Se os evangelhos não falam dos essênios, mencionam, ao contrário, os herodianos
(Mc 3,6 por exemplo), desconhecidos por outras fontes. É certo que Herodes
Magno, depois Antipas na Galiléia e mais tarde os dois Agripas não puderam
reinar sem contar com partidários e amigos que viviam provavelmente como seus
príncipes, no estilo judeu na Palestina, mas à moda romana fora de lá, na corte
e na vida particular. Deviam estar muito atentos a tudo quanto pudesse ser (ou
parecer) movimento messiânico que ameaçasse contestar seu poder.
OS MOVIMENTOS BATISTAS
No séc. I da nossa era devem ter existido, segundo se pensa,
movimentos de "despertar religioso". Desenvolveram-se entre o povo
simples e assim quase não deixaram vestígios literários. Parece que se
caracterizam pela vontade de propor a todos — e não mais a alguns — a salvação,
mesmo aos pecadores e aos pagãos (cf. Lc 3,7-14). O batismo, imersão na água,
feita uma vez por todas (o que o distingue dos ritos de purificação de outras
seitas) é um rito realizado em vista do perdão dos pecados.
Conhecem-se sobretudo dois grupos batistas: aquele que se reúne
em torno de João apelidado o Batista e que durará bastante tempo (cf. At 18,25
e 19,1-5) para que os cristãos sejam obrigados a polemizar contra ele — e o
grupo nascido em torno de Jesus que também batiza (Jo 3,22; 4,1-2). Esse último
grupo será evidentemente todo transfigurado pela pessoa de Jesus. A lado desses
dois grupos organizados, deviam multiplicar-se, no meio do povo, práticas
batistas.
Ainda nos nossos dias,
os mandeístas são os sobreviventes de tais grupos.
Esse movimento caracterizava-se
também pela rejeição do Templo e dos sacrifícios sangrentos. Até que ponto
Jesus adotava essas idéias?FONTE: CADERNOS BÍBÇLICOS
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