O televisor, em si, não é mau.
É um objeto criado pelo homem para a comunicação de massa. Sua eficiência é
indiscutível. O problema da televisão reside no seu uso. Se for usado para o
bem ou de maneira adequada, é de grande utilidade.
Por exemplo: na pregação do Evangelho nos dias atuais não se pode, em sã
consciência, negar o valor da televisão. Um pregador, num templo, prega para
centenas ou para alguns milhares de pessoas. Na tevê, um pregador pode levar
a mensagem de Deus a milhões e milhões de pessoas num mesmo instante. E isto
ajuda a cumprir o manda-mento de Jesus, que determina pregar "a toda a
criatura.
Quem tem amor pelas almas deve encarar isso com realis-mo. Há aqueles que
preferem pregar a cem pessoas, contanto que não se use outro meio mais
eficiente, considerado pecado.
O pecado não é o aparelho
O pecado não é o aparelho, nem o seu uso, mas o seu mau uso. Não adianta
combater a tevê de modo emocionalista e irracional. Isso só faz despertar
mais ainda o interesse pe-los seus programas. E preciso colocar as coisas de
modo se-reno e firme, usando argumentos que convençam e não os que só servem
para demonstrar radicalismo denominacional, às vezes farisaico. Por exemplo,
numa igreja, o pastor acabara de combater a televisão de maneira violenta com
argumentos grandiloqüentes, dizendo que era pecado, era coisa de Satanás...
Logo em seguida, chegava alguém dizendo que a equipe da tevê estava querendo
fazer uma re-portagem sobre o culto. O pastor, meio confuso, sem saber o que
fazer, permitiu a entrada do pessoal. No dia seguinte, ele, que combatera a
televisão, aparecia no vídeo, todo sorridente, posando para os repórteres, e
falando sobre a grandeza da obra na sua igreja.
O mau uso é o problema
O inimigo não é o televisor, mas o mau uso que se fizer dele. Infelizmente,
temos de reconhecer que os prejuízos causados à família pela tevê são bem
maiores que os benefícios que ela traz. Como se trata do maior e melhor meio
de comunicação de massa, Satanás conseguiu dominar a maior parte da sua
programação. Diante desse fato incontestável, desejamos alertar para os males
que podem ocorrer do uso sem controle da tevê, isto para orientar as famílias
cristãs, e não para, apenas, combater por combater o televisor. Vejamos o que
ocorre com o mau uso do televisor:
1) Estímulo á violência
Noventa por cento dos programas "enlatados" ou seja, os filmes
importados, estimulam a violência. Esse estímu-lo vai atingir em cheio a
juventude, na fase da formação do seu caráter. Segundo o professor Gaudêncio
Torquato, fazendo citação de palavras do ex-ministro Quandt de Oliveira, das
Comunicações, ao falar de tevê no 1 Simpósio Nacional sobre a Televisão e a
Criança, "uma criança no Brasil; ao atingir 14 anos de idade, já
testemunhou 11.000 (onze mil) crimes na tevê. Não se incluindo, neste total,
contrabandos, combates, estupros, assaltos e espancamentos que re-sultam em
mortes".
A violência continuada é a tônica dos programas dos canais de tevê e não há
opção de escolha para o telespecta-dor. "Uma pesquisa feita por uma
equipe, aqui no Brasil durante 200 horas de programação, revelou os seguintes
dados: 30 mortes cruéis, 1018 lutas, 3.592 acidentes, 32 roubos, 616 cenas de
uso indevido de armas, 57 seqüestros, 819 desafios, 410 trapaças, 86 casos de
chantagem e 321 aparições de monstros e animais ferozes" (Cadernos de
Comunicação, n9 3,1978, Proal, Pg. 8).
Ora, diante desses fatos angustiantes, perguntamos: -"Quantas horas há
na tevê de pregação do Evangelho de Jesus, que pode transformar os homens?
quantos exemplos de famílias felizes que possam ser imitados? quantos
pro-gramas que possam combater os maus programas? De tudo isto, - é verdade -
há bem pouco na tevê brasileira. E tempo de se perguntar: "Por que a igreja
evangélica não procura unir esforços, no sentido de ocupar espaço na
televisão, com a propaganda sadia da evangelização, semeando a boa semente?
Por que as igrejas evangélicas não se unem, numa campanha de evangelização
nacional, visando atingir todas as massas do País, por todos os meios de
comunicação, incluindo definitivamente a tevê? Certamente, a resposta se
refere aos custos muito ele-vados para os programas de televisão. Mas isso
não justifica, a nosso ver, pois existem milhares, de igrejas, que, deixando
de lado seus interesses próprios, imediatos, pode-riam se unir, formando um
"Fundo de Evangelização Nacional", que teria recursos suficientes
para gastar na obra dó Senhor. Sinceramente, não vemos impossibilidade nisso.
Cremos que seria melhor ocupar o espaço da televisão com a pregação do
Evangelho, do que ficar falando contra a televisão, que, em si, nada tem de
errado; ela é neutra; está esperando apenas que a usem corretamente. Se os
crentes em Jesus preferem ficar voltados para os interesses denominacionais,
ao invés de se preocuparem seriamente com a evangelização, o Diabo vai
ocupando os meios de co-municação eficientes, e ganhando mais adeptos para o
reino das trevas; vai ceifando vidas através do rádio, da tevê, dos jornais,
das revistas...
Cremos firmemente que é melhor acender a luz do que ficar maldizendo a
escuridão. Somos contra o mau uso da televisão. Mas somos, também contra o
fato de os evangélicos não usarem esse extraordinário meio de comunicação
para disseminar a mensagem positiva do Evangelho de nosso Senhor Jesus
Cristo, a única que pode dissipar as trevas da maldade, do pecado. - Será que
não somos culpados, por deixar que a nação inteira fique privada de ouvir
mais, de ver mais aquilo que é bom, aquilo que constrói, aquilo que salva?
2) estímulo ao pecado
A televisão, na maior parte dos programas, exalta a pecaminosidade. O
adultério, a prostituição, as práticas sexuais ilícitas são exaltadas e
apresentadas como coisas muito naturais. A traição, a infidelidade conjugal,
são o "prato do dia" dos programas, dos filmes e das novelas da
tevê. Essas imundícies são jogadas pelo vídeo, na sala de estar, no quarto de
dormir de muitos cristãos.
Sem dúvida, isso não é condizente com o ambiente espiritual que deve reinar
no lar de um crente. - como se sentiria uma família que, assistindo programas
imorais ou violentos, visse Jesus se apresentar no meio da sala - Ficaria
feliz, satisfeita , tranqüila? - Como se sentiria uma família que, assistindo
progra-mas imorais ou violentos, visse Jesus se apresentar no meio da sala? -
Ficaria feliz, satisfeita, tranqüila?...
3) A tevê modifica a visão das coisas
Nas novelas, aquilo que é certo, como o amor conjugal verdadeiro e puro, é
visto como coisa errada, ultrapassada. A desobediência aos pais é ensinada. A
mansidão, qualida-de que deve ser cultivada, é vista como algo
desinteressan-te, mas a violência é exaltada. A pureza sexual é vista como
coisa retrógrada. O falso "amor livre" é exaltado. Geralmente, nos
programas de tevê, o roubo, a trapaça, são sinônimos de capacidade
intelectual, enquanto a ho-nestidade é vista como coisa do passado.
O amor a Deus é relegado ao esquecimento. O materialismo é mostrado como algo
muito nobre e elevado. A religião certa é ridicu-larizada, enquanto as
doutrinas de demônios são promovi-das. Para estas há bastante espaço na tevê.
Os heróis não são os pregadores, os missionários, que dão suas vidas pe-las
almas perdidas; não são os pais de família honestos; não são os
trabalhadores, que, com seu suor, promovem a riqueza da nação; não! Os heróis
são os ladrões; são os vio-lentos; são os falsos líderes; são as falsas
personagens de ficção; são os adúlteros, são os homossexuais, são as
lésbi-cas, são os tarados.
A tevê está sendo usada pelo Diabo para a destruição dos lares, da fé, da
pureza, do pudor, da vergonha, da honestidade e de tudo o que deveria ser
preservado na socie-dade. Os lares cristãos não podem contribuir para a
propa-gação desta avassaladora onda de destruição espiritual e moral. Tudo
isso acontece porque o mundo, que "jaz no maligno", está sendo
guiado pelos valores deturpados dos guias materialistas do nosso tempo, que,
por sua vez, são guiados por Satanás. Mas os cristãos, ao contrário,
"são guiados pelo Espírito de Deus" (Rm 8.14).
Diante do perigo do mau uso da tevê, precisamos com-bater esse mau uso, de
maneira sábia e eficaz:
1) É preciso que o uso da tevê seja
controlado.
Deve-se examinar tudo e reter somente o bem. O ideal seria que as igrejas,
como dissemos antes, ocupassem espaço na televisão, para mostrar o certo, em
vez de só falar contra o errado, o que, aliás, não modifica nada. Se não for
possível num lar cristão, exercer-se o controle dos programas de tevê, é
melhor que nele não haja televisor. Aqui, é preciso cuidado. Se o pai de
família é cristão, mas a família não é, parece-nos melhor ter paciência.
antes de pensar em se desfazer do televisor. Isso pode chocar, afastando mais
a família do Evangelho.
2) É preciso não ocupar o tempo inutilmente
É preciso não ocupar o tempo destinado à oração, à leitura da Bíblia; ao
culto doméstico, à conversa com a família, à ida à Igreja, às visitas aos
amigos, com os programas de tevê. Se isto não for possível, é melhor não ter
televisor em casa. "O altar da devoção não deve ser substituído pelo
altar da televisão".
3) E preciso dedicar atenção especial aos
filhos
conversando com eles, mostrando por eles interesse e lhes dando o alimento
espiritual que precisam, do contrário ficarão e tudo o que a ''babá
eletrônica'' lhes oferece para transformá-los, mais tarde, em filhos
"biônicos", sem Deus, sem amor, sem salvação.
4) E preciso não permitir que o templo de Deus
seja profanado
Nós somos templo de Deus. Os olhos são as por-tas desse templo. Precisam ser
puros. "Não porei COISA MÁ DIANTE DE MEUS OLHOS" (Sl 1O1.3).
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