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quarta-feira, 8 de junho de 2016

EQUILÍBRIO VITAL



      Equilíbrio vital
Saber conviver com perdas e ganhos é indispensável para alcançar maturidade

“A pessoa amadurecida tem coragem para se ver de forma honesta”


Augusto César Maia é psicólogo clinico em Campinas, SP.

maturidade é o primeiro lugar sa­ber conviver da melhor forma possível com a maturidade.

É a capacidade do in­divíduo de se realizar, vivendo em paz, alegria e abnegação. Quando praticamos atos de justiça, coragem, tolerância, compaixão e humil­dade demonstramos amor verdadeiro. Essas ati­tudes manifestam maturidade, e mostram a rea­lização da vontade de Deus, em nós.

O   desenvolvimento espiritual é fundalmen­tal para a maturidade pois nos coloca em con­tato com Deus e com os outros, levando-nos a reconhecer quem e como nós somos realmen­te. A pessoa amadurecida tem coragem para se ver de forma objetiva e honesta. Estabelece uma relação saudável consigo mesma. Conse­gue distinguir o que gostaria de ser daquilo que de fato é. Sem essa condição todos corremos o risco de nos tornarmos imaturos. 
Pela incapacidade de aceitar a realidade é que existe grande número de pessoas imaturas (tímidas, orgulhosas egoístas). Intimamente, o indivíduo imaturo esconde um medo de olhar a verdade e relacionar-se consigo e com outros. O imaturo, na realidade, esconde tam­bém uma enorme falta de fé e de esperança.
Quem tem fé, esperança e confiança em Deus pode lidar melhor com as diferentes si­tuações da vida. A pessoa madura encara as dificuldades e acredita que o mundo sempre estará cheio de possibilidades para superá-las.
Confia que “todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus” (Rom. 8:28). Portanto, o amadurecimento é fruto do amor de Deus no coração humano.

Perdas e ganhos —   A vida é repleta de situações de perdas e ganhos. Diante dessa realidade, pode­mos afirmar que um importante passo em dire­ção à maturidade será equilibrar essas duas situa­ções. Viver apenas para ganhar á urna recusa ao crescimento emocional. Por isso, a aceitação das perdas á condição essencial para amadurecer.
A partir do pecado de Adão e Eva todos passamos por dores e sofrimentos inevitáveis, pois foi perdido o privilégio de viver no Paraí­so criado por Deus. A pessoa amadurecida é consciente de que uma das condições para  re­cuperar o Paraíso perdido é o restabelecimento do contato com a realidade dolorosa da perda, e a aceitação das boas novas.  E qual é a boa notícia que Deus nos traz? E o sacrifício (perda) de Seu filho por nós e Sua ressurrei­ção (ganho), pela qual somos resgatados para a vida eterna. Qualquer meio para reparar a perda do Paraíso, que não seja através do amor de Deus, é um engano.
A maturidade nunca será completa se não conseguirmos manter o equilíbrio entre perdas e ganhos. Por isso não devemos ensinar nossos fi­lhos somente a ganhar. Essa não é uma atitude madura, pois a vida não se restringe a ganhos.
Este tipo de educação produz pessoas com urna visão egocêntrica do mundo. Elas serão relutantes em aceitar a realidade e a necessi­dade da luta pela vida.  Sua tendência será sempre fugir,  se esconder nas drogas,  no sexo,
no trabalho, no fanatismo ou no poder. Não terão capacidade para enfrentar as situa­ções difíceis. Por isso a pessoa egoísta e orgulhosa á imatura. A tônica de suas relações interpessoais á uma só: ganhar.
A verdadeira educação deve caminhar em direção ao equilíbrio entre perdas e ganhos. Devemos ensinar os filhos a con­siderar perda como uma oportunidade de crescimento. Pois, somente dessa ma­neira poderão conservar o equilíbrio quando vierem as frustrações da vida.


Sinais dos Tempos     Julho-Agosto/2000

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