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quinta-feira, 24 de julho de 2014

ARTIGOS SOBRE A TRINDADE - A TRINDADE E A BÍBLIA


A TRINDADE E A BÍBLIA

Pedro Apolinário -
As Testemunhas de Jeová e sua Interpretação da Bíblia  –  4a. Edição - 1986

 

Introdução



Grande polêmica tem surgido através dos séculos, em torno da doutrina da Trindade.

Os unitaristas ou antitrinitaristas se opõem tenazmente à Trindade, por entenderem que ela não se harmoniza com as Escrituras, chegando alguns até a afirmarem que ela é de origem pagã.

Sendo o assunto tão atual quão importante pa­ra a teologia e para a salvação, torna-se ne­cessário estudá-lo, com base na Bíblia, porque a única fonte digna de crédito para solucio­nar todas as dúvidas.

Comentários Gerais


Definição de Trindade.

“Há três pessoas na Trindade: o Pai, o Filho e o Espírito Santo; e estes três são um Deus, o mesmo em substância, igual em poder e gl6ria.” Catecismo de Westminster.

Trindade é a união de três pessoas distintas o Pai, o Filho e o Espírito Santo em um só Deus.

A palavra trindade do latim “Trinitas”  foi formada por Tertuliano, na última década do se­gundo século A.D. Embora não seja um termo bí­blico, representa a cristalização de ensino da Bíblia que nos esclarece sobre seus componentes  — Pai, Filho e Espírito Santo.

Trindade significa a coexistência do Pai, do Filho e do Espírito Santo na unidade da Divindade.

Arnold Wallenkampf no livro Men by the Spi­rit, págs.. 11 e 13 escreveu sobre a Trindade:

“Deus é uma trindade. Ele é constituído de três pessoas: o Pai, o Filho, e o Espírito San­to. Deus é o nome divino da família. Assim como nos, como indivíduos, pertencemos a certa família, também Deus tem um nome de família. Este nome é Deus. Da mesma forma que nós em nossas respectivas famílias temos nomes individuais ou pessoais, além do nome da família, também cada Pessoa da Divindade, a Trindade, tem um nome individual. Estes são: Pai, Filho e Espírito Santo.”

“Embora Deus seja constituído de três Pessoas, dizemos que Deus é um, e chamamos a n6s mesmos de monoteístas. Sentimos ser justo dizer assim porque as três Pessoas da Divindade são uma em propósito, pensamento, vontade, planos e intenções. Para nós, seres humanos, isto parece confuso e impossível. Pensamos em diferentes pessoas como tendo propósitos, vontade, pensamentos e planos diferentes uns dos outros. E na verdade assim é, mesmo quando o relacionamento é íntimo e bem chegado. Porém Deus é diferente. Ele é um em Três Pessoas...

“Tanto os judeus como os muçulmanos, têm freqüentemente acusado os  cristãos de serem poli­teístas, ou adoradores de mais de um Deus. Como cristãos admitimos haver Três Pessoas na Divin­dade, porém, desde que são uma em propósito, men­te e caráter consideramo-nos monoteístas.”

As “Testemunhas de Jeová.” no folheto “A Trindade - Mistério Divino ou Mito Pagão” afirmam que a idéia de Trindade procede de povos pagãos como os egípcios, hindus, babilônicos e gregos. Esta afirmação é improcedente desde que entre esses povos não existe a idéia de Trindade, co­mo encontrada na Bíblia, mas de uma tríade, formada de um deus, sua esposa e o filho.

Outra afirmativa improcedente dos russelitas é a de que não pode haver trindade porque a pa­lavra não se encontra na Bíblia. Baseando-nos neste raciocínio podemos declarar que não há Bí­blia, milênio, teocracia, Sal3es do Reino, por­que estes termos não são achados nas Escrituras.

É um absurdo negar a Trindade, tão evidente em textos bíblicos, por ser difícil harmonizar a coexistência de três pessoas distintas na Di­vindade única. Somos demasiadamente pequenos pa­ra, racionalmente, explicarmos doutrina tão misteriosa. É preciso ter em mente as palavras de Pascal:

“Há uma infinidade de coisas que a razão não pode atingir. Resolvam-se todas as questões, expliquem-se todas as palavras da Bíblia, e ainda ficarão as maiores dificuldades para exercício da nossa fé: a origem do mal, o mistério da di­vina presciência e da livre ação, e muito ainda sobre o plano da redenção”.

História, Doutrina e Interpretação da Bíblia, pág. 280.

A Trindade é um Mistério

As Testemunhas de Jeová no livro “Seja Deus Verdadeiro” afirmam:

“Seria um mistério se a trindade fosse verdadeira. A Bíblia não contém mistérios divinos, mas sim sagrados segredos. Há uma vasta diferença entre um segredo e um mistério. Um segredo é meramente o que não foi feito conhecido, mas um mistério é aquilo que não pode ser conhe­cido.”
Estas afirmações são facilmente contestadas quando se pondera o seguinte:

1o.) Qualquer bom dicionário nos esclarecerá que segredo e mistério podem ser usados como sinônimos.

2o.) Se na Bíblia não há mistério, como entender as seguintes declarações:

a) O “Mistério da iniqüidade” em  II Tes.2:7
b) O “Mistério da piedade”      I Tim.3:l6.
c) O “Mistério da sua vontade”     Efé.l:9

3o.) Se este povo não fosse tão superficial em suas pesquisas, teria aprendido que a palavra mistério, na Bíblia, não tem o sentido tradici­onal que hoje lhe damos.

Mistério vem do verbo muew que significa instruir, iniciar. As pessoas, no tempo de Pau­lo, sabiam que mistério era alguma coisa em que haviam sido iniciadas, mas n~o poderiam saber por si mesmas. Mistério, na Bíblia, é aquilo que Deus revela, aquilo em que devemos nos instruir para transmitir aos outros.

Sabatini Lalli, no valioso livro “Logos Eternos”, escrito para combater a heresia russelista escreveu:

“Não podemos entender as verdades que se relacionam com a Doutrina da Trindade, mas reco­nhecemos que elas constituem parte integrante da revelação de Deus....”

Se não compreendemos a Doutrina da Trindade não obstante reconhece-la e aceita-la como verdade revelada, é porque ela é tão transcendente quanto o próprio Deus. A Doutrina da Trindade é verdadeira, não porque possamos entende-la, mas porque é um fato de Revelação. Não podemos negá-la, porque para faze-lo precisaríamos mutilar as Escrituras e, se o fizéssemos, além de não trazer nenhuma vantagem para a nossa inte­ligência, na solução do problema de Deus, esta atitude altamente sacrílega, nos colocaria de­baixo do anátema que pesa sobre os que tiram verdades das Escrituras ou lhas acrescentam!   Deus, não obstante ser a mais gloriosa das realidades, é mistério com Trindade ou sem ela!” págs. 77-78.

Um estudo acurado das verdades bíblicas nos revelará que o Pai, o Filho e o Espírito Santo são distintos e ao mesmo tempo completamente um. Esta declaração é um mistério, que não nos foi revelado, porque está além da nossa compreensão.

O autor do “Logos Eterno”,  citou na página 61 as palavras de Boeltner, por serem úteis para entender o assunto, as transcreveremos:

“Não te­mos obrigação de explicar estas verdades: somos entretanto, obrigados a sustentar aquilo que Deus revelou na Sua Palavra e, também, somos obrigados, tanto quanto possível, a evitar que as afirmações da Palavra de Deus sejam mal interpretadas ou sofram objeções improcedentes. Tudo quanto sabemos a respeito de tão profundas verdades, é aquilo que o Espírito Santo tem reve­lado a respeito delas, e cremos que tudo quanto Deus revelou é indubitavelmente verdade e deve ser crido, ainda que a nossa razão não possa sondar as suas profundezas.”

Walter R. Martin no livro “The Kingdom of the Cults” pág. 57 concluiu:

A verdade é que a Torre de Vigia rejeita a doutrina da Trindade e outras doutrinas funda­mentais do cristianismo não porque elas sejam misteriosas, mas porque as Testemunhas de Jeová estão determinadas a reduzir Jesus, o Filho de Deus a uma criatura ou ‘um segundo deus’ a despeito de todas as evidências bíblicas.”

As Testemunhas de Jeová no livro “Seja Deus Verdadeiro”, paginas 82 a 93 apresentam explicações sobre a Trindade, destacando-se estas:

“A doutrina da Trindade não foi concebida por Jesus ou pelos cristãos primitivos. A conclusão óbvia é que Satanás é o originador da doutrina da Trindade.”

“As trevas da Idade Média ajudaram a produ­zir esse ponto de vista. Essa teoria não é escriturística e é irracional. Se não fosse o fato de termos recebido esse erro trinitariano em nossa infância e de ser ensinado nos seminários por professores idôneos, jamais alguém daria a ele uma séria consideração. Como o grande adversário produziu e impôs sobre os filhos de Deus esse erro e ainda se valeu da. própria Bíblia para dar-lhe validade, tornando-a mesmo inope­rante é o grande mistério.”

A Trindade e o Original Hebraico


As duas passagens mais citadas pelos oposi­tores da Trindade são:

Deut. 6:4  —      Ouve, Israel, o Senhor nosso De­us é o único Senhor.

I Tim. 2:5 —   Porquanto há um só Deus e um só Mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem.

A exp1icação de Deuteronômio 6:4 de acordo com a índole da gramática hebraica nos ajudará a solucionar o problema.

Dentre as explicações existentes a que se segue para mim é uma das mais convincentes:

Samuel Srolovie Jacobson entrou em contato com o jovem adventista Jack Rolfe, profundo estudioso da Bíblia, com destacado espírito missionário. Jack passou a dar estudos bíblicos ao seu novo amigo. Dentre as explicações apresen­tadas, a mais difícil, foi aceitar a divindade de Cristo, porque Samuel como bom judeu se habituara a repetir diariamente Deuteronômio 6:4.

Após sua conversão, Samuel escreveu o opúsculo “O Testemunho de um Judeu” de onde retira­mos os seguintes parágrafos:

“Preocupado e interessado na verdade sobre o Deus a quem eu devia servir, lancei-me sozinho à procura da verdade e a ânsia em pesquisa-la perturbava a minha paz. Jack explicava-me que as Escrituras por si mesmo se explicavam. Comecei logo a confrontar as passagens bíblicas ao mesmo tempo em que orava ao Deus de meus pais, pa­ra que me desse entendimento. Eu conhecia bem a tônica do meu povo: ‘Ouve, ó Israel: o Senhor nosso Deus ( J H V H ) é uno ( e k h a d )’  Deut. 6:4. Repetíamos sempre este versículo para frisar que só acreditamos num único Deus.

Fiquei assombrado quando vi como o adjetivo hebraico ( e k h a d ) é usado nas Escrituras. Jack explicou-me que os cristãos do mesmo modo, acreditavam que Ekhad quer dizer ‘unidade com­posta’. Deus como cabeça (triúno).

Verifiquei que ekhad foi usado no inicio da criação: ‘E houve tarde, e houve manhã; um (ek­had) dia? Gên. 1:5.

Nessa altura vi que duas coisas distintas, juntas, passavam a ser consideradas ‘um dia’.

Também verifiquei o mesmo quanto ao casamento. ‘Deixará o homem o seu pai e a sua mãe e se unirá à sua mulher; e serão uma (ekhad) só car­ne’. Gên. 2:24. Aqui vemos o homem e a mulher referidos como uma unidade (ekhad), quando na realidade são dois seres separados e distintos para formar a unidade. De que maneira podem então ser chamados unidade? São unidade no sentido de que são um  por natureza e estão envolvidos como um par trabalhando com o propósito de manter a família. Mas não formam uma unidade a ponto de se transformarem em um único ser de personalidade.

Comecei então a notar nas Escrituras que to­da vez que a palavra hebraica (ekhad) (um) era usada, designava sempre mais de uma só coisa. As duas partes do dia —   tarde e manhã - para formar um dia. Um homem e sua mulher para designar ‘uma só carne’, mas na realidade eram duas pessoas. Quem sabe, pensei eu, ekhad em certos casos é uma unidade composta e não simplesmente uma unidade absoluta.

Mas encontrei outras palavras hebraicas para exprimir individualmente. Deus disse a Abraão: ‘Toma o teu filho o teu único (yakhid) filho Isaac, a quem tu amas’. Gên. 22:2. Neste caso, pensei, único é unidade absoluta porque só ha­via um filho da promessa, Isaac. (note que Abaao teve outros filhos, fora Isaque). Mas Moisés não escreveu ‘Ouve, ó Israel, o Senhor nosso Deus, o Senhor é um (yakhid) - quer dizer só uma pessoa, um indivíduo. Certamente que não. Está escrito: ‘O Senhor nosso Deus é um (ekhad)’. Quis Moisés sugerir uma unidade composta de seres divinos ou pessoas? Fiquei deveras confuso...

O estudo dos ensinamentos de meu próprio po­vo aguçou o meu interesse para saber a verdade. Lendo o que escreveu o Rabbi Mainonides, encon­trei este trecho: ‘Creio firmemente que o Criador, santo seja o seu nome, uma unidade e que não há unidade fora dEle e que somente é nosso Deus que foi, é e será.’

Ouve, ó Israel, Y H V H, Elohenu, J H V J, é um só. E estes três são um. Como três nomes podem ser um?... Três maneiras de formar uma unidade.

Se ekhad supõe uma unidade de divindades, co­mo Jack acreditava, pensei comigo mesmo, as Escrituras terão que mostrar uma pluralidade na pessoa de Deus triúno. Era preciso que lesse o Torah com bastante observação e muito cuidado. Talvez assim encontrasse a resposta.

Para surpresa minha tive um impacto logo na primeira afirmação da Escritura: ‘ no princípio Deus (Elohim) criou o céu e a terra.’ Gên. 1:1. O nome hebreu Elohim, verifiquei, era o plural de Eloah. Moisés poderia ter dito J H V H ou E­loah, ambos representando o singular, mas ele disse Elohim bara (Deus criou) nem na forma du­al, mas no plural mesmo. E poderia esse plural significar um Deus composto só por uma pessoa divina na criação? O rei Salomão evidentemente não pensava assim, porque encontrei esta afirmação muito familiar: ‘Lembra-te do teu Criador nos dias da tua mocidade’ em Eclesiastes 12:1 literalmente escrito assim: ‘Lembra-te dos teus criadores (boreaka) nos dias da tua mocidade’.

À medida que continuei a pesquisar no Torah, percebi, por vezes, que os pronomes que se re­feriam a Deus o Pai estavam no plural, e pareciam no contexto significar mais do que uma única pessoa em Deus. Aqui vão alguns versículos que encontrei:

Gên. 1:26 — Façamos o homem á nossa imagem . . .
Gên. 3:22 — Eis que o homem se tornou  como  um de nós . . .
 Gên. 11:7 —  Vinde, desçamos, e confundamos ali a sua linguagem . . .

Com quem estaria Deus falando nessas passagens, pensei. Para quem Deus disse:

‘Façamos o homem à nossa imagem’. Ele esta­ria forçosamente falando a alguém igual a Ele, isto é, a outro ser divino. Difícil fugir dessa conclusão.

Jack já havia chamado de Filho de Deus. Quis saber onde encontrar nas minhas Escrituras a assertiva de que Deus tinha um filho. Em Provérbios fui encontrar uma pergunta profunda que me estarreceu quando a li. Era esta:       ‘Qual é o seu nome e qual é o nome de seu filho’? Prov. 30:4.”  E o relato prossegue.  Páginas 8 a 11.

A Bíblia Vida Nova tem a seguinte nota para o verso 4:

“Qual é o nome de seu filho? Se para a pergunta da primeira parte deste versículo a res­posta claramente é ‘Deus’, à última pergunta na­da podemos responder a não ser Cristo, cujo no­me é Jesus. Mat. 1:21.”

Provas Bíblicas de que há um só Deus


As declarações bíblicas de que há um só Deus são evidentes como nos provam os seguintes textos: Deut. 6:4;  Marc. 12:29;  I Cor. 6:6;  Gál.3: 20; Tiago 2:19; Efés. 4:6; I Tim. 1:17; 2:5;  Judas 25.

Jesus é Deus

As Escrituras Sagradas nos apresentam provas inequívocas de que Cristo é Deus. Estas provas estão citadas no capítulo sobre Sua divindade e são muito evidentes para serem negadas pelos estudantes da Bíblia. Confira as seguintes passagens: João 1:1; 5:18; 10:28-33; 20:28;  Atos 20:28 (Igreja de Deus, isto Cristo);  Romanos 9: 5;  Fil. 2:6;  Col. 2:9; Heb. 1:8; II Ped.l:l;  I João 5:20.

O Espírito Santo é Deus

Dentre as muitas afirmações das “Testemunhas de Jeová” sobre o Espírito Santo estas duas de­vem ser destacadas:

la.) “O Espírito Santo é a força ativa e in­visível de Deus, que move seus servos a fazerem a Sua vontade.” Seja Deus Verdadeiro, p. 432.

2a.) “O Espírito Santo não é um Deus, nem o membro de uma trindade, não é coigual, nem e mesmo um ser pessoal.” Jeovah of the Watch Tower, p. 432.

A Bíblia nos informa que o Espírito Santo é Deus porque possui os mesmos atributos de Deus, tais Como:

Santidade —                                                                                  Efés. 4:25-32;

Eternidade —                                                                            Heb. 9:14 e 88 vezes nos li­vros do Velho Testamento;

Onipotência —                                                                     Atos 1:8 (virtude e poder);

Onisciência                                                         I Cor. 2:10-11;

Onipresença —                                                                    Sal. 139:1-10; João 14:16;

Doador da vida                - (junto com Jesus) João 6:63

Pode blasfemar- se contra ele     -  Mat. 12:31. (Blasfêmia ~ um pecado contra Deus)

Todos os atributos do Pai e do Filho pertencem ao Espírito Santo.

Há uma passagem que deve ser destacada neste estudo porque chama o Espírito Santo de Deus.Todos conhecemos a triste história de Ananias e Safira, mas muitas vezes a lemos sem nos deter em uma das lições que ela nos ensina.

Em Atos 5:3 lemos: “Então disse Pedro: Ananias,por que encheu Satanás teu coração, para que mentisses ao Espírito Santo...?

No verso 4 lemos: Não mentiste aos homens, mas a Deus.

Esta passagem deve ser bem anotada em nossa Bíblia.

O Espírito Santo é um Ser Pessoal. “Precisa­mos reconhecer que o Espírito Santo, que é uma pessoa, como o próprio Deus, esta andando por estes terrenos.” Evang. p. 616.

Kant outorga três atributos a uma personalidade: Inteligência, Vontade e Emoção. Estes três atributos são encontrados no Espírito Santo.

Inteligência            - É nos dito que possui inteli­gência (1 Cor. 2:10—11) por isso tem a capaci­dade de ensinar aos homens (1 Cor. 2:13).

Vontade                  - A distribuição dos dons espi­rituais é feita de acordo com a vontade do Es­pírito Santo (I Cor. 12:11).

Emoção                  - A Bíblia nos afiança que podemos por nossas atitudes entristecer o Espíri­to Santo. (Efés. 4:30). Não é possível entris­tecer um poder ou uma influência.

Os atos que a Bíblia atribui ao Espírito San­to são de uma personalidade, e não de “um poder ativo” ou de uma força.

O Espírito Santo:

Fala              I Tim. 4:1
       Ensina          - João 14:26
       Guia              - Rom. 8:14

Convence       .     João 16:8

Contende      - Gên. 6:3

Testifica    . Rom. 8:16

Envia para o Serviço   - Atos 13:2

Intercede      Rom. 8:26

Antônio Neves de Mesquita escreveu:

“O termo Parakletos jamais foi traduzido por conforto e sim confortador, pois só assim ex­pressa trabalho de pessoa. Quando Jesus disse que mandaria o Seu espírito, não quis dizer o espírito pessoal, à parte de Sua pessoa, mas o Vigário, o Consolador ou o outro consolador, indicando a outra pessoa da DiVindade.” A Doutrina da Trindade no Velho Testamento , p. 37.

Prova da Divindade no Original

As palavras gregas alloz  —     állos  e eteroz —      héteros  são traduzidos em português por outro, mas apresentam a seguinte diferença: állos é um outro igual, da mesma natureza, enquanto héteros é um outro de natureza diferente ou contra­ria.

Na expressão “outro consolador” de João 14:16 temos állos, indicando que o Espírito Santo é da mesma qualidade de Deus.

Em Gaiatas 1:6 lemos: Admira-me que estejais passando tão depressa daquele que nos chamou na graça de Cristo, para outro evangelho. A palavra grega usada por Paulo foi eteroz (héteros) por ser um evangelho diferente.

Passagens Trinitarianas

Há passagens na Bíblia, onde as três pessoas da Trindade aparecem juntas, comprovando a exis­tência de três pessoas distintas. As mais sig­nificativas seriam:

la.) A fórmula batismal em nome do Deus tri­no, colocada nos lábios dos apóstolos pelo próprio Cristo. Mat. 28:19.

“Há três pessoas viventes no trio celestial, no nome destes três poderes, (o Pai, o Filho e o Espírito Santo), aqueles que por uma fé viva recebem a Cristo são batizados ...  Os três grandes poderes do céu são testemunhas, são invisí­veis, mas presentes.” Manuscrito 57, 1900. SDABC vai. VI, p. 1074.

2a.) A bênção apostólica de II Cor. 13:13 onde atributos diferentes são atribuídos a cada pessoa da Divindade.

“A graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo sejam com todos nos.”

3a.) Os estudiosos têm apresentado Isaías 48: 16 como uma prova para a Trindade, pois quem fala é Cristo, mas há o relato de mais dois seres.

“Agora o Senhor Deus me enviou a mim e o Seu Espírito.”

A tradução de Figueiredo traz a seguinte no­ta sobre este verso:

Esta clausula mostra que quem aqui fala de si, não é Isaías, como querem os rabinos, mas o
Filho de Deus, anunciando a Sua encarnação (vol. III, p. 136)

4a.) Efés. 4:4-6

“Há somente um corpo e um Espírito, como também fostes chamados numa só esperança da vossa vocação;”

há um só Senhor, uma só fé, um só batismo; um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre to­dos, age por meio de todos e esta em todos.”

5a.) I Pedro 1:2

“Eleitos, segundo a presciência de Deus Pai, em santificação do Espírito, para a obediência e a aspersão do sangue de Jesus Cristo: graça e paz vos sejam multiplicadas.”

Passagem Bíblica Contestada

I João 5:7 que aparece em algumas traduções: “Porque três são os que testificam no céu: o Pai, a Palavra e o Espírito Santo, e estes três são um” não deve ser usada para provar a Trindade, porque todas as evidências textuais comprovam, que esta citação não aparece em manuscritos gregos anteriores ao século XVI.

A Crítica Textual tem chegado às seguintes conclusões:

Considerando que não se encontra nos manuscritos unciais e na quase totalidade dos cursivos; considerando que não aparece nas traduções antigas da Bíblia; considerando que não foi citada pelos Pais da Igreja em defesa da doutrina da Trindade, a conclusão inegável a que se chega é que foi uma interpolação posterior.

“As Três Testemunhas Celestiais”, ou a “Com­ma Joanina” como é conhecida pela Crítica Tex­tual, surgiu, segundo tudo indica, do comentário exegético colocado a margem por um copista, no texto que estava copiando. Um copísta posterior, achando que eram palavras próprias para o contexto, as introduziu na cópia que estava fazendo, mas evidentemente elas não pertencem ao texto sagrado.

O Comentário Adventista pondera com acerto embora estas palavras estejam em plena harmonia com a teologia bíblica da Trindade, elas não de­vem ser usadas como prova para esta doutrina, porque não foram escritas pelo apóstolo João.

Notas:
                    la.) Se tiver interesse em estudar melhor João 5:7 leia: Estudo de Passagens com Pro­blemas de Interpretação, págs. 302-307 e História do Texto Bíblico, p5igs. 117-120 do mesmo autor desta apostila.

2a.) Alguém afirmou que por eu ter escrito sobre o problema desta passagem estava en­sinando heresia ou trazendo descrédito à Bíblia. Esta declaração vem provar que a pessoa nada en­tende de Crítica Textual, nem pesquisou o que o Comentário Adventista diz a respeito do assunto e também não leu o livro Problems in Bible Translatino, publicado pela nossa Organização.

Outras Explicações Sobre a Trindade

Os nomes - Pai, Filho, Espírito Santo desig­nam a obra que cada um deles fez quando o plano da redenção foi executado. Há uma hierarquia no plano da salvação. Em outras palavras, no plano da redenção, estabeleceu-se uma subordinação. Cristo se subordina a Deus e o Espírito Santo se subordina a Crista.

Deus o Pai é o chefe supremo, Deus o Filha é o Salvador e Redentor; Deus o Espírito Santo é o Ajudador que permanece ao lada dos cristãos, para os ajudar a compreender o plano divino.

Alguns autores procuram fazer uma diferença entre trindade funcional (econômica) e trindade metafísica. A trindade funcional seria uma manifestação da divindade, na distribuição especial que se atribui a cada um dos três seres di­vinos, na economia da redenção.

O Espírito de Profecia e a Trindade


A Igreja Adventista e a sua mensageira crêem na doutrina da Trindade por ser ela escriturística, logo divina:

“Há três pessoas vivas pertencentes a trindade celeste; em nome desses três grandes poderes -  o Pai, o Filho e o Espírito Santo-   Os que recebem a Cristo por fé viva - são batizados, e esses poderes cooperarão com os súditos obedientes do Céu em seus esforços para viver a nos­sa vida em Cristo.” O Evangelismo, p. 615

Três Dignitários Eternos  -  “Os eternos dignitários celestes —   Deus, Cristo e o Espírito Santo  —    munindo-os (aos discípulos) de energia sobre humana, avançariam com eles para a obra e convenceriam o mundo do pecado.”  O Evan­gelismo, p. 616.

“Mantende-nos onde os três grandes poderes celestes, o Pai, o Filho e o Espírito Santo se­jam a nossa eficiência. Estes poderes operam com quem se entrega irrestritamente a Deus.” The Sou­thern Watchman, 28—2 - 1094, p. 122.

“A nossa santificação é obra do Pai, do Fi­lho e do Espírito Santo. É o cumprimento do concerto que Deus fez com os que com Ele se unem, para permanecerem com Ele, com Seu Filho, e com o Espírito Santo em Santa Comunhão.” The Signs of the Times, 19/06/1901.

Quadro Sucinto da Trindade


Este quadro foi apresentado por Arnaldo B. B. Christianini em Radiografia do Jeovismo, p.90.

 

 

                                        PAI                    FILHO    ESPÍRITO SANTO

1.É Deus . . . . . . . . . .                            Isa.40:28      Rom. 9: 5         At. 5:3 e 4 up
                                    Êx.20:2 e           João 1: 1
                                   
outros

2.É eterno . . . . . . . .    Gen.21:23          Miq. 5: 2          Heb.9:14
                                    Sal.90: 2            Isa. 9: 6

3.É Criador . . . . . . . .         Isa. 42:5            João 1: 3           Gên. 1:2
                                    At. 17:24           Heb. 1:10          Sa1.104:30

4.É onisciente  . . . . . .        Prov.15:3           Mat. 9: 4           I Cor.2:10,11
                                    Sal.33:13           João 2:25           Isa. 40:13,14

5.É onipotente . . . . . .      Gên. 28:3           Mat.28:18         Sal.139:7
                                    Apoc. 1:8

6.É onipresente . . . . . Sal.139:1,8          Mat.18:20         Sal.139:7-10
                                                                Mat.28:20

7.É Senhor  . . . . . . . .     Sal. 86:12           Mat.14:32          II Cor.3:17,18
                                       Ez.13:20,27         Mar.16:19
8.É recriador . . . . . . .     Isa.65:17             II Cor.5:17         João 3:6
                                                                                              I João 5: 4

9.Tem  Mente . . . . . .           Rom. 11:34          I Cor.2:16         Rom. 8:27

10.É  Jeová . . . . .  . .   Isa.40:28            Ver: “Cristo         Atos 28:25
                                    e inúmeros         identifica-         comp. com
                                    textos                 do c/Jeová”      Isa. 9:6

11.É Santo . . . . . . . .                                                      Isa. 6:3;              Atos 3:14 II Cor.13:13
                                    5:16; Apoc.        Luc. 1:35         e inúmeros
                                    4:8
12.É a Verdade . . . .    .                                                                                                                                                                                                         Jer. 10:10           João 14:6 I João 5:6 up
                                    Zac. 8:8                                      João 16:13
13. Revela . . . . . . . .                                                      Dan. 2:28           Mat.11:27            I Cor. 2:10
                                                                  João 1:18      Efés. 3:5

14.É Presciente. . . . .     Isa.46:10            Mat.24:5-41           Atos 1:16
                                                                  Luc. 22:31             Heb. 9:8
                                                                                         II Ped. 1:21

CONCLUSÃO


la.      Se as Escrituras Sagradas chamam tanto o          Pai, quanto o Filho e o Espírito Santo de Deus,
porque há três seres, formando portanto uma Trindade.

2a. Jamais deve ser esquecido o fato de que seus autores eram na maioria judeus, portanto instransigentes defensores do monoteísmo.

3a.     A doutrina da trindade não é uma verdade insignificante, porém a mais profunda e extraordinária das revelações de Deus. A revelação desta verdade constitui a base de todas as outras grandes revelações divinas. Deus é na verdade uma Unidade, ou quem sabe com uma ex­pressão que transmita melhor a idéia original de Deut. 6:4, é uma  tri - Uniformidade ou Trindade. A tradução de Fenton que melhor procurou transmitir a idéia contida no original em Deut. 6: 4 assinala:

“Nosso Deus sempre vivente é uma Vida Indivisa”.


Seria interessante destacar que fala de uma  “Vida Indivisa” e não de uma Pessoa Indivisa.

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