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quinta-feira, 15 de maio de 2014

REVELAÇÕES DE DANIEL CAPÍTULO 12 A VITÓRIA FINAL

 
Daniel 12 deve ser estudado como uma extensão de Daniel 11, e com aplicação ao "tempo do fim."  Aqui temos o desfêcho final da batalha entre o bem e o mal, Miguel, o grande Príncipe e o Dragão.  Este é o clímax do livro de Daniel.  A Vitória Final é consolidada com a segunda vinda de Jesus e a restauração do povo de Deus.  Jesus descerá do Céu com toda Sua glória e esplendor, acompanhado pelos Seus milhares de anjos, e pelos “exércitos do céu em cavalos brancos, e vestidos de linho fino, branco e puro” (Apoc. 19:14, 7-8); estes são aqueles numerosos santos que ressuscitaram com Jesus (Mat. 27:51-53), ascenderam ao céu com Ele, e agora O escoltam neste triunfal retorno à terra.  Jesus descerá do céu em meio às nuvens; os céus se enrolam como um pergaminho; as ilhas se movem dos seus lugares; as sepulturas se abrem e se concretiza a tão esperada ressurreição da grande seara de justos mortos. Essas são as cenas de emoção descritas em Daniel 12.  Quando tentamos aplicar os textos ou os períodos de tempo de Daniel 12 ao passado, enfraquecemos a unidade do capítulo, e tiramos o texto fora do contexto. 
 
Ellen G. White identifica o contexto de Daniel 12 e dos períodos de tempo aqui mencionados, com a proclamação final e poderosa das três mensagens angélicas de uma forma compacta na voz do quarto anjo de Apoc. 18;[1] um tempo de provação em que os filhos de Deus serão “purificados, e embranquecidos, e provados”, e quando “a abominação desoladora” será imposta. 
 
 
Preste antenção ao comentário feito por Ellen G. White sobre Daniel 12:8-13   
“Duas vezes indagou Daniel: Quanto falta para o fim do tempo?  ‘Eu pois ouvi, mas não entendi: Por isso eu disse: Senhor meu, qual será o fim destas coisas?  E Ele disse: Vai, Daniel, porque estas palavras estão fechadas e seladas até ao tempo do fim.  Muitos serão purificados, e embranquecidos e provados; mas os ímpios procederão impiamente, e nenhum dos ímpios entenderá, mas os sábios entenderão.  E desde o tempo em que o contínuo sacrifício for tirado e posta a abominação desoladora, haverá mil duzentos e noventa dias (1290).  Bem-aventurado o que espera e chega até mil, trezentos e trinta e cinco dias (1335).  Tu, porém, vai até ao fim; porque repousarás e estarás na tua sorte no fim dos dias” (Dan. 12:8-13). 
 
“Foi o Leão da tribo de Judá que abriu o livro, e deu a João a revelação do que deve acontecer nestes últimos dias.”[2] 
O conteúdo do Livro Selado com Sete Selos, segundo Ellen G. White, não tinha a ver com o passado, mas com o que deve acontecer nos últimos dias, isto é, o último período da igreja, a Era do Juízo.  Ela primeiro cita Daniel 12:8-13 e relaciona este texto ao desselamento dos Sete Selos e em seguida à proclamação final da três mensagens angélicas.  
 
“Daniel ficou na sua sorte para dar seu testemunho, que foi selado até ao tempo do fim, quando devia ser proclamada ao mundo a mensagem do primeito anjo.  Esses assuntos são de infinita importância nestes últimos dias; mas enquanto ‘muitos são purificados, e embranquecidos, e provados’, ‘os ímpios procederão impiamente, e nenhum dos ímpios entenderá’.  Como isso é verdade!  O pecado é a transgressão da Lei de Deus; e os que não aceitarem a luz com relação à Lei de Deus, não compreenderão a proclamação da primeira, segunda e terceira mensagens angélicas.”[3] 
É bastante evidente na página 115 de Testemunhos para Ministros, que Ellen G. White associa os versos de Daniel 12:8-13, que falam dos 1290 dias e 1335 dias com os eventos que vão acontecer no tempo do desselamento dos Sete Selos[4], que é ao mesmo tempo, o período em que as três mensagens angélicas são proclamadas ao mundo; este também é o tempo em que a Lei de Deus, por tanto tempo pisada, é restaurada e proclamada ao mundo na força da mensagem dos três anjos.  Há dois períodos importantes na proclamação da mensagem dos três anjos:
·         Primeiro, a proclamação inicial da primeira e segunda mensagens, justo no início do Juízo Investigativo dos Mortos em 1844.
·         Segundo, a proclamação final e compacta das três mensagens angélicas, no poder da voz do quarto anjo de Apoc. 18:1-4, justo no período em que for emitido o Decreto Dominical e começar o processo do Selamento.  Este será o tempo do Juízo dos Vivos, e neste tempo todos serão selados, ou pelo Selo do Deus Vivo ou pelo Selo da besta.  
 
Comentando ainda sobre Daniel 12 Ellen G. White diz: “As coisas reveladas a Daniel foram mais tarde completadas pela revelação feita a João na ilha de Patmos.  Esses dois livros devem ser cuidadosamente estudados. . . .  O livro de Daniel é descerrado na revelação a João, e nos transporta para as últimas cenas da história da Terra.”[5]  De fato, o contexto do capítulo doze de Daniel não foca o passado e sim “as últimas cenas da história da Terra.”  
 
“Mas a promessa é clara de que bênção especial acompanhará o estudo dessas profecias.  ‘Os sábios entenderão’ (Dan. 12:10), foi dito com respeito às visões de Daniel que deviam ser abertas nos últimos dias.”[6]  
 
1 – Naquele Tempo Se Levantará Miguel  Daniel 12:1 
 
"Nesse tempo, se levantará Miguel[7], o grande Príncipe,  (esse é o tempo predito em Apoc. 8:1-5 em que Jesus Se levanta para lançar o incensário sobre a terra e fechar a porta da graça) o defensor dos filhos do teu povo, e haverá tempo de angústia, qual nunca houve (só existe uma ‘angústia qual nunca houve’, esta mesma angústia também é citada em Mateus 24:21), desde que houve nação até aquele tempo; mas naquele tempo será salvo o teu povo, todo aquele que for achado inscrito no livro."
 
  • Miguel Se Levanta
  • Lança o Incensário Sobre a Terra
  • O Fechamento da Porta da Graça
Daniel 12:1 deve ser estudado junto com Apocalipse 8:1-5 porque estão falando do mesmo assunto.  Ao lermos os textos de Ellen G. White a seguir, torna-se evidente a associação que ela faz entre esses três pontos:
“Vi então que Jesus não abandonaria o lugar santíssimo sem que cada caso fosse decidido, ou para a salvação (selado pelo Selo do Deus Vivo) ou para a destruição (selado pelo selo besta); e que a ira de Deus (período da destruição da besta e das sete pragas) não poderia manifestar-se sem que Jesus concluísse Sua obra no lugar santíssimo, depusesse Seus  atavios sacerdotais, e Se vestisse com vestes de vingança.  Então Jesus sairá de entre o Pai e os homens, e Deus não mais silenciará, mas derramará Sua ira sobre aqueles que rejeitaram Sua verdade.  Vi que a ira das nações, a ira de Deus, e o tempo de julgar os mortos eram acontecimentos separados e distintos, seguindo-se um ao outro; outrossim, que Miguel não Se levantara e que o tempo de angústia, tal como nunca houve, ainda não começara.  As nações estão-se irando agora, mas, quando nosso Sumo Sacerdote concluir Sua obra no santuário, Ele Se levantará, envergará as vestes de vingança, e então as sete últimas pragas serão derramadas.”[8]
 
“Foi-me indicado o tempo em que a mensagem do terceiro anjo estava a finalizar-se (a mensagem do 3º anjo ganhará força exatamente quando sair o Decreto Dominical, e sua proclamação contiunará sendo feita com poder cada vez maior até que cada caso esteja decidido, e o povo de Deus esteja selado). 
“O poder de Deus havia repousado sobre Seu povo; tinham cumprido a sua obra, e econtravam-se preparados para a hora de prova que diante deles estava.  Tinham recebido a Chuva Serôdia, ou o refrigério pela presença do Senhor, e se reanimara o vívido testemunho.  A última grande advertência tinha soado por toda parte e havia instigado e enraivecido os habitantes da Terra que não quiseram receber a mensagem.
 
“Vi anjos indo aceleradamente de um lado para o outro no Céu.  Um anjo com um tinteiro de escrivão ao lado voltou da Terra, e referiu a Jesus que sua obra estava feita, e os santos estavam numerados e selados.  Então vi Jesus, que havia estado a ministrar diante da arca, a qual contém os Dez Mandamentos, lançar o incensário.  Levantou as mãos e com grande voz disse: Está feito.  E toda a hoste angélica tirou suas coroas quando Jesus fez a solene declaração: ‘Continue o injusto fazendo injustiça, continue o imundo ainda sendo imundo; o justo continue na prática da justiça, e o santo continue a santificar-se.’ Apoc. 22:11”[9]
 
Cada caso fora decidido para vida ou para morte.  Enquanto Jesus estivera ministrando no santuário, o Juízo estivera em andamento pelos Justos Mortos, e a seguir pelos Justos Vivos. . .  Retirando-Se Jesus do lugar santíssimo, ouvi o tilintar das campainhas sobre as Suas vestes; e, ao sair Ele, uma nuvem de trevas cobriu os habitantes da Terra.
 
“Não havia então mediador entre o homem culpado e Deus, que fora ofendido.  Enquanto Jesus permanecera entre Deus e o homem culposo, achava-se o povo sob repressão; quando, porém, Ele saiu de entre o homem e o Pai, essa restrição foi removida, e Satanás teve completo domínio sobre os que afinal se não arrependeram.”[10]
“Deixando Ele o santuário, as trevas cobrem os habitantes da Terra.  Naquele tempo terrível os justos devem viver à vista de um Deus santo, sem intercessor.”[11]
 
A Angústia Qual Nunca Houve
“E haverá um tempo de angústia qual nunca houve desde que houve nação até aquele tempo” (Dan. 12:1).
 
Todo o contexto do capítulo doze de Daniel está voltado para as últimas cenas da história da terra.  “O povo de Deus precisa estudar que tipo de caráter eles precisam formar para passarem pelo teste e prova dos últimos dias.  Muitos estão vivendo em fraqueza espiritual e recaídas.  Eles não sabem o que crêem.  Vamos ler e estudar o capítulo 12 de Daniel.  Esta é uma advertência que todos nós devemos entender antes do tempo do fim.”[12]
 
Quantas “angústia qual nunca houve” existem?  Será que podem existir duas ou mais?  Honestamente, quando Deus fala de uma “angústia qual nunca houve desde que houve nação até aquele tempo” (Dan. 12:1), Ele está falando de um tempo de angústia único, incomparável com qualquer outro. 
 
Existem dois diferentes textos na Bíblia que falam de uma "angústia qual nunca houve." 
  • O primeiro é Daniel 12:1
  • O segundo é Mateus 24:21-22. 
  • Os dois textos devem estar falando da mesma angústia, porque tanto o contexto de Daniel 12 como o de Mateus 24 é o tempo do fim.  Em Daniel 12 Miguel Se levanta para “lançar o incensário sobre a terra” e fechar a porta da graça, e em Mateus 24:21-22 Jesus diz que aquele tempo de angústia é abreviado por amor aos escolhidos, por amor aos que foram Selados pelo Selo do Deus Vivo.  Aqui está falando exatamente da angústia final que antecede a volta de Jesus.
O tempo de angústia começa com a perseguição que se desencadeará contra os observadores do sábado antes do fechamento da porta da graça, e vai se intensificando à medida que o fim da graça se aproxima.  O tempo de angústia que antecedeu o fechamento da porta da graça vai se estender ao tempo em que as pragas estiverem sendo derramadas sobre a terra.  Esse será o período da Angústia de Jacó.
 
O Tempo de Angústia e o Decreto Dominical
O tempo de angústia que antecede o fechamento da porta da graça é provocado pelo Decreto Dominical, e neste tempo milhares que ainda estão em Babilônia se unirão ao Remanecente de Deus.
“Mas Deus ainda tem um povo em Babilônia; e antes de sobrevirem Seus juízos, esses fiéis devem ser chamados a sair, para que não sejam participantes dos seus pecados e não incorram nas suas pragas. . .
“Há muitos que nunca tiveram oportunidade de ouvir as verdades especiais para este tempo.  A obrigatoriedade do quarto mandamento nunca lhes foi apresentada em sua verdadeira luz.  Aquele que lê os corações e prova todos os intuitos, não deixará que pessoa alguma que deseje o conhecimento da verdade seja enganada quanto ao desfecho da controvérsia.  O decreto não será imposto ao povo cegamente.  Cada qual receberá esclarecimento bastante para fazer inteligentemente a sua decisão.”[13]
“A igreja apelará para o braço forte do poder civil, e nesta obra unir-se-ão romanistas e protestantes.  Ao tornar-se o movimento em prol da imposição do domingo mais audaz e decidido, invocar-se-á a lei contra os observadores dos mandamentos.  Serão ameaçados com multas e prisão, e a alguns se oferecerão posições de influência e outras recompensas e vantagens, como engodo para renunciarem a sua fé. . .   Os que forem citados perante os tribunais, defenderão desassombradamente a verdade, e alguns que os ouvirem serão levados a decidir-se a guardar todos os mandamentos de Deus. . .
Como os defensores da verdade se recusam a honrar o descanso dominical, alguns deles serão lançados na prisão, exilados, e outros tratados como escravos. . .
Ao aproximar-se a tempestade, uma classe numerosa que tem professado fé na mensagem do terceiro anjo, mas não tem sido santificada pela obediência à verdade, abandona sua posição, passando para as fileiras do adversário. . .  Homens de talento e maneiras agradáveis, que se havima já regozijado na verdade, empregam sua capacidade em enganar e transviar as almas.  Tornam-se os piores inimigos de seus antigos irmãos.  Quando os observadores dosábado forem levados perante os tribunais para responder por sua fé, estes apóstatas serão os mais ativos agentes de Satanás para representá-los falsamente e os acusar.”[14]
 
“Servos de Deus com o rosto iluminado e a resplandecer de santa consagração, apressar-se-ão de um lugar para outro para proclamar a mensagem do Céu.  Por milhares de vozes em toda  a extensão da terra, será dada a advertência. . .  Assim os habitantes da Terra serão levados a decidir-se. . .  Apesar das forças arregimentadas contra a verdade, grande número se coloca ao lado do Senhor.”[15]
 
A Angústia de Jacó e o Decreto de Morte
Deixando Ele (Jesus) o santuário, as trevas cobrem os habitantes da Terra.  Naquele tempo terrível os justos devem viver à vista de um Deus santo, sem intercessor.  Removeu-se a restrição que estivera sobre os ímpios, e Satanás tem domínio completo sobre os que finalmente se encontram impenitentes. . .
 
“Como o sábado se tornou o ponto especial de controvérsia por toda a cristandade, e as autoridades religiosas e seculares se combinaram para impor a observância do domingo, a recusa persistente de uma pequena minoria em ceder à exigência popular, fará com que esta minoria seja objeto de execração universal.  Insistir-se-á em que os poucos que permanecem em oposição a uma instituição da igreja e lei do Estado, não devem ser tolerados. . .  Expedir-se-á, por fim, um decreto contra os que santificam o sábado do quarto mandamento, denunciando-os como merecedores do mais severo castigo, e dando ao povo liberdade para, depois de certo tempo, matá-los.”[16]
 
A noite de angústia de Jacó, quando lutou em oração para obter livramento da mão de Esaú (Gên. 32:24-30), representa a experiência do povo de Deus no tempo de tribulação. . .  Satanás tinha acusado Jacó perante os anjos de Deus, pretendendo o direito de destruí-lo por causa de seu pecado; havia incitado Esaú para marchar contra ele; e, durante a longa noite de luta do patriarca, Satanás esforçou-se por incutir nele uma intuição de culpa, a fim de o desanimar e romper sua ligação com Deus.  Jacó foi quase arrastado ao desespero; . . .  Tinha-se arrependido sinceramente de seu grande pecado, e apelou para a misericórdia de Deus.  Não se demoveria de seu propósito, antes segurou firme o Anjo, insistindo em seu pedido com ardentes e angustiosos brados, até prevalecer.”[17]
 
Assim como Satanás influenciou Esaú a marchar contra Jacó, instigará os ímpios a destruírem o povo de Deus no tempo de angústia.  E assim como acusou a Jacó, acusará o povo de Deus.  Conta com as multidões do mundo como seus súditos; mas o pequeno grupo que guarda os mandamentos de Deus, está resistindo a sua supremacia. . .   Ele vê que santos anjos os estão guardando, e deduz que seus pecados foram perdoados; mas não sabe que seus casos foram decididos no santuário celestial. . .
 
“Acusando Satanás o povo de Deus por causa de seus pecados, o Senhor lhe permite que os prove até o último ponto.  Sua confiança em Deus, sua fé e firmeza, serão severamente postos à prova. . .  Estão perfeitamente cônscios de sua fraqueza e indignidade.  Satanás se esforça por aterrorizá-los com o pensamento de que seus casos não dão margem a esperança, que a mancha de seu aviltamento jamais será lavada.  Espera destituir-lhes a fé, de tal maneira que cedam às suas tentações.”[18]
 
“Mas ao mesmo tempo em que têm uma profunda intuição de sua indignidade, não possuem falta oculta para revelar.  Seus pecados foram examinados e extinguidos no juízo. . .
“Todos os que se esforçam por desculpar ou esconder seus pecados, permitindo que permaneçam nos livros do Céu, sem serem confessados e perdoados, serão vencidos por Satanás. . .
A história de Jacó é também uma segurança de que Deus não rejeitará os que forem enganados, tentados e arrastados ao pecado, mas voltaram a Ele com verdadeiro arrependimento.”[19]
 
“O ‘tempo de angústia como nunca houve’ está prestes a manifestar-se sobre nós; e necessitaremos de uma experiência que agora não possuímos, e que muitos são demasiado indolentes para obter.  Dá-se muitas vezes o caso de se supor maior a angústia do que em realidade o é; não se dá isso, porém, com relação à crise diante de nós. . .  É nesta vida que devemos afastar de nós o pecado, pela fé no sangue expiatório de Cristo.  Nosso precioso Salvador nos convida a unir-nos a Ele, a ligar nossa fraqueza à Sua força, nossa ignorância à Sua sabedoria, aos Seus méritos nossa indignidade.”[20]
 
“O povo de Deus não estará livre de sofrimento; mas conquando perseguidos e angustiados, conquanto suportem privações, e sofram pela falta de alimento, não serão abandonados a perecer.  O Deus que cuidou de Elias, não desamparará nenhum de Seus abnegados filhos.  Aquele que conta os cabelos de sua cabeça, deles cuidará; e no tempo de fome serão alimentados.  Enquantos os ímpios estão a morrer de fome e pestilências, os anjos protegerão os justos, suprindo-lhes as necessidades. . . . ‘O seu pão lhe será dado, as suas águas serão certas.’”[21]
 
Se Fosse Possível, Mas Não Será Possível
Em Mateus 24:23-24 lemos”Então se alguém vos disser: Eis que o Cristo está aqui, ou ali, não lhe deis crédito; Porque surgirão falsos cristos, e falsos profetas e farão tão grandes sinais e prodígios que, se fosse possível enganariam até os escolhidos.”
Jesus está falando da Sua volta e da contrafação que Satanás fará personificando Cristo na terra. 
“Como ato culminante no grande drama do engano, o próprio Satanás personificará Cristo. . . .  Em várias partes da terra, Satanás se manifestará entre os homens como um ser majestoso, com brilho deslumbrante, assemelhando-se à descrição do Filho de Deus dada por S. João no Apocalipse (1:13-15).  A glória que o cerca não é excedida por coisa alguma que os olhos mortais já tenham contemplado.  Ressoa nos ares a aclamação de triunfo: Cristo veio! Cristo veio!  O povo se prostra em adoração diante dele, enquanto este ergue as mãos e sobre eles pronuncia uma bênção, assim como Cristo abençoava Seus discípulos quando aqui na terra esteve.  Sua voz é meiga e branda, cheia de melodia.  Em tom manso e compassivo apresenta algumas das mesmas verdades celestiais e cheias de graça que o Salvador proferia; cura as moléstias do povo, e então, em seu pretenso caráter de Cristo, alega ter mudado o sábado para o domingo, ordenando a todos que santifiquem o dia que ele abençoou. . .  É este o poderoso engano, quase invencível. . . .  Mas o povo de Deus não será desencaminhado. . . .  E, demais, não será permitido a Satanás imitar a maneira do advento de Cristo.  O Salvador advertiu Seu povo contra o engano neste ponto, e predisse claramente o modo de Sua segunda vinda . . . (Mat. 24:24-27).  Não há possibilidade de ser imitada esta vinda.  Será conhecida universalmente, testemunhada pelo mundo inteiro.”[22]
 
Grande será esse engano, mas os escolhidos, ou seja, os selados, não serão enganados.  Se um amigo estivesse visitando sua cidade, e  lhe dissesse: “Olha, se fosse possível eu iria até a sua casa.”  O que realmente ele estaria dizendo?  Obviamente que não iria.  Assim também Jesus disse: “se fosse possível enganariam até os escolhidos.”  Em outras palavras, Jesus está afirmando que é impossível Satanás enganar os escolhidos de Deus, e essa impossibilidade se deve ao fato de que Satanás somente assumirá completo controle da terra, e personificará Cristo, quando os filhos de Deus já estiverem selados pelo Selo do Deus Vivo, e a porta da graça já estiver fechada.
 
O Tempo Será Abreviado
Que tempo Jesus disse que seria abreviado?  “E, se aqueles dias não fossem abreviados, nenhuma carne se salvaria; mas por causa dos escolhidos serão abreviados aqueles dias” (Mat. 24:22).
Jesus afirma que o tempo da “angústia qual nunca houve” será abreviado.  “Contudo, por amor dos escolhidos o tempo de angústia será abreviado . . .  O fim virá mais rápidamente do que os homens esperam.”[23]
A perseguição e angústia do povo de Deus sempre estão ligadas à supremacia de Roma Papal.  Em visão João viu a perseguição Papal contra a igreja na Idade Média:
“E a mulher fugiu para o deserto onde já tinha lugar preparado por Deus, para que ali fosse alimentada durante mil duzentos e sessenta dias” (Apoc. 12:6).  A perseguição medieval durou três anos e meio proféticos (538 – 1798).  Mas tanto João, em Apocalipse 13, como Ellen G. White na visão do Grande Conflito, afirmam que haverá uma nova supremacia Papal no tempo do fim, e que tal supremacia está vinculada à imposição do Decreto Dominical.
 
A pergunta que sempre se faz é: Quanto tempo durará a “angústia qual nunca houve”?  Jesus diz que este tempo será abreviado, mas como o tempo pode ser abreviado?  O princípio profético de dia/ano, não abrevia o tempo, antes  aumenta-o.  De onde surgiu a expressão “três anos e meio’?  A primeira vez que essa expressão foi usada, Deus aplicou-a ao domínio de Jezabel sobre o Seu povo.  Foram três anos e meio literais.
“Elias era homem sujeito às mesmas paixões que nós, e, orando, pediu que não chovesse, e, por três anos e seis meses, não choveu sobre a terra” (Tiago 5:17).
 
No Apocalipse, Jezabel é um símbolo de Roma Papal: “Mas tenho contra ti que toleras Jezabel, mulher que se diz profetisa, ensinar e enganar os meus servos, para que se prostituam e comam dos sacrifícios da idolatria” (Apoc. 2:20)
Na profecia bíblica Jezabel e Roma Papal são a mesma coisa.  Na profecia de Daniel 7:25 e Apoc. 12:6 esse período de tempo de três anos e seis meses literais, foram transformados em tempo profético, usando o princípio dia/ano, para representar o tempo em que Jezabel/Roma Papal reinaria sobre a Igreja Cristã (538 – 1798).  Essa foi, realmente, uma angústia prolongada de 1260 anos.  Mas em Apocalipse 13:1-17 e Mateus 24:21-22 Jesus está falando da supremacia final de Jezabel/Roma Papal, e afirma que essa angústia seria abreviada, provavelmente de tempo profético para tempo literal. 
Temos evidências que nos levam a pensar que as palavras de Jesus podem estar se referindo aos três anos e seis meses literais dos dias de Jezabel, que vão se repetir novamente com Roma Papal.  A primeira vez que Deus usou o período de três anos e seis meses foi no sentido literal; a segunda vez, foi no sentido profético, e agora na terceira e última vez, pode ser novamente literal.  Por que não?  Há um tipo de resistência contra essa interpretação, mas por que resistirmos as evidências?
 
Ellen G. White diz claramente que no tempo do fim, 1844 para frente, não teríamos mais profecias usando o princípio dia/ano.  Ela está comentando Apocalipse 10:1-11 falando exatamente do “livrinho aberto”, que é o livro de Daniel, especialmente a parte selada, que tem a ver com o tempo em que Deus anunciará o Seu segredo, “o segredo de Deus” (Apoc. 10:7).  Analise essa declaração:
 
Este tempo, que o anjo declarou com um solene juramento, este não é o fim da história deste mundo, nem o fim do tempo de graça, mas o fim do tempo profético que deveria preceder o advento do nosso Senhor(acabou o tempo profético, o princípio dia/ano).  Isto é, o povo não terá mais outra mensagem de tempo definido.  Depois deste período de tempo, alcançando 1842 a 1844, não há esboço definido do tempo profético (desta declaração entende-se que depois de 1844 não teríamos mais profecias fazendo uso do princípio dia/ano) .  O mais longo (tempo profético) alcançou o outono de 1844.”[24] 
 
Ellen G. White não está dizendo que não haveria mais profecia de tempo, pois a Bíblia ainda tem profecias de tempo que vão se cumprir no tempo do fim.  Alguns exemplos: 
  • Apocalipse 20 apresenta, incontestavelmente, uma profecia de tempo de Mil Anos literais. 
  • Apocalipse 9:4-5 “e foi-lhes dito que não fizessem dano à erva da terra, nem a verdura alguma, nem a árvore alguma, mas somente aos homens que não teem nas suas testas o Sinal de Deus.  E foi-lhes permitido, não que os matassem, mas que por cinco meses os atormentassem . . .”  Aqui temos mais uma profecia de tempo a se cumprir no tempo do fim pois está falando claramente que serão atormentados todos os “homens que não teem o Selo de Deus”.  Portanto, essa profecia só poderá se cumprir após o selamento do povo de Deus que será após o Decreto Dominical.
  • Apocalipse 13:5 “E foi-lhe dada uma boca para proferir grandes coisas e blasfêmias; e deu-se-lhe poder para continuar por quarenta e dois meses”.  Esta é outra profecia de tempo para o tempo do fim pois está falando que quando a besta ferida de morte fosse curada, toda a terra se maravilharia após a besta (v.3) e adorariam à besta (v. 4 e 8), e a besta novamente abriria a sua boa para proferir grandes coisas e blasfemias e receberia poder para continuar por 42 meses (v.5).  É impossível negar que estes textos todos estejam falando do tempo em que Jezabel/Roma Papal voltará a reinar sobre a toda a terra.
  • Cristo e o anticristo:  o estudande da profecia bíblica percebe claramente que o anticristo procura agir exatamente como se fosse o próprio Cristo.  Esse, de fato, é o pecado do anticristo.  Cristo perdoava pecados, logo o anticristo também reivindica o poder de perdoar pecados.  Cristo aceitava ser adorado, logo o anticristo também aceitaria ser adorado e reverenciado.  Os anjos não aceitam adoração (Apoc. 19:10); Pedro não aceitou ser adorado (Atos 10:25-26); mas o papa aceita ser adorado.  Cristo teve um curto ministério na terra de três anos e seis meses literais, logo o anticristo também por certo terá uma supremacia de três anos e seis meses literais, ou 42 meses.  Se ele não agisse como Cristo na terra, não seria chamado de anticristo.
O contexto do tempo do fim sugere que qualquer profecia de tempo seja entendida como literal.  Ellen G. White diz que “os útlimos acontecimentos serão rápidos.”
 
2 - Uma Ressurreição Especial.  Daniel 12:2 
"E muitos dos que dormem no pó da terra ressuscitarão, uns para a vida eterna, e outros para vergonha e desprezo eterno." 
 
A Ressurreição Especial 
Daniel 12 fala de duas ressurreições, a primeira, (Dan.12:2), é uma Ressurreição Especial, incluindo os justos que morreram na fé da mensagem do terceiro anjo, e os ímpios que participaram na morte de Jesus.  A segunda (Dan. 12:12-13), é uma Ressurreição Geral de Justos, da qual Daniel faz parte (Apoc. 20:6).  Vamos primeiro analisar a Ressurreição Especial.
 
"Foi à meia-noite que Deus preferiu livrar o Seu povo.  Estando os ímpios a fazer zombarias em redor deles, subitamente apareceu o Sol, resplandecendo em sua força e a Lua ficou imóvel.  Os ímpios olhavam para esta cena com espanto, enquanto os santos viam, com solene alegria, os indícios de seu livramento.  Sinais e maravilhas seguiam-se em rápida sucessão.  Tudo parecia desviado de seu curso natural.  Os rios deixavam de correr.  Nuvens negras e pesadas subiam e batiam umas nas outras.  Havia, porém, um lugar claro de uma glória fixa, donde veio a voz de Deus, semelhante a muitas águas, abalando os céus e a terra.  Houve um grande terremoto.”[25]  Abrem-se  sepulturas, e "muitos dos que dormem no pó da terra ressuscitarão, uns para a vida eterna, e outros para a vergonha e o desprêzo eterno." (Daniel 12:2) Todos os que morreram na fé da mensagem do terceiro anjo saem do túmulo glorificados, para ouvirem o concerto de paz, estabelecido por Deus com os que guardaram a Sua lei.  ‘Os mesmos que o traspassaram’ (Apocalipse 1:7), os que zombaram e escarneceram da agonia de Cristo, e os mais acérrimos inimigos de Sua verdade e povo, ressuscitam para contemplá-Lo em Sua glória, e ver a honra conferida aos fiéis e obedientes."[26]
 
 
 
3 - A Recompensa dos que a Muitos Ensinam a Justiça. Daniel 12:3 
"Os entendidos, pois, resplandecerão como o resplendor do firmamento; e os que a muitos ensinam a justiça refulgirão como as estrelas, sempre e eternamente."
 
“’O que ganha almas sábio é. . . .’  O que é efetuado mediante a cooperação dos homens com Deus é uma obra que jamais perecerá, mas subsistirá pelos séculos eternos.”[27]  “Nas cortes do céu, quando os redimidos estiverem reunidos no lar, eles permanecerão o mais próximo do Filho de Deus.  Eles brilharão com fulgor nas cortes do Senhor, serão honrados porque sentiram ter sido uma honra ministrar aqueles por quem Ele deu a vida.”[28]  
 
4 - O Livro Selado até o Tempo do Fim.  Daniel 12:4 
"E tu, Daniel, fecha estas palavras e sela este livro, até ao fim do tempo (séc. XIX); muitos correrão de uma parte para outra, e a ciência se
multiplicará.” 
 
De acordo com as profecias de Daniel, o tempo do fim começou em 1798, desde então, as profecias de Daniel, referentes ao Santuário de Deus, e o Juízo Celestial,  passaram a ser esquadrinhadas e entendidas. A profecia diz que o saber e o conhecimento das profecias se multiplicariam.  A explosão do conhecimento profético e das Missões estrangeiras, deu-se exatamente no período, que no Apocalipse, é chamado de Filadélfia (Apoc. 3:7-13), quando a “porta aberta no céu” foi vista revelando as verdades do  Santuário de Deus e da santa Lei de Deus.  Esse avanço no estudo profético resultou, também, da exaltação da Palavra de Deus através das Sociedades Bíblicas que surgiram logo após a Revolução Francesa, a saber, a Sociedade Bíblica Britânica em 1804; a Sociedade Bíblica Americana em 1816, e outras;  desde então, a Bíblia tem sido traduzida em mais de 1.500 diferentes línguas e dialetos. 
 
5 - Quando se Cumprirão os Eventos dos Versos Anteriores?  Daniel 12:5-7 
 
"Então, eu, Daniel, olhei, e eis que estavam em pé outros dois, um, de um lado do rio, o outro, do outro lado.  Um deles disse ao homem vestido de linho, que estava sobre as águas do rio: Quando se cumprirão estas maravilhas?  Ouvi o homem vestido de linho, que estava sobre  as águas do rio, quando levantou a mão direita e a esquerda ao céu, e jurou por aquele que vive eternamente, que isso seria depois de um tempo, dois tempos, e metade de um tempo. E quando se acabar a destruição do poder do povo santo estas coisas todas se cumprirão."
 
A pergunta feita foi: Quando se cumprirão estas maravilhas?  Que maravilhas ?  A expressão “estas maravilhas” se refere às coisas que Daniel em visão nos capítulos 11 e 12.  O que foi que Daniel viu em visão nestes dois últimos capítulos?
  • Roma Papal avançando contra o Ateísmo e contra o remanecente (11:29-30)
  • Roma Papal se apegando aos “fortes braços do poder civil” (11:31)
  • Roma Papal impondo a Abominação Desoladora, (11:31; 12:11)
  • Roma Papal perventendo os violadores do concerto com lisonjas (11:32)
  • Roma Papal perseguindo o remanecente com espada, fogueira, e cativeiro (11:33-35)
  • Roma Papal sendo reconhecido mundialmente e agindo como lhe apraz; nova supremacia papal (11:36-37; 12:7; Apoc. 13:5)
  • Roma Papal unindo-se ao “deus estranho” o “deus do governo”; este é o deus do poder civil (11:38)
  • Roma Papal com a ajuda do poder civil se unirá ao “castelo forte”, o protestantismo (11:39)
  • Roma Papal derruba finalmente o Comunismo, o mais forte símbolo do Ateísmo (11:40)
  • Roma Papal consegue fazer alguns avanços dentro do remanecente, esta é a sacudidura; sucesso com os violadore do concerto (11:41, 32)
  • Roma Papal se assusta com as novas da vinda de Jesus e o Alto Clamor e se apressa em destruir tantos quantos pode (11:44)
  • Roma Papal chega ao seu fim e não há socorro (11:45; Apoc. 17:16)
  • Miguel Se levanta, o Fechamento da Porta da Graça (12:1; Apoc. 8:1-5)
  • Começa a Angústia qual nunca houve (12:1)
  • A Ressurreição Especial (12:2; Apoc. 1:7)
  • A Ressurreição Geral (12:12-13; Apoc. 20:6)
 
“Seria por três anos e meio, e quando o poder daquele que destrói o povo santo passar, o fim de tudo deveria chegar” (Dan. 12:7) Tradução de Moffat.
“Será por um ano, anos, e metade de um ano, e depois que terminar o poder daquele que destrói o povo santo, todas estas coisas terminarão” (Dan. 12:7) Tradução Americana.
 
Jesus é o Homem vestido de linho; é Ele quem levantou as mãos para o céu e jurou que todos estes eventos se cumpririam durante os 1260, 1290, e 1335 dias mencionados no capítulo 12. 
“No desfecho desta controvérsia, toda a cristandade estará dividida em duas grandes classes – os que guardam os mandamentos de Deus e a fé de Jesus, e os que adoram a besta e sua imagem, e recebem o seu sinal.  Se bem que a igreja e o Estado reúnam o seu poder a fim de obrigar ‘a todos, pequenos e grandes, ricos e pobres, livres e servos’, a receberem o ‘sinal da besta’ (Apoc. 13:16), o povo de Deus, no entanto, não o receberá.”[29]
“Ao rejeitarem os homens a instituição que Deus declarou ser o sinal de Sua autoridade, e honrarem em seu lugar a que Roma escolheu como sinal de sua supremacia, aceitarão, de fato, o sinal de fidelidade para com Roma – ‘o sinal da besta’.”[30]
 
Daniel 11:29-45;12:7 e Apocalipse 13:3-8; 17:12-13 falam convincentemente do Retorno do Poderio Papal.  Roma Papal será exaltada diante de todas as nações da terra e por fim será destruída e queimada (Apoc. 17:16; 18:8).
 
6 - Qual será o fim destas coisas?  Daniel 12:8-11 
 
"Eu ouvi, porém não entendi; então eu disse: meu Senhor, qual será o fim destas coisas? Ele respondeu: Vai Daniel, porque estas palavras estão encerradas e seladas até ao tempo do fim.  Muitos serão purificados, embranquecidos e provados (referência à angústia qual nunca houve); mas os perversos procederão perversamente, e nenhum deles entenderá, mas os sábios entenderão.  Depois do tempo em que o costumado sacrifício for tirado, e posta a Abominação Desoladora (o Decreto Dominical), haverá ainda Mil Duzentos e Noventa Dias." 
 
A Abominação Desoladora
Os 1260 dias são mencionados várias vezes na profecia bíblica e sempre estão relacionados com o domínio Papal, porém, os 1290 dias são mencionados uma única vez e não poderíamos saber o seu significado a menos que Jesus o explicasse.  Jesus afirmou que depois que o Abominação Desoladora fosse imposta haveria ainda 1290 dias.  Essas são as palavras de Jesus.  É, portanto, importante descobrirmos qual é esta Abominação Desoladora dos últimos dias.  A única explicação aceitável para o remanecente de Deus, é aquela dada pela Bíblia e o Espírito de Profecia.  Foi Jesus quem falou com Daniel no capítulo 12, e voltou a falar no mesmo assunto em Mateus 24:15.
 “Quando pois virdes que a abominação da desolação de que falou o profeta Daniel, está no lugar santo; quem lê, atenda” (Mateus 24:15).
 
Ellen G. White, comentando sobre Mateus 24:15 no livro O Grande Conflito afirma: “A profecia que Ele (Jesus) proferiu era dupla em seu sentido; ao mesmo tempo em que prefigurava a destruição de Jerusalém, representava igualmente os terrores do último grande dia.[31]
Essa profecia que fala da destruição de Jerusalém e da “abominação desoladora” da qual falou Daniel, tem dupla aplicação.  Aplica-se a Roma Imperial na invasão de Jerusalém e a Roma Papal no último grande dia.
 
“E o Salvador advertiu a Seus seguidores: ‘Quando pois virdes que a Abominação da Desolação, de que falou o profeta Daniel, está no lugar santo, quem lê, antenda, então os que estiverem na Judéia fujam para os montes’ (Mat. 24:15-16; Lucas 21:20).  Quando os estandartes idolátricos dos Romanos fossem arvorados em terra santa, a qual se estendia por alguns estádios fora dos muros da cidade, então os seguidores de Cristo deveriam achar segurança na fuga.”[32]
 
A profecia do Salvador relativa aos juízos que deveriam cair sobre Jerusalém há de ter outro cumprimento, do qual aquela terrível desolação não foi senão tênue sombra.  Na sorte da cidade escolhida podemos contemplar a condenação de um mundo que rejeitou a misericórdia de Deus e calcou a pés a Sua Lei. . .  Mas naquele dia, bem como na ocasião da destruição de Jerusalém, livrar-se-á o povo de Deus, ‘todo aquele que estiver inscrito entre os vivos’ (Isa. 4:3).”[33]
“O tempo não está longe, quando, à semelhança dos primeiros discípulos, nós seremos forçados a procurar refúgio nos lugares desolados e solitários.  Como o cêrco de Jerusalém pelos exércitos de Roma foi um sinal para os Judeus Cristãos fugirem, assim também, quando os Estados Unidos emitirem o decreto impondo o sábado papal, será um sinal de advertência para nós.  Este será então o tempo de deixar as grandes cidades, preparar-se para deixar as cidades menores, em busca de lares retirados em lugares isolados em meio às montanhas.”[34] 
 
Na destruição de Jerusalém a “Abominação Desoladora” foi associada com os “estandartes idolátricos Romanos”, e no último grande ataque de Roma Papal o que seria esse “estandarte idolátrico Romano” que será fincado no meio da cristandade?  Ellen G. White faz um paralelo entre a invasão romana em Jerusalém quando estabeleceram lá o “estandarte idolátrico Romano” e o decreto impondo o sábado papal.  Ambos são um sinal de fuga para os cristãos, diz ela.
 
Ellen White usa o texto de Mateus 24:15 que fala da imposição da “abominação desoladora” como uma referência ao decreto impondo o “sábado papal.”
1. Jesus cita Daniel pelo nome.
2. Jesus fala do Santuário que é o assunto de Dan.11:31.
3. Jesus fala ainda da “abominação da desolação,” ou “abominação desoladora” mencionada em Daniel 11:31 e 12:11, que será imposta no contexto do tempo do fim, pois esse é o contexto dos capítulos 11 e 12 de Daniel, quando o Decreto Dominical será imposto como a maior de todas as abominações de todos os tempos, contra Deus, o Seu Santuário, e Sua Lei. 
4. O autor Adventista, G. Edward Reid em seu livro Sunday’s Coming !,  também destaca essa ligação que Ellen G. White faz entre a “abominação desoladora” de Mateus 24:15 e o Decreto Dominical.[35]
 
Essa “abominação desoladora” foi pela primeira vez imposta no século IV. O Imperador Constantino, em 07/03/321 d.C., emitiu, legalmente, a primeira Lei Dominical;[36] essa lei foi mais tarde confirmada pela igreja no Concílio de Laodicéia em 336 d.C.[37]  Novamente a “abominação desoladora” será imposta com toda a sua força no tempo do fim.  A história vai se repetir!
 
Jesus é o contínuo sacrifício do Santuário Celestial; quando todos os que não estão inscritos no Livro da Vida do Cordeiro, finalmente se prostrarem diante de Roma Papal, através da santificação do domingo, serão selados pelo sinal da besta e terão consumado para sempre a rejeição da contínua intercessão de Jesus.
“A influência de Roma nos países que uma vez já lhe reconheceram o domínio, está ainda longe de ser destruída.  E  a profecia prevê uma Restauração de seu Poder.  ‘Vi uma de suas cabeças como ferida de morte, e a sua chaga mortal foi curada; e toda a terra se maravilhou após a besta’ (Apoc.13:3).”[38] 
“E adora-la-ão todos os que habitam sobre a Terra, aqueles cujos nomes não foram escritos no livro da vida do Cordeiro” (Apoc. 13:8).
 
Os 1290 Dias e a Ressurreição Especial
Depois do tempo em que for imposta a Abominação Desoladora, isto é, o Decreto Dominical em âmbito mundial, a profecia sugere que haveria ainda mais 1290 dias.  Para que? 
 
  • Considerando que os 1260 dias indicam o tempo em que o anticristo reinará sobre a terra 
  • Considenrando que os 1260 dias vão começar quando o Decreto Dominical alcançar âmbito mundial
  • Considerando que os 1290 dias também estão associados com o tempo em que o Decreto Dominical será imposto “desde o tempo em que for tirado o contínuo e posta a Abominação Desoladora haverá 1290 dias” (Dan. 12:11)
  • Considerando que Roma Papal reinaria somente por 1260 dias com o apoio e ajuda dos 10 reis de Apoc. 17:12-13 que “entregarão o seu poder e autoridade à besta”, e que cumprido esse tempo Roma Papal então cairia, em cumprimento da profecia de Apoc. 17:16
  • Considerando que os 1290 dias fazem uma adição de 30 dias ao tempo da destruição do Papado
  • Levando em conta todos esses considerandos seria sábio buscar no próprio capítulo 12 a indicação de algum evento importante que se cumprirá 30 dias após a queda Papal. 
  • Como já foi dito, a única explicação aceitável para o remanecente de Deus é aquela que vem da Bíblia e do Espírito de Profecia.
  • Que evento importante para o remanecente de Deus é mencionado no capítulo 12 de Daniel e também no Espírito de Profecia e que poderia se cumprir depois da destruição de Roma Papal? 
  • A Ressurreição Especial de Daniel 12:2 é especialmente importante para o remanecente de Deus porque nela serão ressuscitados todos os que morreram na fé da mensagem do terceiro anjo, eles sairão do túmulo glorificados para verem as Tábuas da Lei de Deus estampadas no céu, e também com todos os salvos vivos ouvirão a voz de Deus declarando o Dia e a Hora da volta de Jesus.[39]
  • Pode existir algo mais glorioso que isso?  Sim, um só evento será mais glorioso do que esse, a Volta de Jesus e a Ressurreição Geral dos salvos!
 
Explicação Historicista dos 1290 Dias
O autor da Lição da Escola Sabatina do 4º trimestre de 2004, sugere esta explicação:
“Uma interpretação comum entre os Adventistas do Sétimo Dia é esta: 508 d.C. foi o ano em que Clóvis, rei dos Francos, assumiu a posição estratégica de primeiro poder civil a unir-se à Igreja nascente de Roma.  Este fato lançou a secular união da Igreja com o Estado, a abominação desoladora de Daniel 12:11.  Foi também naquele tempo que muitas doutrinas e práticas que obscureceram o ministério sumo-sacerdotal de Cristo se tornaram estabelecidas na Igreja.  Somando-se 1290 anos a 508 temos 1798.”[40]
 
Pontos a serem considerados:
  1. Por que não considerar o contexto do capítulo 12 de Daniel.  Todo esse capítulo é uma sequência do capítulo 11.  É o clímax do livro de Daniel, e conforme Ellen G. White escreveu, “nos transporta para as últimas cenas da história da Terra.”[41]  É realmente prudente desconsiderar o contexto do capítulo e dar uma explicação que retrocede à Idade Média, ao ano de 508 d.C.?
  2. Tanto as profecias de Daniel como as do Apocalipse giram em torno de Cristo e do anticristo.  Por que a conversão de Clóvis teria um destaque tão importante ao ponto de se mencionar até mesmo o ano da sua conversão?  Conversão?  Será que foi mesmo em 508?
  3. O Comentário Bíblico Adventista vol. 4, página 836, diz que a conversão de Clóvis ocorreu em 496 e não em 508.  Como ficaria então a profecia?
  4. Outro ponto importante a considerar é que a história e a profecia das Sete Igrejas no Apocalipse confirmam que a Igreja Cristã se uniu ao poder civil no tempo de Constantino, ele foi o primeiro anticristo, assumindo três títulos que depois foram adotados por Roma Papal: Bispo dos bispos, Pontífice Máximo e Vigario de Cristo.[42]  Portanto a secular união da Igreja com o Estado não aconteceu no tempo de Clóvis, rei dos Francos, pois essa união já tinha sido efetivada no período histórico de Pérgamo (Apoc. 2:12-17).  Se isso não for verdade, então teremos que rever também a profecia das Sete Igrejas.  Constantino não só uniu Igreja e Estado como também introduziu na igreja o Dia do Sol, que na profecia é chamado o sinal da besta.     
  5. Não seria muito mais prudente entendermos os períodos de tempo de Daniel 12 usando os eventos mencionados no próprio capítulo?    Devemos considerar que Ellen G. White cita no livro O Grande Conflito os seguintes eventos:
  • O Decreto Dominical identificando-o com a Abominação Desoladora
  • A Ressurreição Especial dos justos e ímpios
  • A Revelação do Segredo de Deus
  • A Ressurreição Geral da qual Daniel fará parte
 
Há no coração de cada remanecente do povo de Deus uma plena certeza de que todos esses eventos mencionados no capítulo 11 e 12 ocorrerão.  Não há sequer um porcento de dúvida quanto aos eventos, a única dúvida existente é se eles ocorrerão mesmo dentro dos três períodos de tempo, 1260, 1290, e 1335 dias.  Quanto a este ponto, Deus nos mostrará dentro dos próximos anos.  Até aqui nenhuma data foi marcada ou sugerida para a volta de Jesus.  O Dia e a Hora da Volta de Jesus são de conhecimento exclusivo de Deus e serão anunciados no momento certo, “a voz de Deus é ouvida no céu, declarando o Dia e a Hora da Vinda de Jesus”,[43] e todo o remanecente se regozirá nesta esperança.  O mesmo Espírito Santo que inspirou Daniel no capítulo 12, também inspirou Ellen G. White ao escrever a visão do Grande Conflito.  Isto não é “fantasia”, isto é fé nas evidências bíblicas e do Espírito de Profecia.  Todos nós estamos buscando entender uma profecia que ainda está por se cumprir, e por isso mesmo, ainda existem opiniões divergentes.
 
Todavia, embora não saibamos ainda o Dia e a Hora da Volta de Jesus, a profecia nos ajuda a conhecer o tempo em que estamos vivendo.  A partir do momento em que o Decreto Dominical for imposto nos Estados Unidos da América do Norte, todos os santos de Deus saberão que Jesus está às portas, pois “os últimos acontecimentos serão rápidos”.  A emissão do Decreto nos Estados Unidos é o “estopim” destinado a desencadear a última cadeia de acontecimentos proféticos.  Não se sabe exatamente quanto tempo levará para que o Decreto Dominical se torne universal.  Não existe uma data específica para isso, e os períodos de tempo só são contados a partir do momento em que todos os que habitam sobre a Terra adorarem à besta.  Deus preferiu não dar esse detalhe para impedir a tentação de se marcar uma data para a volta de Jesus.  A profecia, porém, indica que o povo de Deus saberá a solenidade do tempo em que estão vivendo.
 
7 – Revelação do Segredo de Deus. Daniel 12:12-13 
"Bem-aventurado o que espera e chega até Mil Trezentos e Trinta e Cinco Dias.  Tu, porém, (Daniel) segue o teu caminho até ao fim; pois descansarás (morrerás), e, ao fim dos dias (os 1335 dias), te levantarás (ressuscitarás) para receber a tua herança (a vida eterna)." 
 
Quem São os “Bem-Aventurados” de Daniel 12:12?
Os “bem-aventurados” de Apoc. 20:6 serão todos aqueles que vão ser ressuscitados na Ressurreição Geral dos salvos, da qual Daniel fará parte; mas aqui em Daniel 12:12 os “bem-aventurados” são os filhos de Deus que não vão passar pela morte.  Eles estarão vivos na terra enquanto as pragas estiverem sendo derramadas, e vão passar pela Angústia de Jacó.  Eles são os 144.000[44], acompanhados pela grande Seara de salvos vivos.  Juntos eles passam os dias mais penosos da história desta terra. 
“Os amados de Deus passarão dias penosos, presos em correntes, retidos pelas barras da prisão, sentenciados à morte, deixados alguns aparentemente para morrer à fome nos escuros e nauseabundos calabouços.  Nenhum ouvido humano lhes ouvirá os gemidos; mão humana alguma estará pronta para prestar-lhes auxílio.
“Esquecer-se-á o Senhor de Seu povo nesta hora de provação? . . . O Senhor dos exércitos disse: ‘Aquele que tocar em vós toca na menina do Seu olho’ (Zac. 2:8). . .  Anjos virão a eles nas celas solitárias, trazendo luz e paz do Céu.  A prisão será como um palácio; pois os ricos na fé morarão ali, e as paredes sombrias serão iluminadas com a luz celestial.”[45]
 
Estes santos de Deus chegarão juntos ao final dos 1335 dias, sem nunca terem conhecido a morte; eles ouvirão a voz de Deus anunciando o Dia e a Hora da Volta de Jesus, o dia da libertação.  Existem duas classes de salvos que não passarão pela morte, mas que ficarão vivos até a Volta de Jesus:
  • Os 144.000 – que são as primícias dos salvos vivos, os primeiros a serem selados. Aqueles que vão proclamar o Alto Clamor de Apoc. 18:2-4 para conversão da grande Seara, os conversos da Hora Undécima (Apoc. 7:2-4; 14:1-5)
  • E a grande Seara de salvos vivos que ninguém podia contar (Apoc. 7:9) e que também passaram pela angústia qual nunca houve (Apoc. 7:13-14).
 
 Os 1335 Dias – O Segredo de Deus  
Esta interpretação sugere que os três períodos de tempo mencionados em Daniel 12, (1260, 1290, e 1335) começarão juntos, ao mesmo tempo, quando o Decreto Dominical alcançar âmbito mundial, e se cumprir a profecia de Apoc. 13:8  “e adoraram-na todos os que habitam sobre a Terra, esses cujos nomes não estão escritos no Livro da Vida do Cordeiro.”  Sendo assim:
  • os 1260 dias devem terminar com a queda de Roma Papal conforme Apoc. 17:16
  • os 1290 dias alcançam a Ressurreição Especial de Daniel 12:2
  • e os 1335 dias indicam o glorioso momento em que os 144.000 acompanhados pela multidão de salvos vivos, assistirão a exaltação da Lei de Deus estampada no Céu, e ouvirão a Voz de Deus anunciar o Dia e a Hora da Volta de Jesus.
“Mas nos dias da voz do Sétimo Anjo (sétima trombeta), quando tocar a sua trombeta, se cumprirá o Segredo de Deus, como anunciou aos profetas, seus servos” (Apoc. 10:7).
A Lei de Deus foi exaltada em 1844 (Apoc. 11:19) mas o clímax da exaltação da Lei de Deus será quando ela for estampada no Céu diante do mundo todo.
 
A Lei de Deus Estampada no Céu
Aparece então de encontro ao céu uma mão segurando duas tábuas de pedra dobradas uma sobre a outra.  Diz o profeta: ‘Os céus anunciarão a Sua justiça; pois Deus mesmo é o juiz’ (Sal. 50:6).  Aquela santa lei, a justiça de Deus, que por entre trovões e chamas foi do Sinai proclamada como guia da vida, revela-se agora aos homens como a regra do juízo.  A mão abre as tábuas, e vêem-se os preceitos do decálogo, como que traçados com pena de fogo.  As palavras são tão claras que todos as podem ler. . . .  É impossível descrever o horror e desespero dos que pisaram os santos mandamentos de Deus.”[46]
 
Revelação do Segredo de Deus
Depois da Lei de Deus ser estampada no Céu e vista por todos os homens, houve-se finalmente a Voz de Deus semelhante a estrondos do mais forte trovão revelando “o Segredo de Deus como anunciou aos profetas, Seus servos” (Apoc. 10:7).  A mais bendita e acariciada esperança de todos os crentes é a Volta de Jesus.  O maior de todos os segredos para o remanecente é saber o Dia e a Hora da Volta de Jesus. 
No final dos 1335 dias Deus Revela o Seu Segredo, por isso Jesus disse: “Bem-aventurado o que espera e chega até mil trezentos e trinta e cinco dias” (Dan. 12:12).  Eles sãos os salvos vivos que não conheceram a morte; eles ouvem agora o que sempre almejaram ouvir, o Dia da Vinda de Jesus! 
O céu abria-se e fechava-se, e estava em comoção.  As montanhas tremiam como uma vara ao vento, e lançavam por todos os lados pedras anfractuosas.  O mar fervia como uma panela e lançava pedras sobre a terra.  E, falando Deus o Dia e a Hora da Vinda de Jesus, e declarando o concêrto eterno com o Seu povo, proferia uma sentença e então silenciava, enquanto as palavras estavam a repercutir pela terra.  O Israel de Deus permanecia com os olhos fixos para cima, ouvindo as palavras enquanto elas vinham da boca de Jeová e ressoavam pela terra como estrondos do mais forte trovão.  Era terrivelmente solene.  No fim de cada sentença os santos aclamavam: ‘Glória!  Aleluia![47]
 
 “Surge logo no Oriente uma pequena nuvem negra, aproximadamente da metade do tamanho da mão de um homem.  É a nuvem que rodeia o Salvador Jesus, na nuvem, avança como poderoso vencedor . . .  Aproximando-se ainda mais a nuvem viva, todos os olhos contemplam o Príncipe da vida.”[48]   
 
"Todos saem do túmulo com a mesma estatura que tinham quando ali entraram. Adão, que está em pé entre a multidão dos ressuscitados, é de grande altura e formas majestosas, de estatura pouco menor que o Filho de Deus.  Apresenta assinalado contraste com o povo das gerações posteriores; sob este único ponto de vista se revela a grande degeneração da raça.  Todos, porém, surgem com a  louçania e vigor  de eterna mocidade. . .  
 
“Todos os defeitos e deformidades são deixados no túmulo.  Restabelecidos à árvore da vida, no Éden há tanto tempo perdido, os remidos crescerão até à estatura completa da raça em sua glória primitiva. . . 
 
“Os justos vivos são transformados ‘num momento, num abrir e fechar de olhos.’  À voz de Deus foram eles glorificados; agora tornam-se imortais, e com os santos ressuscitados, são arrebatados para encontrar seu Senhor nos ares."[49] 
Para cada um há uma coroa com o seu nome (Apocalipse 2:17), e a inscrição: "Santidade ao Senhor!"  Aleluia!  Ora Vem Senhor Jesus!
 
 
 
 
Estudo Adicional Sobre
Quem São os 144.000?
“E olhei, e eis que estava o Cordeiro sobre o monte de Sião, e com Ele cento e quarenta e quatro mil, que em suas testas tinham escrito o nome Dele e o de Seu Pai.
“E ouví uma voz do céu, como a voz de muitas águas, e como a voz de um grande trovão; e ouví uma voz de harpistas, que tocavam com as suas harpas.
“E cantavam um como cântico novo diante do trono, e diante dos quatro animais e dos anciãos; e ninguém podia aprender aquele cântico, senão os cento e quarenta e quatro mil que foram comprados da terra.
“Estes são os que não estão contaminados com mulheres; porque são virgens.  Estes são os que seguem o Cordeiro para onde quer que vai.  Estes são os que dentre os homens foram comprados como primícias para Deus e para o Cordeiro.  E na sua boca não se achou engano; porque são irrepreensíveis diante do trono de Deus” (Apoc. 14:1-5).
 
O capítulo 14 de Apocalipse só pode ser entendido corretamente se for estudado dentro do contexto de Apocalipse 13, o ressurgimento da supremacia papal e a imposição do sinal da besta, o decreto dominical.  O capítulo 14 está dividido em três partes:
·         Apoc. 14:1-5 apresenta um grupo especial, os 144.000, que conforme Apoc. 7:2-4 serão os primeiros a serem selados.
 
·         Apoc. 14:6-13 revela o conteúdo da mensagem que deve ser proclamada pelos 144.000, isto é, as Três Mensagens Angélicas, com ênfase especial no Juízo pré-advento, que é a Festa da Expiação do Santuário Celestial.  Este Juízo iniciou no dia 22 de Outubro de 1844.
 
·         Apoc. 14:14-20 fala da última e mais feliz festa do Santuário Celestial, a Festa da Colheita, ou dos Tabernáculos.
Que contraste!  Apocalipse 13 termina falando da imposição do sinal da besta na testa ou na mão dos inimigos do povo de Deus, e logo em seguida João contempla outra cena, uma cena gloriosa!  Os 144.000 estando sobre o Monte de Sião vitoriosos sobre a besta e a sua imagem e tendo nas suas testas o nome do Deus Pai e o Cordeiro.  Primeiramente João os viu passando pelas mais severas provas, sendo boicotados e condenados, mas nessa hora escura eles serão honrados pelo Pai e pelo Filho através do selamento e a Chuva Serôdia do Espírito Santo.  
 
O Que Deus Revelou Sobre os 144.000?
O selamento dos 144.000 (Apoc. 7:2-4) é um tema central no Apocalipse.  Eles devem revelar Jesus ao mundo justo antes e logo após o fechamento da porta da graça sendo a expressão e a vindicação do caráter de Deus (Ezeq. 39:27).  Eles têm o nome de Jesus e do Pai escritos na testa, significando a restauração e fixação do caráter de Jesus neles.  Ellen G. White diz:
“João viu um Cordeiro sobre o Monte de Sião, e com Ele os 144.000 tendo o nome do Seu Pai escrito nas suas testas.  Eles têm o sinête do céu.  Eles
refletem a imagem de Deus.  Eles foram cheios da luz e da glória Daquele que é Santo.”[50]
 
Em 1901 Ellen G. White escreveu sobre os 144.000 dizendo:
“Não é vontade de Deus que eles (Seu povo) entrem em controvérsia sobre questões que em nada os ajudarão espiritualmente, tais como, ‘Quem fará parte dos 144.000’.  Sem dúvida, aqueles que são os eleitos de Deus saberão muito em breve quem são eles.”[51]
Seria bastante cômodo hoje simplesmente repetir o que a mensageira do Senhor falou em 1901 e cruzarmos os braços achando que depois de mais de 100 anos ainda não houve progresso nenhum na compreensão dos 144.000.  Não é intenção divina nos informar os nomes daqueles que farão parte deste grupo especial, mas também não podemos fechar os olhos ao que a Bíblia e o Espírito de Profecia nos ensinam sobre eles.  A posição mais prudente e cristã é ficarmos com o “assim diz o Senhor” deixando que a Bíblia seja a intérprete de si mesma.
T. H. Jemison escreveu: “Precisamos pregar sobre o assunto dos 144.000.  O tema tem de receber lugar de muito destaque em nosso pensamento e em nossas palestras.  É necessário que penetremos o campo da controvérsia que tem levado muitos a quando muito fazer ocasional menção deste grupo.”[52]
 
Os 144.000 são primeiramente introduzidos em Apocalipse 7 em resposta à pergunta do Sexto Selo em Apocalipse 6:17 “Porque é vindo o grande dia da Sua ira; e quem poderá subsistir?”   Devemos ter em mente que o Sexto Selo começa em Apocalipse 6:12 e se estende até Apocalipse 7:17.  O contexto do Sexto Selo é o Julgamento dos Vivos[53], a segunda fase do Juízo Investigativo, justo antes da abertura do Sétimo Selo (Apoc. 8:1-5), que revela o momento do Fechamento da Porta da Graça.[54]
 
Quem Poderá Subsistir?
A pergunta feita é: “Porque é vindo o grande dia da sua ira; e quem poderá subsistir?” (Apoc. 6:17).  Dois grupos poderão subsistir naquele grande dia.  A resposta é dada em duas partes. 
Na Lição da Escola Sabatina do terceiro trimestre de 1989 lemos: “O capítulo 7:1-8 resposnde à pergunta do capítulo 6, verso 17.  A resposta é que, pela graça de Deus, os 144.000 conseguirão subsistir.”[55]
Apocalipse 7:1-8 aponta para os 144.000 dizendo que eles subsistirão porque foram selados pelo Selo do Deus Vivo.  “Eles têm o sinête do céu.  Eles refletem a imagem de Deus.  Eles foram cheios da luz e da glória Daquele que é Santo.”[56] 
 
Apocalipse 7:9-17 logo em seguida, mostra para João outra cena grandiosa, a de “uma multidão a qual ninguém podia contar, de todas as nações . . . vestidos de vestidos brancos . . . que vieram da grande tribulação” (Apoc. 7:9, 13, 14).  Estes também subsistirão diante de Deus e do Cordeiro.
 
Três Teorias Sobre os 144.000
·         Serão salvos só 144.000 pela pregação das Três Mensagens Angélicas desde 1844 até a volta de Jesus, incluindo os que morreram fiéis na mensagem do terceiro anjo.
 
·         Os 144.000 são o total de salvos entre os vivos por ocasião da volta de Jesus.  Eles são os únicos salvos que  permanecerão vivos sem passarem pela morte.  Os demais justos morrerão antes das 7 pragas para serem ressuscitados na volta de Jesus.
 
·         Os 144.000 são um grupo especial selecionado dentre os salvos vivos, mas não serão os únicos salvos a permanecerem vivos até a volta de Jesus.  Os 144.000, por ser um grupo pequeno, são representantes de todos os salvos vivos.
 
As três teorias existem há muitos anos e foram expostas e defendidas por alguns dos pioneiros da Igreja Adventista do Sétimo Dia.
·         Uriah Smith expos a primeira teoria.[57]
·         George Butler, presidente da Assoicação Geral da IASD expos a segunda teoria.[58]
·         Arthur Daniells, presidente da Associação Geral da IASD escolhido por Deus[59], expos a terceira teoria.[60]
O que vem comprovar essa divergência de teorias?  Estas teorias defendidas por alguns dirigentes e pioneiros e publicadas em literatura oficial da igreja comprovam que:
·         A igreja não tinha e não tem este assunto como doutrina ou ponto de salvação.
·         Que a igreja nunca adotou oficialmente um ponto de vista sobre o assunto.
·         Comprova ainda que é falsa a acusação dos Reformistas de que os Adventistas do Sétimo Dia abandonaram o primeiro ensino dos pioneiros sobre o assunto.
 
Comprovação da Veracidade de uma Teoria
·         A aceitação de uma teoria por anos, não é prova de que seja verdadeira.  Se admitirmos que a teoria de Urias Smith era a mais difundida e a mais aceita, isso comprova que ela é verdadeira?  O que diz Ellen G. White sobre certos ensinos aceitos por anos?
 
“Temem alguns que se reconhecerem estar em erro, ainda que seja num simples ponto, outros espíritos serão levados a duvidar de toda a teoria da verdade.  Têm portanto achado que não se deve permitir a investigação; que ela tenderia para a dissenção e a desunião.  Mas se tal é o resultado da investigação, quanto mais depressa vier, melhor.  Se há aqueles cuja fé na Palavra de Deus não suportará a prova de uma investigação das Escrituras, quanto mais depressa forem revelados melhor; pois então estará aberto o caminho para lhes mostrar seu erro.  Não podemos manter a opinião de que uma posição uma vez assumida, uma vez advogada a idéia, não deve, sob qualquer circunstância ser abandonada.  Há apenas Um que é infalível: Aquele que é o Caminho, a Verdade e a Vida.”[61]
·         Qual é a prova para a confirmação de cada teoria?
“A palavra de Deus precisa ser reconhecida como estando acima de toda a legislação humana.  Um ‘Assim diz o Senhor’, não deve ser posto à margem por um ‘Assim diz a igreja’, ou um ‘Assim diz o Estado’.[62]
“Todos os pontos de doutrina, ainda que tenham sido aceitos como verdades, têm de ser provados pela lei e pelo testemunho; se não resistirem a essa prova, ‘nunca verão a alva’.”[63]
 
O Exame das Três Teorias
1)  Consideremos a doutrina “só os 144.000 salvos desde 1844 até a volta de Jesus, incluindo os justos mortos a partir de 1844.  Esta é a teoria crida e defendida pelos Reformistas.[64]  Essa teoria é anti-bíblica pois o plano da salvação é claramente exposto em Apoc. 14:6 como sendo o evangelho eterno a ser proclamado a todas as nações e tribos.  Em Apocalipse 22:17 lemos “E o Espírito e a esposa dizem: Vem.  E quem ouve, diga: Vem.  E quem tem sede, venha; e quem quiser, tome de graça da água da vida.”  No Evangelho de João 3:16 lemos “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o Seu Filho Unigênito para que todo aquele que Nele crer não pereça mas tenha a vida eterna.”
Deus, em tempo algum, limitou o número dos salvos.[65]  Ellen G. White falando sobre o número de almas sinceras que estão ainda nas igrejas caídas, mas que se unirão aos que guardam os mandamentos de Deus, declara:
“A mensagem de Apocalipse 14, anunciando a queda de Babilônia, deve aplicar-se às organizações religiosas que se corromperam.  Visto que esta mensagem se segue à advertência acerca do juízo, deve ser proclamada nos últimos dias; portanto, não se refere apenas à Igreja de Roma, pois que esta igreja tem estado em condição decaída há muitos séculos.  Demais, no capítulo dezoito do Apocalipse, o povo de Deus é convidado a sair de Babilônia.  De acordo com esta passagem, muitos do povo de Deus ainda devem estar em Babilônia.  E em que corporações religiosas se encontrará hoje a maior parte dos seguidores de Cristo?  Sem dúvida, nas várias igrejas que professam a fé protestante.”[66]
 
“Apesar das trevas espirituais e afastamento de Deus prevalecentes nas igrejas que constituem Babilônia, a grande massa dos seguidores verdadeiros de Cristo encontra-se ainda em sua comunhão.”[67]
Esses textos comprovam que a proclamação do evangelho não terminará com menos poder do que quando iniciou, e portanto, o número de salvos será milhares de vezes superior ao que vimos no dia do Pentecostes.
 
2)  Só 144.000 salvos vivos na volta de Jesus, sendo que os demais deverão morrer antes das 7 pragas para serem então ressuscitados na volta de Jesus.
Nas considerações feitas no exame da primeira teoria já destacamos a grande multidão de salvos da hora undécima, e também que a grande maioria dos salvos ainda se encontra nas igrejas decaídas, mas que de lá sairão quando ouvirem o chamado divino “Sai dela povo Meu” (Apoc. 18:4).  Sendo assim, o número de salvos vivos tende a aumentar assustadoramente a medida que nos aproximarmos mais e mais do Fechamento da Porta da Graça.  Quando analisamos a razão porque Deus permitiu que muitos cristãos morressem como mártires descobrimos que o sangue deles era como semente que resultava na conversão de dezenas de pessoas.  Sendo assim, a morte de um mártir não diminui o número dos salvos vivos, pelo contrário, aumenta-o.  É isto que Ellen G. White explica quando diz que após o Fechamento da Porta da Graça Deus não permitirá que nenhum dos Seus filhos seja morto.
“Se o sangue das fiéis testemunhas de Cristo fosse derramado nessa ocasião, não seria como o sangue dos mártires, qual semente lançada a fim de produzir uma messe para Deus. . . .  Se os justos fossem agora abandonados para caírem como presa de seus inimigos, seria um triunfo para o príncipe das trevas.”[68]
Essa segunda teoria também é inconsistente e não tem apoio bíblico e nem do Espírito de Profecia.
 
3)  Consideremos agora a teoria de que os 144.000 são um grupo especial, selecionado e escolhido dentre os salvos vivos como representantes da grande multidão de salvos vivos que não passarão pela morte até a volta de Jesus.
·         Apoc. 7:4-8 revela que Deus escolhe 12.000 de cada tribo de Israel, esse Israel deve ser entendido como sendo espiritual, considerando que o Israel literal deixou de ser o povo escolhido de Deus em 34 d.C., no final das 70 semanas separadas para Israel (Daniel 9:24-27).  O número 12.000 de cada tribo deixa-nos a idéia de “escolha”; uma parte menor sendo escolhida de uma parte maior.
·         Apoc. 14:4 descreve os 144.000 dizendo: “Estes são os que dentre os homens foram comprados como primícias para Deus e para o Cordeiro.”  Aqui novamente a idéia é exatamente a mesma, “primícias” uma parte menor sendo escolhida de uma parte maior.
 
Respeitando o princípio de que a Bíblia deve explicar a Bíblia, vamos deixar que a Palavra de Deus explique o significado da expressão “primícias”.  O que a Bíblia quer dizer quando usa esse termo “primícias”? 
Em Êxodo 23:19 lemos: “As primícias dos primeiros frutos da tua terra trarás à casa do Senhor teu Deus.”
E em Números 18:12-13 lemos: “Todo o melhor do azeite, e todo o melhor do mosto e do grão, as suas primícias que derem ao Senhor as tenho dado a ti.  Os primeiros frutos de tudo que houver na terra, que trouxerem ao Senhor, serão teus.”         
No contexto bíblico as “primícias” eram exatamente uma parte menor extraída de uma parte maior para fins santos, e era sempre o melhor de tudo.  O melhor da “seara” era escolhido e entregue ao Senhor como “primícias” da grande “seara”.  As “primícias” eram consagradas ao Senhor como representantes da “seara”. 
 
Não é difícil entendermos o que a profecia quer dizer quando fala em Apoc. 7 que os 144.000 são uma pequena porção extraída de uma porção maior, pois em Apoc. 14:4 a profecia explica que eles são “primícias” da grande “seara” de salvos.  Não podem existir “primícias” sem “seara” pois quando a profecia diz que os 144.000 são “primícias” dos salvos, está dizendo que existe uma “seara” de salvos vivos.
 
Paralelo Entre as Duas Primícias e as Duas Searas
1)  As Primícias dos Mortos e a Seara de Mortos
Na primeira carta aos Coríntios Paulo declara: “Mas de fato Cristo ressuscitou dentre os mortos, sendo Ele as primícias dos que dormem . . . Cada um, porém, por sua própria ordem: Cristo, as primícias; depois os que são de Cristo, na Sua vinda” (I Cor. 15:20, 23).
A existência das “primícias” exige a existência de uma “seara” correspondente.  Biblicamente não podem existir “primícias” sem “seara”.  Se existem as “primícias” dos mortos também existe uma “seara” de mortos.  Ellen G. White descreve as “primícias” dos mortos e “seara” de mortos no livro O Desejado de Todas as Nações:
 
“Cristo ressurgiu dos mortos como as primícias dos que dormem.  Era representado pelo molho movido, e Sua ressurreição teve lugar no próprio dia em que o mesmo devia ser apresentado perante o Senhor.  Por mais de mil anos esta simbólica cerimônia fora realizada.  Das searas colhiam-se as primeiras espigas de grãos maduros, e quando o povo subia a Jerusalém, por ocasião da páscoa, o molho das primícias era movido como uma oferta de ações de graças perante o Senhor.  Enquanto essa oferenda não fosse apresentada, a foice não podia ser metida aos cereais, nem estes ser reunidos em molhos.
 
O molho dedicado a Deus representava a colheita.  Assim Cristo, as primícias, representava a grande messe espiritual a ser colhida para o reino de Deus.  Sua ressurreição é o tipo e o penhor da ressurreição de todos os justos mortos. . . . 
 
Quando Cristo ressurgiu, trouxe do sepulcro uma multidão de cativos . . .  Aqueles, porém, que ressurgiram por ocasião da ressurreição de Cristo, saíram para a vida eterna.  Ascenderam com Ele, como troféus de Sua vitória sobre a morte e o sepulcro.  Estes, disse Cristo, não mais são cativos de Satanás.  Eu os redimi.  Trouxe-os da sepultura como as primícias de Meu poder, para estarem comigo onde Eu estiver, para nunca mais verem a morte nem experimentarem a dor.”[69]
 
“Todo o Céu estava esperando para saudar o Salvador à Sua chegada às cortes celestiais.  Ao ascender, abriu Ele o caminho, e a multidão de cativos libertos à Sua ressurreição O seguiu.  A hoste celestial, tomava parte na jubilosa comitiva. Estão ansiosos para celebrar-Lhe o triunfo e glorificar seu Rei.  Mas Ele os detém com um gesto.  Ainda não.  Não pode receber a coroa de glória e as vestes reais.  Entra à presença do Pai.  Mostra a fronte ferida, o alanceado flanco, os dilacerados pés; ergue as mãos que apresentam os vestígios dos cravos.  Aponta para os sinais de Seu triunfo; apresenta a Deus o molho movido, aqueles ressuscitados com Ele como representantes da grande multidão que há de sair do sepulcro por ocasião de Sua segunda vinda.[70]
 
Jesus é as “primícias” dos que dormem (I Cor. 15:20), mas Ele não ressuscitou sozinho.  A Bíblia diz que muitos resssuscitaram com Ele: “E Jesus, clamando outra vez com grande voz, rendeu o espírito.  E eis que o véu do templo se rasgou em dois, de alto a baixo; e tremeu a terra, e fenderam-se as rochas, e abriram-se os sepulcros, e muitos corpos de santos que dormiam foram ressuscitados; e saindo dos sepulcros, depois da ressurreição Dele, entraram na cidade santa, e apareceram a muitos” (Mat. 27:50-53).
As “primícias” dos mortos já estão no Céu e a “seara” dos justos mortos ainda está na sepultura aguardando a segunda vinda de Jesus.
 
2) As Primícias dos Vivos e a Seara dos Vivos
Os 144.000 são descritos como “primícias para Deus e para o Cordeiro” (Apoc. 14:4).  Obviamente eles não podem ser as “primícias” dos mortos, só resta então uma opção, eles são as “primícias” dos vivos. 
 
Ellen G. White diz que os 144.000 não passarão pela morte:
“Com o Cordeiro, sobre o monte Sião, ‘tendo harpas de Deus’, estão os 144.000 que foram remidos dentre os homens; e ouve-se, como o som de muitas águas, e de grande trovão, ‘uma voz de harpistas, que tocavam com as suas harpas’.  E cantavam um ‘cântico novo diante do trono – cântico que ninguém podia aprender senào os 144.000.  É o hino de Moisés e do Cordeiro – hino de livramento.  Ninguém, a não ser os 144.000, pode aprender aquele canto, pois é o de sua experiência – e nunca ninguém teve experiência semelhante.
 
“’Estes, tendo sido trasladados da Terra, dentre os vivos, são tidos como as primícias para Deus e para o Cordeiro’ (Apoc. 14:1-5; 15:3”[71]
 
Considerando que os 144.000 são trasladados como “primícias” dentre os vivos por ocasião da segunda vinda de Jesus, então é correto entender que existe também uma “seara” de salvos vivos que nunca passarão pela morte.  Não podem existir “primícias” sem “seara”.  O apóstolo Paulo diz que: “Se as primícias são santas, também a massa o é” (Rom. 11:16).  A Bíblia descreve a grande “seara” de Apoc. 7:9 como aqueles que “vieram da grande tribulação” (Apoc. 7:14).  Esta grande tribulação é descrita por Ellen G. White como sendo a “angústia tal como nunca houve desde que houve nação; suportaram a aflição do tempo da angústia de Jacó.”[72]
 
Isto significa que por ocasião da volta de Jesus teremos uma grande e enorme “seara” de salvos vivos cujas “primícias” são os 144.000.  Eles passam juntos pelo período da Angústia de Jacó.  Com efeito o capítulo 7 de Apocalipse apresenta dois diferentes grupos:
·         Apoc. 7:2-8 os 144.000 as “primícias”
·         Apoc. 7:9-17 a grande multidão que ninguém podia contar, a “seara”.
Assim como Jesus e os que ressuscitaram com Ele ascenderam ao Céu como “primícias” dos mortos, representantes da grande multidão que há de ser ressuscitada na volta de Jesus, assim também os 144.000 são as “primícias” e representantes da grande “seara” de salvos vivos.  Cada “seara” tem suas respectivas “primícias”. 
 
Quem Cantará o Cântico de Moisés e do Cordeiro?
Ellen G. White declara que o “cântico novo” de Apoc. 14:3 é o hino de Moisés e do Cordeiro: “E cantavam um cântico novo diante do trono – cântico que ninguém podia aprender senão os cento e quarenta e quatro mil.  É o hino de Moisés e do Cordeiro – hino de livramento.”[73]
 
Por que em Apoc. 14:3 diz que ninguém podia aprender aquele cântico senão os 144.000 e ao mesmo tempo em Apoc. 15:2 diz que todos os que saíram vitoriosos da besta e da sua imagem, incluindo a grande multidão que passou pela angústia de Jacó, cantarão o Cântico de Moisés e do Cordeiro?  
 
Ellen G. White explica: “Ninguém, a não ser os cento e quarenta e quatro mil, podem aprender aquele canto, pois é o de sua experiência – e nunca ninguém teve experiência semelhante.”[74]
 
Em Testemunhos Seletos, vol. 2, Ellen G. White vê dois diferentes grupos em diferentes lugares e ambos cantavam o cântico de Moisés e do Cordeiro:
“Mas, olhando através do fumo e ruído da batalha, (João) notou sobre o monte Sião, unido ao Cordeiro, um grupo que, em vez do sinal da besta, ‘em suas testas tinham escrito o nome . . . de Seu Pai’  (Apoc. 14:1).  Depois viu o número dos que ‘saíram vitoriosos da besta, e da sua imagem, e do seu sinal, e do número do seu nome, que estavam junto ao mar de vidro, e tinham as harpas de Deus.  E cantavam o cântico de Moisés, servo de Deus, e o cântico do Cordeiro.”[75]
 
Com relação ao Cântico de Moisés e do Cordeiro a Bíblia e o Espírito de Profecia deixam claro que todos os salvos cantarão, e a declaração de que ninguém podia aprender o cântico da forma em que os 144.000 cantavam (Apoc. 14:3) explica-se pelo fato de ser o cântico da experiência deles, uma experiência homogênea peculiar unicamente aos 144.000.  As características mencionadas em Apoc. 14:1-5 pertencem ao grupo dos 144.000 como um todo.  Em contraste,  a experiência da “seara” é heterogênea, diferente uma da outra, e o cântico é o cântico da vitória que eles obtiveram individualmente sobre o pecado.  Para cada remido o cântico tem um sentido peculiar.
 
“Quando findar o conflito terreno, e os santos forem recolhidos para o lar, nosso primeiro tema será o cântico de Moisés, o servo de Deus.  O segundo tema será o cântico do Cordeiro, o hino de graça e redenção.  Esse hino será mais alto, mais elevado, e, em mais sublimes acentos, ecoando e reecoando pelas cortes celestes. . . .  entoadas por milhares e dezenas de milhares, e uma incontável multidão das hostes dos remidos.  Todos se unem nesse cântico de Moisés e do Cordeiro.  É novo cântico, pois nunca dantes fora cantado no Céu.”[76]
 
 






[1] “Caiu, Caiu a grande Babilônia . . . Apoc. 18:2.  A mensagem da queda de Babilônia conforme é dada pelo segundo anjo, é repetida com a menção adicional das corrupções que têm estado a entrar nas igrejas desde 1844.  A obra deste anjo vem, no tempo devido, unir-se à última grande obra da mensagem do terceiro anjo, ao tomar esta o volume de um Alto Clamor,” isto é, quando as três mensagens angélicas forem proclamdas como uma só na voz do quarto anjo de Apoc. 18:1-2. Ellen G. White, Primeiros Escritos, 277.


[2] Ellen G. White, Testemunhos para Ministros e Obreiros Evangélicos, 114-115.


[3] Ellen G. White, Testemunhos para Ministros e Obreiros Evangélicos, 114, 115.


[4] Os Sete Selos parecem estare mais ligados ao processo do Selamento do que aos 7 períodos históricos da igreja.  Afinal, os Selos tem tudo a ver com o Selamento, e não com história da igreja.  O selamento, ou o juízo investigativo, começou com os mortos em 1844, e passará para os vivos exatamente no período em que o Selo do Deus Vivo e o Selo da besta estiverem sendo aplicados.


[5] Ellen G. White, Testemunhos para Ministros, 115.


[6] Ellen G. White, Profetas e Reis, 547-548.


[7] Aquele que Se levanta em defesa do Seu povo não é outro senão Jesus Cristo, o Senhor.  Miguel o arcanjo que contendia com o diabo pelo corpo de Moisés é Jesus (Judas 9).  Na visão dada a João em Apocalipse 12:7 Jesus é mais uma vez identificado como Miguel, Aquele que batalhou contra Satanás e o expulsou do céu. 


[8] Ellen G. White, Primeiros Escritos, 36.


[9] Ellen G. White, Primeiros Escritos, 279-280.


[10] Ibidem, 280.


[11] Ellen G. White, O Grrande Conflito, 614.


[12] Ellen G. White, Carta 161, página 3, 1903.  Citado em An Exhaustive Ellen G. White Commentary on Daniel, vol. 1, 383.


[13] Ellen G. White, O Grande Conflito, 604, 605.


[14] Ellen G. White, O Grande Conflito, 607-608.


[15] Ibidem, 612.


[16] Ellen G. White, O Grande Conflito, 614.


[17] Ibidem, 616, 618.


[18] Ibidem, 618-619.


[19] Ibidem, 620, 621.


[20] Ibidem, 622, 623.


[21] Ellen G. White, O Grande Conflito, 629.


[22] Ellen G. White, O Grande Conflito, 624, 625.


[23] Ellen G. White, O Grande Conflito, 631.


[24] Ellen G. White, Seventh Day Adventist Bible Commentary, vol. 7, 971.


[25] Ellen G. White, Primeiros Escritos, 285.


[26] Ellen G. White, O Grande Conflito, 637.


[27] Ellen G. White, Fundamentos da Educação Cristã, 199.


[28] Ellen G. White, Testimonies for the Church, vol. 7, 26.


[29] Ellen G. White, O Grande Conflito, 450.


[30] Ibidem, 449.


[31] Ellen G. White, O Grande Conflito, 25.


[32] Ibidem, 26.


[33] Ibidem, 36.


[34] Ellen G. White, Maranatha: The Lord Is Coming, 180.


[35] G. Edward Reid, Sunday’s Coming!, 162.


[36] Philip Schaff, History of the Christian Church, vol. 3, 380.


[37] Leo Schreven, Now That’s Clear, 94.


[38] Ellen G. White, O Grande Conflito, 579.


[39] Ellen G. White, O Grande Conflito, 637, 639, 640.


[40] Gerhard Pfandl, Lição da Escola Sabatina, 4º  trimestre, 2004, 157.


[41] Ellen G. White, Testemunhos para Ministros, 115.


[42] Dave Hunt, A Woman Rides the Beast, 45.


[43] Ellen G. White, O Grande Conflito, 640.


[44] Um estudo completo sobre os 144.000 foi adicionado no final deste capítulo.


[45] Ellen G. White, O Grande Conflito, 626-627.


[46] Ellen G. White, O Grande Conflito, 639.


[47] Ellen G. White, Primeiros Escritos, 285, 286.


[48] Ellen G. White, O Grande Conflito, 640, 641.


[49] Ellen G. White, O Grande Conflito, 644-645.


[50] Ellen G. White, Seventh-day Adventist Bible Commentary, vol. 7, 978.


[51] Ibidem.


[52] T. H. Jemison, Our Firm Foundantion, vol. 2, 407.


[53] A fim de entender melhor o Sexto Selo e o Juízo dos Vivos por favor leia os comentários de Apoc. 6:12-17.


[54] Sobre o Sétimo Selo e o Fechamento da Porta da Graça ler os comentários de Apoc. 8:1-5.


[55] Carl Coffman, Lição da Escola Sabatina, 2a parte, terceiro trimestre, 1989, 58.


[56] Ellen G. White, Seventh-day Adventist Bible Commentary, vol. 7, 978.


[57] Folheto da Reforma: “A Obra do Assinalamento”, Coleção Laodicéia, número 5, páginas 7-8.


[58] Review & Herald, 26 de Fevereiro de 1889, 137.


[59] Ellen G. White, Notas e Manuscritos, vol. 1, 111-112.


[60] Folheto da Reforma: Coleção Laodicéia, número 5, página 5.


[61] Ellen G. White, Testemunhos para Ministros e Obreiros Evangélicos, 105.


[62] Ellen G. White, Atos dos Apóstolos, 69.


[63] Ellen G. White, Testemunhos Seletos, vol. 2, 219.


[64] Os Reformistas surgiram em 1914 como um grupo dissidente da Igreja Adventista do Sétimo Dia, e atualmente (2004) possuem um pouco mais de 30.000 membros em todo o mundo.


[65] Os Reformistas crêem que as almas sinceras que morrem sem conhecer a terceira mensagem angélica são estão salvas.  Para a salvação dessas almas não há limite de número, mas para aqueles que conheceram as mensagens angélicas o número fica limitado em 144.000.  Se formos levar isso em conta então seria melhor não pregar a terceira mensagem angélica ao mundo pois isto estaria limitando o número dos salvos.  Também para os que pregam a terceira mensagem angélica não seria vantagem pois estariam ganhando concorrentes para disputar uma vaga.


[66] Ellen G. White, O Grande Conflito, 383.


[67] Ibidem., 390.


[68] Ibidem., 634.


[69] Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, 754.


[70] Ibidem., 796, 797.


[71] Ellen G. White, O Grande Conflito, 648-649.


[72] Ibidem., 649.


[73] Ibidem., 648-649.


[74] Ibidem., 649.


[75] Ellen G. White, Testemunhos Seletos, vol. 2, 351.


[76] Ellen G. White, Testemunhos para Ministros e Obreiros Evangélicos, 433.

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