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quarta-feira, 14 de maio de 2014

PROFECIAS DE DANIEL E OS DONOS DO MUNDO


 

Deus usou símbolos para descrever os poderes que atuam em nosso planeta

 

“Os símbolos comunicam expressivamente à mensagem e a tornaram mais impressiva na consciência”

 

José Carlos Ramos, D.Min., é professor de Daniel e Apocalipse no Seminário Adventista Latino-Americano de Teologia, em Engenheiro Coelho, SP.

 
Daniel, um admirável livro profético da Bíblia, tem uma mensagem im­portante para o nosso tempo. No capítulo 7, o profeta apresenta o segundo plano profético de sua obra. A partir desta edição, estudaremos o conteúdo desse capitulo e seu significado.
Para revelar as profecias, Deus usou mui­tos símbolos. Alguns pensam que Ele deveria ter facilitado as coisas, anunciando-as em linguagem literal. Mas Deus foi muito sábio quando decidiu empregar símbolos. Ao con­trário de ser um entrave no processo da reve­lação, os símbolos a tornam interessante e a disponibilizam de modo mais efetivo. No an­seio de conhecer o que significam, o estu­dante se empenhará por compreendê-los, indo a fundo na investigação bíblica e inten­sificando sua comunhão com Deus. E, com isso, ele só tem a ganhar.
Os símbolos comunicam expressividade à mensagem e a tornam mais impressiva na consciência. Além disso, Deus pode ser bem mais específico com os símbolos, pois uma fi­gura vale mais que muitas palavras. O Apoca­lipse, por exemplo, poderia ser considerado “o livro dos símbolos”, devido ao tipo de lin­guagem que o caracteriza. Todavia, o termo significa “revelação”, e jamais enigma, misté­no ou ocultação.
Há também envolvido um fator de seguran­ça. Os que servem a Deus sempre contam com inimigos. Os símbolos, nesse caso, funcionam como um código que tor­na a mensagem prati­camente inacessível a eles. Isso é impor­tante, porque a pro­fecia, em vários lances, faz alu­são a esses ini­migos, e, se as referên­cias fossem explícitas, a hostilidade seria maior.
Categorias de símbolos     Daniel 7 usa duas cate­gorias principais de símbolos: elemento ani­mal e elemento humano, como representação de forças respectivamente contrárias e favorá­veis a Deus. Em outras palavras, Deus tem ini­migos e tem também aliados. O quadro mos­tra como essas categorias aparecem distribuí­das no texto da visão.

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|______________Símbolos__________________________________|                                                 


|Versos   |    Elemento animal   |   Elemento humano                          |                                                                               |

 

3              |    Quatro Animais    |   ----                                                    |


| 4            |    Leão                        |     Mente humana dada ao leão          |

| 5            |    Urso                        |   ----                                                    |

| 6            |    Leopardo                |   -----                                                   |

| 7, 19      |    Monstro terrível      |    ----                                                   |

| 7, 20      |    Dez chifres             |    ----                                                    |

| 8, 20, 21|    Chifre pequeno       |    Olhos e boca humanos neste chifre |

| 13          |    ---                            |    Filho do homem                              |

 

Para acompanhar melhor as considerações a seguir, seria extremamente útil você abrir a Bíblia em Daniel 7 e ler os versos indicados.

No verso 1, Daniel inicia informando em que circunstância e tempo a visão lhe foi dada. Esta ocorreu na forma de um sonho no primeiro ano do reinado de Belsazar, o último rei de Babilônia. A identidade deste rei foi, por muito tempo, motivo de controvérsia entre estudiosos do Antigo Testamento. Os liberais consideravam o relato bíblico fictício, por causa do aparente conflito com o testemunho dos historiadores clássicos, segundo os quais o último rei de Babilônia foi Nabonido.

Hoje se sabe que ambos, Bíblia e historia­dores, estão corre­tos. Na realidade, Nabonido foi o último rei de Babilônia, e Belsazar, que era seu filho, assumiu o tro­no na forma de co-regente. Isso se deduz de um

documento conhecido como Relató­rio em Verso de Nabonido, publicado pelo arqueólogo Sidney Smith em 1924. Aí é afirmado que este rei, no terceiro ano de reinado, confiou a di­reção do reino ao filho mais velho, Belsharuzur (inequivocamente o Belsazar da Bíblia), e partiu para a conquista de Tema na Arábia.

Segundo Heródoto, Nabonido te­ria subido ao trono em 556 a.C. Como os babilônicos computavam o primeiro ano de um rei como sendo o seguinte ao da ascensão, o primeiro ano de Belsazar foi 553 ou 552 a.C. Este é o tempo desta visão. Babilônia continuaria no domínio do Oriente por pelo menos mais 12 anos.

No verso 2, o profeta contempla em visão o Mediterrâneo agitado pe­los “quatro ventos”. Em profecia, “muitas águas” significam “povos, multidões, nações e línguas” (Apoc. 17:15). “Ventos” apontam para co­moções naturais, políticas, ideológi­cas ou religiosas que marcam o dia-a-dia do planeta. O ser humano vol­tado ao pecado não tem paz (Isa. 48:22). Assim, o mar das nações aparece aqui agitado pelos quatro ventos. Injustiças, intolerância, per­seguição, opressão e conflitos de toda a natureza caracterizam a his­tória da humanidade, desde que o mal aqui se estabeleceu,

Das águas agitadas do “Grande Mar” (verso 3), Daniel contemplou, um após o outro, o surgimento de quatro animais. Assim, do redemoi­nho das agitações políticas e sociais do mundo, determinadas nações se sobressaem e impõem o domínio. Mas levantam-se para cair, cedendo espaço para as que lhes sucedem. Não é o que se constata na História?

Nos versos 4-8, o profeta passa a descrever esses animais. O primeiro éum leão alado que afinal recebe um co­ração humano e se ergue como um ho­mem. O segundo é um urso feroz que se apóia em uma das patas e traz entre os dentes três costelas. O terceiro é um leopardo guarnecido com quatro asas e quatro cabeças. Finalmente, surge o quarto animal causando tremendo im­pacto: era “terrível, espantoso e sobremodo forte”. Com dentes de ferro, ne­nhum animal podia com ele. Em sua cabeça ostentava dez chifres, do meio dos quais se levantou outro, pequeno de início, mas que se tomou mais for­te que os anteriores. Este chifre possuia olhos e boca humanos, e diante dele três dos dez chifres caíram.

No transe profético, o vidente passa deste mundo para o ambiente celestial (versos 9-14). Ele vê o as­sentamento de tronos e Deus toman­do o Seu lugar. “Milhares de milhares e miríades de miríades” estão diante dEle. Livros são abertos e tem inicio a solene sessão do tribunal divino. O julgamento culmina com dois resul­tados: (1) o domínio é tirado dos animais e (2) é outorgado a “um como o Filho do homem “, que deve reinar para todo o sempre.

Ansioso por saber o que tudo aquilo significava, Daniel, ainda em visão, pediu a ajuda de um anjo (ver­sos 15 e 16). Nos versos 17 e 18, o anjo interpreta as duas categorias de símbolos sucintamente, mas com precisão: (1) os quatro animais sim­bolizavam quatro reinos que exerce­riam domínio sobre a Terra; (2) o Fi­lho do homem entregará o reino aos “santos do Altíssimo”.

Os quatro remos referidos são:

Babilônia, que dominou o mundo de 605 a 539 a.C.; a Medo-Pérsia, entre 539 e 331 a.C.; o império gre­co-macedônico, de 331 a 168 a.C.; e finalmente Roma, de 168 a.C. a 476 dc. Mas chegaria o tempo em que o tribunal de Deus decidiria a quem deveria ser entregue, para sempre, o domínio do mundo: os santos do Altíssimo.

Daniel queria saber mais. Quem dominaria depois de 476? O anjo nada falara sobre os dez chifres do quarto animal, aquele chifre peque­no que tinha olhos e boca humanos, e quando o tribunal divino começa­ria os seus trabalhos. E de nossa par­te indagamos: não afirma o Novo Testamento que o Filho do homem é Jesus Cristo? Como o anjo interpre­ta esta figura representando “os san­tos do Altíssimo”? Aguarde os próxi­mos números.

 

Sinais dos Tempos    Julho-Agosto/2002

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