Os Essênios estão ligados, em grande parte, às descobertas
dos "manuscritos do Mar Morto" a partir de 1947. Mas antes que eles nos
abrissem assim sua biblioteca, eram conhecidos por Josefo, Fílon de Alexandrina
e Plínio, o Velho.
Sua história e sobretudo sua origem não estão ainda perfeitamente
esclarecidas. Parece certo, porém, que por ocasião da perseguição no tempo dos
Macabeus, alguns descendentes da família de Sadoc, os "filhos de
Sadoc" refugiaram-se no deserto; após uma crise no seio do grupo, os
tíbios voltam para casa, ao passo que os corajosos vão para Qumrã onde
encontram os primeiros exilados da perseguição. Esta fusão de leigos exilados
e de sacerdotes sadoquitas explicaria bem sua organização, muito
hierarquizada, que dá em todos os escalões um lugar insubstituível aos
sacerdotes; filhos de Sadoc.
Também certos pontos de sua vida não são claros: por muito
tempo se pensou que eles não se casavam, mas encontrou-se um tratado do
matrimônio e túmulos de mulheres . . . Viviam todos em Qumrã ou em comunidades
fechadas ou igualmente "no mundo"?
O que é certo em todo caso é seu apego, ainda mais
escrupuloso que o dos fariseus, às regras de pureza e seu tradicionalismo
absoluto em certos pontos: assim é que recusaram o calendário selêucida para
voltar ao antigo (o que explica que não celebravam a páscoa na mesma data que
o judaísmo oficial). Para serem puros, tomam diversos banhos por dia e,
sobretudo, renunciam a ir ao templo, por demais manchado na sua opinião,
depois que se alterou o calendário e que os sumos sacerdotes não são mais
sadoquitas. Preferem substituir os holocaustos pela santidade da sua vida,
aguardando que Deus queira restabelecer o culto e o Templo na sua pureza
original.
Consideram-se como o exército santo de Deus, que deverá combater
na terra e aniquilar todos os ímpios no momento em que Deus lhes der o sinal;
nesse momento, os anjos do céu também combaterão contra os demônios, num
combate escatológico que garantirá a vitória final de Deus, o aniquilamento de
todos os ímpios e o triunfo dos santos. Querem estar sempre ritualmente
prontos para essa guerra santa, mas, ao contrário dos zelotas, recusam-se a
iniciá-la enquanto Deus não lhes der o sinal.
Esses essênios são, como Josefo e Plínio nos descrevem, um grupo muito
fechado, mas fascinante para os judeus que querem se dedicar totalmente a Deus.
Qual foi seu impacto político sobre a sociedade judaica do séc. I? Ignoramo-lo
totalmente, exceto quanto à guerra de 66-70 na qual estão (a partir de que
"sinal" de Deus?) ao lado dos zelotas. Desaparecerão na tormenta
FONTE: CADERNOS BÍBÇLICOS
FONTE: CADERNOS BÍBÇLICOS
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