Quem ama conhece
Dedicar tempo ao conhecimento mútuo fortalece a relação afetiva
É pouco provável que amemos uma pessoa sem
conhecê-la. O conhecimento é fundamental em uma relação cujo vinculo maior é o
amor. Dentro de um processo dinâmico, quanto mais conhecemos o outro e os seus
mistérios, tanto mais podemos compreender as suas necessidades, qualidades,
limitações, desejos e carências.
Portanto, amar é a arte de conhecer aquilo que o outro possui de mais
precioso. Implica em tomar ciência de suas alegrias e tristezas, de seus medos
e sua coragem, de seu bom humor e mau humor. De todas as manifestações daquilo
que possui de maus vital.
Mas, para que isso aconteça, é necessário que exista uma disponibilidade
para o conhecimento recíproco. E disponibilidade é a capacidade de dedicar
tempo. Significa atribuir importância ao outro.
Ao criar o ser humano à Sua
imagem e semelhança, Deus desenvolveu um ser essencialmente relacional, motivo
pelo qual estamos ligados uns aos outros e ao Criador. Essa teia de
relacionamentos não pode ser rompida sem prejuízos para o individuo. Precisamos
uns dos outros, e do Criador, para desenvolver um caráter saudável.
Em Seu ato de amor para com o ser humano, Deus não negligenciou a
necessidade de dedicar tempo exclusivo à Sua criação. Ele tinha disponibilidade
inegociável para com o casal recém-criado, O relato bíblico (Gên. 3:8) deixa
claro que Deus visitava o casal todos os dias, na hora em que soprava o vento
suave da tarde. Não era uma visita mensal, semanal ou só quando sobrava tempo.
Mesmo sendo o Rei do Universo, não Se esquecia de Adão e Eva. Por mais
importante que fosse a reunião no Céu, Deus não deixava de ir ao encontro
marcado.
Assim, o
casal ia se desenvolvendo com a certeza
do amor de Deus. Uma certeza prática, e não teórica, pois o próprio Criador
lhes mostrava o quanto eram importantes, a cada fim de tarde. Deus tinha tempo
para eles.
Envolvimento — Que bom quando os pais têm tempo para os filhos, e o esposo, para a esposa!
Quantos se lembram do prazer de brincar de cavalinho nas costas do pai, ou da
alegria de sair com ele para empinar papagaio? Hoje, porque as pessoas não têm
tempo, ou estão cansadas, a vivência familiar acontece cada vez menos.
Quantos pais preferem gastar o seu tempo com o trabalho, lendo jornal,
jogando futebol, ou simplesmente diante da TV! Quantos pais aparentam não estar
disponíveis e se aborrecem se um filho se aproxima com uma necessidade especial
na hora do jornal, da conversa com os amigos ou simplesmente no seu momento de
licar à-toa! Cria-se, assim, uma distância emocional que coloca empecilhos na
relação afetiva.
Para não cair nessa armadilha emocional, os pais podem ter momentos ricos e
produtivos, em termos de relacionamento, simplesmente brincando com os filhos.
Para estabelecer um relacionamento
familiar não são
necessários muitos recursos e tempo. O que importa não é a quantidade, mas a
qualidade.
A importância quase absoluta da infância está no relacionamento afetivo com
os pais. Esses anos de formação da vida são muito importantes do ponto de vista
psicológico, porque são aqueles sobre os quais são lançadas as bases do
caráter. Um amor sincero, uma
aceitação real e um relacionamento pessoal irão conferir à criança um sentimento do próprio valor
que dificilmente será desfeito.
Por isso, não devemos esquecer que a criança precisa sentir que alguém
acredita, confia, luta, se importa e gasta tempo com ela. Esse é o amor que cresce e se mantém.
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