Cenas do julgamento divino
O julgamento final é precedido de investigações
que se acham registradas nos livros do Céu
por Ruy Mendes Reis
O Juiz é Jesus Cristo (João 5:22 e
27) e Ele mesmo emitirá a sentença. A razão dessa incumbência é que Ele Se
revestiu da humanidade, tendo enfrentado as tentações de Satanás, de que saiu
vitorioso. Participou como homem em todas as nossas tristezas, dores e
sofrimentos. Ele veio à Terra em semelhança do homem pecador, mas não pecou. De
acordo com Apocalipse 14:7, “vinda é a hora do Seu Juízo”, e este acontecimento
é a obra final de Cristo para salvar os homens.
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O Juízo foi iniciado em 1844 e deve
continuar até que os casos de to
dos estejam
decididos. Jesus esclarece:
“Não vos
maravilheis disto, porque vem a hora em que todos os que se acham nos túmulos
ouvirão a Sua voz e sairão; os que tiverem feito o bem, para a ressurreição da
vida; e os que tiverem praticado o mal, para a ressurreição do juízo.” João
5:28 e 29.
O julgamento final é precedido de investigações que se acham registradas
nos livros do Céu: “No livro memorial de Deus toda ação de justiça se acha
imortalizada. Ali, toda tentação resistida, todo mal vencido, toda palavra de
terna compaixão que se proferir, acham-se fielmente historiados.” - O Grande Conflito, pág. 481.
Todos os atos dos homens são baseados em evidências objetivas; a justiça de
Deus é reconhecida por todos. (Apoc. 15:4.) Esses livros lembram o processo
humano no Código Penal no julgamento de criminosos: 1o.) A autoridade criminal investiga os fatos; 2o.) Em relatório
dirigido ao Juiz, com todos os fatos que foram objetos do crime; 3o.)
Abre-se o processo. Nele se acham as acusações do crime praticado, com todos
os detalhes de testemunhas, etc. 4o.) Reúne-se o júri (conselho de
sentença formado por homens e mulheres da sociedade), que examina o caso; 5o.)
O veredicto do júri é entregue ao Juiz, que dá a sentença condenatória ou
absolve o acusado como inocente.
O julgamento humano, porem, pode ser questionado com respeito à sentença,
com a remessa ao Tribunal Superior. Com relação à sentença de Jesus,
entretanto, não há outro juiz ao qual se recorrer.
Há escape — É verdade que
o julgamento procedido por Jesus, sempre é absolutório se o acusado se
arrependeu, confessando seu pecado ao próprio Juiz Jesus, a quem pede perdão e
é considerado inocente. (Ler 1 João 2:1 e 2.) Jesus é a
propiciação pelos nossos pecados e do mundo inteiro. Em Hebreus 4:16 há o
escape do pecador: “Acheguemo-nos, ... junto ao trono da graça, ... para socorro em ocasião oportuna”. Ainda em Hebreus 8:12 lemos: “Para com
as suas iniqüidades, usarei de misericórdia e dos seus pecados jamais Me lembrarei.”
Paulo ainda remata em II Coríntios 5:19: “Deus estava em Cristo reconciliando
consigo o mundo, não imputando aos homens as suas transgressões.” Na mesma
intenção, Romanos 4:8: “Bem-aventurado o homem a quem o Senhor jamais
imputará
pecado.”
O pecador, arrependido e por fé, é justificado gratuitamente pela graça de
Deus, mediante a redenção que há em Cristo Jesus. O que é de graça é sem
exigência de qualquer pagamento ou ação. O homem é salvo com as obras; mas “sem
fé é impossível agradar a Deus”. Heb. 11:6.
Tiago 2:12 afirma: “De tal maneira procedei como aqueles que hão de ser
julgados pela lei da liberdade.” Essa lei é a dos Dez Mandamentos. Ainda Tiago
2:10: “Qualquer que tropeça em um só ponto, se torna culpado de todos.” Um só
ponto quer significar um dos mandamentos da lei dos Dez Mandamentos, inclusive
o quarto, que determina todo homem observar o “sétimo dia [que], é o sábado do
Senhor teu Deus”i Lxo. 20:10. A guarda do sábado distingue os que servem a Deus
e os que não O servem:
Grande parte
da humanidade que está em Cristo, saberá “distinguir entre o santo e o
profano”. Eze. 44:23.
Se alguém está guardando o domingo, está profanando o sábado.
Antes da volta
de Jesus à Terra, haverá uma distinção: os que guardam, em descanso, o sábado
do Senhor, e os que obedecem ao mandamento de homens, descansando no domingo,
assunto sem qualquer menção nos 1.189 capítulos da Bíblia.
Vejamos como se processa o julgamento divino:
“Então, se abriram livros. Ainda outro livro, o livro da vida, foi aberto.
E os mortos foram julgados, segundo as suas obras, conforme o que se achava
escrito nos livros.” Apoc. 20:12. A Lei deve ser observada por muitos dos
nossos irmãos e por todo o homem no mundo que estão vivendo fora da lei. Como
conseqüência, os homens ficam sujeitos à morte (Ecles. 12:13)
“Em vão Me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos de homens”,
“desviados da verdade” (Mar. 7:7 e Tito 1:14). Quem observa apenas parte da
Lei, que siga toda ela. (Tiago 2:10). Paulo assevera: “O salário do pecado (o
ato transgressor da lei) é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna
em Cristo Jesus, nosso Senhor” (Rom. 6:23).
Não é sem razão que o diabo (o dragão), que peca desde o princípio, está
irado “e foi pelejar contra os restantes da sua descendência, os que guardam
os mandamentos de Deus e têm o testemunho de Jesus”. Apoc. 12:17.
Relativamente ao julgamento por Jesus, haveria um embaraço se os mortos
reencarnassem em outro ser humano (como apregoam os espíritas), e se entrassem
em comunicação com os mortos.
Na linguagem jurídica, é caso insólito, incomum, não habitual ou falta de
referência do código, a impossibilidade de configuração do próprio elemento
objetivo. No julgamento divino, a violação do código moral (os Dez
Mandamentos) tem como conseqüência a morte (Rom. 6:23) sem possibilidade de se
recorrer em apelação, em grau superior — porque nada há além do Juiz Supremo.
A reencarnação é doutrina de demônios. O que está escrito nas Escrituras é
o comportamento certo. No final, quando Jesus voltar, a Terra dará seus mortos.
(Apoc. 20:13). “E foram julgados, um por um, segundo as suas obras.”
Cristo deu a vida a Adão e Eva (Gên. 2:7). Ele mesmo, na ressurreição dos
mortos, ajuntará os átomos de cada um com seu corpo ou simplesmente os chamará
à vida. O apóstolo declara:
“Aos homens
está ordenado morrerem uma só vez, vindo, depois disto, o juízo, assim também Cristo,
tendo-Se oferecido uma vez para sempre para tirar os pecados de muitos,
aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que O aguardam para a salvação.” Heb.
9:28.
Finalizamos com um caso hipotético: Suponhamos como o julgamento divino
enfrentaria um julgamento insólito. Antônio Marques assassino do pai do autor
deste trabalho. Ele já havia assassinado 25 pessoas, inclusive seu pai.
Sobrecarregado da prática de tantos males, comparece ao Tribunal. Jesus é o
Juiz. — Em que corpo? No dele? — Mas
sigamos mentalmente esse caso impossível! — A Bíblia
declara que o morto jaz na sepultura, aguardando a apresentação perante o Juiz,
na ressurreição de todos os mortos. Então, como será julgado aquele criminoso? Apenas como argumento, uma pergunta: e se ele reencarnou em outra pessoa
que viveu vida justa? — Essa morre e
reencarna em outra, e, assim, sucessivamente? — Em Apocalipse
20:13 afirma-se que cada um será julgado segundo suas obras. — Que
ocorrerá, então? (Mera suposição), em
decorrência da pregação espírita: como o Juiz julgará? — No
final, realmente é que — os justos
ouvirão estas palavras, quando o Rei do Universo chegar: “Vinde, benditos de
Meu Pai! Entrai na posse do reino que vos está preparado desde a fundação do
mundo” (Mat. 25:34).
Quanto aos pecadores, sem remissão padecerão no fogo que não se apaga.
(Mat. 25:41). A esses, Paulo, profeta e apóstolo, diz: Jesus “vos deu vida
juntamente com Ele, perdoando todos os nossos delitos” (Col). 2:13). Portanto,
confessem e deixem seus pecados! Escolham a vida, enquanto é tempo! Deus não
tem “prazer na morte de ninguém, diz o Senhor Deus. Portanto, convertei-vos e
vivei” (Eze. 18:32). O Juiz está esperando!
Ruy Mendes Reis, advogado,é
membro da Igreja Adventista do Brooklin, em São Paulo, SP
Revista Adventista Fev. 2004
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