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quarta-feira, 14 de maio de 2014

AUTENTICIDADE DA MENSAGEM DE DANIEL 2ª PARTE


 

A forma como as profecias de Daniel foram registradas, somada ao fato de muitas delas alcançarem um exato cumprimento em eventos que partem do domínio babilônico e avançam  – como é suposto pela alta crítica - até os dias      de Antíoco Epifanio, têm levado os eruditos liberais a estabelecerem o 2o. século a.C. como época da produção do livro. Isso é feito numa tentativa de justi­ficarem o vaticinia ex  eventu como crité­rio de interpretação. Fossem aceitas as evi­dências que indicam o 6o. século em lugar do segundo, teriam de aceitar o elemento genuinamente preditivo da mensagem pro­fética e reconhecer o caráter sobrenatural e divino de tais predições.
O conceito interpretativo conhecido como vaticinia ex eventu determina que a exposição profética não passe de um simples relatório de eventos históricos numa roupagem profética o historiador se “des­loca” para um tempo anterior aos eventos e então os narra na perspectiva de um pro­feta. Esse é o tratamento dado a uma gran­de porção do material profético de Daniel, que inclui os capítulos 2, 7, 8, 9 e particu­larmente 11:2-35. Os versos restantes des­se capitulo, são os únicos que conteriam predições genuínas, pois tratam dos últi­mos lances da carreira de Antioco, que es­tariam ainda por acontecer. Nesse caso, afirmam os liberais, o escritor se equivo­cou prevendo fatos que jamais ocorreram.
Esse parecer da alta crítica, é adequa­damente expresso na seguinte afirmação liberal do Dr. Brownlee: “O fim de Antíoco, predito em Daniel 11:40-45, difere da his­tória de sua morte em I e II Macabeus, e, portanto, representa presumivelmente predição real da parte do autor de Daniel, a qual nunca se cumpriu.” ~William H. Brownlee, Tbe Merning of tbe Qumran Scrolls  for the Bible, págs. 35 e 36).
 
A  IRRAZOABILIDADE   DA ALTA CRÍTICA
 
Nesse ponto, a alta critica é incoeren­te, pois oferece ao livro de Daniel um tra­tamento diverso daquele oferecido a ou­tras porções não explicitamente proféti­cas da Bíblia, aceitando a data tradicionalmente adotada para a produção dessas porções, em vista das evidências providas pelos documentos arqueológicos de Qumran (os manuscritos do Mar Morto).
Por exemplo, os críticos abandonaram a idéia de que determinados Salmos e os li­vros de Eclesiastes e 1 e II Crônicas foram originalmente escritos no tempo dos  Maca­beus (2o. século a.C.). Esta era a posição sus­tentada por eles até a descoberta dos ma­nuscritos do Mar Morto. Agora concordam com uma data bem anterior, em vista de có­pias destas porções bíblicas terem sido en­contradas em Qumran. A razão disto é que entendem que tais cópias não teriam sido fritas de originais tão recentes, os quais, por outro lado e acima de tudo, não teriam tido tempo para chegar a ser considerado mate­rial canônico como realmente o foram. A data das cópias é calculada ser em tomo de 120 a.C. Por que não chegam às mesmas conclusões em relação às cópias de Daniel, encontradas no mesmo sítio arqueológico, e datadas mais ou menos da mesma época?
O que aqui se observa é um clássico exemplo de como um critério preconcebi­do de interpretação normatiza qualquer es­tudo introdutório de um livro. Daniel não poderia ser o autor -  sem considerar as evi­dências que apontem para isso, porque se­gundo o livro ele foi um profeta, e profetas, no sentido clássico, não existem. A época não pode ser o 6o. século, também não im­portando as evidências desse fato, porque ninguém pode com tal exatidão prever o que irá acontecer. O local não pode ser Babia­bilônia, embora tudo indique que sim, por­que esta não foi o palco dos principais acontecimentos descritos, e sim a Palestina. E vamos por ai afora, parafraseando Daniel 2:36:  “esta é a interpretação (a dos liberais) e a abordagem introdutória não pode ser outra se não a que eles oferecem.
 
É A ALTA CRÍTICA CONFIÁVEL?
 
Resta então indagar: Está correta a in­terpretação liberal? E o preterismo a ex­pressão da verdade? Não pode esta forma de interpretação ser um grande equívoco, e, em resultado, as próprias questões per­tinentes a autoria, data, local, e natureza do escrito, serem abordadas de maneira igualmente equivocada?
Com todo o respeito, cremos que sim. Negar um livro profético da Bíblia é negar a própria Bíblia, pois toda ela é de nature­za profética. Mesmo uma olhadela super­ficial ao Velho Testamento é suficiente pa­ra nos convencer de que os profetas que falaram em nome de Deus não apenas descreveram os eventos de seus dias, mas adiantaram o que haveria de vir num futu­ro próximo e também distante. Portanto, rejeitar as profecias de Daniel como ge­numas, é rejeitar o dom profético e o fato de que o Deus verdadeiro Se revela, e se­gue cumprindo o Seu propósito na Histó­ria. É, finalmente, negar o próprio cristia­nismo, cujo Fundador viu em Daniel um profeta, e em suas profecias o elemento preditivo da História (Mateus 24:15).
Que Daniel foi considerado um porta-voz de Deus a Seu povo e a seus opresso­res é claramente discernido em sua mensa­gem, dada com profundidade tal que o pró­prio profeta quase sempre ficava sem cap­tar plenamente o alcance da revelação. A parte histórica demonstra vividamente que o propósito divino vai sendo cumpri­do mesmo quando aparentemente os opressores triunfam. A parte profética cla­ramente atesta que este propósito conti­nuará a ser cumprido até que alcance seu ponto culminante na restauração final. E is­so a despeito de toda oposição que esses opressores continuarão a oferecer Assim, as profecias de Daniel não se estendem até Antíoco, como querem os intérpretes libe­rais. Elas alcançam os nossos dias, e se es­tendem além, até a consumação final.
Tomando o próprio 2o. século como re­ferência, Harrison questiona a posição libe­ral nestes termos: “Se a obra é realmente uma retroprojeção do tempo dos Maca­beus, como tem sido reivindicado por mui­tos críticos, não é fácil ver como judeus be­ligerantes poderiam ter sido encorajados por uma narrativa de história passada feita na aparência de uma profecia, como nos capítulos 8 e 11. Ademais, desde que algu­mas das seções apocalípticas estiveram aparentemente além da compreensão do próprio Daniel, não dá para imaginar que os judeus macabeus teriam tido qualquer grau superior de entendimento ou ilumi­nação, e conseqüente encorajamento, con­siderando que muitas das alusões são tão enigmáticas que desafiam uma explicação ou identificação precisa, particularmente em Daniel 11:30-45” (R. K. Harrison, “Da­niel, The International Standard Bible Enclclopedia, vol. 1, pág. 862).
O fato é que o 6o. século é a época da produção, como atesta a forma de intro­dução dada pelo escritor às visões. Schwantes observa que Daniel registra a data das visões, o que igualmente ocorre em Ezequiel, Ageu e Zacarias, todos do 6o.século. Produções posteriores, incluindo o livro de Malaquias, e particularmente as obras pseudo-proféticas do 2o. século, como Jubileus e Enoque, fogem a esse padrão. “O hábito de datar as visões, tal como se esboça no livro de Isaías e que tem seu pleno florescimento nos livros de Jeremias e Ezequiel, continua influen­ciando os profetas Daniel e Ageu, para lo­go declinar posteriormente. É pois evi­dente que essa constatação favorece a data tradicional do livro de Daniel, em que se pese a preferência da data pro­posta pela critica liberal.” (S. J. Schwan­tes, “La Fecha del Libro de Daniel”, theo­logica VIII, nº 2, pág. 93)
Quando os judeus se viram assediados por terríveis inimigos, a impressão era de que não haveria qualquer condição de es­cape e muito menos de vitória. Mas o rei Josafá, cheio dc fé e coragem, conclamou o povo a se apegar às promessas de Deus apresentadas por Seus porta-vozes:  Crede no Senhor, vosso Deus”, bradou  ele, “e es­tareis seguros; crede nos Seus profetas e prosperareis” (II Crónicas 20:20). Em se­guida veio o maravilhoso livrimento: o próprio Deus batalhou por Seu povo e venceu os inimigos.
Esse fato continua verdade hoje. Se queremos viver uma vida cristã vitoriosa, e desfrutar acima de tudo a salvação pro­vida por Deus, ainda temos que dar a de­vida atenção à palavra profética da Bíblia, que será qual lâmpada a nos guiar nos obscuros caminhos deste mundo até que a lua divina raie para sempre em nossa vi­da (IIPedro 1:19). É por essa razão que conceitos negativistas, tais como os da al­ta crítica, que ignoram o valor profético do livro de Daniel, precisam ser sumaria­mente rejeitados.
 

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