Youtube

segunda-feira, 15 de outubro de 2018

A DIVINDADE E A PERSONALIDADE DO ESPÍRITO SANTO



A divindade e a
personalidade do
                   Espírito Santo
O Espírito Santo não é uma criatura subordinada ao Pai e ao Filho

por Ozéas Caldas Moura


Idéias heréticas sobre a divindade e a personalidade do Espírito Santo já vêm de longe. “Macedônio, bispo de Constantinopla de 341 a 360 d. C., já ensinava que o Espírito Santo era ‘minis­tro e servo’ no mesmo nível dos anjos. Cria que o Espírito Santo era uma cria­tura subordinada ao Pai e ao Filho. Isso era uma negação da verdadeira divinda­de do Espírito Santo.” Em 381 d. C., o Concílio de Constantinopla condenou essas idéias de Macedônio.
No entanto, vê-se hoje que essas velhas heresias sobre a pessoa do Espí­rito Santo vêm sendo ressuscitadas, seja por mera curiosidade teológica especulativa, seja como meio de atacar a Igreja e suas doutrinas, O certo é que o conselho dado pelo apóstolo João, no 1 século, continua bastante valido para os nossos dias; “Amados, não deis crédito a qualquer espírito; antes, pro­vai os espíritos se procedem de Deus, porque muitos falsos profetas têm saí­do pelo mundo fora” (1 João 4:1).
Concordamos que, devido à nos­sa limitação humana, não nos é possí­vel abarcar tudo o que Deus é. Em re­lação com a pessoa do Espírito Santo, não é diferente: o que dEle podemos e devemos saber está revelado nas pági­nas das Escrituras, quer seja lógico ou não à razão humana. Com esse cuidado em mente, analisemos o que nos diz a Palavra de Deus sobre a Terceira Pessoa da Trindade. O que passar dis­so é mera especulação perigosa, que pode e tem desencaminhado da fé aqueles que se deixam levar “por todo vento de doutrina” (Efés. 4:14).
1. O Espírito Santo é Deus, pois tem os mesmos atributos de Deus. Por exemplo: santidade — em muitas pas­sagens das Escrituras o adjetivo “san­to” é acrescido ao nome do divino Espínto (Mar. 13:11; Tito 3:5); eternida­de — (Heb 9:14); onisciência — (1 Cor. 2:10 e 11); onipotência — (em Lucas 1:35, o Espírito Santo é chamado de “poder do Altíssimo”; confira, ainda, a palavra “poder” ligada ao Espírito em Isa. 11:2; Miq. 3:8; Luc. 4:14 e Atos 1:8); onipresença — (Sal. 139:7-12); Criador — (Gên. 1:2; Jó 33:4; Sal. 104:30 e Eze. 37:14). Uma vez que só Deus tem esses atributos, e o Espírito Santo os tem, então Ele é Deus, como Deus Pai e Deus Filho. Por isso Pedro disse a Ananias que mentir ao Espírito Santo é mentir a Deus (Atos 5:3 e 4).
2. O Espírito Santo é uma Pessoa. Os que dizem que o Espírito Santo é apenas uma força e não uma pessoa, deveriam atentar para os atributos pessoais com que a Bíblia O apresen­ta. Ele tem inteligência, pois “perscru­ta ou investiga (1 Cor. 2:10 e 11) e “ensina” (João 14:26 e 1 Cor. 2:13); tem vontade, pois distribui os dons “como Lhe apraz” (1 Cor. 12:11); tem emoção, pois pode ser “contristado” (Isa. 6310) ou “entristecido” (Efés. 4:30). Ele fala (II Sam. 23:2 e Atos 13:2); ensina (João 14:26); guia (Rom.8:14); convence (João 16:8); contende ou age (Gên. 6:3); testifica (Rom. 8:16); separa e envia (Atos 13:2); in­tercede (Rom. 8:26).2
A palavra grega com a qual Jesus descreve a obra do Espírito Santo, é PARAKLETOS (João 14:16, 26; 15:26; 16:7; aparece também em 1a. João 2:1), vocábulo cuja tradução é “Ajudador”, “Intercessor’~ “Advogado” (na Versão Almeida, o vocábulo é traduzido por “Consolador”). Esses significados de PARAKLETOS indicam que o Espíri­to Santo é uma pessoa, pois uma mera força não poderia ser um Ajudador, um Intercessor, um Advogado e um Consolador.
Deve-se dizer ainda que o fato de as Escrituras apresentarem o Espírito Santo como uma pessoa divina, não contraria Deuteronômio 6:4: “Ouve, Israel, o Senhor, nosso Deus, é o úni­co Senhor.” A palavra “único”, no ori­ginal hebraico, é Echad (pronuncia-se “errad”), a qual indica uma “unidade composta”.  Em Gên. 1:5, uma tarde e uma manhã é igual a um echad — dia. Em Gênesis 2:24, um homem e uma mulher, mediante o casamento, são uma (echad) só carne. Se Moisés qui­sesse dizer que Deus é uma só pessoa, teria empregado Yachid (pronuncia-se “iarrid”), como se pode ver no caso de Isaque, que era filho “único” (Ya­chid) de Abrão e Sara (Gên. 22:2). O fato de Moisés ter empregado Echad e não Yachid para falar de Deus, indica que Deus é uma “unidade composta”:
Pai, Filho e Espírito Santo (Mat. 28:19). Sendo que as três pessoas da Trindade são co-iguais, co-eternas, da mesma natureza, da mesma qualidade e com os mesmos propósitos, então é correto dizer que adoramos Um Deus, que Se manifesta ou Se apre­senta em três pessoas divinas. Em ou­tras palavras, adoramos o Deus Triú­no. Isso pode não parecer lógico à nossa pobre mente humana, limitada, finita e imperfeita, mas é o que Deus revelou acerca de Si mesmo nas pági­nas das Escrituras. Caberia aqui nos lembrar do conselho divino dado em
Deuteronômio 29:29:  “As coisas enco­bertas pertencem ao Senhor, nosso Deus, porém as reveladas nos perten­cem, a nós e a nossos filhos, para sem­pre...”   Deveríamos também atentar para o que Ellen G. White escreveu sobre a pessoa do Espírito Santo:
“O Consolador que Cristo prome­teu enviar depois de ascender ao Céu, é o Espírito em toda a plenitude da Divin­dade...  Há três pessoas vivas pertencen­tes à Trindade celeste; em nome destes três grandes poderes — o Pai, o Filho e o Espírito Santo — os que recebem a Cris­to por fé viva são batizados, e esses po­deres cooperarão com os súditos obe­dientes do Céu em seus esforços para vi­ver a nova vida em Cristo.... Os eternos dignitários celestes — Deus, Cristo e o Espírito Santo — munindo-os [aos discí­pulos] de energia sobre-humana, avançariam com eles para a obra e con­venceriam o mundo do pecado.
“Precisamos reconhecer que o Es­pírito Santo, que é tanto uma pessoa como o próprio Deus, está andando por esses terrenos. O Espírito Santo é uma pessoa, pois dá testemunho com o nosso espírito de que somos filhos de Deus. ... O Espírito Santo tem per­sonalidade, do contrário não poderia testificar ao nosso espírito e com nos­so espírito que somos filhos de Deus. Deve ser também uma pessoa divina, do contrário não poderia perscrutar os segredos que jazem ocultos na mente de Deus.
“O príncipe da potestade do mal só pode ser mantido em sujeição pelo poder de Deus na terceira pessoa da Trindade, o Espírito Santo. Cumpre-nos cooperar com os três poderes mais altos no Céu — o Pai, o Filho e o Espírito Santo e esses poderes ope­rarão por meio de nós, fazendo-nos coobreiros de Deus.”3

Qzéas Caldas Moura é doutor em Teologia Bíblica; leciona no UNASP Campus 2,
Engenheiro Coelho, SP

Referências:
1.         CAIRNS, E. E. O Cristianismo através dos Séculos,,,, (Sao Paulo: Vida Nova, 1992), pag. 109.
2.         APOLINARIO, P As Testemunhas de Jeová e sua intepretoção da Bíblia (São Paulo Gráfica  do IAE,1986). Pág. 84 e 85
3.Ehite, E. G. Evangelismo 2a. Edição  (Santo An&e: Caso Publicadora Brasileira, 1978), págs 615-617.


Revista Adventista  Novembro 2002

Sem comentários:

Enviar um comentário

VEJA TAMBÉM ESTES:

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...