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quinta-feira, 24 de julho de 2014

ARTIGOS SOBRE A TRINDADE - A TRINDADE



A TRINDADE
Evidências no Antigo e Novo Testamentos apontam para a coeterna união do Pai, do Filho e do Espírito Santo

Woodrow W. Whhidden – Prof, de religião na Andrews University, USA.
Revista do Ancião jul.set. –2003

Os Adventistas do Sétimo Dia Crêem que... há um só Deus: Pai, Filho e Espírito Santo, uma unidade de três Pessoas co-eternas. Deus é imortal, onipotente, onisciente, acima de tudo e sempre presente. Ele é infinito e está além da compreensão humana, mas é conhecido por meio de Sua auto­revelação. Para sempre é digno de culto, adoração e serviço por parte de toda a criação. —  Crenças Funda­mentais, 2 -Nisto Cremos, pág. 31.

Essa citação expressa as convic­ções trinitárias dos adventistas do sé­timo dia. Ela representa a culminação Significativa do desenvolvimen­to doutrinário na história denominacional, um desenvolvimento que evoluiu de um pensamento distintamente não trinitário (muitas vezes expresso por um espírito antitrinitário) para o arianismo, semi-arianismo e então para o pleno triunfo da atual confissão de fé trinitária.

As questões-chave que deveriam ser descartadas são essencialmente as mesmas que a igreja do terceiro ao sexto séculos havia resolvido. Essas questões giram em torno das tensões entre a revelação bíblica que parecia apontar para a profunda unidade de Deus (a evidência unitária) e aquelas passagens que fortemente apontavam para a plu­ralidade das pessoas divinas na di­vindade (os textos Trinitários)’.

A Revelação Divina


Mais especificamente, as discus­sões centrais giravam em torno de duas questões-chave:
(1)   A deidade de Jesus Cristo é tão plenamente divina em substância e natureza quanto a deidade do Pai? e (2) O Espírito Santo é também plenamente divino e genuinamente pessoal tão divino e uma só pessoa, como o são o Pai e o Filho? Por volta da metade do século XX, semelhantemente à igreja do quarto século, os adventistas haviam chegado ao mesmo consenso nessas questões: concluí­ram que há um só Deus: Pai, Filho e Espírito Santo que Se mani­festam como uma uni­dade de três Pessoas co-eternas. Elas possuem as características divinas da imortalidade, onipotência, onisciência e da existência eterna, e o que pode ser dito da subs­tância da natureza divina do Pai pode também ser dito a respeito do Filho e do Espírito.

Embora incompreensível à mente humana, o Deus trinitário pode ser “conhecido por meio de Sua auto-revelação”. E é imutável a convicção dos adventistas do sétimo dia de que a revelação-chave de Deus se deu por meio de Jesus Cristo, o Filho infinito de Deus e a Segunda pessoa da Trindade. A obra-chave do Espírito Santo que procede do Pai e do Filho é atrair a atenção para o Filho. E ao enaltece-­Lo, o Pai é revelado e glorificado.

Historicamente, havia dois tipos básicos de objeção à com­preensão de urna divindade Trini­tária: (1) Baseadas nas Escrituras e (2) Baseadas na lógica. A principal tentação ao confrontar essas obje­ções tem sido gravitar entre solu­ções unitárias ou triteístas. Fomos persuadidos de que nem as Escritu­ras nem a lógica sustentam as interpretações unitarianas ou triteísticas.


Se pudéssemos apresentar evidên­cias suficientes do testemunho das Escrituras para sustentar a plena deidade do Filho e do Espírito, da­ríamos passos gigantescos na interpretação trinitária da evidência.
A seguir apresentaremos evi­dências bíblicas generalizadas para a unidade Trinitária da divindade e depois a objeção lógica à Trindade.

EVIDÊNCIAS NO ANTIGO TESTAMENTO

Uma das passagens mais freqüentemente citadas para apoiar as interpretações unitarianas da divindade é Deuteronômio 6:4. Essa grande passagem, conhecida como o “Santo Shema”, proclama diretamente a unidade de Deus: “Ouve, á Israel; o Senhor nosso Deus é o único Senhor.”

A leitura superficial desse texto poderia apontar para o unitaria­nismo, mas quando o significado da palavra hebraica traduzida como único” (‘echad) é explora­do em profundidade e comparado com a palavra yachid, os resulta­dos são reveladores: ‘echad na ver­dade significa “um (entre outros)

... A possibilidade de haver outros é inerente em ‘echad, mas yachid impede essa possibilidade.”2

A diferença entre ‘echad e yachid pode ser explicada melhor: ‘echad refere-se à unidade que resulta da união de várias pessoas, enquanto que yachid é usada, no hebraico, paira referir-se a um ser exclusiva­mente único. Contrastando com ‘echad, yachid “significa ‘um’ no sentido de ‘único’ ou ‘sozinho’ ”3 Contudo, Moisés preferiu empregar a palavra ‘echad para expressar a idéia de um entre outros em urna unidade conjunta ou partilhada.

Esse uso de ‘echad é nitidamente ilustrado pela forma como Moisés empregou essa palavra para descrever a união matrimo­nial: “Portanto deixará o homem a seu pai e a sua mãe, e unir-se-a à sua mulher, e serão uma (‘echad) só carne”. Temos aqui uma pluralidade de pessoas que entram em uma profunda unida­de múltipla a ilustração mais apropriada da unidade infinita da divindade múltipla.

Outras sugestões dessa “unidade” aparecem no primeiro livro da Bíblia, onde o Deus Cria­dor diz: “Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança” (Gên. 1:26). A pas­sagem apresenta a Deus falando de Si mesmo no plural. Ademais, quando Deus criou os seres humanos, em “nossa imagem” Ele estabeleceu a pluralidade de dois indivíduos distintos um do outro e, no entanto, capazes de tornarem-se um” (Gên. 2:24). Esses versos convincentemente retratam o fato histórico de que a multiplicidade da unidade envol­ve a imagem de Deus.

No entanto, há ainda mais uma evidência no registro de Gê­nesis e em Isaías que sugere a multiplicidade inerente a Deus:
(1)    Referindo-se ao pecado de Adão e Eva: “Então disse o Senhor Deus: Eis que o homem se tornou como um de nós, conhecedor do bem e do mal” (Gên. 3:22). (2) Na história do grande pecado do povo na Torre de Babel, Deus disse: “Vinde, desçamos, e confunda­mos ali a sua linguagem, para que um não entenda a linguagem de outro” (Gên. 11:7). (3) O profeta Isaías registra a notável visão na qual ele viu “o Senhor assentado sobre um alto e sublime trono”. Durante essa experiência, ele tes­temunhou o seguinte: “Depois disto ouvi a voz do Senhor, que dizia: A quem enviarei, e quem há de ir por nós?” (Isa. 6:8).

Embora nenhum desses exem­plos sejam coercitivos, sua força cumulativa provê evidência inte­ressante no Antigo Testamento para a multiplicidade de pessoas na divindade. As, evidências do Novo Testamento, porém, têm força maior.

EVIDÊNCIAS  NO NOVO TESTAMENTO

A passagem mais freqüente­mente citada se encontra em Mateus 28:19: “Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo”.

Por favor, note que o texto de­clara que os três membros da di­vindade têm nome (singular, não plural), sugerindo convin­centemente que Eles são Um em natureza e caráter.

Esse verso, juntamente com II Coríntios 13:14, oferece uma im­pressiva compreensão à vida da igreja apostólica primitiva. Essas duas passagens apresentam a saudação apostólica e a fórmula do próprio Cristo para o rito de ini­ciação (batismo) na família de Deus de forma trinitária. Ambas sugerem a unidade das três gran­des Pessoas que operam na re­denção e vida da igreja.

A evidência final da unidade da divindade surge da presença dos três no batismo de Jesus: “Ba­tizado Jesus, saiu logo da água, e eis que se Lhe abriram os céus, e viu o Espírito Santo de Deus des­cendo como uma pomba, vindo sobre Ele. E eis uma VOZ dos Céus, que dizia: Este é o Meu Filho amado, em quem Me comprazo” (Mat. 3:16 e 17).
Portanto, Jesus inicia formal-mente Seu ministério público de redenção na presença dos três membros do Trio Celestial Após o batismo, Jesus saiu do Jordão, o Espírito Santo desceu sobre Ele na forma de pomba e o Pai, de forma audível, proferiu palavras de aprovação e identidade do Céu. Essa cena convincente retrata a unidade de propósito partilhada entre a divindade. Tam­bém, claramente evidencia a dis­tinção de cada pessoa divina. Mateus não apresenta o Espírito e o Filho como manifestações ou personificações diferentes do Pai, mas como personalidades distin­tas em união com o Pai, mesmo enquanto dão toda aparência de propósito e caráter ao focaliza-tem a missão redentora do Filho.

Objeções lógicas à Trindade

Para muitos não trinitarianos o conceito de um igual a três pare­ce ilógico. Millard Erickson tem convincentemente sugerido que os trinitarianos necessitam dar uma resposta coerente a como po­demos, de forma lógica, conceber três como sendo um. Sugere que a vida real, o mundo prático, não tolera tal imprecisão matemática. Se eu fosse a um supermercado, comprasse três pães e me dirigisse ao caixa, e tentasse persuadi-lo de que realmente se trata de um pão e que, portanto, pagaria por um, rapidamente o funcionário cha­maria o segurança.

Assim sendo, os trinitarianos devem apresentar alguma afirmação razoável mente coerente para explicar como um é três e três são um, na vida da divindade. A questão é: o que há na natureza da divindade trina, que faz com que as pessoas alegadas     —        Pai, Filho e Espírito Santo  —     sejam uma?

A primeira resposta na lógica do pensamento trinitariano é admitir que estamos lidando com um profundo mistério. Embora prontamente crentes na Bíblia, quando o Livro Sagrado diz que Adão e Eva se tornaram um e, no entanto são dois, ainda precisamos sondar plena­mente a forma de ser de todo homem e toda virgem (ver Provérbios 30:18 e 19). Porém, no relacionamento de amor, se desenvolve uma profunda unidade. Então, esse relacionamento é iló­gico e incoerente?

Erickson aponta a maneira para uma solução crível: “Propomos pensar na Trindade como uma sociedade de pessoas que, contudo, são uma constituição. Embora essa sociedade de pessoas tenha dimensões em seus inter-relacionamentos que não se encontra entre os seres humanos, há alguns paralelos elucidativos. O amor é o que ata o relaciona­mento na Divindade, e une cada pessoa à outra.”4

Não surpreende aos adventistas do sétimo dia que Erickson então apele para 1 João 4:8 e 16: “Deus é amor.” Verdadeiramente compreendemos a profundidade dessa dedaração inspirada, tão irresistí­vel em sua aparente simplicidade? Sugerimos que essas três palavras contribuem profundamente para a nossa compreensão de um Deus que existe eternamente em um estado de Trindade “na unidade”5

Uma vez mais raciocinamos com o comentário sugestivamente intrigante de Erickson: “A declaração... ‘Deus é amor’, não é uma definição de Deus, tampouco mera­mente a declaração de um atributo entre outros. E exatamente a carac­terização fundamental de Deus.”

Para os adventistas do sétimo dia, a questão-chave a respeito de Deus tem uma referência definiti­va para a questão de Seu amor. E se Deus não é amor, no âmago de Seu ser, então qualquer questão relativa à Sua natureza pronta­mente desce a um estado de irre­levância bíblica. Não obstante, sentimos que o amor é a caracte­rização mais fundamental de Deus. Se Deus é verdadeiramente  —     em Sua essência  —    o Deus de amor (João 3:16 e I João 4:8), então considere o seguinte:

1. Poderia Aquele que já existia desde toda a eternidade e que nos fez à Sua imagem de amor - pode­ria esse Deus verdadeiramente ser chamado de amor se existisse apenas como um Ser solitário?

2. O amor, especialmente o amor divino, seria possível se Aquele que criou o Universo não fosse um ser múltiplo que estava exercitando o amor com Sua plura­lidade divina desde a eternidade?

3. Não há possibilidade de existir um amor verdadeiro, altruísta, a menos que proceda do tipo de Deus que, por natureza, era, é e será, por toda a eternidade, o Deus de amor.

4. De alguma forma, o Deus cria­dor, que é chamado de amor, é de­pendente de Seus seres criados para revelar e demonstrar o Seu amor?
5. Deus é uma Trindade de amor, e esse amor encontra-se em sua mais tocante revelação, na obra criativa, na encarnação, na vida, morte e ressurreição do Filho de Deus plenamente divino. No Deus-homem, o amor foi ple­namente demonstrado, e a divindade será total e cabalmente vin­dicada como o único poder que deve governar o Universo.

Os adventistas do sétimo dia crêem que a grande questão do pecado, salvação e adequação de Deus para governar, pode ser ple­namente vindicada apenas mediante a revelação desdobrada do amor trinitário. A unidade trinitária de Deus, por fim, não é ilógica, mas a fonte da única lógica que faz algum sentido conclusivo - um amor que é abnegado, mutuamente submisso e eternamente material, fluindo das benevolências do poder criativo e redentor.

Notas

1.  Esta história fascinante é suscintamente traçada por Jerry Moon em dois capítulos intitulados “Trinity and Antitrinitarianism in Seventh­Day Adventist History” (cap. 13) e “EllenWhite’s Role in the Trinity De­bate” (Cap 14) do livro The Trinity:
Understanding God’s Love, His Plan or Salvatian, and Christian Relationship, págs. 190-231, publicado pela Re­view and Herald. O persistente testemunho trinitário de Ellen White (especialmente a partir da década de 1880), teve influência formativa quando a denominação mudou sua tendência antitrinitariana.
2.  Gettin Acquainted with God, pág. 69.
3.  lbidem
4.  Ibidem

5.  Ibidem

1 comentário:

  1. AChei o atrtigo simples, porém, coerente com o propósito para o qual foi escrito. Analisar a Divindade múltipla à luz de I Jo. 4:8 foi, para mim, surpreendente. Recomendo a leitura.

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