A DIVINDADE
DE CRISTO
Pedro Apolinário – Sermões
Exaltando a Verdade – Casa Publicadora Brasileira – 1a. Edição
Professor de Grego e Exegese
Bíblica do Seminário Latino Americano de Teologia – Eng. Coelho, S.P
A divindade de Cristo é o fundamento
sobre o qual se assenta a Igreja. Faz parte do Credo fundamental da cristandade.
A Igreja Adventista, baseada na Bíblia,
sempre considerou a Jesus como verdadeiro Deus e verdadeiro homem. A posição
da nossa Igreja é que Cristo é auto-existente, incríado, da mesma natureza e
essência do Pai. Nossa convicção sobre a divindade de Cristo se encontra nas
Crenças Fundamentais da Igreja, que afirma: “Jesus Cristo é verdadeiro Deus,
sendo da mesma natureza e essência que o eterno Pai.”
Prezados irmãos, explicar a Trindade, a
humanidade e a divindade de Cristo e o Espírito Santo, muitas vezes, está além
da nossa compreensão. Trata-se evidentemente de verdades que transcendem o
nosso limitado entendimento e lógica humanos. Essas realidades apenas serão
alcançadas pela fé.
As
Escolas de Antioquia e Alexandria
Houve duas escolas que se tornaram muito
conhecidas quanto à humanidade e à divindade de Cristo. A de Antioquia,
enfatizando a natureza humana de Jesus; e a de Alexandria, valorizando a Sua
natureza divina.
A pessoa que mais se projetou nesta
desavença teológica foi Ário. Ele defendia que Cristo foi criado pelo Pai para
criar este mundo. Tão destacada influência exerceu no seu tempo (320 d.C.) que
80 por cento do mundo cristão cria no arianismo.
Os líderes eclesiásticos do seu tempo,
percebendo a nefasta influência da sua heresia, convocaram o Concílio de
Nicéia, em 325, no qual compareceram 318 bispos.
A figura que mais se destacou neste
conclave religioso, combatendo as idéias de Ario e defendendo a divindade de
Cristo, foi Atanásio, cujo credo formulado por ele é até hoje aceito e
respeitado pelo cristianismo.
A Igreja Católica em muitos pontos de
doutrinas se afastou da Bíblia, mas quanto à humanidade e à divindade de Cristo
ela sempre ensinou a doutrina bíblica.
As provas
para a divindade de Cristo não se encontram em raciocínios ou divagações
humanos, mas na infalível Palavra de Deus — as
Escrituras Sagradas.
Dos movimentos religiosos atuais existe
um, que tem dirigido as suas armas destruidoras contra a divindade de Cristo.
Referimo-nos, evidendemente, às Testemunhas de Jeová. Trabalhos existem,
preparados para combater este movimento religioso não cristão, como por exemplo
os de Arnaldo Christianini, Azenilto Brito e Pedro Apolinário.
Provas
Bíblicas da Divindade de Cristo
1ª.) Aceitação do título Filho de Deus
pelo próprio Cristo. É usado 40 vezes na Bíblia. Filho de Deus é um idiomatismo
hebraico, que significa divino. Os judeus para designar que a pessoa tinha um
vício ou uma virtude eles denominavam filho desse vício ou dessa virtude, Os
exemplos são muitos na Bíblia como filho da mentira = mentiroso; filho da luz - iluminado;
filho da paz =
pacífico; Filho de Deus divino; filho do
homem = humano. A confirmação se encontra
em João 19:7 quando os judeus disseram que Cristo deveria morrer porque a Si
mesmo Se fez Filho de Deus. Cristo afirmou que Ele era divino.
2a.) Aplicação a Cristo de
nomes e títulos que só se aplicam à divindade:
a) Emanuel — Deus conosco
(Mateus 1:23).
b) O
primeiro e o último (Apocalipse 1:17).
c) Alfa
e Omega (Apocalipse 22:13).
d) Rei
dos reis, Senhor dos senhores. O termo Senhor usado para Deus é também um
título para Cristo.
3a.) Atribuição a Cristo de
atributos que pertencem exclusivamente a Deus. Atributos são predicados,
qualidades, sendo os quatro principais:
a) Onipotência.
Mateus 28:18: “Toda a autoridade Me foi dada no Céu e na Terra.”
b) Onisciência.
Mateus 9:4: “Jesus, porém, conhecendo-lhes os pensamentos...
c) Onipresença.
Mateus 18:20: “Porque, onde estiverem dois ou três reunidos em Meu nome ali
estou no meio deles.”
d) Imutabilidade.
Hebreus 13:8: ‘Jesus Cristo, ontem e hoje, é o mesmo e o será para sempre.
4a.) A Bíblia também atribui
a Cristo privilégios possuídos e exercidos unicamente por Deus.
a) Criador (João 1:3; Hebreus 1:2).
b) Poder para perdoar pecados (Marcos 2:5-12).
c) Autoridade para ressuscitar morros (João
11:43).
5a.) Aplicação do nome Javé usado para Deus no Antigo
Testamento, é aplicado a Cristo no Novo Testamento. Há vários exemplos, mas
quero citar apenas um. Javé do Salmo
45:6 e 7 é usado para Cristo em Hebreus 1:8.
6a.) Cristo é citado sem pecado em
toda a Sua vida terrestre. São muito conhecidas as expressões:
a) Santo (Lucas 1:35)
b) Incontaminado (1 Pedro 1:19)
c) Separado dos pecadores (Hebreus 7:26)
7a.) Aceitou adoração que só
pertence a Deus. Mateus 14:33: “E os que estavam no barco O adoraram.”
Como
solucionaram este problema as Testemunhas de Jeová quando lhes apresentamos
essa prova? Os próprios tradutores o contornaram da seguinte maneira: quando o
verbo é usado para Deus, traduziram por ai/orar,
quando aplicado a Cristo, eles o vertem para
prestar homenagem.
Provas da Divindade no Evangelho de João
O objetivo principal de João ao escrever seu
evangelho foi provar a divindade de Cristo.
Eis algumas
provas:
a) A honra do Filho é a honra do Pai — João
5:23.
b) Ver a Cristo é ver a Deus — João
14:7-9.
c) Conhecer a Cristo é conhecer ao Pai — João
14:7.
d) Crer em Jesus é crer em Deus — João
5:19.
e) Cristo tem vida em Si mesmo como o Pai — João
5:26.
As cinco
passagens citadas provam a igualdade de Cristo com Deus o Pai. Pode-se
acrescentar:
1. Ele conseguia ler o coração humano — João
14:29.
2. Era infalível em Suas declarações — João
8:46.
3. Era capaz de predizer o futuro — João
14:29.
4. Tinha poder para transformar corações — João
1:12. Esta verdade precisa ser bem guardada: Cristo era e é uma Pessoa,
mas com duas naturezas — a
humana e a divina. A natureza divina continuou sendo igual à de Deus, mas na forma humana dependia do Pai e do Espírito Santo.
Às vezes,
Cristo fala como homem, outras, como Deus.
a) João 14:28: “Se Me amásseis,
alegrar-vos-íeis de que Eu vá para o Pai, pois o Pai é maior do que Eu.”
b) João 10:30: “Eu e o Pai somos um.”
Outras
Provas da Divindade de Cristo na Bíblia
1. No Antigo Testamento
a) Isaías 7:14: “Eis que a virgem
conceberá e dará à luz um filho e Lhe chamará Emanuel”; Emanuel em hebraico
significa Deus conosco.
b) Isaías 9:6: “Um menino nos
nasceu... e o Seu nome será: Maravilhoso, Conselheiro, Deus forte, Pai da
Eternidade, Príncipe da Paz.”
II. No
Novo Testamento.
Cristo é chamado de Deus sete vezes no Novo Testamento.
1ª.) João 1:1
2a.) João 20:28
3a.) Romanos 9:5
4a.) Tito 2:13
5a.) Hebreus 1:8
6a.) II Pedro 1:1
7a.) 1 João 5:20
A melhor prova da divindade de Cristo, em toda a Bíblia, é 1 João 5:20 onde
Ele é chamado de verdadeiro Deus.
b) A glória
de Cristo é prova inquestionável da Sua divindade. Em João 17:5 lemos: “E, agora, glorifica-Me, ó Pai, contigo mesmo, com a glória
que Eu tive junto de Ti, antes que houvesse mundo.
Deus através do profeta Isaías (24:8) declara que a Sua glória Ele não a
daria a outro. Se Cristo tem esta mesma glória é prova incontestável de que é
Deus.
c) Paulo, em
Colossenses 2:9, afirma: “Porquanto, nEle, habita, corporalmente, toda a
plenitude da Divindade.”
Ellen
White e a Divindade de Cristo
Seus escritos estão repletos de afirmações
claras, inequívocas e convincentes a respeito da divindade de nosso
Salvador.
“A plenitude da divindade em Jesus Cristo tem sido apresentada entre nós com beleza e ternura.” — Review and Herald.
“Cristo era Deus essencialmente e no sentido mais alto. Ele estava com Deus
desde toda a eternidade, Deus sobre tudo, para todo o sempre. O Senhor Jesus
Cristo, o divino Filho de Deus existia desde a eternidade, uma pessoa distinta,
mas um com o Pai.” — Review and
HeraId 05/04/1896.
Jesus
- O Deus Homem
1. Jesus era tão humano que era filho
de mulher; foi tão divino que era o incomparável Filho de Deus.
2. Jesus foi tão humano que Se
sujeitou ao batismo de arrependimento, ministrado por João; foi tão divino que
nunca teve que Se arrepender.
3. Jesus foi tão humano que em tudo
foi tentado; foi tão divino que em nada cedeu à tentação.
4. Jesus foi tão humano que teve fome;
foi tão divino que pôde dizer: “Eu sou o Pão da Vida.”
5. Jesus foi tão humano que teve sede;
foi tão divino que era a “Água da Vida”.
6. Jesus foi tão humano que pagou
tributo; foi tão divino que era o Senhor do Reino Espiritual.
7. Jesus foi tão humano que sentiu cansaço; foi tão
divino que lançou o convite de alívio aos cansados e oprimidos.
8. Jesus foi tão humano que chorou;
foi tão divino que consolou o corações aflitos e angustiados.
9. Jesus foi tão humano que sentiu o
peso da cruz; foi tão divino que a suportou com resignação, apesar de não ter a
menor culpa.
10. Jesus foi tão humano
que morreu; foi tão divino que vence a morte.
Conclusão
Jesus foi humano para levar os homens a Deus, e foi divino para trazer
Deus aos homens.
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