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quarta-feira, 14 de maio de 2014

A IDENTIDADE DO ANTICRISTO


O  governo  papal  herdou  o  poder  do  Império  Romano  e  cumpre profecias  bíblicas
 
“Roma deixou de ser o baluarte do paganismo e tomou-se a cabeça do  cristianismo”
(Ferdínand Lot)
 
José Carlos Ramos, D.Min., é professor de Daniel e Apocalipse no Seminário Adventista Latino-Americano de Teologia, em Engenheiro Coelho.
 É importante conhecer um detalhe profético de uma das mais significa­tivas profecias da Bíblia: Daniel 7. Esse detalhe aparece no último dos quatro animais que o profeta contemplou em visão: o chifre pequeno que surgiu e se desen­volveu entre os dez chifres do quarto animal.
Alguns comentaristas concordam, em li­nhas gerais, com as afirmações do pa­dre Matos Soares quanto ao signifi­cado dos símbolos de Daniel 7. Ele os interpreta no rodapé da página onde este capítulo aparece na versão bíblica católica de sua autoria, publicada por Edições Paulinas em 1962. Sua interpretação, a meu ver correta, é como segue:
“Uma leoa, que simboliza, com a sua força, o império de Babilônia... Um urso, que simboliza o império Medo-Persa... Um leopardo, o império da Macedônia e as rápidas conquistas de Ale­xandre Magno. — As quatro cabeças [do leo­pardo] são as quatro monarquias em que se dividiu este império. Um quarto animal, que representa o império Romano...
Se o leitor tiver em mãos as últimas edi­ções de Sinais, poderá constatar que a inter­pretação oferecida por Matos Soares coinci­de basicamente com aquela que tem sido aqui registrada. Com precisão histórica, ele expõe a sucessão de impérios dominadores representados na profecia. As quatro cabeças do leopardo, o terceiro animal, representam a quádrupla divisão a que os quatro princi­pais generais de Alexandre (Cassandro, Lisí­maco, Seleuco e Ptolomeu) submeteram o império greco-macedônico, após a morte do grande conquistador.
 
Invasão do Império — Segundo Matos Soares, os dez chifres do quarto animal, algo que cha­mou a atenção do profeta e que o padre traduz na forma de “dez hastes”, representam os nu­merosos estados a que deu origem a dissolu­ção deste império”. Esses “estados” se origi­naram das tribos bárbaras que invadiram o império. Foram ancestrais, como vimos, das nações da Europa Ocidental. Eram dez chi­fres, e dez tribos são relacionadas por estudio­sos do texto profético. As tribos e as nações delas oriundas podem ser mais bem visualiza­das na seguinte relação:
 
 
Tribo                Nação                              Tribo                    Nação
Alamanos        Alemanha        Lombardos      Itália
Visigodos         Espanha           Suevos                     Portugal
Francos            França             Hérulos          
-
Burgundos       Suíça               Vândalos        
-
Anglo-Saxões   Inglaterra         Ostrogodos    -
 
Naturalmente, a Europa Ocidental reúne maior número de nações que as alistadas acima. Uma razão é que houve tribos que deram origem a determinados grupos. Por exemplo, os alamanos foram os ancestrais do grupo germânico, e os anglo-saxões, do grupo formativo do Reino Unido. Por sua vez, as três últimas tribos relaciona­das foram erradicadas pouco tempo depois de se estabelecerem em terri­tório imperial.
E quanto ao “chifre pequeno”? Matos Soares indica o poder por trás do chifre pequeno, ou “haste pequena”, como ele traduz, afir­mando simplesmente que represen­ta o anticristo. Claro que a sua in­terpretação está correta, pois as ações do chifre pequeno na visão não deixam dúvida a respeito. De fato, só um poder com caráter de anticristo teria a ousadia de levá-las a efeito. Todavia, o padre não nos informa precisamente que poder, entre aqueles que se elevaram das cinzas do antigo império, cumpre a profecia. Se quisermos identificá-lo, teremos necessariamente que nos valer dos indícios oferecidos pela própria profecia e outras partes da Bíblia que tratam do assunto.
Na edição anterior de Sinais, ob­servamos que a profecia apresenta dez características específicas do chifre pequeno. É  relevante, a esta altura, a primeira delas, que aponta para um poder que haveria de se le­vantar no Império Romano.  O pro­feta viu na visão que o chifre peque­no apareceu no quarto animal, pre­cisamente aquele que representa esse império. Por outro lado, o apóstolo Paulo menciona, em 2a. Tessalonicenses 2, a vinda futura de uma entidade que se aproxima, em sua descrição, daquilo que Daniel 7 fala do “chifre pequeno” do quarto animal. Isso foi notado pelo padre Matos Soares, que, em sua versão bíblica, intitulou este capítulo de “apostasia geral e aparição do Anti­cristo”. Em outras palavras, na vi­são deste intérprete, Paulo está aqui falando do mesmo poder que, em Daniel 7, é representado pelo “chi­fre pequeno”.
Entre outras coisas, o apóstolo afirma que este poder, nos termos desta versão, “se sentará no templo de Deus, apresentando-se como se fosse Deus” (2a. Tess. 2:4). Unindo as duas feições mencionadas do an­ticristo, a de Daniel 7 e a de 2~ Tes­salonicenses 2, pergunta-se: quem, nos domínios do antigo Império Romano, se assenta num templo e ostenta-se “como se fosse Deus”? Dos poderes que se levantariam da­quele império, quem cumpre a pro­fecia? A única resposta possível é: o sistema papal de governo eclesiásti­co, mais conhecido como papado. Este poder acabou por se estabele­cer precisamente na própria capital do antigo império, Roma.
E não é apenas este fato que con­solida o papado como o legítimo sucessor do trono imperial. Segun­do o historiador Will Durant, a Igreja “não se limitou a tomar algu­mas formas e costumes religiosos da Roma pré-cristã — a estola e ou­tras vestes sacerdotais, o uso do in­censo e da água benta nas purifica­ções, o círio e a luz perpetuamente acesa nos altares, a adoração dos santos, a arquitetura da basílica, a lei romana como lei básica da lei ca­nônica, o título de Pontifex Maxi­mus, para o supremo Pontífice, e no século IV o Latim como língua ofi­cial. [...] A grande coisa que Roma deu à Igreja foi uma vasta estrutura de governo que, quando a autorida­de secular desabou, veio a se tornar a estrutura do governo eclesiástico” (César e Cristo, II, pág. 285). Outro historiador, Ferdinand Lot, afirma:
“De maneira imprevista, Roma dei­xou de ser o baluarte do paganismo e tornou-se a cabeça do cristianis­mo. O poder dos bispos cresceu, vencendo toda a resistência, e vemo-los tomando o lugar do impe­rador no ocidente” (The End of the Ancient World, pág. 39).
E quanto às outras característi­cas? Na última edição de Sinais, vi­mos que a profecia de Daniel 7 reú­ne outras nove características profé­ticas do chifre pequeno. Se, de fato, este símbolo representa o papado, essas características devem ser cum­pridas nele e por ele. Se uma delas faltar, a interpretação não é digna de crédito. Então, o único caminho é constatar se realmente cada uma de­las pode ser confirmada como pró­pria desse poder. Aguarde!
 

    

 
FONTE:  Sinais dos Tempos    Julho–Agosto/2003

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