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terça-feira, 9 de outubro de 2018

O ENCONTRO DE JESUS COM JUDAS JOÃO 13.21-30




            Nesta noite queremos abordar o encontro de Jesus com Judas, o traidor. Judas é sem dúvidas um personagem bíblico que gera muitas controvérsias, porém não é nossa intenção resolve-las, mas sim deixar subir do nosso coração algumas inquietações sobre alguém que esteve com Cristo por três anos e meio e mesmo assim não conseguiu compreender em nenhum momento a obra de Cristo e compreender as implicações que isso poder para nós.
          O ministério de Jesus geralmente é dividido pelos estudiosos em três períodos: o primeiro ano é o da obscuridade, quando o ministério está no inicio; o segundo ano é o ano da popularidade, quando povo quis ungir Jesus como rei; o terceiro ano é o ano da rejeição e questionamentos. Neste último período as controvérsias com fariseus e saduceus aumentaram.
          Quando a popularidade de Jesus se voltou contra ele, Judas começa a olhar para trás cuidando de se proteger, começa a guardar uma moeda aqui outra ali, a final algo de muito ruim estava para acontecer e ele precisava se guardar.
          Jesus desde o inicio sabia que entre os doze haveria um traidor. Eu não acredito, particularmente, que o traidor teria que ser Judas, eu não acredito que ele não teve opção, alguém teria que fazer o papel do traidor, mas não precisava ser Judas, poderia ser qualquer outro. Mas foi Judas e porque? Isso vamos tentar ver no decorrer desta mensagem.
          Jesus se reúne com seus discípulos para celebrar a última páscoa entre eles. Um cenáculo foi o lugar preparado. Ali reunidos, Jesus e os discípulos, um clima de tensão fica no ar. Os últimos ensinamentos de Jesus naquela noite (João 14-17) parecer ter um tom de despedida. Jesus fala em Lucas 22 que desejava ansiosamente comer aquela páscoa com os discípulos antes do seu sofrimento, mas lança um notícia que cai como uma bomba: “Um de vós há de me trair”. Lucas também afirma que Judas já havia entrado em acordo com os principais fariseus para entregar Jesus. Porém mesmo sabendo que entre eles havia um traidor, os discípulos começam uma disputa sobre quem seria o maior no reino de Deus. Esta disputa já é velha, Jesus já havia ensinado: “Quem dentre vós desejar ser o maior seja o servo de todos”. Mas eles não compreenderam e a discussão acontece novamente. Foi quando para a surpresa de todos Jesus se despe e se cinge com uma toalha a lava os pés dos discípulos um a um. O lava pés é uma parábola encenada. Mas a primeira coisa que nos chama a atenção é que Judas estava ali. Jesus lavou os seus pés. Lavar os pés era tarefa do empregado mais inferior de uma casa, do filho caçula quando não havia empregado, ou do dono da casa quando o convidado era de honra e considerado superior ao próprio dono.
          Depois todos se sentaram à mesa. Jesus se assenta ao centro. João o discípulo amado à sua direita. Judas, o seu traidor à esquerda em um dos lugares de honra. Mais uma vez Jesus retoma o assunto da traição e diz: “Um de vós me trairá”. João pergunta: “Quem é Senhor?”. Sempre em uma refeição judaica a primeira porção é dada ao convidado mais importante e a resposta de Jesus é rápida: “É aquele a quem eu der o pedaço de pão molhado”. Jesus coloca o pedaço de carneiro no meio do pão asmo e o mergulha no molho de ervas amargas e dá a Judas. Ali os olhares de Jesus e Judas se encontram, o olhar do traído e do traidor, aquela era a última oportunidade de arrependimento para Judas. Mas ele se manteve firme na decisão de entregar a Jesus. Diante de tal convicção a Bíblia diz que satanás entrou em Judas. É quando Jesus diz, não sei se a Judas ou a Satanás, mas ele falou: “o que tem que fazer, faze-o logo”. Judas se retira e vai ao encontro dos seus comparsas. A partir desse momento o futuro de Judas e de Jesus está selado. Os dois vão para uma arvore, porém com diferentes destinos.    
          Depois disso Jesus institui a Ceia do Senhor. Cantam um hino e vão para o Getsênami onde Jesus, com um beijo, é traído por Judas.
          Nesse encontro de Jesus com Judas para mim fica claro que:
 1-Pessoas que andam tão próximas de Jesus podem ter um coração distante dele.
          Judas foi escolhido entre os vários seguidores de Jesus para fazer parte do seleto grupo de doze discípulos. E como poucos ele teve o privilégio de ouvir, “in loco”, os ensinamentos do Mestre, de acompanhar Jesus em suas incursões por toda a Galiléia e Judéia, Judas viu aquilo que os profetas gostariam de ter visto. Quantos milagres Judas presenciou? Quantas manifestações do poder de Deus?
          Judas também viu o amor de Jesus pelos desvalidos.
          Judas viu a dignidade com a qual Jesus tratava os pecadores.
          Judas viu a misericórdia de Jesus para com os desorientados.
          Judas viu a relação de Jesus com o Pai.
          Mas tudo isto não foi suficiente para que o coração de Judas se convertesse a Cristo. Ele não entendeu nada ! Absolutamente nada !
          Seu interesse era pessoal pois seguindo a Jesus conseguiu ser o tesoureiro do grupo e da bolsa das ofertas tirava a quantia que desejava.
          Judas parecia ser um homem muito prático, com um bom tino comercial, uma inclinação natural para negócios, por isso talvez Judas farejava oportunidades de longe. Foi assim quando uma pecadora ungiu Jesus, Judas foi o único a reclamar do desperdício. Quanto dinheiro não podia ser ganho com a venda daquele perfume? Quanto dinheiro para dar aos pobres? Quanto dinheiro estaria debaixo de sua guarda podendo surrupiar o que queria? 
          O pragmatismo de Judas não olhava para os pobres, olhava para si mesmo.
          Sinceramente olhando para Judas eu me assusto. Nunca vi pés que andaram por tanto tempo tão perto de Jesus mas com um coração tão distante.
          Quantas pessoas seguem Jesus por causa de seus próprios interesses?
          Quantas pessoas seguem Jesus porque leva vantagens nisto?
          A Igreja de modo geral tem culpa disso. O que a maioria das Igrejas tem pregado e ensinado são verdadeiras aberrações se comparado com os ensinos de Jesus. A mensagem de juízo, arrependimento santificação, compromisso, sofrimento fugiram de nossos púlpitos. Deus já não é mais aquele a quem servimos mas é aquele que nos serve. Deus já não é aquele a quem obedecemos mas é aquele que nos obedece. Com isso muitos Judas estão sendo criados. Esses Judas são pessoas que seguem Jesus por causa da cura, da prosperidade, das vantagens que esperam tirar de sua fé, ou quem sabe são pessoas que vivem da máquina que o Evangelho movimenta pois agora, mais do que nunca, os evangélicos são uma fatia do mercado. Porém podemos afirmar que essas pessoas não trazem em si as marcas de Cristo, não trazem sobre os seus ombros a cruz de Cristo.
          Como está seu coração? Perto de Jesus? Você está desfrutando da mais profunda intimidade com o bendito Salvador? Jesus disse: “Onde estiver o teu coração ai estará o teu tesouro”.
          Meu amado, que o teu coração esteja voltado para o Reino de Deus, o qual devemos buscar em primeiro lugar e aguardar que as demais coisas nos sejam acrescentadas. Que o teu maior interesse seja Cristo nosso Senhor, que a tua satisfação seja Cristo que é a grande pérola de grande valor a qual para possui-la nos despojamos de todos os nossos valores.
          Que nada mais queiramos saber a não ser a Cristo e este crucificado. 
2-Se não abrirmos mãos de interesses, projetos e preconceitos, estes podem ser usados por Satanás para nos afastar de Jesus.
            Judas era um homem prático, portanto lógico. Uma mente aguçada que previa problemas de longe. Paira sobre ele a dúvida de que fosse um zelote, um ativista político do partido dos nacionalistas, defensores da guerra armada para expulsar os romanos. Talvez Judas percebesse que Jesus seria o homem que reuniria em torno de si os judeus para um ataque final contra Roma. Talvez Judas viu em Jesus o Messias político tão esperado pelos judeus. Se Judas fosse realmente um zelote, além da ambição pessoal ele tinha outro grande projeto, o projeto de libertação de Israel de seus opressores.
            Mas o tempo passou, três anos e meio na verdade e Jesus não assume a guerra de libertação, pelo contrário até incentiva o pagamento de impostos e taxas.  O tempo da popularidade de Jesus já havia passado e chega o tempo da rejeição e questionamentos, as discussões com os fariseus ficam cada vez mais freqüentes e acirradas. Sem dúvidas Judas foi um dos primeiros discípulos a perceber que algo não ia bem e que Jesus terminaria morrendo. Na lógica de sua mente ele percebe que se Jesus morresse os discípulos seriam os próximos. Além do que em sua praticidade e tino comercial a troca de lealdade não era tão ruim se a causa era nobre.
            É nesse contexto que Satanás encontra um grande espaço para agir na vida de Judas e não seria muito difícil influencia-lo a entregar Jesus.
            Diria que seria quase impossível que Judas fosse um possesso ou endemoniado. O que acontecia era que um caráter tão poluído por falta de escrúpulos se não transformado por Jesus se torna uma grande porta para Satanás agir através de sugestionamentos.
            Ao seguirmos Jesus, se não abrirmos mãos de nossos interesses, projetos e preconceitos, estes podem ser usados por Satanás para nos afastar de Jesus.
3-Judas não foi o único a trair Jesus, apenas foi o traidor mais famoso.
            Judas como qualquer outro judeu de sua época esperava um Messias libertador, capaz de reunir em torno de si o povo para o levante final contra os romanos. Jesus não estava dentro do estereótipo deste Messias. Judas resolve agir por sua própria conta e risco e coloca Jesus numa posição onde ou Jesus assume o papel messiânico desejado pelos judeus ou então encontraria a morte que parecia procurar desde que começou enfrentar os principais do povo.
            Fica claro pelo arrependimento de Judas que ele acreditava ser Jesus o Messias e que quando Jesus se visse numa posição de pressão ele tomaria uma posição contra os invasores.
            Judas acreditava que como Messias, Jesus não se permitiria  julgar pelos invasores. Quando Judas percebe que Jesus não empunhará a espada e que o seu destino parece ser a morte, o arrependimento toma conta de sua alma de tal modo que procura aqueles que lhe subornaram para devolver o dinheiro. Diante dos fariseus e dos maiorais do povo Judas percebe que aquele dinheiro era o preço de sangue, que a intenção daqueles homens era levar Jesus a julgamento e a morte. Diante desta constatação o desespero toma conta de Judas e este se suicida selando assim seu destino.
No que se constituiu a traição de Judas? Será que sua traição foi apenas acertar o preço para  apontar o lugar onde Jesus se encontraria sozinho com seus discípulos? Ou será que a sua traição foi andar tanto tempo com Jesus mas em nenhum momento aceitar a maneira como Deus escolheu para estabelecer seu reino entre os homens?  Sim pois parece que os objetivos de Jesus e Judas eram iguais. Os dois desejavam estabelecer o reino porém de formas diferentes. A traição de Judas teve a ver com ficar ao lado de Jesus e trabalhar para que seus interesses fossem satisfeitos, para que seus objetivos fossem alcançados.
Não sei se você percebe o quanto é serio o que eu acabo de falar. Eu e você podemos ser iguais a Judas todas as vezes que queremos que as coisas sejam do nosso jeito. Podemos ser iguais a Judas quando desejamos as coisas que deseja mas fazemos essas coisas do nosso jeito.
Parece que essas pequenas traições não nos causam arrependimento, até nos faz sentir o salvador da pátria. As vezes nos sentimos como assessores de Deus de maneira que quando Deus não é suficiente nós entramos em ação e assim acabamos por responsáveis pelos escândalos que causamos.
Nós que aceitamos seguir Jesus temos o desafio de abrir mão de nossos interesses, projetos e preconceitos para que os objetivos de Deus sejam alcançados em nossas vidas da maneira de Deus.     

 Conclusão: Que estejamos seguindo Jesus com nosso coração totalmente convertido a ele.

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