VOCÊ PRIMEIRO!
Francisco Lemos
Redator da CPB
Há momentos em que você precisa dar o primeiro passo
O relacionamento interpessoal é o maior desafio
para a convivência em sociedade. E assim na família, no comércio, na política
internacional e também na igreja. Nações inteiras já se envolveram em guerras
motivadas por rusgas não-resolvidas entre seus governantes. Parece que a
palavra perdão não faz parte do vocabulário de um grande número de pessoas. A
atitude então, esquecemos faz muito tempo. Como devemos nos relacionar com uma
pessoa, depois que ela nos maltratou?
Jesus Cristo disse algo muito interessante sobre isso, em Mateus 18:15:
“Se o seu irmão pecar contra você, vá e mostre o erro dele. Mas faça isso em
particular, só entre vocês dois. Se ele ouvir o conselho, então você ganhou o
seu irmão.” Algumas regrinhas básicas podem ajudar a contornar possíveis
dificuldades interpessoais. Lembre-se de que problemas são comuns e podem
ocorrer com as pessoas em qualquer lugar e em todas as circunstâncias.
1 —
Nunca superestime alguém — Não
pense que devido à bagagem cultural ou religiosa, uma pessoa não o ofenderá
jamais. Indivíduos refinados e espirituais podem cometer falhas, Isso é
terrivelmente humano. Somos pó. Iguais. E possível encontrarmos atitudes
refinadas em pessoas sem nenhum suporte escolar e atitudes desenfreadamente
estúpidas em verdadeiros “poços espirituais e culturais.
2 —
Não faça publicidade —
Uma das características de nossa era e a
fome por notícias espalhafatosas, maldosas. Se alguém fez algum mal a você ou à
outra pessoa, lembre-se de que, no relacionamento pessoal, quanto menor for a
publicidade de fatos negativos, melhor. Já o sábio Salomão dizia:
“Não descubras
o segredo de seu próximo.” Provérbios 25:9. “Terceiros e quartos” só devem ser
envolvidos em problemas de dois, caso não haja outra saída para a solução.
Falar por falar apimenta mais a situação e todo mundo sai perdendo.
3 — Não se concentre na falha em si mas, na pessoa — As
pessoas deveriam ser consideradas como na verdade são: mais importantes do que
as ações por elas cometidas. Quando uma pessoa calunia, mente ou prejudica a
outrem, mostra que alguma coisa não vai bem em seu interior. Ela pode estar
profundamente alterada. Falta-lhe algo: a presença de Deus na vida. Busque uma
maneira de ajudá-la na sua busca espiritual.
4 — Converse
com o ofensor —
Essa orientação soa contraditória para
nosso padrão humano de relacionamento, O comum é rejeitar com a indiferença
ou contraatacar. O que Jesus disse, porém, foi: “Vá e converse com quem lhe
ofendeu.” Nessas ocasiões, é normal erguerem-se muros de indiferença.
Derrube-os. Tome a iniciativa. Escolha hora e lugar certos para conversar com
a pessoa. O objetivo não é esfregar erros na cara do outro. Evite discussões
exageradas, manifeste tristeza pelo acontecido e diga que está disposto a
perdoar. Para sanar qualquer dúvida, coloque-se como quem também precisa de
perdão. Perdoar não é rastejar e humilhar-se diante de outrem. E uma atitude
conciliatória, sem a qual, é impossível manifestar o verdadeiro espírito
cristão.
5 — Confie — Diga a quem
lhe ofendeu que, apesar do ocorrido, você está disposto a colaborar para
consertar o que foi quebrado. Uma das grandes falhas de nosso sistema punitivo
é quase sempre, destruir a dignidade do errante. Uma pessoa que foi presa por
furto, por exemplo, dificilmente
encontra quem lhe dê um emprego como caixa de um banco. Alguém logo se adiantaria
dizendo: “É a raposa
cuidando do galinheiro.” Deixar clara nossa disposição para confiar e dar um
novo crédito pode ser o primeiro passo para reconstituir uma amizade e
salvar uma vida da marginalidade.
Há situações em que nada disso adianta, pois vivemos num mundo onde o “eu
primeiro” é o deus. Entretanto, seguir a orientação de Cristo pode ser o
primeiro passo na reconstrução de uma amizade ou de uma família. Pode crer:
“Bem aventurados os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus” (Mat.
5:9). Foi Jesus quem disse.
Revista do
Ancião jul-set/2003
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