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terça-feira, 9 de outubro de 2018

O ENCONTRO DE JESUS COM MARIA MADALENA JOÃO 20.1-18




Introdução: Esse não é o primeiro encontro de Maria Madalena com Jesus. O primeiro encontro foi marcado por uma libertação de sete demônios que atormentava sua vida. Maria era muito grata a Jesus pois ele havia lhe devolvido a vida, lhe havia dado uma razão para viver, um lugar em seu reino.
Maria andou por toda a Galiléia e Judéia acompanhando Jesus e o servindo inclusive com seus bens, ao lado do mestre ela teve a sua dignidade restaurada, junto a ele encontrou compreensão, compaixão, amor e esperança.
Agora porém, seu amado mestre jazia no sepulcro cavado em uma rocha, com ele jazia toda a sua esperança, Como conter aquela angustia? Como controlar aquela ansiedade? Logo de madrugada ela vai ao sepulcro para embalsamar o corpo de Jesus. Havia uma grande interrogação em sua cabeça: “Como vou remover a pedra?”. Pensativa ela caminha na madrugada escura de Jerusalém. Chegando ao sepulcro, para a sua surpresa, ela  encontra a pedra removida, volta apavorada e conta tudo a Simão Pedro, que corre junto com João em direção ao sepulcro para averiguar a notícia. João chega primeiro mas espera por Pedro. Eles voltam pensativos nas inúmeras possibilidades do que poderia ter ocorrido.
Maria permanece ali, chorando, lamentando, com a alma sangrando. Para onde levaram o corpo do mestre? Era tudo o que ela queria descobrir. Inconformada abaixa-se e olha no sepulcro e vê dois anjos.  Em meio ao êxtase daquela visão, Maria ouve uma voz que lhe pergunta: “Mulher, porque choras?”. Voltando-se vê um homem, na sua angustia o tem por um desconhecido. Pode ser o jardineiro, quem sabe, ele viu alguma coisa e poderia ajudar a encontrar o corpo do mestre. Resoluta e decidida a resolver a situação ela pergunta: “Senhor, se tu o levaste, diga-me onde o puseste, e eu irei buscar”. Mais uma vez Jesus olha para aquela mulher cheio de compaixão e fala apenas o seu nome: “Maria”. Instantaneamente, como toda as vezes que ouvia seu nome naquele tom, com aquela ternura, ela responde: Rabôni (mestre). Ela se lança num abraço caloroso naquele que ela procurava entre os mortos mas agora sabe que  está vivo.
O raiar de um novo dia trouxe também o raiar da esperança, a luz daquele amanhecer também iluminou a eternidade. Jesus lhe dá uma nova incumbência: “Não me detenha porque ainda não subi para o Pai, mas ide e dizei para meus irmãos e que volto para meu Pai e vosso Pai, para meu Deus e vosso Deus”.
Correndo, agora mais do que nunca, ela vai até os discípulos e dá as boas novas: “Eu vi o Senhor, ele espera todos lá na Galiléia”.
Para nós que estamos vivendo tantos anos depois desse encontro, o que fica para nós como desafio, consolo e compromisso?
1-Fica o desafio do encontro com o Senhor ressurreto.
            A nossa vida é marcada por encontros. Encontro com pessoas, algumas das quais desejávamos encontrar, outras que a gente desejava nunca terem as conhecido. Encontro com realidades agradáveis, encontro com tragédias. Encontro com a alegria, encontro com a tristeza.
            Especialmente naquele domingo pela manhã, Maria se encontrava na mais profunda angustia. Toda a sua esperança havia terminado de modo trágico. Nem ela, nem os discípulos pensavam na possibilidade do ministério de Jesus acabar daquele jeito, mesmo tento ouvido sobre o assunto, não chegaram a compreender o teor da realidade que os aguardava.
            Apesar dos encontros anteriores com Jesus, onde ela experimentou a libertação, onde ela passou a ser mantenedora do ministério de Jesus, parece-nos que algo não está resolvido para Maria. A sua história ao lado do Mestre havia terminado abruptamente, deixando um vácuo que ela tenta ocupar indo ao sepulcro para embalsamar o corpo de Jesus.
            Muitos crentes, talvez você e eu, nos identificamos muito com Maria. Passamos pela cura e libertação, até pela experiência de perdão dos pecados, nos levantamos como mantenedores da Obra de Deus, mas fica a sensação de que Jesus viveu tão longe da nossa realidade, lá passado, que ele é intocável, está distante.  Fica a sensação de que ele morreu por nós e nosso próximo contato com ele será na ocasião de seu retorno visível a terra para buscar sua Igreja.
            Deixe-me dizer algo para vocês: hoje é domingo de páscoa, tempo não somente de lembrarmos que Jesus ressuscitou, mas também é tempo de buscarmos um encontro o Cristo ressuscitado. É tempo de sair ao jardim para encontrar-se com ele, é tempo de levar até ele nossas tristezas, inseguranças, dúvidas, receios e decepções. Não importa se a noite está escura, há um Cristo ressurreto nos esperando no jardim, fora do sepulcro, para nos dar as boas novas.
            O Cristo ressurreto nos espera para um encontro marcante no jardim. Mas você me pergunta qual jardim?
  • O jardim da oração
  • O jardim do silêncio
  • O jardim da Palavra de Deus
  • O jardim da comunhão dos irmãos
  • O jardim da adoração
  • O jardim da fome e sede de Deus
2-Fica o consolo da presença do Senhor ressurreto.
            Na Palavra de Deus percebemos como os discípulos ficaram desorientados depois da morte de Jesus. Jesus já havia predito esse acontecimento quando disse: “Ferirei o pastor e as ovelhas se dispersarão”.  Todos os discípulos de Jesus  viviam numa região pastoril sabiam que sem a presença do pastor as ovelhas ficam desorientadas.  Não era diferente com Maria. Em busca de algo que pudesse abafar aquela dor ela vai ao sepulcro de madrugada.
            Há coisas neste texto que eu não entendo e nem sei se deveria entender:
(1)-Porque Jesus aparece em primeiro lugar para Maria e não para Pedro Tiago e João que eram seus discípulos mais próximos?
(2)-Porque Jesus não esperou Maria na porta do sepulcro uma vez que a escolheu para ser a primeira a vê-lo ressurreto?
(3)-Porque os anjos dão a notícia da ressurreição e o próprio Jesus?
            Mas há coisas no texto que podemos entender claramente. 
Em primeiro lugar o negativismo nos envolve de tal maneira que não nos permite discernir os acontecimentos a nossa volta. Maria estava tão desiludida, tão triste,  tão  sem  esperança  que  ao   ver   a   pedra removida no sepulcro seu
pensamento foi rápido: O sepulcro foi violado. Quando olhou e viu o sepulcro vazio a lógica da negatividade continuou e ela concluiu: o corpo foi roubado.
               Em segundo lugar nem sempre conseguimos discernir a presença do Senhor.
Algumas vezes não discernimos por que não sabemos de que forma ou com que rosto Jesus vai nos aparecer. Certamente, naquela manhã, o semblante de Jesus era outro, bem diferente daquele que Maria conhecia tão bem, já não havia mais o peso do pecado, nem da dor e do sofrimento, mas um corpo humano totalmente glorificado. Assim funciona conosco: nunca sabemos de que forma o Cristo ressurreto vai agir em nossa vida. Ele está sempre fugindo daquele jogo com cartas marcadas, ele está sempre fugindo do previsível porque a sua graça é multiforme. Eu nunca sei com que rosto ou semblante o Cristo ressurreto se apresentará a mim, pode com o teu rosto, com o rosto daquele amigo que conheço tão bem, mas também pode ser no rosto do desconhecido que me pede ajuda, no abraço amigo de quem me estende a mão.
            Outras vezes não conseguimos discernir a presença de Jesus porque o nosso negativismo, nossa lógica, nossos categorias racionais de pensamento, nossa miopia espiritual só nos permite ver a realidade imediata, formam um biombo que nos impedem a visão do Cristo ressurreto. Quantas vezes reclamamos aqui e descobrimos mais tarde que Deus sabia o que fazia e nós não sabíamos o porque reclamávamos?  
Mas naquela manhã a tristeza daria lugar a maior das alegrias: o Cristo crucificado é o Cristo ressurreto. É o Cristo que prometeu  “eis que estou convosco todos os dias até a consumação do século”.
            Por isso meus irmãos mesmo que estejam acontecendo coisas em nossa volta que não entendemos, mesmo que a tristeza tenha tomado conta de nosso coração, mesmo que toda a esperança tenha se diluído na desilusão, mesmo que a pedra tenha sido removida e você não sabe onde colocaram o corpo há um Cristo ressurreto o qual, somente a sua presença será suficiente para afugentar todo o negativismo para longe de nós. É a esse Cristo ressurreto que buscamos e a sua presença que desejamos.
 
3-Fica a compromisso de conduzir outros ao encontro do Senhor ressurreto.
            Ninguém que se encontra com o Cristo ressurreto sai desse encontro sem um compromisso a ser assumido. Maria é comissionada pelo mestre a ir a busca de seus discípulos como portadora de boas novas:
1-Maria testemunharia como primeira testemunha a ressurreição do Senhor. Isso ela fez, mas não foi acreditada por muitos, como foi o caso dos discípulos de Emaús.
            Meus queridos irmãos, a Páscoa é a oportunidade de anunciarmos como testemunhas a ressurreição de Cristo, talvez alguns não crerão em nosso testemunho, mas o importante é anunciar que ele vive. O sepulcro está vazio, porém o corpo não foi roubado, ele ressuscitou. Aleluia. 
2-Maria seria portadora da mensagem de um novo relacionamento de Jesus com seus discípulos e com o Pai.
            Jesus continua sendo o mestre, o Cristo, o Salvador, mas ele se coloca como nosso irmão! Ele disse: “Vai ter com meus irmãos”, essa é parte da nossa nova relação com ele. Ele é o primogênito e nós seus irmãos. Logo a sua mensagem se completa dizendo: “Subo para meu Pai, vosso Pai, para meu Deus, vosso Deus”.
            O apóstolo Paulo escrevendo aos Efésios diz que nós éramos inimigos de Deus, estávamos longe e nem povo de Deus éramos. Paulo afirma que aqueles que estavam longe foram aproximados por Jesus  e essa aproximação é tanta que agora ele não é apenas o Deus de Jesus Cristo, ele é nosso Deus, agora ele só não é Pai de Jesus Cristo, ele é nosso Pai.
            É essa mensagem que Jesus manda que Maria anuncie. É essa mensagem que temos que anunciar até aos confins da terra.
Conclusão: Desse encontro Jesus com Maria fica claro que :
  • Somos desafiados a um encontro com o Cristo ressurreto.
  • Somos consolados com a presença do Cristo ressurreto.
  • Somos comissionados a levar outros a um encontro com o Cristo ressurreto.
Que Deus abençoe sua Palavra!
Amém

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