. e o rejeitam, ficam sob a condenação. E mais ainda: cremos que Deus, em Sua Infinita sabedoria, viu com clarividência ao fazer o sábado, a grande prova de lealdade a Ele, nestes últimos dias: e que antes de terminar o tempo da graça para os habitantes do mundo, estes receberão o conhecimento e a convicção desta verdade, e terão de tomar a sua decisão eterna. Nessa ocasião — e somente nessa ocasião — aqueles que rejeitarem a luz adicional, automaticamente se desligarão de Deus e receberão o sinal da apostasia — o sinal da besta.
Portanto, os opositores precisam revisar e retificar as suas inexatas afirmações em relação a nossa crença.

1 E. G. White. O Desejado de Todas as Nações pág. 348
2. E. G.White. O Conflito dos Séculos ( Edição antiga) pág. 448
2 E. G. White. Evangelismo. pags. 234 e 232

4. Uriah Smith. Daniel and Revelation. Pág. 613 e  616.

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