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sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

OS SAMARITANOS NO TEMPO DE JESUS








Embora não pertençam propriamente falando ao judaísmo e não constituam uma seita judaica, os Samaritanos devem ser considerados como uma comunidade característica do ambiente palestinense.


Poder-se-ia caracterizá-los ao mesmo tempo por sua proximida­de e por sua oposição ao judaísmo. Tanto quanto os judeus e mais que eles ainda, os Samaritanos são os homens da Lei, representada pelos cinco livros do Pentateuco; seguem suas prescrições com rigor no que se refere, por exemplo, à circuncisão, ao sábado, ou às festas. Sua li­turgia e sua literatura religiosa celebram o Deus único, Moisés, seu in­térprete, a libertação do Egito e a revelação do Sinái. Mas uma diver­gência fundamental se manifesta pela rejeição dos outros livros do AT e sobretudo pela recusa de reconhecer Jerusalém como metrópole re­ligiosa e o Templo de Salomão como santuário central.

Para eles, o verdadeiro santuário da terra santa e o único lugar de culto legítimo é o monte Garizim, que domina a antiga localidade de Siquém. É no alto desta montanha que celebram as grandes festas, sobretudo a páscoa segundo o ritual de Ex 12. O Garizim, lugar da bênção segundo Dt 11,29 e 27,12, é aliás mencionado num décimo mandamento que aparece na versão samaritana do Decálogo. É uma das raras variantes do Pentateuco samaritano em relação ao texto re­cebido.

Há um messianismo entre os Samaritanos que esperam o Taheb, aquele que vem de novo. Não é um descendente de Davi, como o Messias judeu, mas uma espécie de novo Moisés, o profeta de Dt 18,15, que virá para colocar tudo em ordem no final dos tempos.

É difícil reconstruir com certeza a história das origens desta co­munidade. De acordo com a narrativa de 2Rs 17, depois da queda do reino do norte e da tomada de Samaria em 721, os assírios deporta­ram parte dos habitantes e estabeleceram no país colonos mesopotâmicos. Estes teriam fundado, com o auxílio de um sacerdote do lugar, um culto sincretista. Embora a tradição samaritana coloque a ruptura em época ainda mais remota, quando se abandonou Siquém por Silo, hoje em dia prefere-se considerar como mais tardia a constituição da "seita" samaritana. Pode-se pensar no retorno do Exílio, na época de Zorobabel e de Neemias, ou no momento da conquista de Alexandre: foi então, segundo Josefo, que os Samaritanos teriam construído um templo sobre o monte Garizim.
As relações foram com freqüência muito tensas entre Jerusalém e a Samaria, mas sempre dentro de uma estreita comunidade de desti­no. Alguns laços se mantiveram, influências recíprocas se exerceram entre judeus e Samaritanos; estes, aliás, estão mais próximos, sob cer­tos apectos, dos saduceus que dos fariseus. Consideram-se como os herdeiros das tribos do norte que ficaram fiéis à fé de Moisés. Sua oposição ao Templo de Jerusalém pode tê-los aproximado dos essênios como de certas correntes do cristianismo primitivo
 FONTE: CADERNOS BÍBÇLICOS 
 

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