11A Cruz no Deserto
Você imaginou
o que as pessoas faziam quando pecavam, antes de Jesus morrer? Hoje temos a promessa: “Se confessarmos nossos pecados, ele é fiel e justo, para perdoar os pecados os e nos
purificar de toda a injustiça.” I São
João (NT) 1: 9
Agora podemos ser perdoados
porque Jesus morreu em nosso lugar e pagou o preço dos nossos pecados. Mas como homens mulheres podiam ser perdoados
antes da cruz, quando Jésus ainda não tinha morrido?
Na verdade,
assim que o homem pecou, Deus demonstrou pela primeira vez o Calvário. Foi
construído um altar sobre o qual um cordeiro foi sacrificado. Esse cordeiro
representava a Cristo. Através dos séculos, cada vez que um animal inocente era
sacrificado, apontava para o dia em que o Filho inocente de Deus morreria no
lugar do homem. Esse foi o preço do perdão.
O povo de
Israel, recém-saído da escravidão, precisava de uma comunicação simples e fácil
para compreender o plano de Deus para a Salvação. Eles precisavam de algo
prático, que demonstrasse a terrível natureza do pecado de modo vivo. Eles
necessitavam de uma noção clara do elevado custo de nossa salvação. E foi o que
Deus fez. Ele ordenou: “E Me farão um
santuário, e habitarei no meio deles. Conforme a tudo que Eu te mostrar para
modelo do tabernáculo, e para modelo
de todos os seus vasos, assim mesmo o fareis.” Êxodo (VT) 25:8 e 9.
Deus desejava
estar com o Seu povo, para isso era necessário um santuário. O santuário
deveria ser um templo portátil que pudesse ser montado no deserto e transportado
enquanto viajassem. Deus mostraria a Moisés um padrão, e daria a ele instruções
detalhadas sobre a construção e a mobília. Para a construção desse santuário,
Deus deu a Moisés uma planta detalhada, conforme o modelo original existente no
Céu.
O preço o do perdão foi a
morte do Filho inocente de Deus.
“Ora a suma do
que temos dito é que temos um sumo sacerdote tal, que está assentado nos céus à
destra do trono da majestade,
ministro do santuário e do
verdadeiro tabernáculo, o qual o
Senhor fundou, e não o homem.” Hebreus (NT) 8:1 e 2. Jesus, ao deixar a Terra,
tornou-Se nosso sumo sacerdote. Ele ministra no santuário do Céu, portanto
existem dois santuários: o do Céu e o da Terra. “. . . Moisés divinamente foi avisado...
olha, faze tudo conforme o modelo que no monte se te mostrou.” Hebreus 8:5.
O santuário portátil do deserto era uma cópia exata do santuário
existente no céu.
Essa
réplica seria uma escola adequada para
nos ensinar muitas coisas sobre o plano elaborado por Deus para a salvação da
humanidade.
Ao sair do
Egito, o povo de Israel acampou na vasta planície próxima do Monte Sinai, a
aproximadamente 1.500 anos antes de Cristo.
O acampamento era uma verdadeira cidade de tendas onde imperava a
limpeza e a ordem. O povo estava
dividido conforme suas tribos. Cada um
dos quatro lados que cercavam a área central abrigava três delas. Na área central ficava o santuário. Ao
se entrar no pátio, a primeira coisa que se podia ver era o altar dos
holocaustos, onde eram oferecidos todos os sacrifícios.
Pouco além
ficava o santuário, que era dividido em dois compartimentos: o Santo, onde havia uma mesa com pão sagrado
e o candelabro com sete lâmpadas. Ainda
nessa parte ficava o altar de incenso. O
segundo compartimento, separado do primeiro compartimento por um véu, chamava-se Santíssimo. Nele estava a arca do concerto com as duas tábuas de
pedra, em que Deus, com Seu próprio dedo, escreveu os Dez Mandamentos.
“E quase todas
as coisas, segundo a lei, se purificam
com sangue: e sem derramamento de sangue
não há remissão.” Hebreus
9:22. Isso significa que sem
derramamento de sangue não há perdão, nem para o povo de Israel no passado, nem
para nós hoje. O perdão é a coisa mais
preciosa do Universo, pois custou a vida do Filho de Deus. Era isso o que a
morte do cordeiro queria dizer. O substituto inocente, sacrificado no altar,
demonstrava a fé do pecador no inocente Cordeiro de Deus, Jesus, que um dia
morreria em seu lugar.
Quando alguém
pecava e se arrependia, deveria providenciar um cordeiro e se apresentar ao
sacerdote santuário. O pecador, colocando sua mão
sobre a cabeça do cordeirinho, confessava os pecados e em seguida matava o
animal. O sacerdote, então, espalhava um pouco desse sangue nos cantos do
altar. O livro de Levítico, no Velho Testamento, descreve os vários sacrifícios
que ocorriam no santuário. Tudo
apontava para um grande e único tema central:
prover um meio de trazer o pecador de volta a Deus, tornar possível para
ele compreender o pecado e o que isso custou para Deus.
O perdão é a coisa mais preciosa do Universo, pois
custou a vida do Filho de Deus.
Os
sacerdotes, por sua participação pessoal no sacrifício, quando transportavam o
sangue para dentro do santuário, cumpriam esse mesmo propósito. “ ... E o
Senhor a deu a vós, para que levásseis a iniqüidade da congregação, para fazer
expiação por eles diante do Senhor.” Levítico 10:17. É assim que Jesus, nosso Sumo sacerdote, faz corri Seu sangue. Mas uma vez por ano, uma
coisa especial acontecia: “Ora, estando
estas coisas assim preparadas, a todo tempo entravam os sacerdotes no primeiro
compartimento cumprindo os serviços:
mas no segundo, só o sumo
sacerdote, uma vez no ano, não sem sangue, que oferecia por si mesmo e pelas
culpas do povo”. Hebreus 9:6 e 7.
Uma vez
por o sumo sacerdote entrava sozinho no
Santíssimo para realizar um serviço especial. Era a purificação dos pecados que
tinham sido transferidos para o santuário durante todo o ano. Essa cerimônia
ocorria no dia da Expiação. Era uma espécie de dia do Julgamento. Essa
cerimônia tinha a finalidade de apontar para a fase do
ministério sacerdotal de Cristo após Seu sacrifício na cruz.
Como a salvação não é automática, o sangue de Jesus
deve ser aplicado pessoalmente a quem aceitá-Lo.
O serviço do santuário, com todas as suas cerimônias, continuou, através
dos séculos. Primeiramente, no deserto;
e depois, no templo construído em Jerusalém. O serviço do santuário
continuou tendo validade até o dia cm que Jesus morreu. A partir de então, não
seria mais necessário imolar qualquer cordeiro para o sacrifício. O verdadeiro
Cordeiro de Deus, o Senhor Jesus Cristo, para o qual todos os sacrifícios
apontavam, havia dado a Sua vida pelo mundo todo. Mas o próprio povo, que
durante séculos tinha demonstrado fé em Seu futuro sacrifício, não O
reconheceu.
Jesus, o
Cordeiro de Deus, havia dado a Sua vida. O sistema de sacrifícios estava
encerrado, mas quando Jesus subiu ao Céu, Ele assumiu uma nova obra. “Visto que
temos um grande sumo sacerdote, Jesus, Filho de Deus, que penetrou nos céus,
retenhamos firmemente a nossa confissão. Porque não temos um sumo sacerdote que
não possa compadecer-se das nossa fraquezas: porém um que, como nos, em tudo
foi tentado, mas sem pecado.” Hebreus 4:14 e 15.
O sacrifício
de Jesus no Calvário foi completo e perfeito.
Mas sem a obra de Cristo como nosso Sumo sacerdote, não poderíamos
receber nenhum beneficio pessoal desse sacrifício. Jesus fez um sacrifício perfeito. Ele fez
provisão para todas as pessoas. Mas nem
todas serão salvas. Milhões o rejeitarão.
Como a salvação não é automática, o sangue de Jesus deve ser aplicado
pessoalmente a quem aceitá-Lo.
Por isso,
Jesus, como Sumo sacerdote, tinha algo mais a fazer. Ao morrer em nosso lugar e
pagar o preço pelos pecados. Ele conquistou o direito de perdoar e de nos
devolver a vida eterna. Como nosso Sumo sacerdote, Ele, desde a cruz, aplica os
benefícios de Sua morte em favor de todo aquele que desejar. E quando aceitamos
o Senhor Jesus como nosso Salvador, quando aceitamos Seu sacrifício e Sua morte
em nosso lugar, nosso nome é escrito em um livro muito especial: o Livro da Vida.
Dezoito
séculos depois da morte de Jesus, surgiu
um movimento que pregava a volta de Jesus para 22 de outubro de 1844. Esse ano ficou marcado como o ano do grande
engano. Milhares que aguardavam o
aparecimento de Jesus ficaram desapontados.
A decepção e o embaraço jamais puderam ser expressos em palavras.
O grupo, que
ansiosamente aguardava o retorno de Jesus na ocasião, se dividiu em quatro
significativos segmentos. O primeiro
renunciou à fé imediatamente. O segundo
concluiu que havia cometido um engano no
cálculo do tempo. O terceiro admitiu que
Cristo tinha voltado de fato, não fisicamente, mas espiritualmente. O quarto grupo se manteve firme na fé,
continuou orando e pesquisando as Escrituras. determinado a descobrir onde
havia errado, descobrir o que realmente havia acontecido em 22 de outubro de
1844.
Uma vez que o
modelo do antigo santuário foi tirado do santuário do Céu, era razoável
concluir que os deveres dos antigos sacerdotes indicariam alguma coisa a
respeito da obra de Jesus como nosso Sumo sacerdote no Céu. O antigo santuário em purificado pelo sangue
de animais, mas o templo do Céu deveria ser purificado por um sacrifício
melhor, o sangue de Jesus.
A convicção
era grande para o pequeno grupo. Jesus
jamais tinha pretendido voltar à Terra em 22 de outubro de 1844. Embora o Calvário tenha sido uma obra
perfeita, uma provisão suficiente para o mundo todo, havia alguma coisa mais
que Ele deveria fazer. O sangue do Seu
sacrifício deveria ser aplicado individualmente àqueles que desejassem. Eles descobriram o que havia acontecido em 22
de outubro. O grande dia da expiação
havia começado no Céu. Jesus tinha
iniciado a Sua obra no Santíssimo do
santuário celestial. Jesus havia
iniciado o julgamento.
Antes que
Jesus retorne trazendo Consigo a recompensa devida a cada um, antes do dia em
que homens e mulheres serão finalmente declarados salvos ou perdidos, o Livro
da Vida, com os seus registros, deve ser aberto - o livro que
revela sem disfarces o que cada individuo fez e foi.
Alguma coisa havia acontecido
naquele dia enquanto homens e mulheres esperaram com alegre ansiedade e depois
choraram com amarga decepção. Enquanto o dia e a noite se passaram aparentemente
sem incidentes, os livros no Céu haviam sido abertos. A hora do julgamento de
Deus havia chegado.
Ninguém está isento de feridas e mágoas nesta longa e
terrível guerra contra o pecado.
Ninguém está
isento de feridas e mágoas nesta longa e terrível guerra contra o pecado. Mas
as marcas de nossa luta não se comparam aos terríveis sofrimentos que Jesus
teve que suportar. Ele veio à Terra enfrentar
o pecado frente à frente e dar a Sua vida em sacrifício para nossa salvação. Se
fosse necessário, Ele dada a Sua vida ainda que a única pessoa a ser salva
fosse você.
Desde o pecado
de nossos primeiros pais, e através de toda história de Israel, primeiramente
no deserto, depois na terra prometida, e ao longo da Igreja Cristã até os
nossos dias, vemos um Deus que se esforça em nos fazer compreender o Seu
sacrifício e o quanto Ele está disposto a fazer para nos salvar.
Há um fio de
sangue que atravessa a história unindo cada situação, apontando para um Deus
cheio de amor e disposto a perdoar a todos os que se sentirem necessidade de perdão.
Agora, Jesus
está cumprido a última etapa de Sua intercessão em favor da humanidade perdida.
Como Sumo sacerdote, Ele apresenta os benefícios de Seu sacrifício para
perdão e salvação. Logo, Ele deixará Suas vestes sacerdotais e, como Rei dos
reis, voltará à Terra para buscar aqueles que
aceitaram o Seu sacrifício.
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