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quarta-feira, 8 de junho de 2016

MUDANÇA DE CARACTER



Mudança de caráter

O primeiro passo para uma vida diferente e reconhecer
o que está errado

“Pessoas imaturas mostram uma necessidade exagerada de afeto e de apoio”


Augusto César Maia é psicólogo clínico em Campinas, SP.

caráter é a expressão do compor­tamento do individuo, e é mode­lado pelos pais e familiares, O modo de ser de cada pessoa de­pende muito das experiências e dos valores a que for exposto na infância.
Chamamos de “fase primária do ser huma­no” o período em que somos totalmente indefe­sos e dependentes dos pais. Biologicamente, es­sa dependência é concreta e necessária, tendo que ver com sustento. Psicologicamente, essa dependência inclui afeição, amor e aceitação.
Quando falta à criança esse “alimento” emocional, ela tem grande chance de se tor­nar um adulto frio e emocionalmente insatis­feito, dependente em extremo e incapaz de to­mar decisões sozinho. Por outro lado, a pes­soa pode demonstrar-se totalmente indepen­dente, o que na verdade não se sustenta em si­tuações de tensão.
Estamos falando de pessoas que permane­ceram em um estágio imaturo, em quem toda a força, afetiva e instintiva, parece voltada para uma só direção e dominada por uma única ne­cessidade: assegurar o amor e, através disto, manter o senso de segurança. Em outras pala­vras, são adultos com psique de crianças.
Os casos em que o padrão de comporta­mento se caracteriza por sentimentos de pri­vação, medo de perder o objeto do amor, va­zio interno e desespero são descritos na psico­logia como “caráter do tipo oral”.

Origem familiar Pessoas com esse comporta­mento são comuns em lares em que o relacio­namento se caracteriza pela ausência de cari­nho e diálogo, pela frieza, crítica destrutiva e privação permanente; onde os pais são intole­rantes e tratam os filhos com rispi­dez e severidade.
Como mecanismo de prote­ção, a resposta emocional da criança apresenta-se com as se­guintes características: manifestam insegurança e incapacidade de rea­lizações. Podem se tornar “infan­tilizados”, com sintomas regressivos como medo irracional, isolamento, chu­par o dedo, irritabilidade, ciúmes, mentira, furto, ansiedade e tristeza.
A base psicológica desse tipo de caráter éuma força de vontade fraca. Quando se tornar adulta, essa pessoa vai preferir esperar tudo dos outros, sem fazer nada. Sua tendência se­rá sempre correr, fugir e esconder-se (em dro­gas, sexo ou fanatismo).
O  “caráter oral” é um tipo “dependurado”, Em casos extremos, suga as forças e energia de outra pessoa. Sua sensação interna é de um imenso vazio e sua expectativa é de que o mundo tem a obrigação de suprir as suas ne­cessidades.
A pessoa de caráter oral foi descrita porJe­sus na parábola do semeador (Lucas 8:4), co­mo o “solo cheio de pedras”. Ela recebe o evangelho com disposição, mas se mostra sem fé quando surgem as tormentas e tempesta­des, quando é preciso deixar a comodidade ou enfrentar uma experiência de abnegação.
Essa pessoa só aceita a realidade se lhe é fa­vorável. Caso contrário, desiste, até mesmo da fé. É o que primeiro abandona o barco, diante da ameaça de naufrágio. Como restaurar o ca­ráter nessa situação?
Mudanças só ocorrem depois que se conse­gue enxergar a si mesmo de forma legítima. E preciso reconhecer as deficiências cultivadas desde a infãncia, mas acreditar, ainda assim, que nem tudo está perdido. É na incapacidade do homem que está a capacidade de Deus. E nesse momento que a pessoa é levada a ques­tionar seu modo de ser e agir. Ao aceitar o psi­codiagnóstico de Jesus, estará pronta para ml­ciar uma psicoterapia com Deus. E aos poucos (uma boa terapia leva tempo) será uma pessoa transfor­mada. Nesse processo a vida humana pode reproduzir o próprio caráter de Cristo.


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