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sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

A ECONOMIA DA PALESTINA NO SÉCULO I





A terra pertence a Deus: esse é um dogma essencial da fé de Is­rael. Deus lhe deu o país de Canaã — que se chama Palestina ou País dos filisteus desde a época helenística. Israel vai, pois, valorizar esta terra e nós vamos estudar a economia da Palestina no séc. I da nossa era neste capítulo; mas diversas festas e a instituição religiosa lhe re­cordarão que é Deus quem permanece seu dono.

PANORAMA GEOGRÁFICO

A economia dum país depende muito da sua geografia. Recorde­mos alguns dados bem conhecidos.

O país tem a forma dum trapézio, cujas bases medem 50 e 100 quilômetros, para uma altura de 220 quilômetros. O Mediterrâneo o li­mita a oeste e o vale do Jordão, muito apertado, a leste; esse rio, cujo nome significa sem dúvida o descente, tem suas fontes nas faldas do Hermon; no lago Hulé, está a 68m acima do nível do mar, uns quinze quilômetros abaixo, no lago de Tiberíades, já está a 212 abaixo do nível do mar e se lança no mar Morto a 392m abaixo do nível do mar. Entre o Mediterrâneo e o Jordão, uma cadeia de montanhas forma a espinha dorsal do país: com 600 m de altitude em média, ela tem seus pontos mais altos na Alta Galiléia e em Hebron (1000 m) e apresenta uma depressão na fértil planície de Jezrael, a Meguido do AT (50 m). A leste do Jordão, sobe-se mui rapidamente para o planalto da Transjor­dânia (a Peréia), que se eleva entre 900 e 1200 m: a diferença de nível entre o Jordão e esse planalto é comparável à que existe entre o Dedo de Deus (1320 m) e a cidade do Rio de Janeiro!

O relevo, muito acidentado, é fator decisivo no regime das chu­vas: a Galiléia, encostada aos 2.800 m do Monte Hermon, recebe tan­ta água quanto as cidades mais úmidas da Mantiqueira: 1.000 mm. A planície do Saron (abaixo do Carmelo), a região montanhosa da Pales­tina central e a Transjordânia são também tão regadas como a região do ABC paulista. Ao con­trário, a depressão do Jordão não recebe prati­camente nada, tanto as­sim que na metade do seu comprimento ela é desértica, exceto alguns oásis como Jericó e os espessos bosques dos meandros do rio.

Infelizmente, as chu­vas caem praticamente todas entre novembro e março, e em pequena quantidade em outubro e abril. O verão é total­mente seco. O relevo faz com que essa água es­corra imediatamente, quase sem penetrar no solo, bem pobre em argi­la, não conseguindo con­servá-la. Os produtos na­turais do país são por­tanto árvores de folha­gem persistente que crescem sobretudo no inverno, ou plantas da estepe que secam no ve­rão. Mas o trabalho hu­mano e a irrigação po­dem mudar muitas coi­sas neste país de clima relativamente temperado; no tempo de Jesus, conseguiu-se aclimatar espécies normalmente incompatíveis: a maçã que gosta de clima fres­co e a palmeira que exige o calor!

A AGRICULTURA

O trigo constitui a base da alimentação e é cultivado um pouco por toda parte, embora cresça sobretudo na Galiléia; esta produz bem mais do que consome; armazena grandes quantidades precavendo-se contra a fome e ao mesmo tempo abastece a Judéia e Jerusalém, cu­jas necessidades são enormes por causa do afluxo dos peregrinos du­rante as festas. Só mesmo numa grande seca é que a Palestina se vê obrigada a importar trigo. Josefo menciona uma penúria desse tipo em 21 a.C. e em 49 d.C. O trigo produzido pode ser de diversas qualida­des; ora, para o Templo (feixes das primícias, pães da proposição ou ofertas espontâneas), não se aceita senão o melhor, que se encontra em três cidades da Judéia: Micmas, Zanoah e Hafaraim; tomar-se-ia também o trigo de Cafarnaum, se não tivesse que atravessar a Samaria, tornando-se impuro por causa disso mesmo . . .

A cevada, segunda cultura no processo de rotação, tem a mes­ma repartição que o trigo. Em caso de carestia, sua farinha substitui a do trigo para a população; habitualmente, é a farinha dos mais pobres e serve para fazer ração para o gado e as aves.

As figueiras são essenciais para a alimentação; durante a fome de 49 d.C. importam-se figos de Chipre, ao passo que normalmente produzem-se bastantes figos para exportar para Roma.

A oliveira é muito encontradiça em toda a Palestina; diz um dita­do que é mais fácil cultivar miríades de oliveiras na Galiléia do que educar um filho na terra de Israel! A Judéia, com o "monte das Olivei­ras" não é menos rica. A produção de óleo é aliás largamente superavitária e exporta-se óleo para o Egito e para a Síria. Não sendo esse óleo de primeira qualidade (exceto o de Técoa), costuma-se trazer óleo da Peréia para o Templo; mas como pelo caminho a mercadoria pode­ria se manchar, transportam-se as azeitonas, que só são prensadas em Jerusalém!

A vinha brota por toda parte na Judéia e deve ser de boa quali­dade pois o Templo não tem problema de abastecimento: lá o vinho serve para as libações (mas os sacerdotes não devem beber na hora do serviço); ele é indispensável para a festa da Páscoa, na qual quatro taças circulam durante a refeição (o vinho é cedido gratuitamente aos que não teriam recursos para comprá-lo); por todo lado, o vinho é a bebida costumeira de todo o Israel e certas marcas são exportadas para longe.

Entre as outras frutas ou legumes, citam-se sobretudo lenti­lhas, ervilhas, alface, chicória, agrião; há tal abundância de frutas e de legumes de toda espécie, que se costuma dizer que o peregrino tem certeza de encontrar tudo que precisa em Jerusalém. Plutarco afirma que todo dia chegam produtos da Palestina à mesa do imperador; en­tre eles, há certamente romãs e tâmaras de Jericó ou da Galiléia, pro­dutos célebres no mundo inteiro. Há ainda as maçãs da Galiléia e as nozes, os bombons da antiguidade.

Tudo isso dá a impressão de um país rico em árvores, entre as quais encontram-se também outras espécies como o salgueiro, a acá­cia, o loureiro, o cipreste, o pinheiro. A Palestina do séc. I é uma região bastante coberta de matas (enquanto as cabras e os turcos não a de­predaram). Antes de começar o assédio de Jerusalém, Vespasiano teve que desmatar as cercanias da cidade para poder enxergá-la bem.




Ano sabático — ano jubilar

A terra pertence a Deus, que a dá a todos os israelitas em igual medida: esse é um dogma essencial da lei judaica. Mas em conseqüência de transações, de venda ou endividamento, uns se tornavam grandes proprietários, enquanto que outros se vendiam como escravos. Para reencontrar o ideal de igualdade social, Is­rael inventou duas instituições: o ano sabático e o ano jubilar.
O ano sabático acontece de sete em sete anos (daí seu no­me). Nesse ano, a terra deve repousar e ficar inculta — os escra­vos israelitas são libertados e portanto suas dívidas abandonadas (Ex 21,2-6; 23,10-11; Dt 15,1-18; Lv 25,2-7). Diversos testemu­nhos nos mostram que essa lei foi efetivamente aplicada: 1 Mc 6,49.53; Josefo aponta diversos anos sabáticos observados em 164-163 a.C, 38-37 a.C, 68-69 d.C. Os romanos conheciam essa prática, pois Tácito escreve: "Como a preguiça tinha para eles seus atrativos, os judeus consagraram o sétimo ano a não fa­zer nada" (Histórias, 5,4).
O ano do jubileu, de cinqüenta em cinqüenta anos, vai ain­da mais longe: todas as terras devem ser redistribuídas, cada qual obtendo de novo a posse do patrimônio que tem de sua família e que poderia ter alienado (Lv 25,8-24). Parece que esta lei nunca foi aplicada. Nascida do sonho de Ezequiel de um Israel perfeito, permaneceu uma utopia. Mas não é papel da utopia propor-nos um ideal, irrealizável talvez, advertindo-nos de que não se poderá repousar antes de havê-lo atingido?1

1   Ver R. de VAUX, Les Institutions... I, pp. 264-270 ou J.-L. DECLAIS, "L'année du jubilé", em Une annêe sainte pour notre temps, Chalet, 1 974, pp. 41-64.




Encontram-se também algumas culturas mais especiais. Embo­ra os jardins sejam proibidos em Jerusalém, há entretanto um roseiral de onde se extrai para venda o óleo ou essência de rosas. Plínio, o Ve­lho, que escreve por volta de 75 d.C, menciona as trufas da Judéia: os romanos as apreciam tanto, que acabaram por aclimatá-las na Itália. O mesmo Plínio escreve: "De todos os perfumes, o mais apreciado é o bálsamo, do qual a Judéia, sozinha entre todas as terras, tem o privilé­gio . . . Os judeus não tiveram para com ele consideração alguma, não mais que pela própria existência deles. Os romanos tomaram sua defe­sa e houve luta por causa de um arbusto. Agora é o fisco que o cultiva e ele jamais foi tão abundante. . . Nele se faz uma incisão; do enta­lhe sai um líquido chamado opobálsamo . . . Na época em que Alexan­dre passou pela Judéia, recolhiam-se sete medidas (3,25 litros cada uma) e ele valia então duas vezes seu peso em prata. Hoje a sangria de uma única árvore produz mais. São entalhadas três vezes em cada ve­rão, e depois cortadas . . . Também os ramos são vendidos: o produto do próprio corte e dos brotos rendeu 800 mil sestércios, cinco anos após a conquista da Judéia. É o suco o que mais se aprecia, depois a semente, depois a casca, depois a madeira. O suco é às vezes falsifica­do com óleo tirado da semente ou com óleo de rosa, de alfena, confor­me aquilo de que se dispõe. Nenhuma fraude é mais freqüentemente atestada, pois o produto é vendido à razão de mil denários o sestário (1/2 litro), ao passo que no fisco custa 300 denários."(História natural XII, 54).

A pecuária é certamente o setor mais deficitário da Palestina. Josefo fala sem dúvida do leite muito abundante da Judéia-Samaria, o que supõe animais, mas de fato a estepe não produz senão pouca forragem. Na criação dos rebanhos, numerosos na Judéia, o interesse es­tá somente nas ovelhas (para a reprodução) e nos cordeiros (necessá­rios para o culto); prefere-se importar de Moab os carneiros, que co­mem sem produzir. Quanto aos bovinos, criados na planície de Saron, a política é a mesma: matam-se os vitelos machos e importam-se bois da Transjordânia. Se não houvesse a Samaria para atravessar, a Gali­léia poderia também fornecer bovinos para o Templo.

É o Templo o principal consumidor de carne, bem como as cama­das abastadas da população: parece que o povo miúdo só come carne na Páscoa ou por ocasião dos sacrifícios de comunhão (Lv 3). Outro elemento importante para o culto (já que muitos pobres não podem oferecer senão isto em sacrifício) são as pombas: são pegas na rede nas árvores e culturas da montanha da Judéia.

Em resumo, a Palestina do séc. I é um país bastante rico no setor agrícola, satisfazendo amplamente às suas necessidades, não obstante possuir uma população relativamente densa para a época: 600 mil ha­bitantes em 20 mil km2.

A INDÚSTRIA

Em primeiro lugar vem a pesca, por causa de seu papel na ali­mentação de cada dia. É intensa na costa mediterrânea, no Jordão e sobretudo no lago de Tiberíades; há importantes estabelecimentos de preparo e conserva: a cidade de Mágdala foi apelidada Tariches, pala­vra grega que significa salga alusão ao ofício de seus 40 mil habitantes (conforme Josefo que sempre aumenta as cifras!). D peixe, salgado ou defumado, é depois comercializado em todo o país.

Quem fala em salga pensa em sal; ora as fontes antigas nada di­zem da sua produção. Pode-se no entanto ter por certo que ele era ex­traído do mar Morto, chamado então mar do Sal, e do lago de Tibería­des.

A construção está em plena atividade. A ampliação do Templo, depois seu arranjo e embelezamento duram de 20 a.C. até 64 d.C; no fim dos trabalhos, para não deixar no desemprego os 18 mil operários da obra, com seu trabalho são calçadas as ruas de Jerusalém.

Por volta de 20 d.C, Herodes Antipas constrói a cidade de Tibería­des e fortifica Séforis e Júlias. Jerusalém cresce de tal modo que se estende além das muralhas construídas por Herodes Magno: em 41 d.C. Agripa vai proteger o novo bairro, ao norte, por um muro de 3500 metros de comprimento e de 5,25 de espessura.

É preciso ainda continuar, manter e embelezar as numerosas construções de Herodes Magno: Pilatos acrescenta um novo aqueduto a Jerusalém; a rainha de Adiabene manda construir para si um magní­fico túmulo ao norte da cidade santa. Foram encontrados em Jerusa­lém esgotos, que têm certas instalações notáveis (2m de altura, 80 cm de largura).

Fiação e tecelagem ocupam uma mão-de-obra sobretudo femi­nina, mas também homens, os tecelões, que são desprezados (porque são mentirosos ou porque executam um trabalho feminino?). A Judéia trabalha sobretudo com a lã (aí os carneiros são numerosos), enquanto que a Galiléia, atravessada por uma das rotas da Índia, especializou-se na seda proveniente da China e no linho (produzido no local?). Cober­tores, tapetes e outros produtos são abundantes e se exportam para Roma. Tintura e pisoamento (para impermeabilizar os tecidos) são muito bem representados em Jerusalém, e os historiadores nos dizem que esta é a grande especialidade da Síria-Palestina antiga. A tintura de púrpura, especialidade da cidade de Tiro, é realizada a partir dum crustáceo, o múrice, que se pesca na costa mediterrânea de Tiro a Jope: os judeus participam desta pesca.

A indústria do couro, alimentada sobretudo pelas peles das víti­mas oferecidas no Templo, é florescente: 18.000 cordeiros só para o rito pascal, dezenas de milhares de sacrifícios de comunhão em cada festa, os sacrifícios de expiação particulares (centenas por dia). A isso se acrescenta a pele dos animais abatidos para o açougue. As peles são curtidas, e depois transformadas e exportadas.

A cerâmica, importante em todos os tempos para o vasilhame e para guardar alimentos ou objetos preciosos (os rolos de Qumrã, por exemplo), é próspera neste primeiro século. Duas cidades da Galiléia, Kefar Hanania e Kefar Shilim, têm o monopólio da cerâmica imper­meável ao ar, ideal para conservar o óleo.

O betume, "substância viscosa e colante que, em certa época do ano bóia sobre as águas de um lago da Judéia chamado Asfáltico" (Plínio, His. Nat. VII, 13,3) é cuidadosamente recolhido e exportado sobretudo para o Egito onde "é utilizado não só para a calafetagem dos navios, mas também como remédio: entra na composição de mui­tos produtos farmacêuticos" (Josefo, Guerra judaica IV, 481).

Em Jerusalém concentra-se todo um artesanato de luxo, quer para o Templo (perfumes), quer para os peregrinos que já naquele tem­po apreciavam os bibelôs-lembranças da Cidade Santa!

Como centro de peregrinação, Jerusalém conhece ainda outros ofícios que são mais raros em outros lugares: padeiros, carregadores de água, barbeiros e até mesmo um serviço de limpeza urbana, para manter a pureza nas vizinhanças do Templo.

O COMÉRCIO

O comércio é sobretudo centrado no Templo que tem necessida­des enormes e recursos maiores ainda, graças à Didracma, o imposto cobrado de todos os judeus, mesmo dos que moram fora da Palestina (cf. p. 21). Mas também os diversos Herodes bem como os procurado­res têm suas cortes faustosas e as classes abastadas de Israel não fa­zem economia ...

O comércio interno  entre particulares é muito reduzido: a ele se prefere a troca no interior da aldeia, o que evita deslocamentos e por­tanto taxas (cf. p. 26). Mas todos os excedentes da produção vão para as cidades, sobretudo Jerusalém, cuja população supera os 50 mil ha­bitantes em tempo ordinário e chega a 180 mil na ocasião das grandes peregrinações. As mercadorias são transportadas em animais de car­ga, pois as estradas não permitem, senão excepcionalmente, a passa­gem de carros. Para os longos deslocamentos prefere-se o camelo, cuja carga útil é maior. Tem-se todo interesse em não viajar sozinho, mas em se agrupar em caravanas, que oferecem melhores garantias contra as agressões de bandidos de toda espécie. Existem sem dúvida verda­deiras sociedades de transportes; isto é atestado no setor dos trans­portes marítimos e fluviais em todo o império e em Palmira, onde uma sociedade tinha escritórios em Babilônia.

O comércio externo é mais conhecido.

As importações se referem todas a produtos de luxo: em primeiro lugar, os cedros do Líbano, por causa da nobreza da madeira e do com­primento das traves que deles se pode tirar para o madeiramento dos palácios ... No Templo utiliza-se o cedro, a figueira, a nogueira e o pi­nheiro como combustível para os sacrifícios; a oliveira é banal demais para ser digna desse serviço.

O Templo exige também incenso, que vem da Arábia, e parece ser muito caro. É também na Arábia que se compram muitos aromas que servem aos perfumistas, pedras preciosas, ouro ou mais simples­mente ferro, cobre (as minas de Salomão, perto de Áqaba, ficam lon­ge . . .).

Embora a Galiléia teça a seda, para o sumo sacerdote e a aristo­cracia civil e religiosa, manda-se também vir o tecido diretamente da Índia ou de Babilônia: escarlate, bisso, púrpura. Babilônia vende ain­da especiarias: informa-se por exemplo que uma caravana de 200 ca­melos levou pimenta para Jerusalém.

Corinto envia seu célebre bronze para a confecção de uma porta do Templo; talvez mande também seu mármore para os diversos palá­cios. Os capitéis jônicos e Coríntios, bem como as numerosas escultu­ras da época fazem supor pelo menos a presença de mestres vindos da Grécia.

As exportações, como vimos, consistem de alimentos, frutas, óleo, vinho, peixe ou de produtos industriais correntes como peles, teci­dos e betume. Os perfumes parecem ter sido a única produção de luxo a ser exportada.

Esse comércio está nas mãos de grandes negociantes que têm escritórios e depósitos em todo o império e que são um pouco de to­das as nacionalidades. É certo que entre eles há judeus que fazem questão, na velhice, de se instalarem em Jerusalém, perto do Templo e do Céu, mas também da Corte e dos seus prazeres . . . Esses nego­ciantes são verdadeiros banqueiros, que conhecem os cheques e os títulos ao portador e ao mesmo tempo são especuladores: conhece-se um que compra a plantação ainda verde de um camponês endividado. Graças aos produtos do solo e ao Templo que dá trabalho para boa parte dos judeus, a Palestina deveria ser aquele país onde correm o leite e o mel, onde as pessoas vivem felizes. Mas não é o que aconte­ce; um rabino da época declara: "As filhas de Israel são belas, pena que a pobreza as torne feias!" Esta pobreza é tão célebre que ela se torna o tema predileto das comédias pagãs da época . . . É que inter­vém dois elementos: o físico (cf. p. 26) e a desigual repartição das ri­quezas (cf. p. 60).


FONTE: CADERNOS BÍBÇLICOS

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