9 O Que
a Cruz Não Mudou
Eram duas e meia da tarde quando, de repente, a
América parou. Era uma sexta-feira
negra. Os jornalistas estiveram se
movimentando através das agências de noticias, com medo do que haviam
descoberto. E, finalmente, chegou a
palavra definitiva, despida de qualquer boato: o presidente dos Estados
Unidos estava morto!
Todos ficaram
atônitos, arrasados. O alvo mortífero daquele rifle havia ameaçado a segurança
da nação americana. A lei da pátria tinha sido seriamente infringida. Mas a
constituição - critério básico da lei e da ordem - permanecia imutável. Aqueles tiros disparados em Dallas, Texas,
somente aumentaram a determinação de que no futuro ela seria cumprida com mais
cuidado.
Embora este
paralelo possa ser incompleto, existiu uma outra sexta-feira negra. E o coração
do Universo ficou paralisado. Poucas pessoas se importaram com o que estava
acontecendo, mas o Céu se importou. Seres sem pecado assistiram petrificados,
quando seu amado Comandante morreu nas mãos de um inimigo que O havia
desafiado. O que eles viram naquele dia os convenceu para sempre sobre a
verdadeira natureza da rebelião e do pecado. O caráter do anjo caído fora,
finalmente, desmascarado.
Apesar de
surpreso, chocado e ameaçado pelo golpe mortal do inimigo, o Céu se sentiu
seguro ante o conhecimento de que seu governo resistiria. A justiça de sua
constituição fora eternamente confirmada pela morte de Jesus. Sua lei permaneceu intocada. A lealdade dAquele que morreu na cruz tomava
agora a desobediência impensável. Sim, o
Filho de Deus estava morto. Mas Ele
tornou a salvação possível para o homem caído, e fez ainda mais: justificou o
Seu governo e tomou o Universo seguro por toda a eternidade!
Imediatamente após a morte de John F.
Kennedy, incontáveis memoriais se espalharam por toda a Terra. Rodovias,
estádios e aeroportos receberam o seu nome. O Cabo Canaveral tornou-se Cabo
Kennedy.
É muito
natural que o mundo cristão quisesse fazer um memorial à morte e especialmente
à ressurreição de Jesus. Por que não fazer do domingo, o dia da ressurreição,
uma lembrança universal do dia em que Ele saiu do túmulo? Muito lógico,
não? Mas há um problema: Deus já havia escolhido um memorial para a
morte de Cristo na cruz, nós o chamamos de a “Ceia do Senhor”. I Coríntios (NT)
11: 23 a 26.
Apesar de surpreso, chocado e ameaçado
pelo golpe mortal do inimigo, o Céu se sentiu seguro ante o conhecimento de que
seu governo resistiria.
Você sabia que
Deus também já tinha escolhido um memorial para a ressurreição de Jesus?
Podemos ler sobre isto em Romanos (NT) 6:3 a 5:
Ou não sabeis que todos quantos fomos batizados em Jesus Cristo fomos
batizados na Sua morte? De sorte que
fomos sepultados com Ele pelo batismo na morte; para que, como Cristo
ressuscitou dos mortos, pela glória do Pai, assim andemos nós também em
novidade de vida. Porque, se fomos plantados juntamente com Ele na semelhança
da Sua morte, também o seremos na da Sua ressurreição.”
Pode qualquer
outro memorial ser mais adequado, mais significativo do que o batismo? Quando
uma pessoa entra na água e prende o fôlego, isso simboliza a morte para o
pecado; quando é colocada embaixo da água, simboliza o enterro da velha
vida; e quando ela vem para fora, simboliza
a ressurreição para uma nova vida. E,
por estes atos juntos, o seguidor de Jesus compartilha e comemora a morte, o
enterro e a ressurreição do seu Senhor. É um memorial perfeito em todos os seus detalhes; é
difícil de entender por que o homem tentada aprimorá-lo.
Mas é
exatamente isso que os homens têm tentado fazer, pois um grande segmento do
mundo cristão realiza cultos no domingo em lugar do sábado bíblico, e eles
respondem que isso é feito em memória da ressurreição. Os memoriais são
louváveis, mas o problema é o seguinte:
Deus já tem um dia de descanso; foi estabelecido no fim da semana da
criação, e ele também é um memorial muito importante.
“Porque em
seis dias fez o Senhor criou os céus e a terra, o mar e tudo o que neles há, e
ao sétimo dia descansou: por isso o Senhor abençoou o dia de sábado, e o
santificou.” Êxodo (VT) 20:11.
O sábado é um
memorial da criação; é uma lembrança perpétua, a cada sete dias, de que não
somos filhos do acaso, nem de qualquer acidente, mas de um Criador amoroso. Eis
a
questão: como
a natureza humana reagiria tendo dois dias de descanso? Será que não iríamos
escolher aquele que fosse mais conveniente? Isso significa que, provavelmente,
Sua obra como Criador seria esquecida!
Deus é honrado
por nossa lembrança do túmulo vazio, mas a observância do domingo, por mais
sincera que seja, viola especificamente pelo menos um dos Dez Mandamentos de
Deus. Aqueles que observam o domingo não estão observando o dia que Deus
ordenou. Podemos esperar que Deus se agrade com um memorial que esteja manchado
com a quebra da lei ? Dificilmente.
O sábado é um memorial da criação;
é uma lembrança perpétua de que não somos filhos do
acaso.
A essa altura,
você pode estar dizendo: “Não sei bem o que li ou onde, mas sempre presumi que
existisse autoridade no Novo Testamento para o culto aos domingos. Será que sonhei?” Não. Você não sonhou, apenas supôs o que
milhões antes de você, também imaginaram. A verdade é que o Novo Testamento
menciona o primeiro dia da semana oito vezes.
Cinco desses textos apenas se referem ao fato da ressurreição ter
ocorrido no primeiro dia da semana.
Examinemos o
primeiro deles. “E no primeiro dia da
semana, muito de madrugada, foram elas ao sepulcro, levando as especiarias que
haviam preparado.” São Lucas (NT) 24:1.
Será bom observar o versículo imediatamente anterior, 23:56: “E, voltando elas, prepararam especiarias e
ungüentos; e no sábado repousaram, conforme o mandamento.”
As mulheres já
tinham descansado no sábado antes de irem, no primeiro dia da semana, ao
túmulo. Não existe nenhuma orientação divina para guardarmos o primeiro dia da
semana como dia sagrado. Você pode conferir os outros quatro textos que falam a
mesma coisa. São eles: São Mateus (NT) 28:1;
São Marcos (ME) 16:2 e 9 e São João (NT) 20:1.
A próxima
passagem está no Evangelho de São João (NT) 20:19: “Chegada pois a tarde
daquele dia, o primeiro dia da semana, e cerradas as portas onde os discípulos,
com medo dos judeus, se tinham ajuntado, chegou Jesus, e pôs-Se no meio, e
disse-lhes: Paz seja convosco.
Essa passagem
é mencionada como uma comemoração da ressurreição por aqueles que buscam apoio
nas Escrituras para tal mudança. Mas é difícil ver como isso pode ser verdade
já que os discípulos estavam reunidos atrás de portas fechadas por medo dos
judeus e eles próprios ainda não estavam convencidos da ressurreição, até que
Jesus apareceu a eles.
A sétima
referência encontra-se no livro de Atos (NT) 20:7: “E no primeiro dia da semana, ajuntando-se os
discípulos para partir o pão, Paulo, que havia de partir no dia seguinte,
falava com eles; e alargou a prática até a meia-noite.”
Paulo pregava
um sermão de despedida no primeiro dia da semana. Entretanto, a pregação de um
sermão, ou a celebração do culto da comunhão, não faz desse dia um dia sagrado.
E, com relação à Ceia do Senhor, tenha em mente que ela foi, originalmente,
instituída pelo próprio Jesus em uma noite de quinta-feira. Mas isso faz da
quinta-feira um dia de guarda? Muito difícil; especialmente quando inúmeras
referências falam de Paulo e outros apóstolos pregando no sábado. Aliás, esse
era o costume. Aquela noite fora apenas uma reunião de despedida!
Chegamos à
última referência. “No primeiro dia da semana cada um de vós ponha de parte o
que puder ajuntar, conforme a sua prosperidade, para que se não façam coletas
quando chegar.” 1 Coríntios (NT) 16:2.
Paulo está
promovendo um projeto muito especial ao seu coração. Os crentes em Jerusalém precisavam de
assistência financeira, e Paulo está pedindo às igrejas para juntarem uma
grande oferta para os seus irmãos na fé (verso 3). Essa passagem não tem nada a ver com ir à
igreja aos domingos e colocar uma oferta na sacola, como alguns podem ter
entendido. Paulo está simplesmente pedindo aos coríntios que separem algum
dinheiro para esse projeto especial. De
fato, as várias traduções desse versículo deixam claro que o “pôr de
parte” é feito nos lares, não num culto
público.
O silêncio do Novo Testamento, concernente a
qualquer mudança no dia de descanso, é ensurdecedor.
Há mais uma
passagem que não menciona o primeiro dia da semana, mas muitas pessoas presumem
que sim. Está em Apocalipse (NT)
1:10. “Eu fui arrebatado em espírito no
dia do Senhor, e ouvi detrás de mim uma grande voz, como de trombeta.” Muitos acreditam que o “dia do Senhor”
mencionado nesse texto é domingo. Mas o dia do Senhor é verdadeiramente o
domingo? Vejamos o que Deus disse
através do profeta Isaias: “Se desviares
o teu pé do sábado, e de fazer a tua vontade no Meu santo dia, e se chamares ao
sábado deleitoso e santo dia do Senhor digno de honra, e o honrares não
seguindo os teus caminhos, nem pretendendo fazer a tua própria vontade, nem
falar as tuas próprias palavras...”
Isaias (VT) 58:13.
O povo de Deus
vinha negligenciando o sábado e Deus os repreendeu para que parassem e
chamassem o sábado deleitoso e santo. Inquestionavelmente, o sábado é o dia do
Senhor. Segundo os melhores registros históricos, a prática de aplicar a
expressão “o dia do Senhor” ao
domingo surgiu nos círculos cristãos por volta do final do século dois. Quando João escreveu o Apocalipse, aqueles
que queriam ver o sábado mudado ainda não tinham nascido. E o fato triste é que quando a expressão “dia
do Senhor” entrou em uso entre os cristãos, ela velo manchada pelo paganismo, e
especialmente pelo culto ao Sol.
Veja o que
escreveu Agostinho Paiva, um escritor português, sobre o mitraismo. “O primeiro
dia de cada semana, domingo, foi consagrado a Mitra desde os tempos remotos,
segundo afirmam vários autores. Porque o Sol era Deus, o Senhor por excelência,
o domingo passou a ser chamado o dia do Senhor, como foi feito mais tarde pelo
cristianismo.” O Mitraísmo,
pág. 3.
Você está
chocado com a origem da prática da guarda do domingo? O silêncio do Novo Testamento, concernente a
qualquer mudança do dia de descanso, é ensurdecedor. Tenha em mente que uma
mudança assim teria provocado grande controvérsia entre os cristãos
primitivos. Pense na quantidade de
espaço que Paulo dá à questão da circuncisão. Ele dedicou todo o livro
dos Gálatas para a discussão do problema, e a circuncisão tinha como sua
autoridade apenas a lei cerimonial — uma lei de
sacrifícios e cerimônias que terminaram quando Jesus deu a Sua vida. A
circuncisão sequer é mencionada nos Dez Mandamentos. Imagine a revolta que teria causado se qualquer mudança do sábado, um dos Dez
Mandamentos, tivesse sido sugerida ou mesmo insinuada. Poderíamos esperar
encontrar livros inteiros relativos ao assunto. E lembre-se que o Novo
Testamento foi escrito de 19 a 63 anos após a cruz.
Sem dúvida,
existe confusão por todo mundo sobre o dia de descanso de Deus. Milhões acreditam que aconteceu alguma coisa
na cruz que desfez a autoridade do mandamento do sábado. Alguma coisa aconteceu, algo saiu errado. Existe confusão, mas Deus é o responsável por
essa confusão? Não. Deus disse: “Porque Eu, o Senhor, não mudo.”
Zacarias (VT) 3:6.
Os apóstolos
também não mudaram. Eles observaram o sábado assim como Jesus. Jesus não previu nenhuma alteração do sábado
para perto dos Seus dias. Quando Ele
falava da destruição de Jerusalém, que seria no ano 70, isto é, quase quarenta anos mais tarde, dizia a Seus
seguidores que orassem para que a fuga não acontecesse no sábado. (Ver São
Mateus NT - 24:20).
Em todas as Escrituras, o sábado permanece seguro
como um memorial da criação.
E na
atualidade? O povo de Deus neste final
dos tempos é descrito no livro do Apocalipse como os que guardam os mandamentos
de Deus (isso inclui o quarto mandamento) e a fé de Jesus. No último apelo de Deus para esta geração,
encontrado em Apocalipse 14, Ele conclama homens e mulheres a adorarem Aquele
que fez a Terra e o Céu. Em todas as
Escrituras, o sábado permanece seguro como um memorial da criação; um dia
observado por
Jesus e Seus seguidores; um dia ainda observado em nossos dias. Com toda
certeza, você já ouviu alguém dizer que o sábado é um ponto de
controvérsia. E é assim porque esta
geração prefere acreditar na chance e no caos de bilhões de anos do que nos
seis dias da criação realizada por Deus.
Milhões
estavam assistindo televisão no momento da confusão, quando um repórter gritou
de Dallas: “Ele foi baleado, Oswald foi baleado”. O assassino não viveu para ser julgado ou
para contar sua confusa história. Mas o
assassino do Calvário continua à solta, e furioso porque terá em breve que
enfrentar o ajuste de contas, furioso porque seu tempo está se esgotando. A cruz do Calvário mostrou que a lei divina
é imutável, mas o anjo caído disse aos homens que a morte de Jesus havia
abolido o código moral de Deus e nos livrou de suas obrigações. Ele transformou a cruz que Deus havia usado
para confirmar a lei numa arma contra a lei.
Isso aconteceu
e está acontecendo. E como resultado, milhões são enganados. No entanto, apesar
das investidas do anjo caído, a cruz do Calvário permanece com seu testemunho
firme. Ela não aceita a responsabilidade pelo desprezo generalizado à lei de
Deus. O que o assassinato de John E. Kennedy causou à constituição? Nada. O que
a morte de Jesus causou à lei divina? Nada. O que a cruz causou ao sábado? Nada
O Calvário é o testemunho de Deus ao homem de que a
Sua lei eterna é importante.
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O Calvário é o
testemunho de Deus ao homem de que a Sua lei eterna é importante. Quanto mais
detalhadamente investigarmos esse assunto, maior será a convicção de que tem
algo errado em algum lugar; que em algumas
questões muito importantes temos seguido a multidão, jamais parando para
questionar. O exemplo de Jesus é
imutável.
Lá está a
pequena oficina do carpinteiro, fechada no sábado. Jamais a encontraremos de
outro modo. Foi assim naquela sexta-feira negra, à sombra da cruz, e não tem
sido diferente, desde o dia em que Ele morreu.
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