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domingo, 4 de fevereiro de 2018

CENAS DO JULGAMENTO DIVINO



Cenas do julgamento divino
O julgamento final é precedido de investigações
que se acham registradas nos livros do Céu

por Ruy Mendes Reis

Juiz é Jesus Cristo (João 5:22 e 27) e Ele mesmo emitirá a sentença. A razão dessa incumbência é que Ele Se reves­tiu da humanidade, tendo enfrentado as tentações de Satanás, de que saiu vitorioso. Participou como homem em todas as nossas tristezas, dores e sofrimentos. Ele veio à Terra em semelhança do homem pecador, mas não pecou. De acordo com Apocalipse 14:7, “vinda é a hora do Seu Juízo”, e este acontecimento é a obra final de Cristo para salvar os homens.
O  Juízo foi iniciado em 1844 e deve continuar até que os casos de to­
dos estejam decididos. Jesus esclarece:
“Não vos maravilheis disto, porque vem a hora em que todos os que se acham nos túmulos ouvirão a Sua voz e sairão; os que tiverem feito o bem, para a ressurreição da vida; e os que tiverem praticado o mal, para a res­surreição do juízo.” João 5:28 e 29.
O julgamento final é precedido de investigações que se acham registra­das nos livros do Céu: “No livro memorial de Deus toda ação de justiça se acha imortalizada. Ali, toda tentação resistida, todo mal vencido, toda palavra de terna compaixão que se proferir, acham-se fielmente historiados.” - O Grande Conflito, pág. 481.
Todos os atos dos homens são baseados em evidências objetivas; a justiça de Deus é reconhecida por todos. (Apoc. 15:4.) Esses livros lembram o processo humano no Código Penal no julgamento de criminosos: 1o.) A autoridade criminal investiga os fatos; 2o.) Em relatório dirigido ao Juiz, com todos os fatos que foram objetos do crime; 3o.) Abre-se o processo. Nele se acham as acusações do crime pratica­do, com todos os detalhes de testemu­nhas, etc. 4o.) Reúne-se o júri (conselho de sentença formado por homens e mulheres da sociedade), que examina o caso; 5o.) O veredicto do júri é entregue ao Juiz, que dá a sentença condenatória ou absolve o acusado como inocente.
O julgamento humano, porem, pode ser questionado com respeito à sentença, com a remessa ao Tribunal Superior. Com relação à sentença de Jesus, entretanto, não há outro juiz ao qual se recorrer.

Há escape —    É verdade que o julga­mento procedido por Jesus, sempre é absolutório se o acusado se arrependeu, confessando seu pecado ao próprio Juiz Jesus, a quem pede perdão e é considerado inocente. (Ler 1 João 2:1 e 2.) Jesus é a propiciação pelos nossos pecados e do mundo inteiro. Em Hebreus 4:16 há o escape do pecador: “Acheguemo-nos, ... junto ao trono da graça, ... para socorro em ocasião oportuna”. Ainda em He­breus 8:12 lemos: “Para com as suas iniqüidades, usarei de misericórdia e dos seus pecados jamais Me lembra­rei.” Paulo ainda remata em II Coríntios 5:19: “Deus estava em Cristo re­conciliando consigo o mundo, não imputando aos homens as suas transgressões.” Na mesma intenção, Ro­manos 4:8: “Bem-aventurado o ho­mem a quem o Senhor jamais
impu­tará pecado.”
O pecador, arrependido e por fé, é justificado gratuitamente pela graça de Deus, mediante a redenção que há em Cristo Jesus. O que é de graça é sem exigência de qualquer pagamento ou ação. O homem é salvo com as obras; mas “sem fé é impossível agra­dar a Deus”. Heb. 11:6.
Tiago 2:12 afirma: “De tal manei­ra procedei como aqueles que hão de ser julgados pela lei da liberdade.” Essa lei é a dos Dez Mandamentos. Ainda Tiago 2:10: “Qualquer que tropeça em um só ponto, se torna culpado de todos.” Um só ponto quer significar um dos mandamentos da lei dos Dez Mandamentos, inclusive o quarto, que determina todo homem observar o “sétimo dia [que], é o sá­bado do Senhor teu Deus”i Lxo. 20:10. A guarda do sábado distingue os que servem a Deus e os que não O servem:
Grande parte da humanidade que está em Cristo, saberá “distinguir entre o santo e o profano”. Eze. 44:23.
Se alguém está guardando o domingo, está profanando o sábado.
Antes da volta de Jesus à Terra, haverá uma distinção: os que guardam, em descanso, o sábado do Senhor, e os que obedecem ao mandamento de homens, descansando no domingo, assunto sem qualquer menção nos 1.189 capítulos da Bíblia.
Vejamos como se processa o julgamento divino:
“Então, se abriram livros. Ainda outro livro, o livro da vida, foi aberto. E os mortos foram julgados, segundo as suas obras, conforme o que se achava escrito nos livros.” Apoc. 20:12. A Lei deve ser observada por muitos dos nossos irmãos e por todo o homem no mundo que estão vivendo fora da lei. Como conseqüência, os homens fi­cam sujeitos à morte (Ecles. 12:13)
“Em vão Me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos de ho­mens”, “desviados da verdade” (Mar. 7:7 e Tito 1:14). Quem observa apenas parte da Lei, que siga toda ela. (Tiago 2:10). Paulo assevera: “O salário do pecado (o ato transgressor da lei) é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor” (Rom. 6:23).
Não é sem razão que o diabo (o dragão), que peca desde o princípio, está irado “e foi pelejar contra os restan­tes da sua descendência, os que guar­dam os mandamentos de Deus e têm o testemunho de Jesus”. Apoc. 12:17.
Relativamente ao julgamento por Jesus, haveria um embaraço se os mortos reencarnassem em outro ser humano (como apregoam os espíritas), e se entrassem em comunicação com os mortos.
Na linguagem jurídica, é caso insólito, incomum, não habitual ou falta de referência do código, a impossi­bilidade de configuração do próprio elemento objetivo. No julgamento di­vino, a violação do código moral (os Dez Mandamentos) tem como conse­qüência a morte (Rom. 6:23) sem possibilidade de se recorrer em apela­ção, em grau superior porque nada há além do Juiz Supremo.
A reencarnação é doutrina de demônios. O que está escrito nas Escri­turas é o comportamento certo. No final, quando Jesus voltar, a Terra dará seus mortos. (Apoc. 20:13). “E foram julgados, um por um, segundo as suas obras.”
Cristo deu a vida a Adão e Eva (Gên. 2:7). Ele mesmo, na ressurreição dos mortos, ajuntará os átomos de cada um com seu corpo ou simplesmente os chamará à vida. O apóstolo declara:
“Aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo, depois disto, o juízo, assim também Cristo, tendo-Se ofere­cido uma vez para sempre para tirar os pecados de muitos, aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que O aguardam para a salvação.” Heb. 9:28.
Finalizamos com um caso hipotético: Suponhamos como o julgamento divino enfrentaria um julgamento insólito. Antônio Marques assassino do pai do autor deste trabalho. Ele já havia assassinado 25 pessoas, inclusive seu pai. Sobrecarregado da prática de tan­tos males, comparece ao Tribunal. Jesus é o Juiz. Em que corpo? No dele? —    Mas sigamos mentalmente esse caso impossível! —    A Bíblia declara que o morto jaz na sepultura, aguardando a apresentação perante o Juiz, na ressur­reição de todos os mortos. Então, como será julgado aquele criminoso? Apenas como argumento, uma pergunta: e se ele reencarnou em outra pessoa que viveu vida justa? —     Essa morre e reen­carna em outra, e, assim, sucessivamente? —    Em Apocalipse 20:13 afirma-se que cada um será julgado segundo suas obras. —     Que ocorrerá, então?  (Mera suposição), em decorrência da pregação espírita: como o Juiz julgará? —    No final, realmente é que —   os justos ouvirão estas palavras, quando o Rei do Universo chegar: “Vinde, benditos de Meu Pai! Entrai na posse do reino que vos está preparado desde a fundação do mundo” (Mat. 25:34).
Quanto aos pecadores, sem re­missão padecerão no fogo que não se apaga. (Mat. 25:41). A esses, Paulo, profeta e apóstolo, diz: Jesus “vos deu vida juntamente com Ele, perdoando todos os nossos delitos” (Col). 2:13). Portanto, confessem e deixem seus pecados! Escolham a vida, enquanto é tempo! Deus não tem “prazer na mor­te de ninguém, diz o Senhor Deus. Portanto, convertei-vos e vivei” (Eze. 18:32). O Juiz está esperando!

Ruy Mendes Reis, advogado,é membro da Igreja Adventista do Brooklin, em São Paulo, SP


Revista Adventista  Fev. 2004

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