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quinta-feira, 9 de junho de 2016



VOCÊ PRIMEIRO!

Francisco Lemos
Redator da CPB
Há momentos em que você precisa dar o primeiro passo


O relacionamento interpessoal é o maior desafio para a con­vivência em sociedade. E as­sim na família, no comércio, na política internacional e também na igreja. Nações inteiras já se en­volveram em guerras motivadas por rusgas não-resolvidas entre seus governantes. Parece que a palavra perdão não faz parte do vocabulário de um grande núme­ro de pessoas. A atitude então, es­quecemos faz muito tempo. Como devemos nos relacionar com uma pessoa, depois que ela nos maltratou?
Jesus Cristo disse algo muito interessante sobre isso, em Ma­teus 18:15: “Se o seu irmão pecar contra você, vá e mostre o erro dele. Mas faça isso em particular, só entre vocês dois. Se ele ouvir o conselho, então você ganhou o seu irmão.” Algumas regrinhas básicas podem ajudar a contornar possíveis dificuldades interpes­soais. Lembre-se de que proble­mas são comuns e podem ocorrer com as pessoas em qualquer lu­gar e em todas as circunstâncias.
1 —   Nunca superestime alguém —   Não pense que devido à bagagem cultural ou religiosa, uma pessoa não o ofenderá jamais. Indivíduos refinados e espirituais podem co­meter falhas, Isso é terrivelmente humano. Somos pó. Iguais. E pos­sível encontrarmos atitudes refina­das em pessoas sem nenhum su­porte escolar e atitudes desenfrea­damente estúpidas em verdadei­ros “poços espirituais e culturais.
2 —   Não faça publicidade —   Uma das características de nossa era e a fome por notícias espalhafatosas, maldosas. Se alguém fez algum mal a você ou à outra pessoa, lembre-se de que, no relaciona­mento pessoal, quanto menor for a publicidade de fatos negativos, melhor. Já o sábio Salomão dizia:
“Não descubras o segredo de seu próximo.” Provérbios 25:9. “Ter­ceiros e quartos” só devem ser envolvidos em problemas de dois, caso não haja outra saída para a solução. Falar por falar apimenta mais a situação e todo mundo sai perdendo.
3 —   Não se concentre na falha em si mas, na pessoa —    As pessoas deveriam ser consideradas como na verdade são: mais importantes do que as ações por elas cometi­das. Quando uma pessoa calunia, mente ou prejudica a outrem, mostra que alguma coisa não vai bem em seu interior. Ela pode es­tar profundamente alterada. Fal­ta-lhe algo: a presença de Deus na vida. Busque uma maneira de ajudá-la na sua busca espiritual.
4 Converse com o ofensor —   Essa orientação soa contraditória para nosso padrão humano de re­lacionamento, O comum é rejei­tar com a indiferença ou contra­atacar. O que Jesus disse, porém, foi: “Vá e converse com quem lhe ofendeu.” Nessas ocasiões, é nor­mal erguerem-se muros de indife­rença. Derrube-os. Tome a inicia­tiva. Escolha hora e lugar certos para conversar com a pessoa. O objetivo não é esfregar erros na cara do outro. Evite discussões exageradas, manifeste tristeza pelo acontecido e diga que está disposto a perdoar. Para sanar qualquer dúvida, coloque-se como quem também precisa de perdão. Perdoar não é rastejar e humilhar-se diante de outrem. E uma atitude conciliatória, sem a qual, é impossível manifestar o verdadeiro espírito cristão.
5 —   Confie —    Diga a quem lhe ofendeu que, apesar do ocorri­do, você está disposto a colabo­rar para consertar o que foi que­brado. Uma das grandes falhas de nosso sistema punitivo é qua­se sempre, destruir a dignidade do errante. Uma pessoa que foi presa por furto, por exemplo, dficilmente encontra quem lhe dê um emprego como caixa de um banco. Alguém logo se adianta­ria dizendo: “É a raposa cuidan­do do galinheiro.” Deixar clara nossa disposição para confiar e dar um novo crédito pode ser o primeiro passo para reconstituir uma amizade e salvar uma vida da marginalidade.
Há situações em que nada dis­so adianta, pois vivemos num mundo onde o “eu primeiro” é o deus. Entretanto, seguir a orienta­ção de Cristo pode ser o primeiro passo na reconstrução de uma amizade ou de uma família. Pode crer: “Bem aventurados os pacifi­cadores, porque serão chamados filhos de Deus” (Mat. 5:9). Foi Je­sus quem disse.


Revista do Ancião  jul-set/2003

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