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domingo, 11 de maio de 2014

A MÃE E O PAI SABEM TUDO


 
Para desempenhar tarefas precisamos de preparo e treinamento; estudamos anos para exercer uma profissão, fazemos cursos de culinária, corte e costura, etc. etc. Mas, para educar os filhos a única coisa que temos é a nossa própria experiência como filhos. Se cada bebê viesse com manual de instruções, seria mais fácil...
Temos também boas intenções, nossa intuição, nosso amor, sensibilidade...e isso é muita coisa! Contudo, não é o bastante, como freqüentemente constatamos.

Às vezes temos o firme propósito de fazer o que nossos pais fizeram, ou fazer justamente o oposto, e muitas vezes isso não funciona, e acabamos fazendo coisas de que não gostamos, gritamos, perdemos a paciência ou fazemos algo que depois nos arrependemos. Muitas vezes repetimos frases e ações que condenávamos em nossos pais, mas que acabam saindo automaticamente. E acabamos confusos, sem saber agir de outra forma.

Muitos pais reconhecem que, em geral, suas formas de comunicação são ineficazes. No entanto continuam a utilizá-las porque não dispõe de alternativas melhores. Educar filhos é, sem dúvida, uma tarefa complexa. Quando começamos a nos sentir "espertinhos" em uma determinada fase da criança, não demora e vem uma nova fase do seu desenvolvimento. De 2 a 5 anos ocorrem muitas mudanças. Mais a frente, de 10 a 13 anos, outras tantas. E assim somos sempre meio aprendizes, sendo que com o próximo filho pode ser tudo diferente, porque o outro filho é uma outra pessoa.

O fato é que precisamos aprender a ir crescendo junto com os nossos filhos, respeitando e acompanhando a trajetória que vai desde a dependência quase total do bebê até a crescente autonomia e independência do filho adulto.

Todas as relações humanas comportam momentos de dúvida e a relação pais e filhos não é diferente. Existem momentos de amor, prazer, alegria, raiva, mágoa, tristeza...Por isso, devemos aprender a lidar calmamente com todos eles, sem expectativa irreais. Paz e harmonia na família nunca são permanentes; precisam ser constantemente buscadas.

A comunicação é um dos fatores mais importantes. Dependendo da qualidade das mensagens que enviamos, podemos abrir ou fechar canais de comunicação. Isso vale para qualquer tipo de comunicação: pais-filhos, professor-aluno, marido-mulher, chefe-funcionário, médico-cliente, etc. É bom lembrar que os pais, ou os educadores em geral, exercem suas funções num clima de tensões e pressões de ordem econômica. Além disso, ainda temos expectativas e exigências que construímos em torno do desejo de ser um "bom pai" e/ou uma "boa mãe". E temos ainda as nossas dificuldades pessoais, que certamente influem bastante quando lidamos com os filhos.

Todos nós temos áreas de conflito, que se manifestam na maioria dos nossos relacionamentos. E como o nosso contato com os filhos é quase sempre intenso e contínuo, essas dificuldades pessoais acabam interferindo bastante. Cuidar de nós próprios é um bom caminho para melhorar nossas relações com os filhos. Na verdade, todos os nossos relacionamentos melhoram quando passamos a reconhecer abertamente nossas dificuldades.

Porém, em meio de tudo, uma coisa que não pode acontecer é a super exigência de nós mesmos como pais, pois isso gera sentimento de culpa pelas nossas imperfeições, que são inevitáveis, pelo simples fato de sermos humanos...
Liany Silva dos Santos

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