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segunda-feira, 15 de outubro de 2018

OS 2300 DIAS PROFÉTICOS



Os 2.300 dias proféticos

Alberto R. Timm

“0 cumprimento dos 2.300 dias deveria ocorrer, segundo a própria visão, em ‘dias ainda mui distantes’, estendendo—se até o ‘tempo do fim’ (Dan. 8:17 e 19)”


Devemos entender as 2.300 “tardes e manhãs” (Daniel 8:14) como
2.300 dias ou como 1.150 dias? M.G.Z., Curitiba, PR.

Muitos comentaristas sugerem que o período profético das 2.300 “tardes e manhãs”, em Daniel 8:14, deveria ser interpretado como 1.150 dias li­terais. A Bíblia na Linguagem de Hoje chegou a es­crever Daniel 8:14 com a expressão “1.150 dias”. Essa interpretação, porém, por mais popular que seja, baseia-se na conjectura de que a expressão “tardes e manhãs” se refere aos sacrifícios da “manhã” e da “tarde” do antigo cerimonial he­breu (ver Êxo. 29:38-42); e que 2.300 “tardes e manhãs” seriam a soma de 1.150 sacrificios da “manhã” com 1.150 sacrifícios da “tarde”, que na prática totalizariam “1.150 dias” literais.
É certo que em Daniel 8 encontramos refe­rências diretas ao ritual do santuário, nos ver­sos 11-14; bem como alusões indiretas a esse ritual, na menção a um “carneiro” e um “bo­de” (versos 3-8, 20 e 21), animais estes que só apareciam juntos, naquele ritual, por ocasião do Dia da Expiação (Lev. 16:5).
Mas no período de tempo envolvido, a expres­são usada não é “manhã e tarde”, como nas alu­sões ao sacrifício diário (Êxo. 29:39, Núm. 28:4), e sim, “tarde e manhã”, como no relato dos dias da Criação, onde cada “tarde e manhã” significa um dia completo (ver Gênesis 1:5, 8,13, 19, 23 e 31).
Portanto, a expressão idiomática “tardes e manhãs” (hebraico ‘ereb boqer) exige que o numeral 2.300 permaneça como tal, sem ser artificialmente fracionado para 1.150.


Existe base bíblica para a inter­pretação das 2.300 “tardes e ma­nhãs” (Daniel 8:14) como 2.300 anos? M.G.Z., Curitiba, PR.
Estudos históricos bem abalizados demons­tram que, até meados do século 19, a grande maioria dos comentaristas bíblicos protestan­tes interpretava as 2.300 “tardes e manhãs” co­mo 2.300 anos. Essa mesma interpretação continuou sendo aceita nos círculos protestan­tes pelo menos até o final do século 19.
Existem várias razões que nos levam a aplicar o princípio “dia-ano” de interpretação profética às 2.300 tardes e manhãs. Uma delas é o relacio­namento entre as 2.300 tardes e manhãs e as 70 semanas de Daniel 9:24-27. A visão sobre as 70 semanas foi dada a Daniel como explicação adi­cional à visão das 2.300 tardes e manhãs (ver Dan. 8:14, 26 e 27; 9:20-27). Nessa explicação, o único ponto de partida mencionado, que deve ser comum a ambos os períodos proféticos, é a expressão “desde a saída da ordem para restau­rar e para edificar Jerusalém” (Dan. 9:25). Essa ordem entrou em vigor em 457 a.C. (ver Esd. 7:13). E não há como fazer com que as 70 sema­nas se estendam “até ao Ungido, ao Príncipe” (Dan. 7:25), entre 27 e 34 d.C., sem que este pe­ríodo seja considerado como 70 semanas de anos, ou seja 490 anos. Agora, se aplicamos o princípio dia-ano às 70 semanas, como grande parte dos comentaristas o fazem, também deve­mos aplicá-lo às 2.300 tardes e manhãs.
Outra razão é o próprio contexto histórico. A visão das 2.300 tardes e manhãs foi dada “no terceiro ano do reinado do rei Belsazar” (Daniel 8:1), rei de Babilónia. O cumprimento deveria ocorrer, segundo a própria visão, em “dias ain­da mui distantes” (Daniel 8:26), estendendo-se “desde a saída da ordem para restaurar e para edificar Jerusalém” (Dan. 9:25), ou seja de 457 a.C., até o “tempo do fim”, o “último tempo da ira” e o “tempo determinado do fim” (Dan. 8:17 e 19). Se interpretarmos as 2.300 tardes e manhãs como 1.150 dias literais (3 anos e meio) ou mesmo como 2.300 dias literais (7 anos), esse período não chegaria ao final do do­mínio persa, e muito menos ao tempo do fim.
Uma terceira razão é o princípio da “simbo­lização em miniatura”, assim denominado em 1843 por George Bush, professor de Hebraico e Literatura Oriental da New York City Univer­sity. De acordo com esse princípio, sempre que a entidade envolvida em uma profecia bíblica aparece simbolicamente miniaturizada, o tem­po profético envolvido foi igualmente miniatu­rizado, e deve ser interpretado com base no princípio dia-ano. Por exemplo, em Números 14, assim como os doze espias simbolizavam doze tribos, os 40 dias representavam 40 anos (verso 34). De modo semelhante, em Daniel 8, assim como o carneiro e o bode simbolizam dois remos (Medo-Pérsia e Grécia), as 2.300 tardes e manhãs representam 2.300 anos.
Portanto, devemos interpretar as 2.300 tar­des e manhãs como 2.300 anos.



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