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domingo, 23 de fevereiro de 2014

ALGUMAS LEIS DO ANTIGO TESTATEMENTO



Os inimigos da verdade criam numa falsa imagem da igreja adventista. Concebem um sistema adventista distante da realidade.
A ignorância em relação ao nosso fundamento doutrinário vai ao ponto de afirmarem e reiterarem que, para os adventistas, excluindo-se os Dez Mandamentos, tudo o mais na Bíblia é lei cerimonial.
Ora, isso é inverídico e exige reparo, a bem da verdade. Não sabemos onde buscam tal disparate. De fato, ensina­mos que a lei moral se consubstancia no decálogo, como um código distinto, inconfundível. perfeito. escrito pelo dedo de Deus e, sendo de redação divina direta (não inspirada a homem algum). como tal deve ser crido e obedecido sem alterações. Os preceitos morais que se esparramam pelas Escri­turas, são derivações do decálogo, seus enunciados aplicando-se às circunstâncias. Não há dúvida que o decálogo é distinto.
Excluindo-se, portanto. a lei moral, resta analisarem-se as outras leis, preceitos. estatutos, mandamentos e teste­munhos. Ë preciso atentar para o seu conteúdo, sua subs­tância e sua finalidade, pois essa análise é de suma importância para o esclarecimento da matéria.
Com um pouco de percepção. facilmente se discernem preceitos cerimoniais por sua natureza — os que dizem respeito ao culto, aos tipos, ás festividades. A mesma percep­ção descobre estatutos civis, e também preceitos ou conselhos de ordem sanitária. Gomo é óbvio, estas duas últimas classes de mandamentos não podem ser confundidas com os cerimoniais, porque não se relacionavam com o Cristo vindouro. Não eram típicos ou prefigurativos. O conjunto de preceitos civis regulava relações entre cidadãos de uma comunidade, a comunidade judaica. circunstancialmente teocrática. Outro conjunto de preceitos traçava diretrizes sobre saúde, profilaxia e temperança. Não eram cerimoniais.
Como tudo que escrevemos tem mais sentido esclarece­dor do que polêmico, é bom situarmos a maneira como en­tendemos as enunciações legais das Escrituras, aliás em consonância com os mais antigos e autorizados intérpretes e redatores de confissões de fé, e de acordo com a mais racional. lógica, boa e precisa dedução á vista da contextuação clara e exuberante que há sobre a matéria lei’.

Breve Conceituação das Leis Bíblicas


Embora a Bíblia não tenha sistemática, contudo quem a lê com um coração dócil, com espírito analítico e sem idéias préconcebidas, poderá discernir, quanto á natureza, con­teúdo e destinação, quatro categorias de leis:

a) A lei moral, cuja matriz, feita pelo dedo de Deus, é o decálogo. Gomo estabelece diretrizes que comandam rela­ções entre o homem e Deus, e entre o homem e o próximo. tais vínculos jamais se desfarão enquanto Deus for Deus e o homem, homem. Ë uma lei eterna, que estamos obrigados a guardar, principalmente na dispensação evangélica, se quisermos ser cidadãos do Reino de Cristo, pois por Ele somos habilitados a guardá-la. No Catecismo da Doutrina Batista, pelo Pastor W. D. T. MacDonald, págs. 28 e 29. lemos o seguinte:
“41a. P. —    Sendo a salvação gratuita, temos obrigação de cumprir a lei de Deus?”
“R. —   Sim. Todos nós temos obrigação de cumprir a lei moral (O autor cita  S. Mat. 5:19; I S. João 5:3: Rom. 6:1 e I Cor. 7:19).
“42a. P. —  Que é lei moral?”
“R. — Lei moral é a que nos prescreve as obrigações para com Deus e o próximo, e se acha expressa nas seguintes pa­lavras de Jesus Cristo: (O autor cita S. Mat. 22:37-40).
“43a. P. — De que maneira mais explícita se acha a lei ex­posta na Bíblia?”
        “R. —   A lei acha-se expressa com maior minuciosidade nos Dez Mandamentos, dados por Deus a Moisés no Monte Sinai.
Agradecemos aos amigos batistas, por nos terem ajuda­do neste tópico, com tão clara definição de lei moral, e crerem que temos o dever de cumpri-la, mesmo sendo a salvação gratuita, como também cremos.

b)      A lei cerimonial, que foi instituída após a Queda, de­pois que o homem foi destituído da glória original. Teve es­sa lei o escopo de ensinar ao povo de Israel   detentor dos oráculos divinos     o sacrifício de Cristo, na figura dos sacri­ficios dos cordeiros que eram imolados. E este propósito de­via ser cumprido na era pró-cristã, ensinando aos crentes o meio de que se deviam valer para obterem o perdão da lei moral e eterna transgredida (porque pecado é transgressão da lei), até que viesse o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. Essa lei que regulava o culto no santuário, os ho­locaustos e ofertas, as festividades e ritos vários — tudo simbólico e prefígurativo —  naturalmente cessou na cruz. A ela ninguém mais está obrigado. No inicio do estabelecimento do cristianismo, elementos conservadores vindos do ju­daísmo (judaizantes) não queriam, de pronto, se desvenci­lhar destas práticas cerimoniais, ocasionando sérios estre­mecimentos nas igrejas nascentes, notadamente de Roma, Galácia e Colossos. Estes assuntos são tratados nas epísto­las paulinas dirigidas àquelas igrejas. Em suma, a lei cerimo­nial      escrito de divida contra nós — caducou, por ter preenchido a sua finalidade.
c)        Lei civil judaica, de que Israel como nação não podia prescindir. Regulava as relações dos cidadãos, definindo os seus direitos e deveres. Ela se esparrama pelo Pentateuco, aludindo à propriedade, casamentos ilícitos, divórcio, escra­vatura, herança, guerra, usura, fuga. empréstimos, crimes, moralidades, e também cominava as penas. Ela era, em suma, os códigos civil, penal e processual dos israelitas. Moisés era também legislador e juiz. Sendo Israel nação teocrática, o padrão era a lei moral. A sua transgressão, além de ser pecado contra Deus, era crime punível pelas leis nacionais.
Como é óbvio, desaparecendo a nação judaica, extinguiu­se, ipso facto, esta lei nacional, por carência de aplicabilidade. É claro que os cristãos, sujeitos às leis de seus países de origem (Rom. 1 3:1-7) nada têm que ver com os estatutos ci­vis mosaicos.
d)     Preceitos higiênicos, que, a rigor, não constituem uma lei, mas tratavam de altos princípios sanitários, de sa­neamento, de prevenção ao contágio de moléstias repelen­tes e, sobretudo, de elevados padrões nutricionistas. A proi­bição de comer alimentos imundos (hoje homologada pela ciência) dizia respeito ao bem-estar físico, à saúde de um po­vo escolhido e separado por Deus. Esses preceitos, altamente salutares, que proporcionavam “mens sana in corpore sa­no.” devem ser observados por quem aspire a viver no ambiente puro do Reino de Cristo. Não é apenas a abstenção do álcool. do fumo, do jogo. ou de entorpecentes. que caracte­riza o cristão. O seu corpo é o templo do Espírito Santo” e este depósito sagrado não pode ser contaminado com ali­mentos inconvenientes, nocivos e alguns formalmente con­denados pela Palavra de Deus. Ë inadmissível supor que Cristo tenha cravado na cruz leis higiênicas ou regras bíbli­cas de temperança tão benéficas ao homem. Disse creden­ciada escritora: “A santificação apresentada nas Escrituras Sagradas abrange todo o ser — espírito, alma e corpo. Eis a verdadeira idéia da completa consagração. Paulo ora para que a igreja de Tessalônica possa gozar essa grande bênção. ‘E o mesmo Deus de paz vos santifique em tudo: e todo o vosso espírito, e alma, e corpo sejam plenamente conserva­dos irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cris­to.”’ I Tess. 5:23.
Ë fora de dúvida, pois que estas espécies de leis estão bem definidas no Livro Santo, e afirmar o contrário é ir con­tra a evidência dos fatos. Por isso causa risotas a mixórdia de leis de natureza diversa, num baralhamento intencional, porque somente se fazendo essa trama, se poderá susten­tar a esdrúxula tese de que a lei de Deus foi abolida. Mas es­sa confusão propositada. além de não revelar bom espírito. denota falta de percepção. uma babel irremediável. Ë de causar pena.
O fato de a Bíblia não mencionar os adjetivos “moral”, “cerimonial”. “civil”, “higiênico”. etc., não destrói o fato de existirem leis assim averbadas. O que se busca na Bíblia são fatos e não termos. Negar um fato bíblico, só porque a Es­critura não menciona a palavra pela qual esse fato é desig­nado, é uma insensatez e uma grande insinceridade. Assim
poderíamos proceder em relação a “ascenção”, “encarnação”. “Trindade”, e outros fatos. cujos nomes a Bíblia não traz.
Relevem os leitores por termos insistido na tese da con­ceituação das leis. Fizemo-lo porque gostamos de tudo em pratos limpos, e matéria de tal relevância precisa ser bem esclarecida, pois há muita ignorância a respeito.

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